São Nicolau de Bari, intercessor do Opus Dei

No dia 6 de dezembro de 1934, S. Josemaria Escrivá nomeou S. Nicolau de Bari intercessor do Opus Dei para as necessidades económicas que se apresentam ao empreender, manter e desenvolver os apostolados que realizam os membros da Obra. Apresentamos a tradução de um artigo da Revista 'Studia et Documenta' do Instituto Histórico São Josemaria Escrivá, no qual se explicam as circunstâncias da nomeação.


Introdução

Fazendo referência ao mês de dezembro de 1934, S. Josemaria Escrivá anotou nos seus Apontamentos íntimos: «No dia de S. Nicolau de Bari prometi ao Santo Bispo, no momento de subir ao altar para dizer a Missa, que, se a nossa situação económica da Casa do Anjo da Guarda se resolver, o nomearei Administrador da Obra de Deus»[1]. Imediatamente – glosará Álvaro del Portillo – pensando que tinha sido pouca a sua generosidade, acrescentou: «E mesmo que não me atendas agora, serás o Padroeiro da nossa administração económica»[2].

Esta nomeação de S. Nicolau ficou registada no Diário da Academia DYA: «S. Nicolau de Bari, Bispo. O Padre disse que, de manhã, ao terminar de dar a S. Comunhão, no seu convento, vendo que o santo de hoje é S. Nicolau, se dirigiu a ele e o considerou como advogado nosso para a parte de administração, para que, através dele, vamos para a frente neste assunto[3]. Ficou estabelecido que em todas nossas futuras casas haverá uma imagem de S. Nicolau no quarto do administrador ou quarto de administração. Vamos ver como se comporta este advogado!»[4].

No dia 19 de janeiro de 1935 em carta endereçada ao seu querido amigo, sacerdote, Heliodoro Gil, informava-o: «Sabe que S. Nicolau de Bari é... nada menos que o Administrador Geral da Obra de Deus? Que peso lhe caiu em cima!»[5].

Porém, antes de subir ao altar, arrependi-me e acrescentei: e se não me tirares disso, nomeio-te igualmente.

Muitos anos depois, em 1968, S. Josemaria recordaria a nomeação: «Um dia eu estava no Patronato Real de Santa Isabel, do qual eu era Reitor[6]: praticamente todos os reitores de lá costumavam acabar em grandes cargos eclesiásticos. Ia celebrar a Missa, e tinha problemas económicos terríveis. Disse: como S. Nicolau é o santo das dificuldades económicas, e o santo de casar as incansáveis... se me tirares disto, nomeio-te padroeiro! Porém, antes de subir ao altar, arrependi-me e acrescentei: e se não me tirares disso, nomeio-te igualmente. O problema económico era grande; materialmente talvez fosse pouco; porém devia ser o que hoje corresponderia a bastantes milhões»[7].

Com independência de que nos textos citados seja chamado indistintamente “padroeiro”, “advogado” e “administrador”, na terminologia definitiva S. Nicolau será um dos santos intercessores do Opus Dei: o primeiro cronologicamente, pois os outros – S. Pio X, S. João Batista Maria Vianney, S. Tomás Moro e Sta. Catarina de Sena – seriam designados como tais posteriormente, a partir dos anos cinquenta. Os santos intercessores não constituem propriamente modelos para os fiéis da prelatura, mas sim protetores aos quais se confiam campos específicos: concretamente, a S. Nicolau são confiadas as necessidades económicas que se apresentam ao empreender, sustentar e desenvolver os apostolados que os fiéis do Opus Dei desenvolvem.

Como é bem sabido, a esse tipo de assuntos – financeiros – pertence uma boa parte das intervenções que S. Nicolau[8] protagonizou durante a sua vida. Embora se trate de um santo muito milagreiro, os episódios mais conhecidos da sua biografia não correspondem a milagres, mas a gestões realizadas habilmente: para impedir que um pai com dificuldades económicas prostituísse as suas três filhas, o santo bispo enviou-lhes o dinheiro suficiente para os dotes de todas elas; com a sua autoridade moral conseguiu, em época de fome, persuadir o capitão de um navio carregado de trigo com destino a Constantinopla a deixar parte da mercadoria em Myra; e soube negociar, satisfatoriamente, com o imperador uma redução de impostos em benefício dos seus fiéis.

O objetivo destas páginas é enquadrar historicamente as circunstâncias em que foi realizada a nomeação do santo como intercessor; os antecedentes e a continuidade da devoção de S. Josemaria.

O Senhor abençoará os vossos trabalhos pessoais e, além disso, tirar-vos-á dos apertos económicos que tendes nas obras de apostolado. Fica tranquilo: eu nunca vi um fracasso por esse motivo, quando há amor de Deus. Por isso, para a frente!

Antecedentes

No dia 9 de fevereiro de 1975, na casa de retiros de Altoclaro (Caracas, Venezuela) formularam a S. Josemaria uma pergunta sobre os problemas económicos que costumam levar consigo todas as iniciativas de caráter apostólico. Respondeu fazendo referência à primeira ocasião em que recorreu ao bispo de Myra:

Em Madrid, na Praça de Antón Martín, encontra-se a paróquia de S. Nicolau. Lá foi a primeira vez em que eu invoquei a S. Nicolau para o cravar[9]. E continuo pedindo, mas continuo tranquilo e sereno. O Senhor abençoará os vossos trabalhos pessoais e, além disso, tirar-vos-á dos apertos económicos que tendes nas obras de apostolado. Fica tranquilo: eu nunca vi um fracasso por esse motivo, quando há amor de Deus. Por isso, para a frente![10].

Foi numa das últimas ocasiões, meses antes de falecer, que S. Josemaria fez referência publicamente a S. Nicolau.

A paróquia madrilena que menciona é a predecessora da que atualmente continua sendo denominada El Salvador y San Nicolás[11]. Desde 1891, estava localizada na que foi igreja do antigo Hospital de Nuestra Señora del Amor de Dios, fundado em 1552 pelo venerável Antón Martín, discípulo e sucessor de S. João de Deus, na praça – chamada precisamente de Antón Martín – onde hoje confluem a rua do Amor de Deus e a de Atocha[12]. O edifício do templo onde S. Josemaria o cravou era muito posterior à fundação do hospital: datava, concretamente, de 1798. Foi queimado no começo da guerra civil espanhola[13]. Não se sabe com exatidão nem a data nem o motivo daquele primeiro recurso ao santo.

Para esboçar alguma conjetura, cabe anotar que, desde maio de 1931, S. Josemaria morava com a família numa casa da Rua Viriato número 22, propriedade das Damas Apostólicas, com cujo Patronato de Enfermos colaborava sacerdotalmente há vários anos. Essa assistência durou até fins de outubro daquele ano[14]. No mês anterior, começou a frequentar o bairro em que se encontra a Praça de Antón Martín. Com efeito, no dia 21 de setembro celebrou a Missa pela primeira vez na igreja do Patronato de Santa Isabel. A partir desta data, e até ser nomeado reitor no final de 1934, atuou como capelão efetivo do Patronato. O percurso a pé de Santa Isabel à paróquia de El Salvador y San Nicolás demora somente cinco minutos, e não parece arriscado supor que a visitasse com certa frequência. De facto, não lhe faltavam motivos para recorrer ao santo bispo[15].

Uma dessas ocasiões pode estar relacionada com o arrendar de um apartamento, no dia 9 de dezembro de 1932. A casa da Rua Viriato, onde moravam até então os Escrivá, era muito pequena. Tanto, que S. Josemaria não podia reunir lá os jovens que iam se incorporando ao Opus Dei, nem outros muitos que dirigia espiritualmente. Por isso, se mudou, com a família, para General Martínez Campos, número 4 (principal esquerda). Para arrendar esse apartamento, teve que conseguir um crédito. As 115 pesetas mensais eram uma renda provavelmente justa, mas inexorável: segundo o contrato, um atraso de quatro dias no pagamento era causa suficiente para requerer o despejo. Tudo isso deve ter sido a ocasião para visitar a paróquia de El Salvador y San Nicolás.

O simples pagamento da conta de luz supunha uma autêntica dor de cabeça. Faltar por faltar, faltava-lhes até o dinheiro suficiente para comprar um elementar relógio de parede.

Algo parecido, mas em maior escala, aconteceu um ano depois. Em dezembro de 1933, S. Josemaria arrendava outro local na Rua Luchana, número 33 (hoje 29), sobreloja, esquina com a Rua Juan de Áustria, onde instalou a Academia DYA[16], que foi benzida em 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição. As iniciais coincidiam com as matérias que se estudavam lá: Direito e Arquitetura. Em bom rigor, tratava-se principalmente de um centro cultural e de formação cristã. Para estabelecê-lo legalmente, foi necessário gastar em direitos fiscais, por licença de abertura, todo o dinheiro disponível. Por outro lado, as contribuições dos estudantes que frequentavam DYA não chegavam a cobrir a renda mensal. O simples pagamento da conta de luz supunha uma autêntica dor de cabeça. Faltar por faltar, faltava-lhes até o dinheiro suficiente para comprar um elementar relógio de parede. De facto, pagamentos mais urgentes fizeram desaparecer, várias vezes, as doações recebidas para sua aquisição (finalmente recebeu como presente, não o valor, mas o próprio relógio). Assim, pois, sobravam razões para “cravar” S. Nicolau[17].

Para resolver os problemas, S. Josemaria, além de rezar, empregava todos os meios humanos ao seu alcance.

No meio de todas essas dificuldades, sem ter passado um mês desde a inauguração de DYA (e quando alguns amigos sacerdotes lhe aconselhavam vivamente que a fechasse por considerá-la insustentável) no dia 5 de janeiro de 1934, S. Josemaria propôs aos membros da Obra a conveniência de procurar um lugar maior, para estabelecer nele, além da academia, uma residência de estudantes: isto permitiria instalar um oratório, com sacrário, no qual ficasse reservado o Santíssimo Sacramento[18].

Para resolver os problemas, S. Josemaria, além de rezar, empregava todos os meios humanos ao seu alcance. Assim, com data de 26 de janeiro apresentava uma solicitação ao Ministério do Trabalho – do qual dependia administrativamente o Patronato de Santa Isabel – para utilizar a moradia do capelão, o que suporia certo alívio económico[19]. Afinal de contas, Josemaria Escrivá vinha acompanhando de facto essa capelania desde 1931. Cinco dias depois, em 31 de janeiro, a Direção geral correspondente respondeu em termos afirmativos. Mas uma série de circunstâncias[20] adiaram até o fim do verão a mudança dos Escrivá para Santa Isabel[21].

Nos princípios de agosto, S. Josemaria e os jovens que frequentavam os meios de formação espiritual do fundador procuravam casas ou apartamentos livres por todo o Madrid. Por fim acharam três apartamentos grandes e bem situados, na Rua Ferraz número 50, onde poderiam estabelecer a academia e a residência de estudantes. O problema era que para assinar o contrato de arrendamento, eram indispensáveis 25 000 pesetas como fiança e entrada. Parecia que o obstáculo estava sendo superado, porém no dia 6 de setembro faltavam ainda 15 000 pesetas que não sabiam donde arrancar. Poucas semanas depois, a mãe do Fundador, de acordo com os seus outros dois filhos, pôs à disposição de S. Josemaria a herança de Teodoro Escrivá, um tio sacerdote falecido em Fonz (Huesca)[22].

A relação entre este episódio e a invocação a S- Nicolau é também puramente conjetural, mas a peripécia poderia muito bem encaixar entre os gestos de “cravar” o santo. As coisas aconteceram do modo seguinte.

Em 16 de setembro, S. Josemaria saiu de Madrid para Fonz, onde se encontravam a mãe e os irmãos, com o fim de proceder à venda das propriedades rurais que receberam como herança após morte, no ano anterior, do padre Teodoro (...). Passou a noite em Monzón e no dia seguinte, já em Fonz, pensou que tinha chegado, por fim, o momento de expor à família o problema económico e falar-lhes da Obra[23].

falei à minha mãe e aos meus irmãos, a traços largos, da Obra. Quanto importunei para este instante os nossos amigos do Céu! Jesus fez com que corresse muito bem.

Uns dias depois escrevia: «Imediatamente os três acharam natural que se empregasse o seu dinheiro na Obra. E isso – glória a Deus! – com tanta generosidade que, se tivessem milhões, os dariam da mesma forma»[24].

Nessa mesma carta relatava minuciosamente aos membros do Opus Dei de Madrid:

«Seguindo uma ordem cronológica, quero contar-vos brevemente todas as minhas andanças. Vereis: um quarto de hora depois de ter chegado a esta terra (escrevo em Fonz, embora vá pôr esta carta no correio, amanhã em Barbastro), falei à minha mãe e aos meus irmãos, a traços largos, da Obra. Quanto importunei para este instante os nossos amigos do Céu! Jesus fez com que corresse muito bem. Vou dizer-vos, à letra, o que me responderam. A minha Mãe: “ bom, filho: mas não te batas, nem faças má cara”. A minha irmã: “eu já imaginava, e já tinha dito à mãe”. O mais pequeno: “se tu tens filhos... os rapazes devem me respeitar, porque eu sou...tio deles!” (...)

Vamos falar desse esterco do diabo que é o dinheiro: a minha mãe pensava que poderia conseguir 35 ou 40 000 pesetas [...].

Em resumo: amanhã vou a Barbastro com Guitín (o seu irmão Santiago) – de lá, vou a Monzón para telefonar, porque em Barbastro sabe-se tudo – e o Sr. Juiz prometeu-me que no dia 1 de outubro se conclui toda a papelada, graças a Deus.

Naturalmente, procurarei que se venda na próxima terça ou quarta-feira – antes, é impossível – e depois transfiro o que conseguir [...].

Entretanto, porque não tentais comprar móveis, como se costuma com as fábricas, a pagar a 30 dias ou mais?

É claro que eu não saio daqui sem o dinheiro, custe o que custar!

Outra coisa: estão de acordo em que me instale na Academia e leve para lá tudo o que tenho no meu quarto. Assim levam a criada que aqui têm , que de outro modo não poderiam levar, por não terem quarto»[25].

Como ficou dito, não consta que S. Nicolau interviesse no referido episódio. Porém serve para conhecer o tipo de circunstâncias que, em menos de três meses, levarão à sua nomeação.

Por um corte na eletricidade, a bênção teve que ser feita à luz de vela. Os quartos somente seriam instalados à medida que os residentes se incorporassem. Mas os residentes não chegavam. E esta difícil situação proporcionou o detonador para a nomeação de S. Nicolau.

Seja como for, com a ajuda económica da família preencheu-se o “buraco” pendente, foi mobilado o mínimo necessário da residência e foram comprados os utensílios de cozinha e a louça. O próprio S. Josemaria lembrará muitos anos depois: «Tínhamos roupa, que uns grandes armazéns me tinham fornecido[26] a crédito, para pagar quando pudesse. E não tínhamos armários para guardá-la. Tínhamos posto uns jornais no chão, com muito cuidado, e a roupa por cima : quantidades imensas [...]. Trouxe da Reitoria de Santa Isabel uma caldeirinha com água benta e um hissope. A minha irmã Carmen tinha-me feito um roquete esplêndido [...]. Também trouxe de Santa Isabel uma estola e um ritual, e fui benzendo a casa vazia: com uma solenidade e alegria, com uma segurança!»[27].

Por um corte na eletricidade, a bênção teve que ser feita à luz de vela. Os quartos somente seriam instalados à medida que os residentes se incorporassem. Mas os residentes não chegavam. E esta difícil situação proporcionou o detonador para a nomeação de S. Nicolau.

No dia 5 de outubro de 1934, como reação à entrada no governo da direita (vencedora na última eleição), rebentava em Espanha a chamada Revolução de Outubro. Embora fosse particularmente violenta nas Astúrias, em Madrid também houve greves gerais, com o consequente atraso no início do curso universitário. No fim do mês, em DYA havia um único residente fixo; depois, entrou um segundo. Somente a conta-gotas foram chegando alguns outros. Não havia dinheiro para contratar empregados, e, enquanto os rapazes assistiam às suas aulas na universidade, S. Josemaria em pessoa esfregava o chão e fazia as camas. Mas, a partir de setembro, o dia 10 de cada mês constituía uma verdadeira agonia: nessa data tinham de ser pagas as 1 200 pesetas da renda. Foram pagando como podiam. No dia 10 de novembro conseguiram reunir a quantia necessária para pagar a renda mensal da casa. Porém quando se aproximava o dia 10 de dezembro, o horizonte parecia verdadeiramente negro.

Nesse contexto, no dia 6 de dezembro de 1934 o bispo de Myra foi constituído santo intercessor do Opus Dei.

Tumba de São Nicolau de Bari

Depois da nomeação

Como vemos, as circunstâncias não eram fáceis. Mas mesmo nesses momentos, S. Josemaria conservava o bom humor.

Assim, no dia 3 de janeiro de 1935 preencheu à mão, em nome de S. Nicolau, um impresso de inscrição na Academia (também residência) DYA. Conserva-se a versão original do documento[28].

Como nome e sobrenome, aparece “S. Nicolau de Bari (bispo de Myra). Natural de Patara da Lícia”. Embora riscadas do formulário as palavras “província de”, aparece “(Ásia Menor)”. Como data de nascimento, se indica “ano 270”. E diz-se que festeja o onomástico “no dia 6 de dezembro”. A sua residência é “o Céu”; e o telefone, “a oração”. De profissão: “Bispo”. Títulos oficiais e privados: “Bispo de Myra, Administrador Geral da Obra de Deus”. Línguas que traduz: “todas, na perfeição”. Quanto a conhecimentos de todo o género – culturais, artísticos, desportivos, etc. – que possui, resumem-se numa palavra: “Deus”. Também são resumidas as associações a que pertence: “O. de D.” (Obra de Deus). Isto coincide com a sua “ocupação atual”: “Administrar a O. de D.” (Obra de Deus). Assina a ficha: “Escrivá” (que o faz “P.O.?” isto é, por ordem ou por delegação). No verso há um espaço para “Observações”, onde S. Josemaria anotou: “Apresentado por José Maria Escrivá”. A seguir faz um resumo biográfico do santo: «S. Nicolau padeceu perseguição sob os imperadores Diocleciano e Maximiano, que o desterraram. Regressou à sua sede episcopal por mandato de Constantino. Participou no Concílio de Niceia. O seu corpo conserva-se, com grande veneração, em Bari (Itália), para onde foi trasladado no ano de 1087».

O documento era, simplesmente, um modo divertido para deixar nota escrita da nomeação efetuada poucas semanas antes.

O titulo de intercessor implica, no caso de S. Nicolau, entre outras coisas, que em todos os centros do Opus Dei se recordará cada ano a festa do santo bispo com certo destaque, de quem haverá – em lugar conveniente e digno – uma imagem com a invocação “Sancte Nicoläe: curam domus age” (S. Nicolau, cuida da casa).

Em 1939, recém-terminada a guerra espanhola, quando a moradia do reitor de Santa Isabel era o único lugar disponível para o trabalho apostólico do Opus Dei, uma das primeiras coisas que S. Josemaria conseguiu foi, precisamente, um quadro de S. Nicolau[29]. A este seguiram-se outros, para os novos centros que se inauguravam. Para o que foi aberto em outubro de 1940, na Rua Diego de León, número 14, Escrivá comprou pessoalmente um busto-relicário do Santo que, depois das obras e remodelações do imóvel, ainda permanece no hall de entrada.

Naquele mesmo ano (1939), S. Josemaria confiou algumas responsabilidades aos membros mais antigos do Opus Dei. Das questões económicas – contabilidade, instalações, etc. – encarregou o mais velho, Isidoro Zorzano, que conhecia muito bem a tarefa de S. Nicolau na Obra[30]. Por isso, ao começar diariamente a batalha com as contas, beijava o crucifixo, colocava-o em cima da mesa, e invocava a proteção do santo myrense.

Aos jovens secretários dos centros recém-abertos, Isidoro explicava o modo de que as contas dessem certas: tê-las em dia. Também os tranquilizava se, ao reunir-se com eles, percebia que estavam preocupados porque os números não batiam. Em certa ocasião descobriu o truque de um contabilista inexperiente para equilibrar os cálculos: o rapaz guardava num envelope as poucas pesetas que sobravam alguns meses, a fim de compensar com elas quando faltasse alguma. Deste modo, tudo sempre estava certo até o último centavo. O que mais divertiu a Zorzano foi saber o nome que o rapaz dava à sua reserva líquida: o fundo de S. Nicolau!

Zorzano costumava brincar sobre se S. Nicolau tinha ou não barba, porque é representado de ambas as formas nas diferentes imagens. No ano de 1943, no seu leito de morte, comentará brincalhão: “Uma das primeiras coisas que farei assim que chegar (ao Céu) é tentar que me apresentem a S. Nicolau (...). Agora vou saber que cara tem!”.

Zorzano costumava brincar sobre se S. Nicolau tinha ou não barba, porque é representado de ambas as formas nas diferentes imagens. No ano de 1943, no seu leito de morte, comentará brincalhão: «Uma das primeiras coisas que farei assim que chegar (ao Céu) é tentar que me apresentem a S. Nicolau (...). Agora vou saber que cara tem!». «Deve estar – dizia – furioso com Fernando (Delapuente)», que umas vezes o pintava com barba e outras sem ela. Depois de tirar as dúvidas, «terei que explicar muitas coisas a S. Nicolau... ele não sabe comprar talheres com vinte por cento de desconto», comentava fazendo referência à compra que, segundo lhe disseram, fora feita esse mesmo dia. Haverá que informar ao santo bispo de algumas coisas, dificuldades económicas da Obra, das que «parece ser que não quis saber». Quando chegasse ao Céu – insistia –, «a primeira coisa a fazer é encontrar-me com S. Nicolau... penso que ele não entendeu totalmente o problema. Dir-lhe-ei que nós não queremos nada», pois somente pedimos meios para servir às almas[31].

Anos depois, em 1946, S. Josemaria viajou a Roma pela primeira vez. Com temporadas de residência na Espanha e estadas em outros lugares, permaneceria ali até a sua morte, no ano de 1975. Em abril de 1947, foi assinada a compra em Roma de um edifício – Villa Tevere – como sede central do Opus Dei. Durante anos foi preciso hospedar também lá, provisoriamente, um centro de formação: o Colégio Romano da Santa Cruz, erigido no dia 29 de junho de 1948. As obras de adaptação, ampliação, etc., que não acabariam até 1960, supuseram uma verdadeira epopeia económica para Josemaria Escrivá e Álvaro del Portillo: o vencimento de letras ou créditos, o pagamento dos fornecedores e o salário semanal dos operários constituíam um autêntico tormento[32].

Nestas circunstâncias, o fundador do Opus Dei decidiu peregrinar a Bari para “comprometer”, mais uma vez, S, Nicolau. Recém-curado da diabetes que sofreu durante anos, em julho de 1954 fez – acompanhado por Álvaro del Portillo – uma viagem-relâmpago à sepultura do Santo. «O Padre disse que amanhã viajam ele e D. Álvaro a Bari para celebrar a Santa Missa no sepulcro de S. Nicolau»[33].

“Lembras-te, Álvaro, que apertos? Fomos uma vez, há muitos anos... Estava tanto calor! E fomos num carro tão mau! Terrível... tínhamos que empurrar passados poucos quilómetros... Quisemos aproximar-nos donde estavam as relíquias do Santo.

O carro, conduzido por Armando Serrano, partiu de Roma no dia 6 de julho, para regressar – via Nápoles – no dia seguinte. Tinham reservado um quarto no Grande Albergo delle Nazioni para passar a noite. Passados cinquenta anos, D. Javier Echevarría, comentará, que «estávamos com a corda no pescoço. Não podíamos nem respirar, porque sufocávamos... Fez a viagem para rezar diante do seu túmulo (...) e pedir-lhe que nos ajudasse a cobrir os gastos que precisávamos de enfrentar. Não tínhamos a quem recorrer»[34].

Ficou bem gravada a S. Josemaria a peregrinação:

«Lembras-te, Álvaro, que apertos? Fomos uma vez, há muitos anos... Estava tanto calor! E fomos num carro tão mau! Terrível... tínhamos que empurrar passados poucos quilómetros... Quisemos aproximar-nos donde estavam as relíquias do Santo. Uns bons frades dominicanos tenham feito um buraco no relicário de madeira antiga, e com uma lâmpada daquelas que havia antes nos escritórios, iluminavam o fundo e ali se viam os ossos. Com que devoção rezámos!, não foi? Porque tínhamos muita necessidade... e aquilo ficou resolvido»[35].

No dia 7 de julho celebrou a Missa na basílica do santo, provavelmente sobre o altar de prata situado à direita de quem entra no templo[36]. Poucos meses depois chegou, efetivamente, um grande alívio para as obras de Villa Tevere. Não era necessário passar o susto dos pagamentos diretos aos operários, fornecedores ou bancos, porque foi assinado um contrato com a construtora Castelli, que tinha estrutura suficiente para realizar de modo contínuo os trabalhos sem aflições com urgências de cobrança à vista.

No fim do mesmo ano (1954) foram terminados alguns novos oratórios em Villa Tevere. Um deles, muito próximo da entrada da casa, está dedicado precisamente a S. Nicolau. É pequeno, de ambiente românico-bizantino. Na ábside, um mosaico[37] representa o santo, revestido de bispo e sentado, a abençoar com a mão direita. Na mão esquerda segura um livro com o edifício de Villa Tevere em cima (a chamada “Villa Vecchia”). Na base do altar, de pedra rugosa, lê-se: “In honorem Sancti Nicolai Episcopi A.D. MDCCCCLIIII”. Tanto o mosaico como a decoração das paredes (anjos, símbolos de S. Nicolau, alusões a passagens da sua vida, etc.) foram realizados por alunos do Colégio Romano da Santa Cruz. S. Josemaria costumava aparecer por lá para acompanhar os artistas e animá-los no seu trabalho.

Bari foi uma das primeiras cidades italianas a que iriam periodicamente membros do Opus Dei para começar as atividades apostólicas que começaram de modo estável em 1964.

Dois anos depois, em 1966, S. Josemaria voltou a passar por Bari, ao regressar de uma viagem à Grécia, com Álvaro del Portillo e Javier Echevarría. No porto de Brindisi esperava por eles um carro conduzido por Javier Cotelo, que recordará que, voltando da viagem a Grécia, no dia 13 de março de 1966, «de Brindisi fomos, pela estrada do litoral de Bari, onde estivemos a passear. Visitámos primeiro S. Nicolau na catedral basílica, onde estivemos a rezar». Del Portillo precisará que «por Bari passámos, depois de almoçar (almoçámos antes de chegar a Bari), e somente nos detivemos o tempo necessário para rezar diante do santo». Javier Echevarria [no original: o atual bispo prelado do Opus Dei]corrobora. «Não dormimos em Bari». E Cotelo termina a sua recordação: «No dia seguinte, numa só etapa chegamos a Roma, passando por Foggia, Avellino e Nápoles, onde devemos ter almoçado»[38].

No dia 1 de janeiro de 1973 um grupo de jovens italianos participava de uma conversa familiar com S. Josemaria. Um destes perguntou-lhe o que esperava deles no ano que começava. Por resposta receberam umas palavras de ânimo para o apostolado. Ressaltava que «há muita gente maravilhosa na Itália, esperando ser chamada, como aqueles operários que estavam na praça pública sem trabalho, de mãos a abanar, à espera de ser contratados». Então disse ao autor da pergunta: «Onde moras habitualmente?». «Em Bari, Padre», respondeu. E Escrivá formulou um pedido: «Peço-te um favor: que faças uma visita em meu nome a S. Nicolau. E diz-lhe, só uma vez: sancte Nicoläe: curam domus age». E acrescentou o comentário: «Não é um latim muito clássico, mas é bonito: um latim que vem do coração»[39].

Depois da beatificação de Josemaria Escrivá, a cidade de Bari dedicou-lhe uma rua (viale). Na placa correspondente é designado como “peregrino de S. Nicolau”[40].

Conclusões

O conteúdo do exposto pode ser resumido em três conclusões:

  • S. Nicolau de Bari foi o primeiro santo nomeado intercessor do Opus Dei, por S. Josemaria Escrivá, no dia 6 de dezembro de 1934, num momento de particulares dificuldades económicas para desenvolver as tarefas apostólicas da Obra. À sua intercessão se encomenda especificamente a solução dessas necessidades.
  • A sua nomeação na data indicada não constituiu, de modo algum, o primeiro recurso a S. Nicolau. Desde havia tempo que S- Josemaria vinha a invocar o santo bispo, na paróquia madrilena de El Salvador y San Nicolás, situada no largo de Antón Martín, muito perto do Real Patronato de Santa Isabel.
  • A devoção a S. Nicolau continuou a manifestar-se na vida de Josemaria Escrivá, que frequentemente recorreu à sua intercessão, e inclusive peregrinou à basílica onde repousam os restos mortais do santo, na cidade italiana de Bari. Aconselhou, igualmente, que também fossem ali os membros do Opus Dei residentes nessa localidade.

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O autor, José Miguel Pero-Sanz Elorz (Bilbao, 1939), é doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Lateranense (Roma). Também é licenciado em Filosofia e Letras pela Universidade de Barcelona, e em Ciências da Informação pela Universidade de Navarra (Pamplona). Foi professor nas Faculdades de Ciências da Informação e de Filosofia da Universidade de Navarra. De 1969 a 2009 foi diretor da revista Palabra (Madrid). Além de numerosos trabalhos, folhetos e artigos, é autor de uma dúzia de livros, vários de caráter histórico-biográfico: Isidoro Zorzano (1996), San Nicolás (2002), Santa Isabel, Reina de Portugal (2011). Ordenado sacerdote em 1963, exerceu o seu ministério sacerdotal em Pamplona e Madrid, onde mora desde 1966.


[1] Apontamentos íntimos, n. 1206, cit. em Andrés Vázquez de Prada, Josemaria Escrivá , vol. I, Ed. Verbo, Lisboa 2002,nota 121, p.487.

[2] cf. ibid.

[3] Naquele tempo, era costume distribuir a Comunhão também fora da Missa. O citado convento é o de Santa Isabel, em cuja casa reitoral Escrivá se hospedou entre os anos 1934 e 1936, com a mãe e irmãos. Cf. Beatriz Comella Gutiérrez, Introducción para un estudio sobre la relación de Josemaría Escrivá de Balaguer con el Real Patronato de Santa Isabel de Madrid, SetD 3 (2009), pp. 189 y 191.

[4] Diário da Academia-Residência DYA, 6 de dezembro de 1934, p. 76, AGP, série A-2, leg. 4, carp. 1, exp. 1. Uma anotação, posterior, de S. Josemaria diz: “E de agora em diante será nosso Irmão na Obra”. Provavelmente é de 1936 outra nota marginal sua: “Bem o fez S. Nicolau, em pouco mais de um ano. Muito agradecido e agradecidos estamos”.

[5] Álvaro del Portillo explicará que S. Nicolau “era o Administrador geral de todas as dívidas porque não havia outra coisa”. Cit. em “Crónica” 1977, p. 786, AGP, Biblioteca, P01. Sobre Heliodoro Gil e a sua relação com S. Josemaria durante esses anos, cf. José Luis González Gullón – Jaume Aurell, Josemaría Escrivá de Balaguer en los años treinta: los sacerdotes amigos, SetD 3 (2009), pp. 66-67.

[6] Na realidade, foi nomeado reitor de Santa Isabel quatro dias depois: em 11 de dezembro de 1934. Sobre a atividade realizada por Josemaria Escrivá no Real Patronato de Santa Isabel, cfr. Comella Gutiérrez, Introducción, pp. 175-200; id., Josemaría Escrivá de Balaguer en el Real Patronato de Santa Isabel de Madrid (1931-1945), Roma-Madrid, Istituto Storico San Josemaría Escrivá – Rialp, 2010.

[7] Ao ouvir estas palavras, alguém perguntou a S. Josemaria se o problema se tinha sido resolvido. A resposta foi: “Onde estaríamos tu e eu, se não! Debaixo de uma tenda de campanha e de uns pedaços de zinco! Mas eu não peço milagres; primeiro peço que trabalhemos, que nos sustentemos com o trabalho e, quando não chegamos, pedimos a Deus para chegarmos. Não sou carismático; temos que empregar os meios humanos e ao mesmo tempo os sobrenaturais, que vão sempre juntos”. Cit. em “Crónica”, 1968, p. 447, AGP, Biblioteca, P01.

[8] S. Nicolau nasceu numa família cristã fervorosa, por volta do ano 255, em Patara, localidade portuária na costa meridional de Ásia Menor (atualmente Turquia). Provavelmente os seus pais faleceram antes de ele completar os quarenta anos, e herdou uma fortuna considerável. Nicolau, profundamente piedoso, praticava com generosidade e as obras de misericórdia. Talvez para uma melhor administração do seu património, mudou-se para a não muito distante cidade de Myra (ou talvez a sua população portuária, chamada Andriake). Por volta do ano 300, a sede episcopal de Myra ficou vaga e, para suceder ao bispo defunto, foi eleito e ordenado Nicolau. Do ano 303 ao 311 (ou talvez 313) teve que sofrer, muito provavelmente, no cárcere e talvez com torturas, a perseguição de Diocleciano. É possível que tenha participado do Concilio Ecuménico de Niceia (325). Deve ter falecido octogenário, por volta do ano 335, e foi enterrado naquela que mais tarde seria a sua igreja, entre Myra e Andriake. Ali, os seus restos mortais foram venerados até que, em 1087, foram trasladados para Bari, onde permanecem atualmente. Para mais dados da sua vida, cf. José Miguel Pero-Sanz, San Nicolás, Madrid, Palabra, 2007.

[9] No original “dar un sablazo”: expressão coloquial, habitualmente usada para expressar um pedido de ajuda económica, feito com graça e de modo amável, com a intenção de não ter que devolver a soma recebida.

[10] Palavras de um encontro informal, 9 de fevereiro de 1975, “Catequesis en América”, vol. III, 1974, p. 2, AGP, Biblioteca, P04.

[11] A dupla apelação corresponde a duas das mais antigas paróquias de Madrid. Uma e outra são citadas, como paróquias independentes, no Fuero de 1202.

[12] José Luis Martín Gil, Antón Martín, pionero del voluntariado social, Madrid, BAC, 2009, pp. 152ss.

[13] Sofreu uma primeira tentativa de incêndio no dia 13 de março de 1936. Cf. Comella, Josemaría Escrivá, p. 70. E no dia 20 de julho do mesmo ano ardeu, como muitas igrejas de Madrid, até sua total destruição. José Luis Martín Gil destaca que “da cúpula e telhados da igreja se recuperaram perto de 7 000 quilos de chumbo derretido, a única coisa aproveitável das suas cinzas”. Martín Gil, Antón Martín, p. 181. Cfr. Também José Francisco Guijarro, Persecución religiosa y guerra civil. La Iglesia en Madrid, 1936-1939, Madrid, La Esfera de los Libros, 2006, p. 370. Reconstruída em 1948, depois da guerra civil espanhola, a paróquia de El Salvador y San Nicolás, na rua de Atocha, número 58, junto da praça de Antón Martín, continua a ser o centro da devoção madrilena ao Santo. Por exemplo, ali confluem – especialmente, nas segundas-feiras de cada semana – as populares Caminatas de San Nicolás.

[14] cf. Julio González-Simancas y Lacasa, San Josemaría entre los enfermos de Madrid (1927-1931), SetD 2 (2008), pp. 147-203.

[15] Com relação à situação económica do fundador na década dos anos 30, cf., por exemplo, Vázquez de Prada, O Fundador, vol. I; Pedro Rodríguez, El doctorado de san Josemaría en la Universidad de Madrid, SetD 2 (2008), pp. 13-103, Passim.

[16] Sobre a Residência DYA, cf. José Carlos Martín de la Hoz – Josemaría Revuelta Somalo, Un estudiante en la Residencia DYA. Cartas de Emiliano Amann a su familia (1935-1936), SetD 2 (2008), pp. 299-358; Constantino Ánchel, Fuentes para la historia de la Academia y de la Residencia DYA, SetD 4 (2010), pp. 101; José Luis González Gullón, Anotaciones de Ricardo Fernández Vallespín en la Academia DYA de Madrid (18 de marzo – 25 de junio de 1934), SetD 7 (2013), pp. 371-402.

[17] Vázquez de Prada, Josemaria Escrivá, vol. I, p. 462.

[18] cf. Ibid., p. 467.

[19] cf. Ibid., p. 469.

[20] O anterior reitor de Santa Isabel não havia apresentado formalmente sua renúncia e houve vários reajustes de competências no citado Ministério.

[21] cf. Ibid., pp. 469-470.

[22] cf. Ibid., pp. 480-482.

[23] cf. Ibid., p. 480.

[24] Carta de Josemaria Escrivá aos membros do Opus Dei de Madrid, 20 de setembro de 1934, cit. em ibid., p. 481.

[25] Ibid., p. 476.

[26] Tratava-se dos Armazéns Simeón, cf. ibid., p. 477.

[27] Palavras de uma meditação dirigida por Josemaria Escrivá, 19 de março de 1975, cit. em ibid., pp. 482.

[28] cf. Academia DYA, curso 1934-1935. Ficheiro assistentes a atividades, AGP, série A.2- 41-3-2.

[29] cf. Diário do Centro de Madrid, 16 de abril e 2 de maio de 1939, AGP, A.2, 11-1-1.

[30] cf. José Miguel Pero-Sanz, Isidoro Zorzano, Madrid, Palabra, 1996, p. 272.

[31] cf. Ibid., pp. 342 e 425.

[32] cf. Javier Medina Bayo, Álvaro del Portillo. Un hombre fiel, Madrid, Rialp, 2012, pp. 315-323.

[33] Diário do Colégio Romano da Santa Cruz (30 de maio a 27 de julho de 1954), 5 de julho de 1954, AGP, M.2.2, 427-24. Acrescenta: “pediu-nos que nos unamos às suas intenções pedindo pela solução do problema económico”.

[34] Anotações tiradas de uma reunião informal, 14 de fevereiro 2004, “Crónica”, 2004, p. 238, AGP, Biblioteca, P01.

[35] Anotações tiradas de um encontro informal, “Dos meses de catequesis”, vol. II, p. 625, AGP, Biblioteca, P04.

[36] Um médico de Bari, Lucio Tauro, recorda ter ouvido isso de S. Josemaria, numa tertúlia, 1 de janeiro 1973. Cfr. AGP, série A.2, 83-3-5. Até à data, pelo menos, é a única referencia escrita que informa do altar em que celebrou.

[37] O primitivo mosaico – pintado – foi substituído com o tempo por um verdadeiro, de tesselas autênticas. A recordação de Javier Cotelo, com as anotações de Álvaro del Portillo e de Javier Echevarría conserva-se em AGP, serie A.5, 206-1-1.

[38] A recordação de Javier Cotelo, com anotações de Álvaro del Portillo e Javier Echevarría, conserva-se em AGP, serie A.5, 206-1-1.

[39] Anotações de uma conversa familiar, 1 de janeiro de 1973, “Crónica”, 1973, p. 54, AGP,Biblioteca, P01. Cfr. Também no testemunho do interessado, Lucio Tauro, AGP, série A.2, 83-3-5.

[40] cf. Aldo Capucci, La memoria di san Josemaría Escrivá nello spazio urbano in Italia, SetD 4 (2010), p. 442.

José Miguel Pero-Sanz