Evangelho de 7 de fevereiro: Cinco Chagas do Senhor

Comentário ao Evangelho da Festa das Cinco Chagas do Senhor. «…não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água». Que saibamos refugiar-nos nas Santas Chagas, que guiaram a nossa história enquanto povo, e assim saibamos curar as chagas que encontremos à nossa volta, dando-lhes o bálsamo do amor de Jesus por todos nós.

Evangelho (Jo 19, 28-37)

Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse:

«Tenho sede».

Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:

«Tudo está consumado».

E, inclinando a cabeça, expirou.

Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.

Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:

«Nenhum osso lhe será quebrado».

Diz ainda outra passagem da Escritura:

«Hão de olhar para Aquele que trespassaram».


Comentário

A Festa das Cinco Chagas, que tanto nos fala do coração cristão do nosso povo, da sua devoção intensa a estas manifestações tão significativas da Paixão do Senhor, mostra-nos, ao fim e ao cabo, o amor que Deus nos tem, porque se elas são uma manifestação visível do sofrimento de Jesus na sua crucifixão, o motivo fundamental que as ocasionou foi o desejo de Cristo voltar a dar à nossa vida a possibilidade de poder entrar no Reino dos Céus.

Todo o corpo de Jesus foi violentamente ferido com a flagelação, que precedeu a sua ida para o Calvário. E foi Ele mesmo a levar sobre os seus ombros já doridos, a Cruz em que havia de padecer. No Calvário, os seus algozes pregaram a mão esquerda e a direita à tábua transversal da Cruz e os seus pés ao tronco vertical. Aí ficavam os condenados, às vezes dias, conforme a resistência de cada um, até que a exaustão e incapacidade de respirar os levava à morte.

Por fim, Cristo foi lanceolado no seu peito, na Cruz, para que o soldado romano confirmasse a sua morte de uma forma perentória e definitiva.

No seu peito chagado, do qual brotou sangue e água, estava o seu Coração generosíssimo, que Se entregou totalmente à vontade redentora de Deus. Mais prova de amor não podemos encontrar.

Apesar das nossas limitações e debilidades, devemos encaixar o nosso eu no interior do Seu peito, pedindo a Deus que o nosso coração seja semelhante – igual é impossível – ao do seu Filho. E que dele brote o amor puro e desinteressado, que nos leve a transmitir a mensagem de amor que Jesus nos ensinou com o seu exemplo e com a sua palavra.

Peçamos ao Senhor, com a proteção inestimável da sua Mãe, Maria Santíssima, que saibamos refugiar-nos nas Suas Santas Chagas, que guiaram a nossa história enquanto povo, e assim saibamos curar as chagas que encontremos à nossa volta, dando-lhes o bálsamo do amor de Jesus por todos nós.