Vídeo do Prelado do Opus Dei em Sevilha: crescer em amizade, crescer pela amizade

De 4 a 8 de maio, Mons. Fernando Ocáriz saudou, recebeu, visitou, conversou e alentou vários milhares de pessoas. Abordou publicamente toda as espécies de preocupações de novos e de mais velhos, dirigindo-as ao amor de Deus e à amizade pessoal profunda, que sara de tu a tu os corações e estimula o crescimento da Igreja pela caridade.

Como costumam fazer tantos fiéis devotos sevilhanos, o Prelado do Opus Dei, Mons. Fernando Ocáriz, colocou sob o amparo de Nuestro Padre Jesús del Gran Poder, ao chegar na tarde de 4 de maio toda a atividade que realizaria até ao dia 8 de maio na capital andaluza. E o mesmo ocorreu na manhã seguinte na Catedral de Sevilha diante da imagem da Virgen de los Reyes, padroeira da cidade e da sua arquidiocese, antes de cumprimentar o arcebispo D. José Ángel Saiz Meneses.

Encher-se de esperança no apostolado

Mons. Ocáriz alentou os seus interlocutores a um apostolado esperançado. Fê-lo tanto nas múltiplas receções a coletivos educativos, sociais, diretivos ou familiares, como nos três encontros que teve com várias centenas de famílias, que totalizavam mais de duas mil e quinhentas pessoas de cada vez, andaluzas e estremenhas, no auditório Cartuja Center Site de Sevilha.

Escutou com interesse as iniciativas apostólicas pessoais de um grupo de professoras universitárias com que se reuniu no Colegio Mayor Alborán: um seminário sobre a “Economia de Francisco”, uma cadeira sobre fé e razão para universitárias, a criação de uma Irmandade Universitária em Córdova…

Reuniu-se com uma representação de toda a comunidade educativa do Grupo Attendis, que tem vinte colégios nas principais cidades do Sul e celebra o seu 50.º aniversário na Andaluzia e na Extremadura, para os animar a secundar o lema do seu encontro: “Reviver as origens para projetar o futuro”. E, como desejavam reviver com o prelado o impulso de S. Josemaria às primeiras famílias promotoras e iniciadoras dos colégios, Mons. Ocáriz convidou-os a “considerar que cada pessoa vale todo sangue de Cristo e, portanto, para salvar uma alma, para ajudar uma pessoa, qualquer esforço merece a pena”.

A Ana, que é de Jerez de la Frontera, professora de Educação Física na escola pública, animou-a a “querer bem as pessoas de verdade, sem medo”. A Rosario, avó de Pedro Ballester o, sugeriu que contasse aos netos a sua sábia experiência da vida. À culta Beatriz, que cultivasse a amizade com as colegas de profissão. A Teresa e Antonio, casal jovem, que aproveitem o potencial das redes sociais para fazer o bem. E a Maria, médica legista, que batalhe com prudência, com valentia e com a proximidade que a amizade dá nos desafios da chamada “cultura da morte”.

Conciliar é priorizar a família

María e Fran, que trabalham na área da moda, perguntaram como conciliar trabalho e família e o Pelado referiu que “conciliar é priorizar a família, é priorizar a caridade, e estabelecer uma hierarquia de valores com uma ordem flexível, a que cada um se submeta voluntariamente em benefício da própria família”.

A Goico, que trabalha de manhã numa agência e de tarde investe o seu tempo como secretária executiva de uma residência universitária, recomendou que procurasse também a conciliação “fazendo do teu trabalho, em casa e na empresa, uma ocasião de encontro com Cristo”.

Com Luis, diretor de um centro educativo, falou em público do valor da exemplaridade em casa: “o exemplo de sobriedade, disse, tem que ser dado pelos próprios pais, com moderação nos gastos, no lazer, nas refeições… E tudo isso sem dar lições, mas com o exemplo e transmitindo com alegria uma experiência e explicando por que vale a pena”.

O melhor para cada um é a vontade de Deus

Isa, numerária auxiliar, fez uma pregunta sobre a vocação. Depois de explicar que a vocação é um dom de Deus, Mons. Ocáriz acrescentou que é importante entender como o fenómeno vocacional na Obra é o mesmo para todos: “toda a vocação para o Opus Dei está fundamentada nos mesmos pilares: a santificação do trabalho, a filiação divina, a centralidade da Eucaristia, o amor à liberdade, o empenho apostólico... É a mesma vocação porque também temos os mesmos meios: a oração, o plano de vida, os círculos, os retiros… E temos todos também a mesma missão: a de levar este mundo a Deus, ir transformando o mundo em algo grato a Deus: isso é abrir os caminhos divinos da terra, como dizia S. Josemaria, mediante a capacidade que Deus nos dá para santificar o trabalho”.

Miguel, supranumerário desde há mais de trinta anos, mostrou a sua alegria por tantas realidades e movimentos novos, expressão da vitalidade da Igreja, e disse-lhe que a sua vocação para o Opus Dei preenchia e comprometia a sua vida na totalidade; a pergunta incidiu sobre como valorizar e aproveitar os meios de formação que a Obra dá para ajudar a ser santos no meio do mundo. O Prelado respondeu-lhe que nos meios de formação talvez não escute novidades, mas que o relevante é a atitude de exame pessoal e de desejo de melhorar no que escutava, pedido luz e força ao Espírito Santo; e comentou ainda que há muitos caminhos para seguir Jesus Cristo e o verdadeiramente significativo é que cada um siga o caminho para o qual Deus o chama.

É possível sofrer e ser feliz

“Quando nos custar ver, quando nos custar entender que Deus é realmente o caminho, a verdade e a vida, pensemos que o amor se manifesta na Cruz”, afirmou Mons. Fernando Ocáriz no início de uma das tertúlias que puseram a abarrotar, por três vezes em dois dias, o auditório da Ilha La Cartuja em Sevilha.

E acrescentou que, perante as dificuldades objetivas do ambiente, devemos pensar que “precisamente por isso o Senhor conta mais com cada uma e cada um, e nos dá mais graça para nos esquecermos de nós e preocupar-nos mais com os outros, fórmula que é de tal eficácia – acrescentou parafraseando S. Josemaria – que o Senhor premeia com uma humildade cheia de alegria”.

O Prelado do Opus Dei assinalou também a importância de se estar feliz apesar das dificuldades porque, embora pareça contraditório, pode-se ser feliz com dor e sofrimento. Isto, adiantou, é algo “que se pode tocar na vida de S. Josemaria: nos seus últimos anos, tinha problemas de saúde física e um enorme sofrimento pela crise na Igreja, e, no entanto, os que estávamos com ele víamo-lo contente, feliz, com bom humor. Não é que fizesse um esforço especial connosco, mas sim que estava contente sofrendo, o que só é possível em união com Jesus Cristo”.

O medo não é cristão

David contou com orgulho a sua alegria pela vocação dos filhos, e pediu a Mons. Fernando Ocáriz ajuda para se explicar bem perante outros pais: “transmite a tua experiência – aconselhou –, respeita a sua liberdade, e procura explicar que não se há de ter medo do Senhor, porque o medo não é cristão”.

Igualmente, num dos encontros com jovens, Mons. Ocáriz afirmou que “é certo que o celibato comporta o sacrifício de renunciar ao casamento, mas é importante saber que não é um romance cor-de-rosa, que o matrimónio é duro, que existem as dificuldades e que, por isso, Deus quis um sacramento para o matrimónio, porque um matrimónio santo requer muito esforço e muita graça de Deus”.

Animou os jovens a terem abertura e generosidade perante a vocação, quer para o celibato, quer para o matrimónio, “porque nos dois casos é preciso muito amor, entrega, generosidade e espírito de sacrifício. O importante é cada um seguir o caminho para o qual Deus o chamou, que é, aliás, onde vai ser mais feliz”.

Ambiente de família

Apesar do público numeroso presente na sala, captava-se um ambiente de família provocado pela presença do Prelado do Opus Dei, a quem se chama familiarmente Padre.

Paco e Pepe amenizaram várias tertúlias cantando a Salve Rociera; e o mesmo fez noutro dos encontros o grupo “Sones de Altair”, que cantou sevilhanas para entreter o tempo de espera pelo Padre e um dos momentos de pausa da tertúlia; um grupo de raparigas cantou e dançou sevilhanas; Ana e Sofia ofereceram ao Padre um cajón flamenco com a Virgen del Rocío, o logo do seu clube juvenil e uma boa quantidade de mensagens, cartas de famílias e de crianças; e uma jovem cantou uma canção da sua autoria, com o título “Manejar el viento”.

Nesse mesmo encontro com jovens ouviu-se a 6.ª sinfonia de Beethoven, que era a que o Pe. Fernando Ocáriz estava a ouvir quando decidiu ser da Obra, e recordou esse momento diante das jovens. Estava a passar o verão em casa de um irmão em Cádis. Foi lá que se decidiu enquanto ouvia música, embora tenha confessado que “realmente não foi pela música…”. Um pouco depois, propuseram-lhe um jogo divertido de perguntas sobre S. Josemaria em Sevilha, para o qual pediu ajuda ao público.

Larissa contou que trabalhou em várias agências de notícias católicas, onde comprovou a universalidade da Igreja e a la importância da unidade com o Papa. Agradeceu ao Padre por contar com todos para a preparação do Congresso Geral convocado para adequar os Estatutos da Obra aos pedidos do Santo Padre e transmitiu que rezaram e continuam a rezar por esta intenção “até que o Padre nos diga”. Pediu também ao Prelado do Opus Dei que, quando voltasse a ver o Papa, lhe recordasse que na Obra rezamos por ele. Como ela sabe que quando lhe dizem que rezam por ele, Francisco pergunta a brincar: “a favor ou contra?”, disse ao Prelado que, lhe confirme que, evidentemente, “nós rezamos sempre a favor”.

Mons. Ocáriz em todos os encontros públicos pediu orações pelo Papa e pela Igreja, “é preciso rezar muito pelo Papa, como ele próprio pede, porque é o vigário de Cristo e porque tem um peso enorme sobre os ombros”.