22 de outubro: recordando João Paulo II

No dia 22 de outubro celebra-se a festa de S. João Paulo II. Eleito Sumo Pontífice a 16 de outubro de 1978, morreu a 2 de abril de 2005 em Roma. Foi canonizado em 27 de abril de 2014 pelo Papa Francisco.

Primeiras palavras de S. João Paulo II como Sumo Pontífice

Queridos irmãos e irmãs, todos estamos ainda entristecidos pela morte do querido Papa João Paulo I. E agora os eminentíssimos cardeais chamaram um novo bispo de Roma. Chamaram-no de um país distante... Distante, mas sempre muito próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã. Tive medo ao receber esta nomeação, mas fi-lo com o espírito de obediência a Nosso Senhor e com total confiança na sua Mãe, a Santíssima Virgem.

Não sei se posso expressar-me bem na vossa, na nossa língua italiana. Se me enganar corrigir-me-eis. E assim me apresento ante todos vós, para confessar a nossa fé comum, a nossa esperança, a nossa confiança na Mãe de Cristo e na Igreja, e também para começar de novo por este caminho da história e da Igreja, com a ajuda de Deus e com a ajuda dos homens.


7 conselhos de João Paulo II

  • 1. Queridos jovens, convido-vos a fazer parte da "Escola da Virgem Maria". Ela é modelo insuperável de contemplação e exemplo admirável de interioridade fecunda, alegre e enriquecedora. Ela ensinar-vos-á a nunca separar a ação da contemplação, contribuindo assim melhor para tornar realidade um grande sonho: o nascimento da nova Europa do espírito. Uma Europa fiel às suas raízes cristãs, que não esteja fechada em si mesma, mas aberta ao diálogo e à colaboração com os outros povos da terra.
  • 2. Desejo para cada um a paz que só Deus, por meio de Jesus Cristo, nos pode dar: a paz que é obra da justiça, da verdade, do amor, da solidariedade, da paz que os povos só atingem quando seguem os ditames da lei de Deus, a paz que faz que os homens e os povos se sintam irmãos uns dos outros.
  • 3. Os jovens estão chamados a serem os protagonistas dos novos tempos. Tenho plena confiança neles e estou certo de que têm a vontade de não defraudar nem a Deus, nem à Igreja, nem à sociedade da que provêm.
  • 4. Quando falta o espírito contemplativo não se defende a vida e se degenera tudo o que é humano. Sem interioridade o homem moderno põe em perigo a sua própria integridade.
  • 5. Queridos jovens: ide com confiança ao encontro com Jesus! E, como os novos santos, não tenhais medo de falar d'Ele, pois Cristo é a resposta verdadeira a todas as perguntas sobre o homem e o seu destino. É preciso que vocês, jovens, se convertam em apóstolos dos seus coetâneos.
  • 6. Surgirão outros frutos de santidade se as comunidades eclesiais mantiverem a sua fidelidade ao Evangelho que, de acordo com uma venerável tradição, foi pregado desde os primeiros tempos do cristianismo e foi conservado através dos séculos.
  • 7. Recordai sempre que o distintivo dos cristãos é dar testemunho audaz e valente de Jesus Cristo, morto e ressuscitado pela nossa salvação.

Extrato da homilia do Cardeal Joseph Ratzinger no funeral do Papa João Paulo II em 8 de abril de 2005

Segue-me! Em outubro de 1978 o Cardeal Wojtyla escutou novamente a voz do Senhor. Renova-se o diálogo com Pedro no Evangelho desta celebração: “Simão, filho de João, Amas-me? Apascenta as minhas ovelhas!” À pergunta do Senhor: “Karol amas-me?”, o Arcebispo de Cracóvia respondeu do mais profundo do seu coração: “Senhor, tu sabes tudo: Tu sabes que te amo”. O amor de Cristo foi a força dominante do nosso amado Santo Padre. Quem o viu rezar, quem o ouviu pregar, sabe-o. E assim, graças a este profundo enraizamento em Cristo pôde levar um peso superior às forças puramente humanas: ser pastor do rebanho de Cristo, da sua Igreja universal. 

Ele interpretou para nós o mistério pascal como um mistério da divina misericórdia. Escreve no seu último livro: O limite imposto ao mal “é em definitiva a divina misericórdia” (Memória e Identidade, p. 70). E refletindo sobre o atentado diz: “Cristo, sofrendo por todos nós, deu um novo sentido ao sofrimento; inseriu-o numa nova dimensão, numa nova ordem: aquela do amor… é o sofrimento que queima e consome o mal com a chama do amor e traz também ao pecado uma multiforme renovação de bem” (p. 199). Animado por esta visão, o Papa sofreu e amou em comunhão com Cristo e por isso a mensagem do seu sofrimento e do seu silêncio foi tão eloquente e fecunda.

Na Divina Misericórdia: o Santo Padre encontrou o reflexo puro da misericórdia de Deus em Maria, Sua Mãe. Ele, que tinha perdido a sua em tenra idade, tanto mais amou a Mãe divina. Ouviu as palavras do Senhor crucificado como ditas a ele pessoalmente: “Aqui tens a tua mãe!”. E procedeu como o discípulo predileto: acolheu-a no íntimo do seu ser (Jo 19, 27): Totus tuus. E da mãe aprendeu a conformar-se com Cristo.

Para todos nós permanece como inolvidável o último domingo de Páscoa da sua vida, o Santo Padre, marcado pelo sofrimento, acercou-se ainda uma vez da sua janela do Palácio Apostólico e uma última vez deu a bênção “Urbi et orbi”. Podemos estar certos de que o nosso amado Papa está agora na janela da casa do Pai, vê-nos e abençoa-nos. Sim, abençoa-nos, Santo Padre. Nós encomendamos a tua querida alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou em cada dia e te guiará agora à glória eterna do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor. Ámen.

(Textos completos das homilias pronunciadas nas Missas de exéquias, beatificação e canonização).


Oração a S. João Paulo II

Ó S. João Paulo, da janela do céu, dá-nos a tua bênção!

Abençoa a Igreja, que tu amaste, serviste e guiaste, incentivando-a a caminhar corajosamente pelos caminhos do mundo, para levar Jesus a todos e todos a Jesus!

Abençoa os jovens, que também foram tua grande paixão. Ajuda-os a voltar a sonhar, voltar a dirigir o olhar ao alto para encontrar a luz que ilumina os caminhos da vida na terra.

Abençoa as famílias, abençoa cada família! Tu percebeste a ação de Satanás contra esta preciosa e indispensável faísca do céu que Deus acendeu sobre a terra. S. João Paulo, com a tua intercessão, protege as famílias e cada vida que nasce dentro da família.

Roga pelo mundo inteiro, ainda marcado por tensões, guerras e injustiças. Tu te opuseste à guerra, invocando o diálogo e semeando o amor; roga por nós, para que sejamos incansáveis semeadores de paz.

Ó S. João Paulo, da janela do céu, onde te vemos junto a Maria, faz descer sobre todos nós a bênção de Deus! Amém.

(Cardeal Angelo Comastri)


Oração para implorar favores por intercessão do S. João Paulo II

Ó Trindade Santíssima,

Damos-te graças por teres concedido à Igreja o Papa João Paulo II e porque nele refletiste a ternura da Tua paternidade, a glória da cruz de Cristo e o esplendor do Espírito de amor.

Ele, confiando totalmente na Tua infinita misericórdia e na maternal intercessão de Maria, mostrou-nos uma imagem viva de Jesus Bom Pastor, indicando-nos a santidade, alto grau da vida cristã corrente, como caminho para alcançar a comunhão eterna Contigo.

Concede-nos, por sua intercessão, e se for da Tua vontade, o favor que imploramos.

Ámen.


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