Resumo da viagem do Prelado a Torreciudad (29 de Agosto a 1 de Setembro de 2019)

O prelado do Opus Dei esteve no santuário de Torreciudad, de 29 de agosto a 1 de setembro, onde rezou a Nossa Senhora e teve encontros com famílias, profissionais e jovens de vários países. Mais de um milhar de estudantes contaram experiências suas e sonhos que têm.

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Pouco depois de chegar e cumprimentar Nossa Senhora, rezou durante bastante tempo diante do Santíssimo exposto na capela da Virgem de Guadalupe, acompanhado por muitos jovens. Nessa tarde, teve a primeira das tertúlias, com amigos e colaboradores de Torreciudad, que animou a “dar graças a Deus pela possibilidade de ajudar”.

Colaborar com Torreciudad

Mons. Fernando Ocáriz agradeceu aos empregados do santuário, dirigentes da Comissão Patrocinadora e colaboradorespor “contribuírem e colaborarem no trabalho apostólico que é feito aqui, com o mesmo espírito de alegria e de trabalho que tive ocasião de ver na minha recente viagem aos Estados Unidos e ao Canadá”.

A pergunta de Santiago, arquiteto que fez parte do grupo de trabalho e edificação do santuário, entre 1970 e 1975, estava também relacionada com o crescimento de Torreciudad. Santiago disse que nessa altura “viu muito amor de Deus, apertos económicos e empenho humano”, e recordou que S. Josemaria dizia que o Senhor seria misericordioso com os que tivessem posto amor no trabalho de erguer essas obras.

O prelado recordou-lhe com S. Josemaria que “a única arma para tudo é a oração” e encorajou-o a “transformar o trabalho em oração, oferecendo-o a Deus”, o que é totalmente compatível com a necessária concentração na sua tarefa. “E, em primeiríssimo lugar, essa oração fundamental que é a Eucaristia, visto que toda a força vem da Cruz de Cristo, que se torna sacramentalmente presente na Missa: aí está a Redenção. É bonito que, de cada vez que assistirmos à Missa pensemos que aí se realiza a redenção do mundo”.

Mons. Ocáriz disse também que “a redenção se está a operar constantemente: nós próprios, que somos tão pouca coisa vamos avante, não pelas nossas forças, mas pela força que nos vem de Jesus Cristo na Eucaristia e na oração. Tudo está aí”.

Nestes meses, Torreciudad está a realizar uma promoção económica para acometer um plano ambicioso de melhoramentos. Jaume aludiu justamente a isso, pois colabora com a Direção da Comissão Patrocinadora. Contou-lhe que tem a sorte de trabalhar para o Santuário e disse que pedir dinheiro para a nossa Mãe “é uma bênção”, e “mesmo que por vezes se passe mal, vale sempre a pena”. O Prelado encorajou-o a considerar que “ao pedir, se faz um favor” e que o diga com graça ao possível colaborador, porque é verdade.

No mesmo encontro, vários pais que passam férias na zona contaram-lhe episódios de família: Justo, cientista, já conta com quatro gerações da família a gozar o verão “sob o manto da Virgem de Torreciudad”. José María referiu que a sua neta Natalia saiu viva de uma queda para dentro de uma piscina, que superou no hospital depois de ter sido transportada de helicóptero, apoiada pela oração suplicante de muitas famílias.

Oração pelo Papa Francisco e pela Igreja

O primeiro dia terminou com uma tertúlia com um grupo de sacerdotes participantes num período de formação realizada em La Solana. O Prelado recordou alguns aspetos da sua viagem aos Estados Unidos e ao Canadá, dos encontros que teve com muitas famílias e com os bispos das cidades que visitou. Em resposta a várias histórias que contaram, animou a “rezar muito pela Igreja e pelo Papa”, sempre com alegria e esperança.

O Pe. Victor, pároco em Santiago de Compostela, contou-lhe que acabava de festejar o 59º aniversário da ordenação, e em contrapartida, o Pe. Isaac disse-lhe que se tinha ordenado havia uns meses e pediu-lhe para rezar com ele pelo que lhe pede o seu amigo Álvaro, que poderia ir para o seminário. Por sua vez, o Pe. Onofre, de 28 anos, contou que se ordenou havia dois meses e acabava de tomar posse de uma paróquia. No fim, o Prelado recebeu de joelhos a bênção de todos os sacerdotes.

Encontros com jovens

Os estudantes foram protagonistas na manhã de sexta-feira, 30, e na tarde de sábado, 31, de duas tertúlias, em que participaram mais de mil jovens. Alguns fizeram perguntas relacionadas com a Exortação apostólica “Christus Vivit” do Papa Francisco.

Este documento do Papa é um excelente guia e, como dizia Lucía, estudante de Odontologia em Valladolid, “queria lê-la e pensar nela na minha oração, porque acho que pode ser-me muito útil”. “Então faz isso” recomendou-lhe com toda a simplicidade Mons. Ocáriz.

O Papa Francisco, a sua pessoa e intenções, foram permanentes nas palavras do prelado, que pediu orações pelo Papa e o oferecimento do trabalho de cada um. Animou também a “andar em contracorrente” e a ver a luta pela santidade como “um dom”, e não como uma lista de exigências. “Que cada um veja onde está o amor de Deus para si”, disse. A José Ignacio, que lhe perguntou como não encolher-se perante o que custa, respondeu com um “vale a pena”: “a generosidade com Deus faz-nos felizes”.

Mons. Ocáriz ressaltou que “Deus chama-nos a todos” e que “cada um deve ver como se concretiza esse amor de Deus no seu caso”, procurando com liberdade a luz da chamada, pedindo também a força para querer, considerando “não deixar inoperante a liberdade, que é também capacidade de compromisso”, acrescentou. “Tu decides -disse a Miguel, estudante madrileno: tu tens que decidir, porque Ele não se impõe. Pede luz e força, embora haja sempre uma margem de incerteza, pergunta naoração, pede conselho”.

Danna, colombiana, estudante de um Mestrado de Psicologia em Valência, fez também uma pergunta sobre discernimento vocacional: “Como posso saber o que Deus quer de mim?”. “A Christus Vivit –explicitou Mons. Fernando Ocáriz- fala muito do discernimento. Todos temos vocação cristã , mas o Senhor não no-lo faz ver à primeira com clareza, porque quer que sejamos muito livres para a escolher. O discernimento consiste em pedir luz para ver e força para querer. O Senhor conta com que o nosso discernimento acabe com um ‘Vamos a isto!”.

Amizade sem dar lições

Elias, estudante do secundário em Alicante, perguntou qual a finalidade da formação cristã que recebe. O prelado recordou que “a formação procura a identificação com Cristo, não é um auto-aperfeiçoamento”, e insistiu na importância de transmitir o que se recebe: “Temos de procurar o bem dos outros, interessar-nos por eles”.

Daniele, de Cagliari, pediu um conselho para ser forte no testemunho de vida cristã, e o Padre encorajou-o a ser verdadeiramente amigo, sem dar lições, transmitindo a alegria grande da experiência pessoal e gozosa da vida com Deus. Deu uma resposta semelhante a Domi, estudante de 15 anos de Budapeste, que lhe perguntou como conseguir que haja no seu país mais clubes juvenis onde se dê formação cristã, como o Torony, que ele frequenta: “Depende de vós: de que assumais a formação e a transmitais; pensa que vai depender de que tu e eu sejamos melhores, como dizia S. Josemaria”.

O interesse pelas pessoas que sofrem esteve muito presente. Zoya nasceu em Homs (Síria) e fez lá o curso de Engenharia Civil em plena guerra. Agora está num Mestrado em Barcelona e perguntou como pode continuar a ajudar o seu país. Mons. Fernando Ocáriz animou-o a não se sentir longe da Síria, porque com a sua oração e trabalho pode ajudar diretamente a melhorar a situação: “Todos rezamos pelo vosso país. Como católicos, temos que ter um espírito universal; não vejais as notícias de outros países ou cidades como coisa alheia. Por vezes, falta-nos coração para sentir com todo o mundo, para sofrer com os que sofrem -Síria, Venezuela, etc.- e também para nos alegrarmos com as boas notícias de todos”.

Relações pessoais e ecrãs

Álvaro, que vive em Barcelona, fez uma pergunta sobre o bom uso da internet e das redes sociais, e o prelado animou-o a desenvolver todo o seu potencial, tanto para o trabalho como para o descanso, mas “dedicando o tempo certo” e sem que “os ecrãs te afastem de relacionar-te com os teus amigos”. Ao mesmo tempo, estimulou-o a viver a prudência e a fortaleza para viver a santa pureza em sentido positivo, “pois a sexualidade é boa, criada por Deus”.

Acrescentou que “não devemos estranhar as tentações, nem desalentar diante de possíveis quedas, porque temos sempre o sacramento da confissão para ir para a frente. A pureza não é negação, é afirmação gozosa; portanto, adiante! ”.

Várias das intervenções giraram em torno da vida interior, em como fazer oração, como a de Juanjo, professor do colégio Retamar, que fez referência à “Christus Vivit”. Mons. Fernando Ocáriz sugeriu meditar o Evangelho, ser um personagem mais, “olhar para o Crucifixo… escutar”.

Outro estudante perguntou como viver o silêncio, no meio de tanta presença do Spotify ou da Netflix. Mons. Ocáriz ressaltou a necessidade do “silêncio interior”, “de estar calado diante do sacrário, a olhar e a contemplar o crucifixo, pensando que está aí para mim”. A Javier, de Puerto de Santa María, disse que “a oração é sempre eficaz e dará fruto, ainda que não vejamos o resultado. Pede mais fé e lembra-te da Virgem, que passou momentos de claro-escuro, de não entender, de angústia”.

Concerto de órgão em Torreciudad

O prelado recebeu várias famílias, com bastantes crianças, com quem compartilhou sonhos e desafios, cumprimentando cada um, com a recordação de uma fotografia e o oferecimento de um terço ou de guloseimas. Esteve ainda com o Pe. Yago, sacerdote que trabalha na Lituânia, e com a mãe dele.

Assistiu também ao concerto de órgão que se realiza todas as sextas-feiras de agosto no santuário, e reuniu-se com diferentes grupos de profissionais que passam uns dias de formasção em Torreciudad. Dedicou especial atenção aos grupos que lá vivem e trabalham diretamente na gestão diária, a quem falou da transcendência da sua tarefa. O reitor do Santuário, Pe. Pedro Díez Antoñanzas , outros sacerdotes e trabalhadorescontaram-lhe muitos episódios sucedidos com os visitantes e mostraram-lhe o quejá foi melhorado entretanto desde a sua última visita,há um ano.