Os Jogos Olímpicos da vida cristã

Membro do Opus Dei, Alexandra é mãe de família e exerce uma actividade profissional na área da comunicação.

Alexandra

Em que circunstâncias tomou consciência que o seu caminho espiritual era o Opus Dei ?

Foi no ano em que me casei que respondi ao apelo de Deus. Tinha já três anos de actividade profissional e recebi esta vocação como uma prenda. Agradeço todos os dias a Deus, o que recebo da vida, a fé e o sacramento do matrimónio. O meu marido, que não é do Opus Dei, foi de uma enorme nobreza.

Mas a vocação é também uma exigência, Deus espera de mim, como de todo o cristão, que organize a vida corrente «dando uma vibração de eternidade» a cada segundo. É a tomada de consciência desta responsabilidade pessoal e a confiança na ajuda de Deus que me impulsionam a ir o mais directamente possível ao essencial. É verdade que isso implica sacrifícios, mas quem os não faz na vida?

Como conheceu o Opus Dei e porque se tornou membro?

Não creio que tenha sido eu que conheci o Opus Dei. A caminhada não foi da minha própria iniciativa. É curioso dizer isto em pleno século XXI, quando a sociedade nos leva a pretender dominar tudo, mas é realmente o que sinto. Deus “mostrou-Se” Criador, Pai, Amigo fiel , desejoso de orientar a minha vida para um ideal que teria a maior das dificuldades em encontrar de uma forma puramente humana.

À partida, este ideal era como que um desafio desportivo… mas na competição joga-se todos os dias.

Se hoje sou membro do Opus Dei, é porque esta vocação comporta duas coisas que eu amo. É, em primeiro lugar, a exigência de viver para o serviço de Deus e dos outros. Acho que é muito mais exaltante procurar viver por outra coisa que para si mesmo!

É também a enorme vantagem de poder contar com a graça dos sacramentos e com a formação que recebo em palestras e retiros, para alimentar a minha fé no dia-a-dia.

A sua vocação leva-a a dedicar tempo à oração, a ir à Missa à semana. Que tempo dedica ao seu marido e aos seus dois filhos?

A minha vocação fez-me descobrir o carácter precioso do tempo. Santificar o trabalho, é santificar o tempo que dedicamos às nossas ocupações quotidianas.

A oração, é como que um treino desportivo. Mesmo que as minhas práticas cristãs possam parecer, de uma maneira puramente humana, “devoradoras de tempo”, não são nunca obstáculo pata a minha vida familiar, profissional ou social, porque tudo está imbricado, não há sobreposição cronológica. Há simplesmente tempo aproveitado e tempo perdido.

Tento então, contando com a ajuda de Deus, transformar o ‘’ensaio’’; umas vezes transformo-o, outras não. É a Missa que me dá a força quotidiana para me manter na competição, é o meu “doping”!

Essai !

Ser do Opus Dei significa para si uma atenção muito maior para com o seu trabalho profissional ?  

É aí que Deus me aguarda. É o terreno do treino. Como além disso trabalho com o meu marido, tenho duas vezes mais ocasiões de tratar, ao mesmo tempo, do meu trabalho e do meu marido! Cuidar do meu trabalho e das pessoas que me cercam, é para mim uma ocasião de agradecer a Deus o termas confiado. Foi graças a São Josemaria que tomei consciência do valor do trabalho como serviço prestado à minha empresa, à sociedade e a Deus. Mas é uma realidade de uma riqueza tão profunda que penso estar realmente apenas no início. Ainda só jogo nos juvenis. Os Jogos Olímpicos não são já amanhã!