Ordenações no Santuário de Torreciudad

O Prelado do Opus Dei ordena dois diáconos de nacionalidade espanhola e outro procedente do México. Disponibilizamos um extracto da homilia e um breve perfil dos três novos sacerdotes.

Homília completa do Prelado do Opus Dei

Às dez da manhã começava no Santuário de Torreciudad a ordenação de três novos sacerdotes agregados do Opus Dei. Juntamente com o Prelado da Obra acompanharam a cerimónia familiares e amigos dos diáconos, além de presbíteros procedentes de várias províncias espanholas.

”Dirijo-me a vós – disse D. Javier Echevarría, na homilia, referindo-se aos ordenandos – meus filhos, que na vossa inteligência se encontre sempre acesa a luz desta nova chamada. Sereis intermediários visíveis do Sumo e Eterno Sacerdote que nos guia a todos a partir do Céu. Revede-vos em tão divino Modelo. Aprendei as lições que Ele nos dá”.

Esmerar-se no serviço amável aos outros

Momento central de la ordenación

O Prelado do Opus Dei utilizou a parábola do Bom Pastor ao referir-se ao novo trabalho sacerdotal destes recém ordenados. “Dar a vida pelas ovelhas é um programa para todos os dias, nos mil afazeres do trabalho sacerdotal, sem esperar pela ocasião de levar a cabo uma acção heróica, extraordinária”. D. Javier Echevarría recordou também na sua pregação que “esta disposição vale para todos os fiéis, que em virtude da alma sacerdotal, do sacerdócio comum recebido no Baptismo, temos de nos esmerar no serviço amável aos outros. Quantas ocasiões se nos apresentam a todos, diariamente, no âmbito familiar, no trabalho profissional, no descanso, nas relações sociais...!”.

O Prelado do Opus Dei também pediu aos presentes para serem homens e mulheres de unidade. “A unidade há-de constituir em todos – sacerdotes e seculares – uma nobre paixão que temos de aumentar constantemente. Se amamos a unidade da Igreja, rezaremos, cada dia, pelo Santo Padre e pelos Bispos em comunhão com o Papa: se desejamos que se realize quanto antes a união dos cristãos com um só Pastor Supremo, pediremos com insistência ao Espírito Santo. Os fiéis da Prelatura do Opus Dei, se desejam cuidar da unidade desta pequena parte da Igreja, procurarão viver com um só coração e uma só alma, como os primeiros cristãos”.

Rezar pelo Papa e pelos Bispos

Finalmente, D. Javier Echevarría terminou a homilia felicitando os pais, irmãos, parentes e amigos dos novos sacerdotes. A todos pediu para rezarem “pelo Papa, pelos Bispos, pelo Ordinário desta queridíssima Diocese de Barbastro e pelos presbíteros de todo o mundo, para que sejamos fiéis à vocação que recebemos”.  

Perfil dos três novos sacerdotes: 

Fernando Granados Flores, natural do México, nasceu na cidade de Monterrey em 29 de Maio de 1948. Licenciado em Engenharia Mecânica e Electrónica pela Universidade Autónoma de Nueva León também obteve o Master em Administração na especialidade de Recursos Humanos.

De 1973 a 1998 trabalhou em diferentes empresas relacionadas com o sector do fabrico e produção de maquinaria. Em 1998 muda de profissão e começa a desempenhar funções ligadas à educação e formação na “Cidade das Crianças” de Monterrey, centro educativo e de tempos livres para crianças de um aos treze anos de idade, com edifícios próprios, arruamentos e lojas de comércio por onde, inclusivamente, circulam veículos. Nos últimos quatro anos viveu em Pamplona onde fez o doutoramento em Teologia Moral e Espiritual.

É o sétimo de uma família de oito irmãos e reconhece ser um apaixonado pelo futebol, actividade desportiva que procura compaginar com alguma excursão às montanhas. Conheceu a Obra com 23 anos e pediu a admissão como membro Agregado três anos mais tarde. Explica que a sua decisão foi voluntária e motivada principalmente porque “o Opus Dei reunia tudo o que eu procurava”, quer dizer, o caminho “para fazer o que realmente desejava na minha vida, que foi trabalhar como engenheiro, ajudar a minha família e dizer que sim ao Senhor com o meu trabalho e apostolado”, explica o diácono.

Jesús María Izaguirre Ronda nasceu em Barakaldo em 21 de Dezembro de 1961, e é o mais novo de uma família de cinco irmãos. Fez o ensino secundário no Instituto Antonio Trueba nesta localidade da Biscaia e posteriormente licenciou-se e doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Navarra.

Em 1984 regressa a Bilbau para se incorporar no corpo de professores de Colégio Gaztelueta, onde desempenhou diferentes cargos até regressar a Pamplona para finalizar os seus estudos de Teologia na Universidade de Navarra. Durante a sua etapa profissional sempre esteve vinculado à formação e educação de jovens, começando a sua carreira profissional a dar aulas no ensino básico e, posteriormente, na Secção de Estudos Tarde, para alunos a quem o Colégio concede bolsas de estudo. Além disso, foi professor do “Bacharelato Internacional” e membro colaborador do projecto de ensino para a “Comprensión e Inteligencia Múltiple” desenvolvido juntamente com a Universidade de Harvard (EUA), ao mesmo tempo que era responsável pela direcção técnica do centro educativo.

Izaguirre refere que no ambiente de relações mais chegado, a decisão de ser sacerdote, “ao princípio viram-na com certo assombro, a seguir com respeito e depois animaram-me muito” e esclarece que não encontrou ninguém “que me tenha tentado dissuadir do passo que vou dar”.

Finalmente, o madrileno Casimiro Jiménez Mejía nasceu em 3 de Fevereiro de 1960. Fez o ensino secundário no Colégio Tajamar, é licenciado em Biologia pela Universidade Autónoma de Madrid e doutorado em Ecologia da Paisagem pela Universidade de Alcalá de Henares.

Durante 22 anos foi professor de Biologia no centro educativo que o viu formar-se, em cinco dos quais dirigiu o Master de Gestão Ambiental em colaboração com a FAME e como professor associado na Universidade de Alcalá de Henares.

Como sacerdote prevê continuar ligado ao mundo educativo, desenvolvendo o seu trabalho pastoral com jovens da Comunidade de Madrid. Afirma que deve a sua vocação, em grande medida, aos seus pais, a quem se sente profundamente agradecido, “pese embora eles nunca terem insistido comigo nesse sentido” já que “a característica própria dos meus pais sempre foi a de respeitar a minha liberdade nas decisões que fui tomando”.