Por ocasião da solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, 150º aniversário da definição dogmática, o Papa presidiu na basílica vaticana a concelebração eucarística com os membros do colégio cardinalício. O celebrante principal foi o cardeal Camillo Ruini, vigário general do Santo Padre para a diocese de Roma, que hoje comemorava o 50º aniversário da sua ordenação sacerdotal.
Depois de recordar no inicio da homilia que o beato Pío IX proclamou "este dogma admirável da fé católica" em 8 de Dezembro de 1854 na basílica de São Pedro, João Paulo II saudou os representantes das Sociedades Mariológicas Nacionais, que participaram nestes dias num Congresso Mariológico Mariano Internacional organizado pela Pontifícia Academia Mariana. O Papa felicitou de maneira especial o cardeal Camillo Ruini pelo seu jubileu sacerdotal, manifestando-lhe a sua gratidão "pelo serviço que com generosa dedicação prestou e continua prestando à Igreja como meu vigário geral para a diocese de Roma e como presidente da Conferência Episcopal Italiana".
"Com que especialíssima bênção – exclamou – Deus se dirigiu a Maria desde o inicio dos tempos! Verdadeiramente bendita, Maria, entre todas as mulheres! O Padre elegeu-a em Cristo antes da criação do mundo, para que fora santa e imaculada na sua presença no amor, predestinando-a como primícia da adopção filial por obra de Jesus Cristo".
O Santo Padre afirmou que "o 'sim' da Virgem ao anúncio do Anjo se situa na realidade concreta da nossa condição terrena, em humilde obséquio à vontade divina de salvar a humanidade não a partir da história, mas na história. Com efeito, preservada de toda a mancha de pecado original, a 'nova Eva' beneficiou de modo singular da obra de Cristo como perfeitíssimo Mediador e Redentor".
Dirigindo-se a Maria, o Papa renovou hoje de modo especial "a consagração de toda a Igreja" e pediu que guiasse os "seus filhos na peregrinação da fé, fazendo-os cada vez mais obedientes e fiéis à Palavra de Deus. Acompanha cada cristão no caminho da conversão e da santidade, na luta contra o pecado e na procura da verdadeira beleza, que é sempre sinal e reflexo da beleza divina. Obtém a paz e a salvação para todas as pessoas".
Ao meio-dia, o Papa assomou-se à janela do seu gabinete para rezar o Angelus com os milhares de pessoas congregadas na Praça de São Pedro. O Santo Padre pôs em relevo que a Imaculada Conceição "é como um farol de luz para a humanidade de todos os tempos. No início do terceiro milénio orienta-nos para crer e esperar em Deus, na sua salvação e na vida eterna. Ilumina particularmente o caminho da Igreja comprometida na nova evangelização".
Depois da oração mariana, João Paulo II assinalou que ontem à tarde, em Mosul (Iraque), uma igreja arménio-apostólica e o arcebispado caldeu tinham sido destruídos. "Expresso a minha proximidade espiritual – disse – aos fiéis, comocionados pelo atentado, e suplico ao Senhor, por intercessão da Virgem Imaculada, que o querido povo iraquiano possa conhecer por fim um tempo de reconciliação e de paz".