O Natal de Bento XVI

O Santo Padre na Noite de Natal meditou sobre o amor que poria a Virgem no nascimento do Seu Filho. É no estábulo "onde o Céu e a terra se tocam", disse.

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"Podemos imaginar – disse o Papa na sua homilia da Missa da Vigília de Natal – com que preparação interior, com que amor, esperou Maria aquela hora. O breve inciso, «envolveu-O em panos», permite-nos vislumbrar algo da santa alegria e do calado zelo daquela preparação. Os panos estavam dispostos, para que o Menino fosse bem atendido. Mas na pousada não havia lugar. De certo modo, a humanidade espera Deus, a sua proximidade. Mas quando chega o momento, não tem lugar para Ele. Está tão ocupada consigo própria de forma tão exigente, que necessita de todo o espaço e de todo o tempo para as suas coisas que já não resta nada para o outro, para o próximo, para o pobre, para Deus. E quanto mais enriquecem os homens, tanto mais enchem tudo de si próprios e menos o outro pode entrar".

Neste sentido, o Santo Padre convidou a que cada um faça a si próprio estas perguntas: "Temos tempo para o próximo que tem necessidade da nossa palavra, da minha palavra, do meu afecto? Para o que sofre e necessita de ajuda? Para o fugitivo ou para o refugiado que procura asilo? Temos tempo e espaço para Deus? Ele pode entrar na nossa vida? Encontra em nós um lugar, ou temos todo o nosso pensamento, os nossos afazeres, a nossa vida, ocupados connosco próprios?".

A manjedoura é o trono deste novo Rei do Mundo. Um trono como será a Cruz: "No estábulo de Belém, precisamente onde teve o ponto de partida, volta a começar a realeza davídica dum modo novo: naquele Menino envolvido em panos e deitado numa manjedoura. O novo trono do qual este David atrairá a Si o mundo é a Cruz. O novo trono – a Cruz – corresponde ao novo início no estábulo. Mas justamente assim se constrói o verdadeiro palácio davídico, a verdadeira realeza. Assim, pois, este novo palácio não é como os homens imaginam um palácio e o poder real. Este novo palácio é a comunidade de quantos se deixam atrair pelo amor de Cristo e com Ele chegam a ser um só corpo, uma humanidade nova".

"... é no estábulo de Belém que o Céu e a terra se tocam. O Céu veio à terra. Por isso, dali se difunde uma luz para todos os tempos; por isso, dali brota a alegria e nasce o canto".