75 Anos do primeiro sacrário em Portugal

Foi a 17 de dezembro de 1946 que se celebrou a primeira Missa num centro do Opus Dei em Portugal. Apresentamos um relato desse dia escrito pelo P. Hugo de Azevedo em "O Fundador do Opus Dei em Portugal".

Ver também:

Tratai com carinho os sacrários (recordações de D. Álvaro del Portillo sobre o amor de São Josemaria a Jesus no Sacrário)

Para fazer a Visita ao Santíssimo (com áudio)


A Residência de Montes Claros, a funcionar desde o começo do ano letivo, só foi «rematada» já em férias de Natal, no dia 17 de dezembro de 1946, com a bênção do Senhor D. António Antunes, que lá celebrou a Santa Missa e deixou reservado o Santíssimo Sacramento.

Por sinal, surpreendeu os anfitriões batendo à porta antes das sete da manhã, quando ainda se estavam vestindo para a cerimónia. Tudo se resolveu (à pressa e com decoro) e no fim aceitou um pequeno-almoço preparado com o maior esmero possível, mas do qual ele escolheu a única iguaria estranha para um espanhol: um pratinho de arroz doce! Bem o tinha aconselhado a cozinheira, a Sra. Conceição, que servira no Paço e conhecia os seus gostos!

Aqui haveria que agradecer a tão boas senhoras que nesses tempos se encarregavam da cozinha e da limpeza das primeiras Residências, como a Glória e a Lucinda no «Lar da Estrela», e algumas com dedicação extraordinária e até heroica, por amor de Deus e à Obra, em especial a Sra. Maria do Carmo, capaz de mudar de cidade para atender vários centros masculinos. Deus as recompensará.

Foi um dia grande para todos, especialmente para o nosso Fundador, que não contava os Centros da Obra por casas, mas por Sacrários. Dia acrescentado de uma boa notícia: «Amanhã vem o P. José Luís Múzquiz e certamente dar-nos-á o retiro». E assim aconteceu.

Foi um dia grande para todos, especialmente para o nosso Fundador, que não contava os Centros da Obra por casas, mas por Sacrários.

Não é fácil resumir a animadíssima vida da Residência logo desde o começo: já eram tantos os amigos e tão agradável o ambiente – e tão pequena a casa – que se torna difícil explicar como se estudava tanto, se divertia tanto e era tão frequentado o Oratório. Enquanto não se contava com nenhum sacerdote da Obra, celebrava a Missa diária – para quem quisesse – um sacerdote indicado pelo Senhor Bispo

O sacerdote que mais vezes celebrou a Santa Missa na Residência, foi o P. Manuel Joaquim Gonçalves, de Pombal, desde 6-04-47 (dia seguinte à sua Ordenação) a 26-01-49, e que tomou nota exacta de cada celebração em «Montes Claros», acrescentando por vezes algum comentário: 16-05-47 - «Vale a pena a caminhada diária matinal para celebrar em tal ambiente, limpidíssimo em tudo, sem luxo, com ordem, bom gosto, caridade. Pois se eles vivem estas palavras na mesa do altar «Ubi Charitas et Amor, Deus ibi est»! Por duas vezes aponta que recusou a gratificação habitual. No último dia anota, com pena: «N.B. Última vez (por ora?) devido a que o Sr. Dr. Xavier chegou».

«Vale a pena a caminhada diária matinal para celebrar em tal ambiente, limpidíssimo em tudo, sem luxo, com ordem, bom gosto, caridade

Inaugurada a pequena Residência de Montes Claros com o sucesso referido e o entusiasmo dos nortenhos, que nela predominavam, o Porto teria de ser o próximo objectivo. O Porto, onde o P. Múzquiz já contava com amigos e que visitou então com o P. Xavier Ayala. E logo nos começos de 1948, em Março, para aí se deslocou o Paco Martínez, ainda sem trabalho garantido, embora desejoso de prosseguir as suas investigações na respectiva Faculdade de Farmácia.


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