Evangelho de terça-feira: a Eucaristia enche-nos de vida

Comentário ao Evangelho de terça-feira da III semana da Páscoa. «Jesus respondeu-lhes: ‘Eu sou o pão da vida’». Jesus ressuscitado espera-nos na Eucaristia para nos dar a sua vida e encher-nos com essa energia com que transformamos o mundo.

Evangelho (Jo 6, 30-35)

Naquele tempo, disse a multidão a Jesus:

«Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: ‘Deu-lhes a comer um pão que veio do céu’».

Jesus respondeu-lhes:

«Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés que vos deu o pão que vem do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo».

Disseram-Lhe eles:

«Senhor, dá-nos sempre desse pão».

Jesus respondeu-lhes:

«Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede».


Comentário

No Evangelho da Missa de hoje, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida ao mundo. Ao lermos esta passagem durante a época pascal, podemos recordar que Cristo vive e que n’Ele está a fonte da vida. Tudo o que é grande e belo no nosso mundo, tudo o que nos enche de energia e nos faz experimentar que vale a pena viver, está de algum modo ligado a Jesus. S. João diz: «Tudo foi feito por Ele, e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens» (Jo 1, 3-4).

Em Jesus temos tudo. Por isso, podemos dizer com as personagens do Evangelho: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». Quando no nosso coração sentimos um vazio ou sentimos que nos falta a força para enfrentar o nosso trabalho diário... que grande remédio temos na participação na Eucaristia! Aí reacendemos a nossa paixão de viver e de levar ao mundo a alegria de saber que somos amados por Deus.

A Missa é o momento de nos deixarmos renovar por Nosso Senhor. S. Josemaria confidenciou a sua própria experiência: «rezando ao pé do altar ao Deus que enche de alegria a minha juventude, sinto-me muito jovem, e sei que nunca me considerarei velho, porque se me mantiver fiel ao meu Deus, o Amor vivificar-me-á continuamente: a minha juventude se renovará como a da águia»[1].

Queremos que esta vitalidade que o Senhor nos dá não permaneça fechada dentro de nós, mas que transborde nas nossas atividades diárias e nas pessoas que encontramos durante o dia. Será útil para nós deixarmos no altar o que temos nas nossas mãos: projetos, sonhos, preocupações. O Senhor o tomará e fará próprio. Deixará de ser algo meramente humano para ser transformado, pela ação da graça, num alimento que dá vida ao mundo.


[1] S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 31.

Rodolfo Valdés // Yan Krukov - Pexels