Vida dos cristãos não é esquizofrénica

Artigo publicado no Diário do Minho sobre a Missa de Acção de Graças que encerrou o ano do centenário do nascimento do fundador do Opus Dei.

“A beleza da santidade brilha em exemplos concretos que nascem e florescem no jardim que é a Igreja.” Foi com estas palavras que D. António Marto terminou a homilia da missa conclusiva do ano centenário do nascimento do fundador do Opus Dei. A eucaristia foi celebrada ontem à tarde, na Sé de Braga.

A vocação universal à santidade foi o apelo dominante da vida e obra de São Josemaría Escrivá, padre espanhol canonizado em 6 de Outubro do ano passado. “Foi este o aspecto central que São josemaría Escrivá tão bem captou para a sua vida e tão bem transmitiu à sociedade na e com a sua obra”, como afirmou o Bispo Auxiliar de Braga.

Citando o santo espanhol, que faleceu em 1975, D. António Marto alertou para o perigo de os cristãos terem uma “vida dupla”. É preciso, explicou o prelado, evitar uma “vida dupla”, isto é, não se pode separar a “vida espiritual” da “vida familiar, profissional”. Ou como também escreveu Josemaría Escrivá, e ontem foi recordado pelo Bispo Auxiliar de Braga, “não podemos ser esquizofrénicos, se queremos ser cristãos”.

Uma advertência importante e necessária, sublinhou, para superar “o momento crítico que vivemos”, próprio de “uma mudança epocal”, que se reflecte na pobreza ou ausência “de valores, de referências fortes, luminosas”, ou então na existência de ideais e valores deformados.

A missa, animada pelo Coro de Maximinos, foi concelebrada, entre outros, pelos cónegos Valdemar Gonçalves e Pio Alves de Sousa, que há poucos dias foram nomeados pelo Arcebispo de Braga Vigário Geral-adjunto da Arquidiocese e Deão do Cabido da Sé Catedral, respectivamente.

Somos santos, fazendo santos

Dirigindo-se às centenas de pessoas que ontem ocuparam a nave central da Sé de Braga, D,António Marto recordou uma homilía do fundador do Opus Dei, que ficou “célebre”, proferida no dia 8 de Outubro de 1967.

“Amar o mundo apaixonadamente”, assim se chamou esta intervenção, feita na Universidade de Navarra (Espanha), marcou a vida de muitas pessoas que, nesta e noutras ocasiões, tomaram consciência de que a vocação à santidade é “universal”, deve ser descoberta na “vida normal, comum”, e só tem valor se for “apostólica”.

Universal, explicou D. António Marto, porque “dirige-se a todos, sem excepção alguma”; “não é apenas para pessoas privilegiadas”, pois “Deus chama a todos e de todos espera amor”, acrescentou citando textos escritos por Josemaría Escrivá. (...)