Termina a viagem ao México: «Peçam a Deus que os torne mais capazes de amar»

Já terminou a viagem pastoral de Mons. Fernando Ocáriz que o levou a estar com muitas pessoas em diversas cidades do México: Aguascalientes, Guadalajara, Monterrey e Cidade do México. Este é o relato da viagem.

Sábado, 12 de novembro

No seu último dia no México, o Prelado teve um encontro com famílias na Expo Santa Fe. Os participantes receberam-no com a “onda mexicana”, enquanto moviam tarjas de cores pelo ar. «Somos cooperadores da verdade –disse o Pe. Fernando na sua primeira intervenção, ao falar da tarefa evangelizadora de todo o cristão–. O próprio Jesus Cristo diz aos apóstolos: Eu sou a Verdade. Por isso, todo o trabalho é cooperar com Jesus Cristo». Para sermos capazes de colaborar com Deus, «é preciso orar sem desfalecer; oração constante é ter a alma dirigida a Nosso Senhor. Até o sono pode ser oração quando o oferecemos a Deus».

Luz María, que é mexicana, conheceu a Obra em Taipé e continuou com os seus meios de formação na Coreia do Sul, é atualmente diretora do Colégio Meyalli. «Passar da diplomacia à educação foi o melhor presente o que recebi», disse. O Prelado do Opus Dei animou-a a ter coração universal: «Reza muito por todo o mundo, porque todo o mundo é nosso, de cada pessoa com coração cristão. Podemos sentir como próprias todas as alegrias, todas as penas, todos os êxitos e fracassos do mundo».

Outro dos presentes falou sobre as dificuldades que viveu durante a pandemia e aludiu especialmente à dor de perder vários familiares por COVID. «É possível ser feliz sofrendo? –foi a reflexão de Mons. Ocáriz–. Sim, é possível com fé e com a graça de Deus. Esta fé no Amor de Deus não nos tira o sofrimento, mas torna possível sermos felizes no meio da dor».

Os testemunhos foram muito variados: Natalia, que é atriz, falou sobre a confiança em Deus; Claudia e Willy fizeram perguntas sobre a vocação dos filhos; Pedro contou da sua recuperação de COVID graças à intercessão de S. Josemaria; uma família contou a tradição das pousadas de Natal no México, e Viviana e Mario cantaram uma canção mexicana conhecida. Fernando fez uma pergunta sobre o centenário da Obra, e o Prelado disse-lhe que «é uma ocasião para meditar que está tudo feito e está tudo por fazer. Está tudo feito porque o espírito já nos foi dado por Deus, e está tudo por fazer na nossa própria vida, em cada uma, em cada um. A Obra já é uma realidade, mas o Senhor quer que se propague, que chegue a muita gente. É um verdadeiro mar sem fim».

Como mensagem final, estimulou a todos a estarem «alegres na esperança e a esquecermo-nos mais de nós próprios para pensar nos outros». Depois de cumprimentar algumas famílias, encaminhou-se para a Villa a despedir-se de Nossa Senhora de Guadalupe e por último apanhou o avião de regresso, depois de uns dias afetuosos em terras mexicanas.

Sexta-feira, 11 de novembro

Mons. Ocáriz teve um encontro de catequese com raparigas que recebem formação cristã em centros do Opus Dei da Cidade do México, Puebla, Morelos, Tlaxcala, Estado do México e Veracruz. Natalia y Fausta contaram alguns episódios da sua passagem por outros países, onde puderam ajudar nos centros de la Obra; enquanto que Jime e Alicia aproveitaram a ocasião para oferecer ao Prelado um quadro da beata Guadalupe Ortiz de Landázuri: »Oxalá o ponha nalgum cantinho da sua casa», exprimiram assim o seu desejo.

Maria, que está no último ano do curso de Enfermagem, contou que abriu contas no TikTok e no Instagram para dar a conhecer a outros as suas aventuras nesse trabalho. Teve muitos ecos positivos. «É Deus que atua através de cada um de nós quando não pomos obstáculos, quando trabalhamos bem e servimos os outros –disse Mons. Ocáriz–. Servir com alegria é um verdadeiro apostolado».

Andrea e María fizeram um truque de ilusionismo que surpreendeu todos os presentes; Zyanya –depois de contar a sua conversão– interpretou uma peça ao violino; Isa fez uma pregunta sobre a pureza no namoro e Geraldine pediu ao Padre que lhes falasse sobre a vocação e o dom do celibato. «Disseste bem: o celibato é um dom –explicou o Prelado–. Por vezes, podemos escolher o mais fácil. Mas é bom pensar: A que me chama Deus? Como vou ser mais feliz?».

No final do encontro, duas das raparigas ofereceram-lhe uma pinhata, dentro da qual vinha um presente da parte de todas elas. Antes de dar a bênção final, animou a rezar pelo Papa Francisco e reiterou o seu desejo de que cada uma encontre «o seu próprio caminho, sendo fiel ao que Deus quiser para cada una».

Quinta-feira, 10 de novembro

O dia incluiu diversos encontros, entre os quais, o realizado com um grupo de senhoras de bastante idade, fiéis da prelatura: contaram-lhe que, todas juntas, somavam 1520 anos na Obra. «Temos sempre motivos para estar contentes –disse-lhes o Prelado– porque Deus nos ama muito. S. Josemaria foi sempre feliz porque –embora tenha vivido situações de muito sofrimento– estava metido em Deus». Falou-lhes também de liberdade interior, de fazer as coisas por amor a Deus, e da disponibilidade para fazer a Obra. Contaram-se histórias sobre as dificuldades durante a pandemia, inquietações apostólicas e desafios na família.

Quarta-feira, 9 de novembro

Na sua catequese deste dia, surgiram perguntas em torno da alegria e da amizade: «O importante é o sorriso por dentro –explicou–. Temos de estar alegres sempre, contentes porque tudo é ocasião de encontro com o Senhor». A propósito de uma pergunta de Sofía –que é enfermeira– sobre o cuidado das pessoas, o prelado encorajou-a a «pedir ao Senhor que nos aumente a caridade, a capacidade de amar».

Nesta quarta-feira, benzeu ainda a primeira pedra de um colégio e cumprimentou o conselho diretivo de uma escola promovida por várias famílias.

Terça-feira, 8 de novembro

De manhã, o prelado esteve com elementos da Direção da Universidade Panamericana e com vários membros da comunidade universitária no campus de Bosque Real. Susana, cubano-mexicana, contou como se encontrou com a Obra através do seu trabalho no IPADE e Yazmín falou do seu trabalho na Universidade, na área de serviço social. O Pe. Fernando animou os presentes a manter um ambiente de diálogo, fundamentado no respeito, na amizade e no interesse autêntico pelos outros.

De tarde, foi ao Colégio Cedros para conversar com jovens de Puebla e de Cuernavaca. Alejandro perguntou como ser melhor amigo dos seus amigos. O prelado respondeu que, como o próprio terá experimentado, a amizade aumenta cuidando de pequenos pormenores: passar um bom bocado com as coisas de que o amigo gosta, escutar com atenção, pontualidade, etc. Para um cristão, ser amigo é ser apóstolo.

Outra pergunta abordou o tema da castidade. «Podíamos dizer –afirmou Mons. Ocáriz– que há dois motivos para desejarmos ser castos: o primeiro e mais decisivo é por amor a Deus, porque Deus assim o quer e, portanto, é bom para nós. O segundo motivo é dado pela experiência humana: a impureza não dá alegria, deixa uma experiência amarga. Viver a castidade, saber amar com o corpo, aumenta a capacidade de amar das pessoas com todas as suas capacidades humanas e espirituais. Quem não valoriza a pureza tende a viver uma vida egoísta. Não é fácil, mas é preciso fiar-se em Deus que nos dá a sua graça».

Mariano contou que está a preparar com um grupo de amigos a Jornada Mundial da Juventude em Portugal. Antes do encontro com o Papa, vão fazer várias etapas do Caminho de Santiago. «Quero preparar-me espiritualmente para esse momento, que conselho me dá?». O Prelado do Opus Dei respondeu-lhe que um dos modos era preparar-se todos os dias rezando mais pelo Santo Padre, pedindo pela sua pessoa e por todas as intenções que tem sobre si, que não são poucas, para que muita gente se aproxime mais de Deus e haja mais unidade dentro da Igreja.

Antes de terminar, perguntaram quais as virtudes mais importantes para os jovens. «Todas as virtudes estão unidas. É necessário crescer nelas com harmonia. Sem dúvida que a primeira é a caridade; mas há alturas na vida em que algumas adquirem importância. Aconselho a sinceridade: sejam sinceros primeiro com Deus, cada um consigo próprio e com os outros».

Segunda-feira, 7 de novembro

O Prelado do Opus Dei viajou a Montefalco, casa de retiros espirituais localizada no estado de Morelos, a sul da capital, onde chegou pouco antes do meio-dia.

Aí recebeu diversos grupos de pessoas. Paty contou-lhe de uma sobrinha, que tem 4 anos e sofre de uma doença grave. Tem muito interesse por conhecer mais a fé católica e é muito piedosa. Mons. Ocáriz disse que o exemplo desta criança pode ajudar a refletir sobre a infância espiritual e o abandono em Deus: «Tenham confiança no Senhor; a mesma confiança que depositavam no vosso pai e na vossa mãe».

Falaram também ao Prelado de que numa paróquia de uma zona distante tinham conseguido comprar píxides grandes de um metal precioso graças à coleta realizada entre todos los moradores. A pessoa que referiu esta iniciativa perguntou a Mons. Fernando Ocáriz quando iria chegar a Obra a áreas tão distantes das capitais: «Onde tu estiveres –disse–, aí está a Obra. Mas cresceremos mais, se forem fiéis».

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Domingo, 6 de novembro

De manhã, houve uma tertúlia geral no Arena Monterrey. Estiveram pessoas provenientes do norte do México, do sul da União Americana e até de alguns países da América Central.

Em primeiro lugar, Mons. Ocáriz pediu orações pelo Papa Francisco. Recordou também a importância de ter fé na oração e de amar muito o Senhor para identificar-se com Ele.

Algumas pessoas quiseram compartilhar algumas impressões, fazer-lhe perguntas e contar episódios vários: desde iniciativas educativas com os mais desfavorecidos, até operações cirúrgicas, passando também pelos impulsionadores da devoção à Mãe de Deus através dos [dançarinos] matachines e do projeto de “La Virgen en todos lados”. «Pode sempre amar-se mais Nossa Senhora. Ela olha-nos com amor e nós devemos corresponder a esse olhar», disse o Prelado.

Nesse tempo de catequese foram abordados muitos temas: a importância das virtudes na educação dos filhos, a redescoberta da amizade, a esperança perante as contrariedades ou o agradecimento que devemos ter para com os migrantes que fortalecem a nossa sociedade.

O prelado do Opus Dei deteve-se especificamente sobre a oportunidade que o sofrimento proporciona quando aparece na vida, para fortalecer a fé, sempre que o experimentemos unidos à Cruz do Senhor. Outros temas foram a necessidade de ser prudentes nas redes sociais, o valor do celibato como dom de Deus e o matrimónio.

No final, Mons. Ocáriz concluiu a tertúlia reiterando a importância de pedir juntos pelo Papa, e pediu orações por toda a Igreja, pela Obra e também por ele.

Sábado. 5 de novembro

No dia 5, Mons. Fernando Ocáriz respondeu, durante um encontro, às perguntas de muitas jovens mexicanas: «É bom conhecer e estudar a própria fé, para sermos capazes de amar mais a Jesus Cristo, que nos chama a identificar-nos com Ele, para sermos felices. Do conhecimento vem o amor por quem nos chama a ser ipse Christus, o próprio Cristo».

Luisa, de Sinaloa, perguntou como se podia preparar melhor para aa Jornada Mundial da Juventude que terá lugar em Lisboa. «Escutem e meditem as palavras do Papa. E também, divirtam-se muito!». Além disso, ofereceram-lhe um lampião proveniente da cidade de Culiacán: «Isto faz-me pensar que todos temos que ser lampiões acesos, para dar luz aos outros e iluminar as suas vidas».

Karina contou como descobriu a sua vocação para a Obra como Numerária Auxiliar pouco depois da morte de 11 mulheres da Obra mexicanas num acidente de automóvel em 2016. «Para seguir a própria vocação –recordou o Prelado– é necessária a oração, pedir luz ao Senhor e pedir conselho. O importante não é pensar que é mais fácil e que é mais difícil; toda a vocação é fácil e toda a vocação é difícil. É fácil com a graça de Deus e é difícil porque todas implicam esforço. O celibato é um dom de Deus muito grande que dá a capacidade de amar muito».

Lilly, Paula e Lucía tocaram uma peça com flauta transversal. Surgiu também uma pergunta sobre como cuidar da nossa fé e sermos coerentes: «A fé é um dom de Deus. Perante alguns ambientes que se opõem à doutrina cristã, primeiro, não devemos assustar-nos, mas manter-nos serenos, e –ao mesmo tempo– sermos prudentes. A primeira prudência é pedir ajuda a Deus. Os próprios apóstolos, tendo Jesus presente, pediam-lhe: Senhor, aumenta-nos a fé».

A equipa de @opusdeitips, uma conta do Instagram que publica conteúdos sobre a mensagem de S. Josemaria, perguntou como transmitir a filiação divina à gente nova. «Os conteúdos que publicam e explicam o que é a filiação divina, já são uma grande ajuda. E depois, transmitam a experiência da alegria de saber-se filhos de Deus às pessoas que tiverem por perto».

No fim, o Prelado dirigiu-se a todas: «Conto com vocês. Não se podem limitar a receber formação cristão; fazem também a Obra connosco».

Sexta-feira, 4 de novembro

Depois de celebrar a Santa Missa no Colegio Liceo Monterrey, em que estiveram presentes muitas famílias, Mons. Ocáriz reuniu-se com um grupo de senhoras. Maru –odontologista– recordou alguns episódios da sua profissão e Sofi falou sobre as amigas que fez na Universidade. Algumas, que vieram dos Estados Unidos, que ficam próximos, pediram orações pelo trabalho apostólico nesse país. O prelado recordou-lhes que no Opus Dei, cada um sente-se em casa, esteja no país em que estiver, «se cuidarmos o ambiente de família e o relacionamento cheio de caridade entre nós».

De tarde, recebeu um grupo de jovens que participam da formação cristã facultada em diversos centros do Opus Dei no Norte do México. Assistiram rapazes de Hermosillo, Culiacán, Chihuahua, Torreón e Monterrey. Falou-se de temas como fé, apostolado, vocação, contrariedades, alegria, esperança e outras questões e problemáticas que os jovens apresentaram com episódios e perguntas.

Mons. Ocáriz animou-os a não se cansarem de aprofundar na formação e de assistir a ela de modo ativo, não só como quem asiste a uma aula, mas procurando como se podem traduzir os ensinamentos da fé católica na própria vida e como integrá-los na jornada quotidiana e nos sonhos pessoais.

Pablo foi o primeiro a intervir; contou como o nascimento de um irmão com paralisia cerebral o ajudou a ele e à sua família a quererem-se mais e a serem mais generosos. «De algum modo –disse-lhe o Prelado–, aí está presente o amor de Deus, e serviu para uma coisa muito importante: a união e generosidade da família; por vezes, estas coisas que podem ter o aspeto de uma desgraça, são na realidade uma bênção de Deus, embora nem sempre seja tão fácil vê-lo assim».

A seguir, Eugenio perguntou «Como vencer o medo das dificuldades?». «A raiz da nossa segurança está sempre em Deus –respondeu o Pe. Fernando– pois nunca estamos nunca estamos longe das mãos de Deus, nem deixados à nossa sorte». Citou também as palavras de S. Paulo: «Se Deus está connosco, quem estará contra nós? Muitas vezes, de que precisamos é de ter mais fé, de pedir al Senhor que nos aumente a fé».

Outro jovem de Monterrey –que também se chamava Eugenio– teve oportunidade de partilhar com o Prelado como se foi aproximando e redescobrindo Deus graças à catequese e às atividades que encontrou em Sillares, um centro do Opus Dei. «A formação –respondeu Mons. Ocáriz– é dirigida à identificação de cada pessoa com Jesus Cristo. Necessitamos de a receber não só para ter informação mais ou menos interessante, mas para que me sirva para conhecer mais o Senhor, amá-l'O mais, e também para atuar mais como Ele, e sentir mais como Ele». Explicou também como Deus quer que todos sejamos santos, mas que compete a cada um descobrir o plano concreto que Deus pensou no seu caso.

Gerardo, de Culiacán, e José Pablo, de Chihuahua, perguntaram como aproximar os seus amigos e irmãos de Deus. «Que se veja a alegria que têm quando se empenham por viver uma autêntica vida cristã. Além disso, rezem muito pelos vossos amigos e aprofundem na amizade».

Sergio, do Clube Roda, perguntou como distinguir a visão humana do que Deus nos quer inspirar. «Pensa na tua oração, fala com Deus, pregunta-lhe. E pede conselho a quem te puder ajudar. Deus respeitará a tua liberdade, mas essa liberdade alcança o seu verdadeiro sentido quando se dirige sempre para o amor, o amor a Deus e, por Deus, aos outros».

Antes de acabar, uns rapazes da zona tiveram oportunidade de cantar o “Corrido de Monterrey”. O Prelado deu a sua bênção a todos, animando-os a serem fiéis, alegres e apóstolos.

Quinta-feira, 3 de novembro

Nesse dia, o Pe. Fernando foi ao Colegio Liceo de Monterrey, cuja formação cristã está confiada à prelatura. As alunas fizeram várias perguntas. Mencionou-se, em diversas ocasiões, a necessidade de ter intimidade com Jesus no Sacrário e fazer-lhe companhia. Depois de algumas cantarem uma canção com guitarra, o Prelado animou-as a estar sempre alegres, e a demonstrarem essa alegria «cantando sempre, pelo menos, por dentro».

Quarta-feira, 2 de novembro

No dia 2 de novembro, o Prelado continuou o seu percurso pelo México. Em Monterrey, ao norte do país, reuniu-se com um grupo de filhas suas em Los Pinos, um centro onde se organizam muitos retiros espirituais. Começou por falar do empenho de que cada cristão necessita para querer formar-se sempre um pouco mais. Chayo e Mariana contaram diversos episódios, e o Prelado aproveitou para animar as presentes a terem sempre bom humor. Ana Lucía perguntou como cultivar amizades profundas: «Interessem-se genuinamente por cada uma –disse Mons. Ocáriz–, e cuidem sempre a proximidade da oração».

A seguir, Angie deu-lhe as boas-vindas em tarahumara, uma língua indígena, e pediu-lhe para voltar em breve. Outra das presentes perguntou que devia acontecer para que o Opus Dei tivesse uma presença maior na Serra Tarahumara. «S. Josemaria dizia sempre que, se queremos ser mais, temos de ser melhores, começando cada uma por si mesma, com o seu trabalho, com a sua oração».

Edith referiu-se aos seus recentes batismo, primeira comunhão e confirmação, e cantou também –com acompanhamento à guitarra– uma canção popular mexicana. As intervenções prosseguiram. Antes de partir, o prelado recordou que «não nos despedimos, porque estamos sempre muito próximos».


Terça-feira, 1 de novembro

O Prelado do Opus Dei dedicou boa parte da manhã a visitar doentes, e a conversar com casais que impulsionam diversas iniciativas educativas (Lar, Forsa e FAPACE). Aproveitou também para conhecer o colégio Los Altos, onde esteve a falar com algumas alunas.

Depois teve uma reunião na Universidad Panamericana Campus Guadalajara com pessoas que trabalham em colégios, na Universidade e na Escola de Negócios Ipade. Nessa ocasião, mencionou muitas vezes a importância do trabalho que faz cada pessoanas referidas instituições. «Não é melhor trabalho – disse – o que faz o reitor da Universidade do que o de uma pessoa que só dá uma aula por semana, porque – como dizia S. Josemaria – é melhor o trabalho que for feito com mais amor de Deus».


Segunda-feira, 31 de outubro

De manhã, Mons. Fernando Ocáriz reuniu-se com um grupo de filhas suas para conversar sobre os desafios profissionais e apostólicos entre as colegas de trabalho e com outras amigas. De tarde, foi rezar à Virgem de Zapopán, em Jalisco.


Domingo, 30 de outubro

No segundo dia da sua visita a Guadalajara, o prelado teve uma tertúlia com estudantes universitários na Universidade Panamericana.

Em nome de todos os jovens que frequentam o clube de Cauda, Álvaro ofereceu a Monsenhor Ocáriz um álbum do Campeonato do Mundo, no qual, em vez dos jogadores de futebol, se podem ver os rapazes que recebem formação cristã nesse centro. Álvaro contou então como começou a ensinar catecismo a crianças pequenas. Como não sabia se o fazia bem, perguntou como explicar o amor de Deus a uma pessoa que não parece estar interessada. «Depende das circunstâncias – disse o Prelado –; não há uma fórmula mágica. O que é sempre necessário é acompanhar a formação com a oração, com a tua oração. Por vezes não é fácil ensinar porque não conheces essa pessoa ou essa criança, mas por isso pedes ao Espírito Santo o dom de línguas, pedes-Lhe luz para que lhes chegue a mensagem de fé».

Diego perguntou então: «Como podemos saber a que é que Deus nos chama?» A vontade do Senhor, respondeu Mons. Fernando Ocáriz, normalmente não se manifesta de uma forma evidente, «por isso é muito importante rezar, pedir luz e força para decidir. Por vezes sabemos que Ele nos chama, mas falta-nos querer segui-l'O». O Prelado falou do celibato e comentou que constitui –para quem recebe esta chamada– um dom muito grande: «O celibato apostólico é uma doação de imenso amor a Deus, e, através de Deus, a todo o mundo». Expressou que seria um erro ver o celibato como um grande sacrifício, e recordou as palavras que Jesus dirige muitas vezes aos seus apóstolos nos Evangelhos: «Não tenhais medo».

Entre uma pergunta e outra, houve também tempo para curtos espetáculos: José Andrés, que vive na residência universitária de Altovalle, cantou a canção "Cuando Sale La Luna". Santiago realizou um truque de ilusionismo que despertou os aplausos da audiência.

Poncho, um rapaz de Aguascalientes, e José Maria, de San Luis Potosí, fizeram perguntas semelhantes: como posso aproximar os meus amigos de Deus? O Prelado do Opus Dei falou da importância da amizade e da oração no apostolado: «Trata-se de saber transmitir, através do afeto e do carinho, aquilo que se traz dentro de si, que é a verdadeira alegria da relação com Deus, que não limita a nossa vida, mas multiplica a felicidade. Citando S. Josemaria, recordou que «o que é preciso para conseguir a felicidade não é uma vida cómoda, mas um coração enamorado».

Mais tarde, o Prelado conversou durante algum tempo com algumas jovens que recebem formação cristã em centros do Opus Dei, que o receberam com a canção "Cielito lindo". Começou o encontro precisamente refletindo sobre a sorte que supõe assistir a aulas para conhecer a fé católica e aprofundar na vida espiritual, de modo a poder aproximar-se de Cristo.

Rosita contou-lhe o seu processo de conversão, graças ao acompanhamento que recebeu desde o primeiro momento em Jaltepec, um colégio onde estuda no ensino preparatório. Durante este tempo foi descobrindo o valor dos sacramentos e decidiu receber a Primeira Comunhão e a Confirmação há poucos meses.

As perguntas dos participantes centraram-se no ambiente difícil que está a viver no Estado. O Prelado encorajou a não perder a esperança, a reconhecer que Deus é um Pai que cuida de nós. Recordando uma ideia de S. Josemaria, salientou que «pode-se chorar, pode-se sofrer, mas estar tristes, não».

Antes de concluir, Jimena ofereceu-lhe uma Nossa Senhora que foi pintada por todas as raparigas que participam na catequese, desde a mais nova até à mais velha.


Sábado, 29 de outubro

Durante o seu primeiro dia em Guadalajara, o Prelado do Opus Dei teve um encontro com fiéis e amigos da Prelatura que começou com a canção "México, lindo y querido", cantada ao som do mariachi.

Seguindo o Evangelho do dia, Mons. Ocáriz falou sobre a humildade, e recordou que S. Josemaria salientava que esta virtude nos leva a reconhecer as nossas falhas, mas que também revela a nossa grandeza de sermos filhos de Deus.

Por ocasião do seu 56º aniversário de casamento, um casal perguntou como poderiam afinar na fidelidade. «A fidelidade –respondeu o Prelado–, está em amar-se cada dia mais. Toditos e toditas, como se costuma dizer aqui em Guadalajara, temos defeitos. Há que nos amarmos como somos.

Aproveitando a proximidade do Campeonato do Mundo, uma família subiu ao palco para lhe apresentar uma camisola da seleção mexicana de futebol com o seu nome marcado nas costas. No final do encontro, Daniela cantou "Paloma Querida", acompanhada por Álvaro no violino, enquanto duas raparigas vestidas de Catrinas (um dos ícones mais representativos da cultura mexicana no Dia dos Mortos) ofereceram-lhe um ramo de flores.


Sexta-feira, 28 de outubro

O Prelado deslocou-se a Aguascalientes, uma cidade situada no centro norte do México. Ali teve lugar um encontro geral de catequese no Centro de Convenciones San Marcos.

Uma das intervenções foi a de Francisco, que se definiu como «o homem mais novo do local», apesar dos seus 105 anos. A sua filha contou a grande devoção do pai ao Santo Rosário. A propósito desta referência, o prelado convidou os presentes «a rezar e a recorrer a Maria com maior devoção».

Também comentou que o espírito cristão não se pode impor, «mas que deve ser transmitido, porque é aquilo que temos no coração: não dar lições, mas transmitir com alegria». Mons. Ocáriz também falou da importância da Santa Missa e voltou a convidar todos a viver muito unidos ao Papa e a rezar por ele.

Outra das perguntas foi de Gonzalo Quesada, pai de família da cidade de Querétaro, que trabalha como organizador de eventos, especialmente de casamentos. Contou que aproveita essas celebrações para animar os futuros esposos e transmitir-lhes experiências para se manterem unidos e crescerem no amor ao longo do tempo. Perguntou ao Prelado como manter a relação com Deus ao longo do dia e este aconselhou-o a pensar que Jesus o espera em cada tempo de oração e em cada ato de piedade, porque «Ele, na sua grandeza, quis necessitar do nosso afeto».

Outra pessoa contou a ajuda que um amigo tinha recebido graças à intercessão do Bto. Álvaro depois de um acidente de automóvel, estando atualmente de boa saúde. Mons. Ocáriz agradeceu esse favor a Deus e convidou todos a ter fé na oração, a acreditar que Ele nos escuta quando Lhe pedimos algo: «A sua ação é sempre eficaz, apesar de não vermos o resultado, porque a oração não se perde».

Michelle Raymond, diretora do departamento de Arte e Cultura da Universidade Panamericana, contou que tinha trabalhado com os estudantes num musical baseado em “Os Miseráveis”; alguns alunos envolvidos apresentaram a peça “One Day More”.

O encontro prosseguiu com uma pergunta sobre como viver a castidade no namoro; por seu lado, uma jovem quis saber como se chamava o anjo da guarda do Prelado. Umas jovens cantaram uma canção usando a música de “Pescador”, composta para a vinda do Papa João Paulo II ao México, alterando a sua letra para fazer alusão à vinda do Prelado.

O encontro terminou com outra canção: “Pelea de gallos”, uma canção emblemática de Aguascalientes, cantada por uma professora e um professor da Universidade Panamericana, acompanhados por um jovem charro que manejava a reata ao som da música.


Quinta-feira, 27 de outubro

De manhã, o Prelado cumprimentou algumas famílias mexicanas que aproveitaram para o felicitar pelo seu aniversário que coincidia com o primeiro dia em terras mexicanas.

Pela tarde, esteve na Basílica de Guadalupe, para celebrar a Missa. Durante a homilia, convidou os presentes a «não admitir o pessimismo nem o desânimo», mas a «fortalecer o nosso ânimo mediante a fé na assistência, na presença de Deus em nós, reconhecendo-nos filhos de Deus em Jesus Cristo; filhos de um Deus que é amor, que tudo sabe e tudo pode».

Pediu aos numerosos fiéis presentes que acompanhassem o Papa Francisco e toda a Igreja com a oração e recordou que o México, «que recebeu tantas bênçãos de Deus, tem uma responsabilidade especial em ser sal e luz nos cinco continentes, começando pelas casas de família e pelos lugares de trabalho».

Ao terminar a Missa, todos os presentes cantaram “Morenita mía”, recordando a visita feita por S. Josemaria Escrivá em 1970 à antiga Basílica de Guadalupe, na qual se entoou também essa canção.