Há cinco décadas, o irmão de Florence Auma animou-a a tirar um curso de ciências domésticas em Nairobi. Os olhos de Florence brilham ao contar a sua experiência e como a formação que recebeu a ajudou, bem como às suas colegas, a encarar de modo profissional as tarefas domésticas. “Kibondeni foi para nós como uma família” diz ela. “Estava longe de casa, mas sempre me senti em casa.”
Em 1961, um grupo de mulheres jovens, vindas de Espanha e da Irlanda, inspiradas por S. Josemaria, começou um programa de formação na Escola Kibondeni, onde seis raparigas quenianas iniciaram um curso de ciências domésticas. A novidade deste empreendimento destacou-se na época colonial em que a educação em geral e a profissão hoteleira em particular, estavam reservadas aos homens. Em 1969, seis anos após a independência, o governo do Quénia reconheceu a necessidade desta iniciativa, aprovando formalmente Kibondeni e elogiando a sua missão de melhorar os padrões de vida das mulheres jovens ao dar-lhes as competências técnicas necessárias para se tornarem auto-suficientes.
Passadas cinco décadas, a Escola transformou a vida de mais de três mil jovens através dos seus cursos a tempo inteiro, bem como do programa que oferece cursos de curta duração, feitos à medida, para mulheres. Actualmente forma mais de 350 estudantes por ano e, em 2016, foi reconhecido pela Swiss Social Impact Evaluation por ter atingido com sucesso o seu objetivo de habilitar economica e socialmente jovens provenientes de zonas marginalizadas.
Para iniciar as celebrações das bodas de ouro, foi realizada uma Procissão Eucarística na Escola em outubro de 2018. Pouco depois, o então Núncio Apostólico no Quénia, o Arcebispo D. Charles Daniel Balvo celebrou lá uma Missa de Ação de Graças . Em junho de 2019, o Arcebispo de Nyeri, D. Anthony Muheria, benzeu a Ermida de Nossa Senhora, recentemente construída. A cerimónia recordou a visita do Bem-Aventurado D. Álvaro a Kibondeni em 1989, durante a qual citou o exemplo de serviço dado pela Virgem Maria.
No dia 17 de setembro de 2019, Florence Auma reuniu-se com várias colegas dos anos 60 num cocktail em honra de benfeitores e sócios do Colégio. Foram homenageados dirigentes da indústria hoteleira, do governo local e dos governos espanhol, belga e alemão. Também estiveram presentes alunas dos começos da Escola, bem como as suas famílias.
Tabitha trabalha na administração da Estalagem do Parque dirigida por Radisson. “Quanto a mim, o que mais aprecio em Kibondeni é que formou a pessoa que sou agora. A formação não era só quanto a competências; aprecio o facto de que se preocuparam em fazer de mim uma pessoa melhor.”
Josephine está entre as graduadas da 50º grupo, que terminou a 10 de janeiro de 2020. Recorda particularmente o facto de ter participado na Samsung Hotblast Competition, em que o Colégio foi vencedor.
Enquanto as festividades continuam, as ambições de centenas de jovens que atravessam diariamente os corredores do Colégio misturam-se com os sonhos daquelas que começaram este empreendimento há cinquenta anos.