Os projetos Harambee em Moçambique, Angola e Cabo Verde apoiados por portugueses

Nos últimos três anos, HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL tem trabalhado mais intensamente com países africanos de língua portuguesa, contribuindo para o estreitamento de laços com estes países irmãos.

HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL é uma associação sem fins lucrativos que tem como um dos seus objetivos angariar fundos para a promoção de projetos de desenvolvimento na África subsaariana.

Em 2018, colaborou com a Associação Dignity, sediada na província de Tete, nonorte de Moçambique, na criação de quatro ateliês profissionais – cozinha, costura, artesanato e desenho/serigrafia – destinados a 60 jovens da região. Para além desta formação profissional, estes 60 jovens receberam aulas de informática, gestão, contabilidade e direito, com o objetivo de criarem as suas próprias microempresas e se irem tornando financeiramente independentes.

Trata-se de uma região muito pobre, onde as jovens têm perspetivas de futuro muito limitadas – em especial as raparigas – e onde o abandono escolar é elevado.

Além de chegar a estes jovens, o projeto também beneficiou um conjunto de monitoras – raparigas um pouco mais velhas, algumas já com responsabilidades familiares –, que puderam desenvolver as suas competências e auferir um pequeno salário nesse período.

Uma delas foi Imaculada Quembo (foto em baixo, à esquerda), a quem este salário permitiu, no ano seguinte, custear os transportes, o material escolar e as fardas do Instituto Médico de Ciências da Saúde, cumprindo um sonho que acalentava há muito.

Imaculada Quembo e Lúcia

Outra é a Lúcia José, uma jovem criativa de moda, que ensinou os alunos de artesanato a fazer sandálias. Concluído o projeto, Lucinha – que não se deixa deter pelas dificuldades – abriu uma banca no mercado, onde também comercializa estes produtos, enquanto vai esperando por uma oportunidade para desenvolver o seu génio criativo.

Também a Liliana Carlos, que foi monitora de cozinha, é uma jovem cheia de iniciativa. Já antes de participar neste projeto tinha aberto um pequeno snack para vender os bolinhos com que se sustentava, e à família.

Liliana aprendeu os segredos da culinária e da gestão.

Neste processo, Liliana descobriu os segredos de uma gestão bem-sucedida: querendo oferecer concorrência às outras mulheres que vendiam a seu lado, percebeu que, para baixar ligeiramente o preço dos seus bolos, teria de lhes reduzir ligeiramente o peso para continuar a ter lucro!

Terminado este projeto, a Associação Dignity Moçambique continua a crescer, com novos projetos e um claro compromisso com a solidariedade. Assim, no Natal desse ano, as alunas prepararam um lanche para as crianças da sua comunidade, aplicando o que tinham aprendido no ateliê de cozinha.


Em 2019, HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL colaborou com a Associação PROMAICA, uma associação angolana, na realização do Projeto KULIKUASSA, de alfabetização de mulheres daprovíncia da Lunda Sul, uma das mais afetadas pela guerra civil que devastou o país entre 1975 e 2002.

Estas mulheres, jovens e menos jovens, com famílias a seu cargo, perderam a oportunidade de aprender a ler, escrever e contar na sua juventude, por razões diversas. Com esta ferramenta, abrir-se-lhes-ão novos horizontes e poderão melhorar um pouco o seu estatuto profissional e ajudar os filhos.

Estão 95 pessoas inscritas no curso de alfabetização.

O projeto começou com 50 alunas, às quais se juntaram alguns rapazes que não quiseram perder esta oportunidade, mas ao longo do primeiro período de aulas foram aparecendo mais candidatos e, no final, eram já 95 as pessoas inscritas no curso de alfabetização. Este projeto tem ainda a vantagem de dar trabalho a quatro professores locais, numa zona em que o emprego é escasso.

Alice Matuca e Virgínia Mutunda são duas das beneficiárias deste projeto.

A D. Alice tem 58 anos e gostava de aprender a ler e escrever porque tem uma grande vontade de identificar as letras do seu nome. Virgínia tem 40 anos e o que mais lhe custa é ver que os filhos lhe pedem ajuda para os trabalhos da escola, uma ajuda que não pode dar-lhes porque não sabe ler.

No final do primeiro período, feitas as avaliações, a taxa de aproveitamento foi de 75 %, o que mostra bem o trabalho realizado.

As alunas também se mostravam satisfeitas com os resultados. Uma delas, Anabela Francisca, escrevia as suas impressões.

O projeto prolongou-se para 2020, mas foi interrompido em março, devido às condições criadas pela difusão do Coronavírus. Será retomado assim que as condições de saúde o permitirem.


Finalmente, em 2020, HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL aprovou o Projeto Surisu na Rôstu, proposto pelo Centro de Intervenção Comunitária do Bairro do Fonton, na Cidade da Praia, emCabo Verde. Trata-se de um projeto de apoio ao estudo de crianças entre os 6 e os 10 anos, que habitam um bairro com muitas carências.

O projeto de apoio ao estudo no Bairro do Fonton apoia crianças entre os 6 e os 10 anos

O Centro de Intervenção Comunitária tem procurado apoiar estas crianças, contribuindo para melhorar o seu rendimento escolar com atividades de apoio ao estudo e outras atividades paralelas, que também as mantêm ocupadas num espaço seguro.

A crise do Coronavírus, que também afetou Cabo Verde de forma decisiva, impediu que o projeto avançasse na data prevista, mas tal acontecerá assim que as autoridades sanitárias o permitirem.

Fonte: HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL

Pode realizar um donativo para estes projetos neste link


HARAMBEE ÁFRICA INTERNATIONAL é uma instituição que surge para:

1.Financiar projetos em África feitos por pessoas de África para ajudar pessoas de África.

2.Divulgar um olhar positivo sobre áfrica. Nesse âmbito, criou o Prémio Internacional Harambee Comunicar África

Surge em 2002, quando se solicitou às 300.000 pessoas que participaram na cerimónia em que o Papa João Paulo II canonizou o Fundador do Opus Dei, Josemaria Escrivá, que doassem 5,00€ para financiar projetos de desenvolvimento em África.

Escrivá foi o grande impulsionador da primeira escola inter-racial em África, Strathmore College, hoje Strathmore University, no Quénia.

Aquilo que começou como apoio pontual a propósito de uma canonização tornou-se depois uma ação regular. Os projetos apoiados são muito variados, e não têm de ser projetos de instituições católicas, ou sequer com orientação religiosa.