Vídeo do Prelado do Opus Dei em Valência e Múrcia

De 8 a 12 de junho, Mons. Fernando Ocáriz participou em encontros com diferentes grupos de pessoas – famílias, jovens, membros do Opus Dei e amigos – em Valência e em Múrcia.


Álbum de fotografias (Flickr)


Valência, 8-10 de junho

No dia 8 de junho, Valência recebeu com os braços abertos Mons. Ocáriz, que pela primeira vez visitava esta cidade do leste de Espanha como Prelado do Opus Dei.

Chegou ao fim da tarde e alojou-se em La Lloma, uma casa de retiros localizada a poucos quilómetros da cidade. S. Josemaria esteve aí em distintas ocasiões. Deixou recordações inesquecíveis das catequeses de 1972, das tertúlias e das suas palavras de alento para todos.

Nos dias em que o Prelado esteve em Valência, recebeu demonstrações de afeto enviadas desde todos os lugares que compõem a delegação do Opus Dei de Aragão e Levante. Desde Huesca até Cartagena, passando por Saragoça, Teruel, Valência, Castellón, Alicante, Ilhas Baleares, Albacete e Múrcia. E pôde cumprimentar, em tertúlias familiares ou em pequenos encontros, distintos grupos de famílias, de gente jovem e de pessoas mais velhas, de sacerdotes, etc.

Sexta-feira, dia 9, começava uma intensa jornada, que se prolongará até segunda-feira, dia 12. O Prelado do Opus Dei quis que a primeira visita da sua estadia em Valência fosse para saudar ao recém-nomeado Arcebispo metropolitano, Monsenhor Enrique Benavent.

Imediatamente depois, tal como fez S. Josemaria na primeira vez que viajou a Valência em 1936, foi rezar à Virgem dos Desamparados, padroeira de Valência, para colocar sob o seu amparo o trabalho que vai levar a cabo nestes dias. Acompanharam-no o reitor da basílica, que organizou a visita de modo que Mons. Ocáriz pudesse beijar a imagem e venerá-la no seu camarim. Rezou diante da “Mare de Déu”, especialmente visitada durante estes dias em que se celebra o centenário da sua Coroação e o fim de um ano jubilar mariano.

Teve vários encontros com jovens que recebem formação cristã nos centros da Obra. Em todos eles falou da necessidade de transformar em vida tudo o que aprendem, para o poderem transmitir aos outros. Às várias questões que lhe foram colocadas, respondeu insistindo na necessidade do encontro pessoal com Cristo, de fazer oração pessoal: «Só a partir da segurança da fé é que podemos ajudar os outros e também enfrentar as nossas próprias dificuldades. A oração é uma força muito grande. S. Josemaria disse com plena convicção que na Obra a única arma que temos é a oração», disse.

Além disso, durante um período de descanso após o jantar, falou com profissionais ligados à universidade que lhe contaram histórias sobre os seus trabalhos num ambiente ameno e descontraído.

O sábado foi um grande dia: entre outras reuniões, o Prelado teve dois encontros com famílias provenientes de Aragão, Castellón, Valência e das Ilhas Baleares.

Tal como noutras ocasiões, o Prelado pediu orações pelo Papa Francisco, pela sua recuperação e por todas as preocupações da Igreja. Apresentou a proximidade da celebração do Corpus Christi como uma ocasião para refletir sobre a entrega de Deus por nós:

«Dá-me muita alegria estar aqui convosco. E a primeira coisa que me vem à mente é que amanhã é a grande festa de Corpus Christi. E, logicamente, como nos ensinou S. Josemaria, a Eucaristia é, tem de ser, o centro, a raiz da nossa vida espiritual, da nossa vida, portanto. É necessariamente raiz porque é de onde provém toda a força de Deus para nós, o que torna possível que a nossa oração seja eficaz. É um mistério de amor, como gostava de dizer S. Josemaria; de fé e de amor, porque é amor de Deus por nós. E é um mistério de fé para nós, porque temos de ter muita fé. Crer firmemente neste grande modo de amor de Deus, que é a Eucaristia. É raiz, mas tem de ser também centro. E isso já depende mais de nós, de que façamos realmente o esforço de centrar a nossa vida espiritual à volta da Eucaristia, à volta da força que tem o sacrifício de Cristo».

Os participantes acolheram o Prelado com grande afeto e, apesar do número de pessoas reunidas, confidenciaram-lhe as suas preocupações num ambiente familiar. Foram abordados temas como o apostolado apesar das dificuldades do ambiente, a dor pelo sofrimento da morte de um filho, o desejo de viver bem a vocação a que cada um foi chamado, a intensidade de um trabalho que dificulta o cumprimento das nossas obrigações familiares, o envolvimento dos pais na educação dos filhos... Em muitas destas intervenções, Mons. Fernando Ocáriz aproveitou para recordar a necessidade de confiar em Deus, que tanto nos ama, de ver o sofrimento olhando para a cruz de Cristo, e de aceitar com total liberdade essa entrega máxima.

A Elena e Nacho, um jovem par que se casará em breve e que sente um certo temor diante desta mudança de vida, recordou as palavras de S. Josemaria: “aquele que tem medo não sabe amar”, animando-os a vencer o temor com mais amor.

Estrella, que trabalha num tribunal de violência contra a mulher, transmitiu-lhe a dor e o sofrimento que vê diariamente e perguntou-lhe como acompanhar cada pessoa que sofre. O Prelado respondeu-lhe que «Deus não é indiferente ao mal e, portanto, perante o mal que vemos no mundo, devemos rezar pelas pessoas, e não nos acostumarmos». Incentivou-a também a ajudá-las, para além do estritamente profissional, na medida em que a sua posição o permita.

Um tema que esteve presente em muitas das tertúlias com o Prelado foi a amizade: «A amizade tem um valor em si mesma, e quando é um valor autêntico, é já um apostolado», disse numa das suas intervenções

Os cooperadores da Obra sentiram-se especialmente interpelados despois da pergunta de Jorge, que desde há 30 anos colabora nos apostolados da Obra. Mons. Fernando Ocáriz recordou-lhes a necessidade desse apoio e a alegria que supõe esse sacrifício.

Amparo perguntou como é que podemos aprender a perdoar. O Prelado respondeu referindo-se a umas palavras de S. Josemaria que dizia que a coisa mais divina da nossa vida é perdoar a quem nos causou dano. E continuou: «Como é que podemos perdoar quando nos sentimos ofendidos ou feridos por alguém? Amando. E como é que podemos amar as pessoas? A partir do coração de Jesus Cristo, vendo os outros como alguém por quem Cristo deu a vida. E depois também pedindo perdão. Pedir perdão é estupendo, e além disso, traz alegria. Não humilha, pelo contrário, dá alegria».

Entre um acontecimento e outro, o Prelado pôde cumprimentar algumas famílias, ouvir e partilhar as suas alegrias e penas. No domingo, deslocar-se-á a Múrcia para estar com os seus filhos e filhas dessa cidade e também de Albacete, Alicante, Elche e Cartagena.


Múrcia, 11 de junho

Se Múrcia na primavera brilha de forma especial, a visita do Prelado de ontem, domingo, acrescentou muitas mais cores e matizes. Por toda a casa de Casón de la Vega – onde ocorreram as tertúlias e os encontros – flui essa alegria que trazem as boas reuniões de família.

Uma sala a abarrotar e um intenso aplauso acolhem o Prelado para a primeira tertúlia. Inma e Javier dão as boas vindas a Mons. Fernando Ocáriz da parte de todos os presentes. Depois das suas palavras, soa na boca de Rafa, o Bolero a Múrcia, uma canção que fala da horta, de Múrcia e da Virgem da Fuensanta. Se as terras murcianas parecem um Éden – como canta a letra desta canção – mais que nunca, hoje é uma festa.

Juan Carlos, de Cartagena, conta que, na sua família, costumam utilizar muito a expressão “Qué bien estamos!”, como uma maneira de dar graças a Deus e como expressão de abandono. Mas há dois anos viveram a doença da sua mulher – um cancro – e do seu filho Javier, de 7 anos – uma leucemia –. Quando contaram à criança aquilo por que teria de passar, decidiu oferecer tudo pelos sacerdotes; e agora, recuperado, dá um emotivo abraço ao Prelado com um grande carinho.

Pilar e Carlos são supranumerários, de Elche, e trabalham como médicos em prisões. Perguntaram a Mons. Fernando Ocáriz como poderiam através da sua profissão redescobrir e amar mais essas pessoas que estão em situações tão difíceis. O Prelado animou-os a verem-nos não só como pessoas com dignidade, mas como criaturas de Deus, a quem Deus ama, e fomentar com elas – na medida do possível – uma certa amizade: «Ver essas pessoas como alguém a quem o Senhor ama e a quem os está a amar também através do teu carinho. Na medida em que seja oportuno, fá-las compreender também a elas que não estão sós, que Deus as ama. Para a frente: é um trabalho duro mas profundamente humano e profundamente cristão, também.

Em seguida Manolo pergunta como ter o mesmo entusiasmo que tinha S. Josemaria para pôr em andamento projetos que humanamente nos superam. Mons. Fernando Ocáriz recordou as palavras que o fundador do Opus dei repetia em muitas ocasiões: «Meus filhos, se eu, quando o Senhor me fez ver a Obra no ano 28, com a idade que tinha, sem meios, se eu tivesse dito não posso, onde estaríeis vós». O Prelado animou os presentes a enfrentar as dificuldades e a pedir ajuda a outros, porque ser generosos proporciona uma grande felicidade, ainda que às vezes possa custar esforço.

Ao terminar, depois da bênção, despediu-se animando todos os presentes a estarem «contentes, aconteça o que acontecer porque Deus está connosco».

À tarde, às cinco e meia, volta a encher-se o mesmo lugar. Pablo e Lola transmitem ao Prelado o afeto em nome de todos e dão-lhe as boas-vindas. Contam-lhe que todos os presentes gostariam de o receber nas suas casas, da forma que os murcianos recebem um pai: com as portas de casa bem abertas, uma boa mesa posta e sem que faltem os paparajotes, um doce típico da zona.

Pepe dedicou-se durante muitos anos à canção de modo profissionalmente. Conta ao Prelado que atualmente fá-lo de uma forma altruísta, num lar de idosos em Cartagena e na UCI do hospital de Santa Lucia. Agora é a voz de Pepe a que arrancam com a canção “Três vezes guapa“ que quer dedicar a Nossa Senhora e que anima todos cantar em coro o refrão.

O carinho de todos manifestou-se com diversos presentes: Vicky e o seu marido, que trabalham no ramo da cutelaria, trouxeram-lhe uma navalha realizada por eles próprios, porque em Albacete, oferecer uma navalha como presente é manifestação de amizade e afeto. Também de Albacete, Miguel, que tem uma oficina de automóveis, fez um divertido truque de magia diante de todos os presentes. Duas sócias da Associação Juvenil Albedaya entregaram-lhe um cartão de sócio honorário. Um grupo de pais convidou-o a formar parte da sua equipa de futebol entregando-lhe a camisola do clube.

Carmen pediu-lhe Conselho para que o cansaço não nos leve ao mau humor e para que, deixando-nos levar, não tratemos mal a quem mais amamos. O Prelado animou a que, para além de procurar descansar o suficiente e de pôr meios humanos, recorresse à ajuda do Senhor. «Quando estamos preocupados, cansados, esforçarmo-nos por sorrir para fazer a vida agradável a outra pessoa pode, por vezes, exigir um grande esforço. Mas é um esforço que podemos fazer por afeto a essa pessoa e também para oferecer esse esforço ao Senhor como sacrifício».

Por ocasião da pergunta de Asun, Mons. Fernando Ocáriz animou-nos a refletir sobre a cena do Evangelho em que Jesus Cristo encontra-se com a samaritana. «O Senhor responde-lhe de um modo que nos calha muito bem a todos. Diz-lhe: se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede de beber… Tudo aquilo que Deus nos pede, ainda que aparentemente pareça um sacrifício, ainda que humanamente suponha um esforço, uma renúncia, na realidade é um enorme dom de Deus». E comentou que qualquer que seja a vocação, se Deus a pede, é um grande dom para a pessoa e também para a família.

Especialmente emotivas foram as últimas palavras deste encontro familiar: «Dá-me muita alegria estar em Múrcia, apesar de ter sido tão pouquinho tempo, e é tão pouquinho tempo que, se a vida me der oportunidade, procurarei voltar».

Regressou a Valência após uma intensa jornada. Em La Lloma esperava-lhe uma surpresa que acabou por não poder realizar-se por causa da chuva: os valencianos queriam agradecer ao Prelado a sua estadia, recordando os fogos-de-artifício que lançaram na catequese que realizou S. Josemaria em 1972 nesta cidade. Não foi possível que do terraço de La Lloma Mons. Fernando Ocáriz visse estampadas no céu as palavras “Viva el Padre!” num espetáculo de cor e cheiro a pólvora. Mas esta chuva inesperada foi um símbolo da chuva de graça, paz e alegria que a estadia do Prelado deixou em Valência e em Múrcia.