Papa recorda quem perdeu familiares na pandemia

Após rezar o Angelus do dia da Sagrada Família, o Santo Padre dirigiu o seu pensamento em particular “às famílias que nos últimos meses perderam um familiar ou foram provadas pelas consequências da pandemia”

O Papa Francisco dirigiu a oração do Angelus deste domingo na Biblioteca do Palácio Apostólico, para “colaborar com as disposições dadas pelas Autoridades e para ajudar a todos a escapar desta pandemia.”

“o Filho de Deus quis ter necessidade, como todas as crianças, do calor de uma família”

Dirigindo-se a quem o acompanhava pelos meios de comunicação, o Papa chamou a atenção para o facto de que “o Filho de Deus quis ter necessidade, como todas as crianças, do calor de uma família”, e precisamente por isso, “porque é a família de Jesus, a de Nazaré é a família modelo, em que todas as famílias do mundo podem encontrar o seu ponto de referência seguro e uma inspiração segura. Em Nazaré brotou a primavera da vida humana do Filho de Deus, no momento em que Ele foi concebido pela ação do Espírito Santo no seio virginal de Maria.”

A família evangeliza com exemplo de vida

Jesus passou a sua infância com alegria na Casa de Nazaré, envolvido “pela solicitude maternal de Maria e pela solicitude de José, em quem Jesus pôde ver a ternura de Deus”.

Ao imitar a Sagrada Família, somos chamados a redescobrir o valor educativo do núcleo familiar: isso requer que seja fundado no amor que sempre regenera as relações, abrindo horizontes de esperança. Em família poder-se-á experimentar uma comunhão sincera quando ela é casa de oração, quando os afetos são sérios, profundos, puros, quando o perdão prevalece sobre a discórdia, quando a dureza quotidiana do viver é amenizada pela ternura recíproca e pela serena adesão à vontade de Deus. Desta forma, a família abre-se à alegria que Deus dá a todos aqueles que sabem dar com alegria. Ao mesmo tempo, encontra energia espiritual para se abrir ao exterior, aos outros, ao serviço dos irmãos, à colaboração para a construção de um mundo sempre novo e melhor; capaz, por isso, de ser portadora de estímulos positivos; a família evangeliza com o exemplo de vida.

Com licença, desculpa, obrigado

somos humanos, somos fracos, e todos temos às vezes este fato que discutimos em família”.

O Papa recordou que nas famílias existem problemas, que às vezes se discute, “mas somos humanos, somos fracos, e todos temos às vezes este fato que discutimos em família”. Mas a recomendação, já feita em outras oportunidades, é que não se acabe o dia sem fazer as pazes, pois “a guerra fria no dia seguinte é muito perigosa”. E recordou as três palavras fundamentais para que o ambiente em família seja bom: "com licença", "desculpa", "obrigado". “Não ser invasivos”, agradecer sempre, pois “a gratidão é o sangue da alma nobre”, e depois pedir desculpa. Das três, esta última é a mais difícil de dizer.

A oração de Francisco pelas famílias marcadas pelas feridas da incompreensão e da divisão

Penso também nos médicos, enfermeiras e todo o pessoal de saúde cujo grande empenho na linha de frente do combate à propagação do vírus teve repercussões significativas na vida familiar

Após rezar o Angelus, ao saudar as famílias, grupos e fiéis que acompanham pelos meios de comunicação, o Santo Padre dirigiu o seu pensamento em particular “às famílias que nos últimos meses perderam um familiar ou foram provadas pelas consequências da pandemia. Penso também nos médicos, enfermeiras e todo o pessoal de saúde cujo grande empenho na linha de frente do combate à propagação do vírus teve repercussões significativas na vida familiar”.

O Papa também confiou ao Senhor “todas as famílias, especialmente as mais provadas pelas dificuldades da vida e pelas feridas da incompreensão e da divisão. O Senhor, nascido em Belém, conceda a todas a serenidade e a força para caminharem unidos no caminho do bem”.

Fonte: Vatican news