Papa: A fecundidade da nossa vida depende da oração

"Dos frutos se reconhece a árvore. Uma vida verdadeiramente cristã dá testemunho de Cristo”. Palavras do Papa Francisco no Regina Coeli deste domingo. Francisco enviou também uma mensagem por ocasião da XXV Peregrinação Nacional dos Acólitos, reunidos em Fátima, destacando o exemplo da Beata Alexandrina de Balazar.

No Regina Coeli deste V Domingo de Páscoa, o Papa Francisco recordou mais uma vez que não podemos viver como cristãos sem permanecer unidos ao Senhor. Ao falar sobre o Evangelho do dia, no qual lê-se: “Não há videira sem ramos” e que “os ramos não são autossuficientes, mas dependem totalmente da videira, que é a fonte de sua existência”, analisou o verbo “permanecer”.

"Permanecei em mim como eu em vós", disse Jesus aos apóstolos antes de ir junto ao Pai. “Esta permanência – afirma Francisco - não é uma permanência passiva, um "adormentar-se" no Senhor, deixando-se acomodar pela vida. Não é isso. O permanecer n’Ele que Jesus nos propõe é um permanecer ativo, e também recíproco. Porquê? Porque os ramos sem a videira não podem fazer nada, eles precisam da seiva para crescer e dar frutos”. Do mesmo modo a videira precisa dos ramos, “é uma necessidade mútua, é um permanecer recíproco para dar frutos."

Esta permanência não é uma permanência passiva, um "adormentar-se" no Senhor, deixando-se acomodar pela vida. Porque os ramos sem a videira não podem fazer nada.

“Mas também Jesus, assim como a videira com os ramos, também precisa de nós. Talvez pareça audacioso dizer isso, e então nos perguntamos: em que sentido Jesus precisa de nós? Ele precisa do nosso testemunho. O fruto que nós, como ramos, devemos dar é o testemunho da nossa vida cristã”

Os discípulos devem continuar a anunciar o Evangelho com a palavra e com as obras, afirma o Papa. E fazem isso “testemunhando o seu amor: o fruto a ser dado é o amor”.

A fecundidade da nossa vida depende da oração

Como podemos fazer isso?, pergunta-se o Santo Padre. A resposta está em Jesus que nos diz: "Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vós o tereis".

"A fecundidade da nossa vida depende da oração. Podemos pedir para pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas com os olhos de Jesus. E assim amar os nossos irmãos e irmãs, começando pelos mais pobres e sofredores, como Ele fez, e amá-los com o seu coração e levar ao mundo frutos de bondade, frutos de caridade, frutos de paz”.

Por fim o Santo Padre concluiu confiando-nos “à intercessão da Virgem Maria”. E disse: “Ela sempre permaneceu totalmente unida a Jesus e deu muitos frutos. Que ela nos ajude a permanecer em Cristo, em seu amor, em sua palavra, para testemunhar o Senhor Ressuscitado no mundo”.

Ela sempre permaneceu totalmente unida a Jesus e deu muitos frutos. Que ela nos ajude a permanecer em Cristo

"Sê santo", mas "sê original"

Por ocasião XXV Peregrinação Nacional dos Acólitos, no Santuário de Fátima, Francisco enviou uma mensagem que foi lida na missa de abertura do encontro, no último sábado (1). O Pontífice recordou os desafios de quem serve ao Altar e exortou os jovens a serem santos e originais: colocando “todo o entusiasmo da idade no encontro com Jesus escondido sob o véu eucarístico” e oferecendo-Lhe “as tuas mãos, os teus pensamentos e o teu tempo, Ele não deixará de te recompensar.”

O Papa, trouxe o exemplo dos Santos que encontraram na Eucaristia “o alimento para o caminho de perfeição, senão mesmo da vida corporal”, como o Santo Cura d'Ars e a Beata Alexandrina de Balazar - 14 anos alimentando-se apenas da Eucaristia: “quantas vezes eles se comoveram até às lágrimas na experiência de tão grande mistério”, lembrou Francisco, vivendo “horas indescritíveis de alegria diante do Santíssimo Sacramento”. A primeira coisa que pede Jesus, assim, é ser santo; a segunda, afirmou o Pontífice, é ser original, como exorta o tema da peregrinação deste ano. O próprio Beato Carlo Acutis já observava que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias”.

A primeira coisa que pede Jesus, assim, é ser santo; a segunda, afirmou o Pontífice, é ser original

Por isso, o Papa encorajou os acólitos a não copiar o modo de ser e de viver a santidade dos outros, através de um pensamento já compartilhado na sua Exortação Apostólica “Christus vivit”. São testemunhos que pode ser úteis para estimular e motivar, mas não para copiar:

“Tens de descobrir quem és e desenvolver o teu modo pessoal de seres santo, independentemente daquilo que digam e pensem os outros. Fazeres-te santo é tomar-te mais plenamente tu próprio, aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia. A tua vida deve ser um estímulo profético que sirva de inspiração para os outros, que deixe uma marca neste mundo, aquela marca única que só tu poderás deixar. (nº 162)”


Fonte: https://www.vaticannews.va/