Fotos e homilias das Missas em honra de S. Josemaria em Portugal

Apresentamos um apontamento de reportagem de algumas celebrações em algumas cidades portuguesas: Lisboa, Porto, Braga e Funchal.

Em atualização. Se tiver imagens ou textos de outras celebrações em Portugal agradecemos que envie por Whatsapp (+351 914 249 925) ou por e-mail para info.pt@opusdei.org

Veja onde decorreram as celebrações este ano 

1. Braga

2. Funchal 

3. Lisboa

4. Porto

Braga (Sé Catedral)

A Sé de Braga encheu-se de famílias na tarde da última segunda-feira, para celebrar a habitual Eucaristia da festa em honra de S. Josemaria Escrivá, fundador Prelatura do Opus Dei. «O que não é habitual é vermos, no adro de uma missa de segunda-feira, carrinhos de bebé, crianças, jovens, casais novos de classe média, pais, avós todos juntos, em grande alegria.

Não fora, de facto. S. Josemaria o santo do quotidiano, como lhe chamou S. João Paulo II, o santo da chamada universal à santidade, da santificação do trabalho e das realidades do dia a dia», pode ler-se numa nota enviada ao Diário do Minho. A celebração foi presidida pelo cónego Manuel Fernando Sousa e Silva que, com quase 90 anos, é conhecido como um dos primeiros sacerdotes agregados da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, nesta região. 

No final da Eucaristia, animada por um coro de famílias, os presentes puderam venerar as três relíquias de S. Josemaria que existem em Braga: uma na Sé Catedral, oferecida pelo Beato Álvaro del Portillo, primeiro sucessor do fundador; e outras duas que correspondem aos dois centros da Prelatura da cidade. Recorde-se que no mesmo dia houve celebrações similares em Famalicão, Ribeirão, Barcelos, Mesão Frio, em Guimarães; e um pouco por todo o país.


Funchal (Sé do Funchal)

D. Nuno Brás presidiu este sábado, dia 25 de junho, na Sé do Funchal a uma Eucaristia com que assinalou a festa do Imaculado Coração de Maria e em que fez também memória de São Josemaria Escrivá, sacerdote católico que fundou a Opus Dei, em 1928.

Na sua breve homilia, o prelado refletiu sobre esta festa que “olha para Nossa Senhora e encontra este Coração Imaculado, quer dizer um coração não dividido, mas um coração que procura”.

De resto, prosseguiu, “a Virgem Maria, como acabamos de escutar no Evangelho é aquela que procura Jesus” e que “procura Jesus porque mesmo O tendo encontrado, que O quer conhecer melhor”, mesmo sendo Aquela que O conhece melhor que ninguém, “quer segui-l'O, quer estar com Ele”.

Na verdade, lembrou D. Nuno Brás, “toda a vida da Virgem Maria é este seguir Jesus, a sua vida é um coração que procura Jesus, um coração que procura ser sempre discípulo do Senhor, que procura o Seu rosto, que procura conhecê-l'O cada vez melhor”.

E este é também, constatou o prelado, “um dos pontos essenciais que São Josemaria nos ensinou: esta procura do rosto de Deus, esta procura incessante de Jesus, este deixamo-nos identificar cada vez mais com Ele”.

E por fim também “o coração da Virgem Maria é um coração que procura o irmão, é um coração que procura os discípulos de Jesus, porque a história da Igreja demonstra-o de uma forma muito clara: onde existem cristãos aí existe um santuário mariano; onde existem cristãos aí existe uma aparição da Virgem Maria; onde existem cristãos aí existe um sinal deste Coração Imaculado de Maria, que nos procura a todos e a cada um”.

Prosseguindo, o prelado lembrou no seu coração “todos e cada um de nós tem um lugar importante no coração de Mãe”, que “a cada um de nós Ela quer ajudar” de cada um “ela quer ser próxima” e conduzir-nos “ao conhecimento, ao encontro com Jesus”.

“E dimensão do apostolado que é testemunho, que é vida vivida que é também um convite, que é também ajuda aos outros para que conheçam melhor o Senhor Jesus é qualquer coisa que está também muito presente em toda a vida de S. Josemaria”.

Ele que foi apelidado pelo Papa São João Paulo II de ‘santo da vida quotidiana’. Que entendia ser possível «cumprir a vontade de Deus no trabalho, contemplar a Deus no trabalho, trabalhar por amor a Deus e ao próximo, converter o trabalho em meio de apostolado, dar às coisas humanas um valor divino» e que nestas palavras resumia o carisma, ao mesmo tempo contemplativo e ativo, do Opus Dei.

“Que nós sejamos capazes também disso mesmo, que nós sejamos constantemente aqueles que procuram o rosto de Deus, mesmo que o Senhor já nos tenha encontrado”, porque “queremos conhecê-lo cada vez mais a cada dia que passa”, frisou o bispo do Funchal, para concluir a sua reflexão desejando que “sejamos capazes de ser estes que dão espaço aos irmãos, que procuram o irmão e o ajudam a conhecer também este rosto de Deus”.

A terminar a celebração, o prelado manifestou ainda o desejo de que “possamos perceber, a cada dia, como Deus realiza em nós a salvação”.

Notícia publicada no Jornal da Madeira


Lisboa (Igreja de Nossa Senhora de Fátima)

Mensagem do Sr. Núncio Apostólico, Mons. Ivo Scapolo no final da Santa Missa da memória de São Josemaria Escrivá em Lisboa

Reverendo Cónego Luís Alberto, Pároco de Nossa Senhora de Fátima,  Reverendo Mons. José Rafael Espírito Santo, Vigário Regional do Opus Dei, Reverendos Sacerdotes, Diáconos, Religiosos, Queridos irmãos e irmãs em Cristo Ressuscitado,

Antes de concluir a Santa Missa celebrada na memória de S. Josemaria Escrivá, desejo agradecer o convite que me dirigiram, na qualidade de Representante Pontifício; trata-se de um lindo gesto de comunhão com o Santo Padre, sinal e fundamento da unidade de toda a Igreja.

Este encontro é para mim uma bela ocasião para expressar o meu apreço por todo o trabalho pastoral que o Opus Dei realiza em Portugal, em diversos setores e de diferentes maneiras, revelando sempre um intenso zelo apostólico; assim as pessoas são ajudadas a viver a experiência de um encontro pessoal com Jesus Cristo, que dá sentido e beleza a cada momento desta nossa peregrinação terrena.

Ao celebrar a memória de S. Josemaria Escrivá, faço votos para que o carisma que Deus concedeu à Igreja mediante a santidade de vida deste sacerdote se mantenha sempre vivo; que se expresse de maneira eficaz para alcançar o objetivo final de toda a obra apostólica: a salvação das almas. Trata-se de um objetivo fascinante, que nos responsabiliza a todos, de maneira especial pelas múltiplas dificuldades e desafios que a Igreja deve enfrentar no mundo de hoje, sobretudo onde há guerra e perseguição e terrorismo, fome, doença e pobreza, erros doutrinais assim como ignorância ou indiferença religiosa. A quantidade e a dimensão das dificuldades e das tragédias humanas não devem paralisar-nos, antes estimular a nossa fé, esperança e caridade para promover o bem material e espiritual das pessoas.

Confio estas intenções à intercessão da Virgem Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, e de S. Josemaria Escrivá, e dou, em nome do Santo Padre, uma solene Bênção, propiciadora das graças necessárias para continuar a colaborar eficazmente na realização da grande obra de Deus.

+ Ivo Scapolo, Núncio Apostólico


Homilia de Mons. José Rafael Espírito Santo, Vigário Regional do Opus Dei em Portugal (Lisboa) 

Caríssimo D. Ivo Scapolo, Excelentíssimo Núncio Apostólico, caríssimo Cónego Luís Alberto, pároco de Nossa Senhora de Fátima, caríssimos padres, caríssimas irmãs e caríssimos irmãos.

Damos graças a Deus por nos reunirmos aqui, de novo, em tão grande número, para agradecer a vida de S. Josemaria, fundador do Opus Dei, e a sua intercessão por nós.

E, no contexto desta celebração, ouvimos as palavras que Jesus dirige a cada um: “faz-te ao largo! Lançai as redes para a pesca!”. A celebração da Eucaristia torna presente e renova de modo particular o mistério da salvação. E é portanto na Eucaristia que a Palavra de Deus nos fala com mais força e com mais atualidade. Hoje, recordando S. Josemaria, a Palavra de Deus diz-nos que Deus nos chamou à existência para trabalhar e para cuidar da Criação, que somos filhos de Deus, e que nos pede ajuda para que Cristo reine em todas as nações. Hoje, Jesus sobe para a barca do teu coração: pede a tua fé, as tuas redes, o teu trabalho, para chegar aos que O não conhecem, e andam errantes, tropeçando pelos caminhos da vida sem saber para onde ir.

Este ano, vivemos circunstâncias muito particulares: estamos no rescaldo da pandemia e na sombra escura da inquietação da guerra, com as suas ameaças e dramas.

Assim, queria ir procurar alguma luz em três pontos do livro Caminho que nesta celebração nos encham de esperança e audácia.

1. Um primeiro ponto:

“Um segredo. – Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos. – Deus quer um punhado de homens «seus» em cada atividade humana. – Depois... «Pax Christi in regno Christi» – a paz de Cristo no reino de Cristo” (Caminho, n. 301).

Uma crise de proporções mundiais, como esta, é um apelo de Deus a viver mais perto d’Ele, a ser mais santos. Santidade na vida corrente, sem coisas extravagantes. Nas palavras do Papa Francisco, “santidade ao pé da porta”.

O que é a santidade? É falar com Deus como um amigo fala com o seu amigo. É deixar que o amor de Deus nos transforme, nos torne iguais a Jesus e nos leve a torná-Lo presente à nossa volta, apesar dos nossos erros e defeitos.

O Papa disse numa ocasião que, de alguma maneira, cada um de nós deve continuar a escrever o Evangelho. O Evangelho contém a vida, as palavras e as obras de Jesus. E nós, que estamos chamados a ser outro Cristo, o próprio Cristo, temos a missão de continuar as obras e as palavras de Jesus.

Poderíamos pensar: como é isso possível? Eu tenho muitos erros, muitos pecados, muito egoísmo… Recorda o leproso que diz a Jesus: “Senhor, se quiseres podes limpar-me…” Vai também tu ao sacramento da confissão e continua a escrever o Evangelho com Jesus a dizer só a ti: “Quero, fica limpo”, “vai e não tornes a pecar”. Recorda Pedro a negar o Mestre, e depois arrependido a dizer “Senhor, Tu sabes tudo, sabes que eu te amo”. Recorda Jesus amigo de publicanos e pecadores, Jesus que fez da samaritana, pecadora, uma discípula, Jesus que chamou o malvisto e detestado Mateus para que O seguisse... Recorda Jesus, e verás que essas são as páginas do Evangelho para tu escreveres hoje. Aí, entre os teus, em todas as tuas atividades, seres “seu”, de Cristo, para que Jesus estabeleça o seu reinado de Amor e de Paz.

2. Um segundo ponto do Caminho:

“És, entre os teus, alma de apóstolo, a pedra caída no lago. – Produz, com o teu exemplo e a tua palavra, um primeiro círculo...; e este, outro... e outro, e outro... Cada vez mais largo.

Compreendes agora a grandeza da tua missão?” (Caminho, n. 831).

Que exemplo é o teu? Provavelmente é o exemplo de alguém que, como S. Josemaria dizia de si mesmo, se sente apenas um “pecador que ama a Jesus Cristo”. E que palavra é a tua? A tua palavra de compreensão, de pedido de desculpa pelos teus erros, de alento, de acolhimento pois vem precedida da escuta sem preconceitos.

Vamos agitar as águas estagnadas e apodrecidas do pessimismo, do conformismo, da visão rasteira da vida. E provoquemos uma onda que salte todas as barreiras e deixe correr a água clara e limpa da alegria dos filhos de Deus.

Na tua família, sorri e está disponível para o que for necessário, prescinde das tuas preferências e vai ao encontro dos gostos dos outros.

Aos teus amigos, às famílias que conheces, em particular às que estão frágeis, dá ânimo, conforto, esperança.

No trabalho, semeia paz, alegria, concórdia onde muitas vezes encontras crispação, maledicência e deslealdade.

Se te encontras entre os que estão doentes, os que sofrem injustiças ou alguma contradição mais forte, possibilita que a revolta, o ressentimento, o desespero, não envenenem o coração e anima a olhar para o Céu, para o nosso Bom Pai que não nos abandona nunca.

Na universidade ou na escola, onde talvez poucos saibam, como tu sabes, o que é a alegria de ter Jesus como o melhor Amigo, desperta os colegas e professores de uma eventual surda indiferença e ignorância em relação às Jornadas Mundiais da Juventude do próximo ano.

Na tua ação social, ajuda em concreto os necessitados à beira do teu caminho ou em tua casa, e promove e colabora em iniciativas de solidariedade.

Na intervenção cívica, reforça pouco a pouco a mudança cultural na afirmação luminosa da vida, da justiça social, do matrimónio, da efetiva liberdade de escolha na educação, do cuidado da casa comum. Com a consciência de que não há soluções únicas, cada um com a sua responsabilidade e liberdade, contribuindo para que essa mudança cultural conduza à mudança das leis que não respeitam a dignidade humana.

Na tua paróquia, no âmbito eclesial onde estás inserido, reforça a unidade na Igreja, acompanha e contribui para a renovação que Deus nela quer fazer pelo caminho sinodal, na fidelidade à Tradição e na novidade que o Espírito Santo nos sugere.

Se queremos construir a paz, então devemos, além de rezar, ser a pedra caída no lago do ambiente onde vivemos. Não por sermos melhores, mas por ser Deus a enviar-nos e por procurarmos ser “seus”.

3. Que vamos levar desta celebração? Qual é o mar alto onde Jesus nos faz ousadamente entrar?

Cada um fale agora com Jesus no seu coração e oiça as boas inquietações que Ele inspira. Não fiques na praia, a lamentar-te e a remendar as redes sujas e rotas, bloqueado pelo desânimo: “andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada”. Ouve Jesus, e com Pedro diz: “na tua palavra, lançarei as redes!”

Na tua relação com Deus. Faz-te ao largo na tua oração, melhora a tua amizade com Deus, investe mais na tua formação.

Depois, derivando da tua intimidade com Deus, desperta, em tudo o que constitui a tua vida, a consciência da missão que Jesus te confia: “não temas. Daqui em diante serás pescador de homens”. Faz-te ao largo na correspondência à vocação, à chamada de Jesus para O seguires de perto agora, e dares um sentido divino à tua passagem por este mundo. É o que vem no ponto n. 1 do Caminho:

“Que a tua vida não seja uma vida estéril. – Sê útil. – Deixa rasto. – Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor.

Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo que levas no coração”.

Termino pedindo a S. Josemaria que hoje nos encha o coração de desejos de correspondência ao amor de Jesus, e que a todos nos leve pelo caminho seguro que é o amor confiado a Maria Santíssima.


Porto (Igreja da Santíssima Trindade)

No Porto o Sr. D. Pio (Bispo auxiliar do Porto) celebrou uma missa no dia 27 na igreja da Santíssima Trindade, às 19h com a presença de um bom número de fiéis, alguns do Opus Dei, muitos cooperadores e amigos, rapazes e raparigas. 

A homilia o Sr. D. Pio comentou os textos das leituras, animando a meditar a Sagrada Escritura: S. Josemaria ensinou-nos a ler, a ouvir, a Palavra de Deus não como meros espetadores de algo acontecido, mas como protagonistas ou atores secundários (tanto vale!) de uma realidade viva, de agora, de hoje, que a Palavra de Deus põe à nossa frente. A propósito do texto do evangelho da pesca milagrosa referia que todos estamos na barca de Pedro, e que por vezes desanimados, nos entretemos simplesmente a lavar as redes, mas se estivermos atentos a Jesus Cristo, serão necessários um, dois, muitos barcos, para recolher toda a pesca.

Fez referência ao ano da família, encerrado pelo Papa Francisco um dia antes, com um desafio apaixonante, de enorme atualidade, e que Deus não nos pede que façamos muito ou façamos pouco: pede-nos que façamos tudo que está ao nosso alcance. Terminou dizendo que o exemplo e a intercessão de S. Josemaria nos ajudem a sermos filhos de Deus, herdeiros leais e fiéis: no jardim, na seara, na barca de Pedro.  No final da celebração D. Pio entreteve-se cumprimentando a algumas das pessoas presentes.