Em que se parecem Dickens e o Papa Francisco?

Com este título, a jornalista Claudia Peiró, apresenta em Infobae.com o novo livro do padre Mariano Fazio, “O Universo de Dickens, uma lição de Humanidade”.

No dia 13 de novembro de 2015 o padre Mariano Fazio apresentou em Buenos Aires, o seu novo livro O Universo de Dickens, uma lição de Humanidade, no quadro do programa de obtenção do Diploma em Cultura Argentina do CUDES. A jornalista comenta que com este livro, o autor nos introduz no mundo do escritor da "opção pelos pobres" na Inglaterra vitoriana.

Mons. Fazio, foi acompanhado pelo professor Pedro Luis Barcia, atual Presidente da Academia Argentina de Educação e diretor do programa. A seguir, um resumo da nota de Infobae.com

"Hoje em dia é necessário transmitir os valores com os clássicos", sugeriu o padre Fazio. É o que ele se propôs fazer a partir da vasta obra do seu autor favorito, Charles Dickens.

O universo de Dickens. Uma lição de humanidade é uma incursão nova em algo que, em palavras de Barcia, não é crítica literária clássica, mas "um livro de compreensão humana a partir da literatura". "Fazio não se ocupa de estruturas narrativas”, o livro é antes “uma galeria de almas", explicou.

O livro abre com uma apresentação da vida de Dickens. Vem de seguida um capítulo no qual o autor desenvolve as três caraterísticas desse universo literário. Como resumiu na apresentação, Dickens é o novelista da vida quotidiana, das pessoas comuns; mas além disso, "de Dickens pode dizer-se que fez uma opção preferencial pelos pobres"; e a terceira caraterística é a alegria e esperança de viver, porque há uma vida transcendente.

Um escritor pré-bergogliano, poderia dizer-se. Ou a simplicidade e a contundência de uma ideia cristã da vida. A que o Papa Francisco prega diariamente a partir de Santa Marta. "A mensagem é que a alegria não está em que a vida nos corra bem mas em dar-se aos outros – diz Fazio. Os grandes personagens de Dickens são os que se esquecem de si: Ester, a pequena Dorrit (Amy), a segunda esposa de David Copperfield, etc.".

"As verdades de Dickens são sobre a natureza humana. O que é isso que me diz hoje?", disse Fazio, explicando a pergunta que foi estruturando o seu livro.

"Agora vejo pessoas reais e penso: este é como aquele ou aqueloutro personagem. Aquele que dogmatiza (isto é assim, é de lei natural), o que está com cara séria quando todos estão alegres", salientou o autor.

No livro, Fazio inclui uma citação na qual Dickens descreve a grande cidade, que bem pode adaptar-se à realidade atual de qualquer das grandes urbes que conhecemos: "Coração de Londres, cada batimento teu tem uma moral! Ao contemplar o teu indomável trabalho, em que não influirá nem um ápice a morte, nem a ânsia de vida, nem a dor, nem a alegria exterior, parece-me ouvir uma voz dentro de ti que penetra no meu coração, que me ordena, enquanto passo por entre a multidão, que pense no mísero desgraçado que passa junto de mim e, posto que sou homem, não me afaste com desprezo e orgulho de nada quanto tenha forma humana". Um parágrafo com claros ecos das advertências do papa Francisco contra "a cultura do descarte", o egoísmo e a indiferença para com o muito disso que tem, como diz Dickens "forma humana".

Esperando que sirva ao leitor o universo dickensiano, como lhe serviu a ele, acrescenta: "Num mundo onde tantas vezes prevalecem a violência, a fealdade, o interesse egoísta, parece-me que podem ajudar algumas das visões de Dickens 'passadas de moda', que enchem o ambiente de generosidade, pureza, capacidade de se dar aos outros".

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