O que é e em que consistirá o reino dos céus?

No último domingo do ano litúrgico, celebra-se a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do universo. Jesus Cristo é definido como "rei" para um reino que não terá fim. A sua realeza permaneceu oculta durante seus trinta anos de vida em Nazaré.

O seu reino é um reino eterno e o seu domínio perdurará de geração em geração. (Dan 3, 100).

O reino de Cristo não é um modo de dizer, nem uma imagem de retórica. Cristo vive, também como homem, com aquele mesmo corpo que assumiu na Encarnação, que ressuscitou depois da Cruz e subsiste glorificado na Pessoa do Verbo juntamente com a sua alma humana. Cristo, Deus e Homem verdadeiro, vive e reina e é o Senhor do mundo. Só por Ele se mantém na vida tudo o que vive.
Mas então porque é que não aparece agora em toda a sua glória? Porque o seu reino não é deste mundo, ainda que esteja no mundo. Replicou Jesus a Pilatos: Eu sou Rei! Para isto nasci, e para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Aqueles que esperavam do Messias um poderio temporal visível, enganavam-se: porque o Reino de Deus não consiste em comer e beber, mas em paz, justiça e alegria no Espírito Santo.

Cristo que passa, n. 180


A perfeição do reino - o juízo definitivo de salvação ou de condenação - não se dará na Terra. Agora o reino é como uma semente, como o crescimento do grão de mostarda. O seu fim será como a rede que apanhava toda a espécie de peixes, donde - depois de trazida para a areia - serão extraídos, para destinos diferentes, os que praticaram a justiça e os que fizeram a iniquidade. Mas, enquanto aqui vivemos, o reino assemelha-se à levedura que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até que toda a massa ficou fermentada.

Cristo que passa, n. 180


Um reino no dia-a-dia

Não há situação terrena, por mais pequena e vulgar que pareça, que não possa ser a ocasião de um encontro com Cristo e uma etapa da nossa caminhada para o Reino dos Céus.

Cristo que passa, n. 22


o meio das ocupações de cada jornada, no momento de vencer a tendência para o egoísmo, ao sentir a alegria da amizade com os outros homens, em todos esses instantes o cristão deve reencontrar Deus. Por Cristo e no Espírito Santo, o cristão tem acesso à intimidade de Deus Pai, e percorre o seu caminho buscando esse reino, que não é deste mundo, mas que neste mundo se inicia e prepara.

Cristo que passa, n. 16


Ele vale muito mais que tudo o resto

Considera o que há de mais formoso e grande na terra..., o que apraz ao entendimento e às outras potências..., o que é recreio da carne e dos sentidos...
E o mundo, e os outros mundos que brilham na noite; o Universo inteiro. - E isso, junto com todas as loucuras do coração satisfeitas..., nada vale, é nada e menos que nada, ao lado deste Deus meu! - teu! - tesouro infinito, pérola preciosíssima, humilhado, feito escravo, aniquilado sob a forma de servo no curral onde quis nascer, na oficina de José, na Paixão e na morte ignominiosa e na loucura de Amor da Sagrada Eucaristia.

Caminho, n. 432


Você escreveu: "símile est regnum cælorum" - o Reino dos Céus é semelhante a um tesouro ... Esta passagem do Santo Evangelho caiu na minha alma, se enraizando. Eu a li tantas vezes, sem tirar seu coração, seu sabor divino ".

Tudo ... tudo tem que ser vendido pelo homem discreto, para conseguir o tesouro, a preciosa margarita de la Gloria!

Forja, n. 993


Em Cristo, temos todos os ideais: porque é Rei, é Amor, é Deus.

Caminho, n. 426


Ganha-se com a luta santa de cada instante

Alguns comportam-se, ao longo da sua vida, como se o Senhor tivesse falado de entrega e de conduta reta só àqueles a quem isso não custasse (não existem!) ou aos que não precisassem de lutar.
Esquecem-se de que, para todos, Jesus disse: "o Reino dos Céus arrebata-se com violência", com a luta santa de cada instante.

Sulco, n. 130


Um reino para todos

O reino dos céus é semelhante a um pai de família que, ao romper da manhã, saiu a contratar operários para a sua vinha. Conheceis já a narração: aquele homem volta à praça em diferentes ocasiões para contratar trabalhadores, sendo uns chamados ao romper da aurora e outros muito perto da noite.
Todos recebem um denário: o salário que te tinha prometido, isto é, a minha imagem e semelhança. No denário está impressa a imagem do Rei. Esta é a misericórdia de Deus, que chama a cada um de acordo com as suas circunstâncias pessoais, porque quer que todos os homens se salvem. Mas nós nascemos cristãos, fomos educados na fé, fomos escolhidos claramente pelo Senhor. Esta é a realidade. Então, quando vos sentis chamados a corresponder, mesmo que seja à última hora, podereis continuar na praça pública a apanhar sol, como muitos daqueles operários, porque lhes sobrava tempo?
Não nos deve sobrar o tempo. Nem um segundo. E não exagero! Trabalho há sempre. O mundo é grande e são milhões as almas que não ouviram ainda falar claramente da doutrina de Cristo. Dirijo-me a cada um de vós. Se te sobra tempo, medita um pouco: é muito possível que vivas no meio da tibieza, ou que, sobrenaturalmente, sejas um paralítico. Não te mexes, estás parado, estéril, sem realizar todo o bem que deverias comunicar aos que se encontram a teu lado, no teu ambiente, no teu trabalho, na tua família.

Amigos de Deus, n. 42


A porta do paraíso

Esta é a chave para abrir a porta e entrar no Reino dos Céus: "qui facit voluntatem Patris mei qui in coelis est, ipse intrabit in regnum coelorum" - quem faz a vontade de meu Pai..., esse entrará!

Caminho, 754


Olhai: para a nossa Mãe, Santa Maria, jamais deixamos de ser pequenos, porque Ela nos abre o caminho até ao Reino dos Céus, que será dado aos que se tornam meninos. De Nossa Senhora nunca nos devemos afastar. Como a honraremos? Tendo intimidade com Ela, falando com Ela, manifestando-lhe o nosso carinho, ponderando no nosso coração os episódios da sua vida na terra, contando-lhes as nossas lutas, os nossos êxitos e os nossos fracassos.

Amigos de Deus, n. 290