"Cuidar da minha família é um verdadeiro trabalho profissional"

Testemunho de Virginia McGough, dona de casa de Cheshire, Grã Bretanha. É casada, tem cinco filhos.

Parece-me que o aspecto dos ensinamentos de São Josemaría que teve maior repercussão na minha vida é a filiação divina. O saber que sou uma filha amadíssima de Deus, e que tudo o que acontece na minha vida foi querido ou permitido por Ele, dá-me uma segurança maravilhosa, uma grande paz. É claro que, algumas vezes (muitas para ser franca), perco essa paz. Fico nervosa e acabo por gritar com os meus filhos. Mas é então que os ensinamentos de Josemaría Escrivá sobre a importância de rectificar, de voltar ao nosso Pai Deus com a confiança de um menino que sabe que o seu pai está desejando que peça perdão para que tudo fique a bem, são maravilhosos. E uma vez que pedi perdão ao meu Pai Deus, é fácil pedir perdão aos meus filhos e ao meu marido.

Penso que este aspecto é grandemente relevante no século XXI. Vivemos numa época em que pensa que podemos planear tudo, e, na realidade, não podemos! Parece-me que a muitas pessoas ajuda dizer-lhes: “Olha, não podias ter previsto o que aconteceu, mas não te preocupes, o teu Pai Deus sim, e ama-te. Jesus Cristo morreu por ti, e agora não te vai abandonar”. Este raciocínio pode salvar muitas pessoas do peso acabrunhante de uma preocupação excessiva.

Outro aspecto que me encanta é o de que temos de santificar o nosso trabalho e que, para mim, cuidar da minha família é um verdadeiro trabalho profissional. Esta ideia desafia, na realidade, a teoria generalizada de que o único trabalho verdadeiro é o remunerado e de que uma mulher que deixa uma profissão para tratar da família está a desperdiçar a vida. Tivemos recentemente um recenseamento da população, e uma das perguntas era: “Estaria disposta a aceitar um trabalho, se lhe oferecessem algum?” E eu pensei: Que julgam que estou a fazer, a pintar as unhas? Que maravilhoso contraste o que apresenta Josemaría Escrivá! Graças a ele, sei que tratar do meu marido e dos meus filhos é uma vocação nobre. Estou a ajudar a formar santos, e por um santo nunca é demasiado o que fazemos. Estes ensinamentos ajudam-me especialmente nas coisas pequenas. Ao fim e ao cabo, grande parte da vida consiste em coisas pequenas: pôr em ordem tudo quando termino cada tarefa, por amor; oferecer o trabalho de lavar as peúgas que cheiram mal pela Igreja no Cazaquistão; escutar um dos filhos quando me sinto esgotada e ansiando por cinco minutos de paz; ser atenciosa com um vendedor que telefona precisamente na altura em que estou a servir o almoço...

Este relato foi publicado no folheto "A alegria dos filhos de Deus", de Alberto Michelini.