Consagração das famílias dos fiéis do Opus Dei

Desde 1951, no Opus Dei pede-se com especial intensidade à Sagrada Família de Nazaré, no domingo que se segue ao Natal, pelas famílias dos fiéis da Obra. Neste artigo apresenta-se a oração e alguns apontamentos sobre a sua origem.

Todos os anos, no Opus Dei, se consagram à Sagrada Família de Nazaré as famílias de todos os fiéis da Obra. Desde 1951 renova-se anualmente a Consagração, pedindo — como reza a fórmula — para que Deus encha de bênçãos os pais e irmãos dos membros do Opus Dei e se aproximem da grande família que é a Obra.

Recolhemos um trecho:

«Ó Jesus, nosso amabilíssimo Redentor, que ao vires iluminar o mundo com o exemplo e com a doutrina, quiseste passar a maior parte da Tua vida submetido a Maria e a José na humilde casa de Nazaré, santificando a família que todos os lares cristãos deviam imitar: acolhe benignamente a consagração das famílias dos Teus filhos no Opus Dei, que agora Te fazemos. Coloca-as sob a Tua protecção e guarda, e faz com que vivam segundo o divino modelo da Tua Sagrada Família. (...)

S. Josemaria acompanha uma família em Roma

Concede-lhes, Senhor, que de dia para dia conheçam melhor o espírito do nosso Opus Dei, a que nos chamaste para Teu serviço e nossa santificação; infunde neles um amor grande à nossa Obra; faz com que compreendam com luz sempre mais clara a beleza da nossa vocação, a fim de que sintam um santo orgulho por Te haveres dignado escolher-nos e saibam agradecer a honra que lhes outorgaste.

Abençoa especialmente a colaboração que prestam aos nossos trabalhos apostólicos, e fá-los sempre participantes da alegria e da paz, que nos concedes como prémio da nossa entrega»

Como narra Vázquez de Prada na biografia do fundador, a consagração foi realizada pela primeira vez num momento de necessidade urgente, motivada pelas dúvidas que manifestavam as famílias de alguns dos primeiros fiéis da Obra. Assim o contava S. Josemaria numa carta em 1951:

Gostaria agora de vos contar os pormenores da Consagração da Obra e das famílias das associadas e dos sócios à Sagrada Família, no dia 14 de maio deste ano, no oratório — que por isso se chama, desde então, da Sagrada Família — ainda sem paredes, no meio de tábuas e de pregos, da cofragem de madeira que sustentou a argamassa de cimento das vigas e do teto, até ficar consolidado. Mas conservam-se umas notas, redigidas na altura. Por isso, não me estenderei mais neste aspeto.

Comunico-vos que só podia recorrer ao céu, perante as maquinações diabólicas — eram permitidas por Deus! — de certas pessoas sem escrúpulos, que levaram alguns pais de família a assinar um documento cheio de falsidades, e conseguiram que fosse parar às mãos do Santo Padre. Jesus, Maria e José fizeram com que a nuvem passasse, sem cair nenhuma granizada: tudo se esclareceu.

Os efeitos do recurso à Sagrada Família fizeram-se sentir imediatamente. Na própria semana da apresentação do escrito ao Sumo Pontífice, um dos signatários recuou. Os restantes perceberam rapidamente quão infundada era a «situação angustiante» de que se falava na denúncia e, desde então, deixaram de colocar obstáculos aos seus filhos e o Senhor devolveu a paz a essas famílias. A exposição dos agravos feita a Sua Santidade dissolveu-se por falta de peso e o Padre Josemaria teve a profunda alegria de ver crescer o afeto das famílias dos seus filhos pelo Opus Dei.

Fragmentos extraídos de “Josemaria Escrivá — Fundador do Opus Dei”. Vol. III. Andrés Vázquez de Prada.

Foto: encontro do Prelado com famílias portuguesas em julho de 2017 em V. N. de Gaia