Conferência do Prelado do Opus Dei em Valência

Com o título "Identidade sacerdotal, piedade sacerdotal", D. Javier Echevarría pronunciou a sua conferência nos Diálogos de Teologia Almudí, convidado por D. Carlos Osoro, Arcebispo de Valência

Foi com alegria e com desejo de aprender de todos que aceitei o convite de D. Carlos Osoro para dirigir umas palavras aos sacerdotes desta Arquidiocese, neste Ano Sacerdotal. Se é sempre com alegria que me reúno com os meus irmãos no sacerdócio, neste caso acresce o facto de me encontrar em Valência, terra que São Josemaría Escrivá de Balaguer tinha tanto no seu coração.

Há muitos motivos que estão na base deste especial afecto de São Josemaria por Valência. Com efeito, foi aqui que ocorreu a primeira expansão do Opus Dei fora de Madrid, onde tinha nascido em 2 de Outubro de 1928. Para esta cidade viajou com frequência o Fundador da Obra, antes e depois do conflito que flagelou o país, para colocar as bases do trabalho apostólico; daqui saíram algumas das primeiras pessoas — homens e mulheres — chamados por Deus ao Opus Dei; aqui pregou vários retiros espirituais — também a seminaristas e a sacerdotes — já desde 1939 e manteve uma amizade fraterna com sacerdotes exemplares.

Sem pretender fazer uma enumeração exaustiva, gostaria de recordar alguns desses grandes servidores da Igreja. Em primeiro lugar, o Arcebispo D. Prudencio Melo y Alcalde, que o urgia com frequência a começar o trabalho estável da Obra nesta Arquidiocese; o padre Antonio Rodilla, Vigário Geral e depois Reitor do Seminário, que lhe pediu que dirigisse retiros para sacerdotes, seminaristas, universitários; ao Servo de Deus padre Eladio España, sacerdote com grande fama de confessor, que enviava a São Josemaria os jovens desejosos de receber uma formação mais profunda na fé e na vida cristã. Também o padre Joaquín Mestre, secretário do Arcebispo, D. Marcelino Olaechea, testemunha da fama de santidade que o Fundador da Obra teve em vida. No processo canónico para a beatificação do Fundador do Opus Dei, o padre Joaquín Mestre testemunhou o que lhe repetia D. Marcelino no final da sua vida: "Se eu morrer antes do padre Josemaria, diz que sempre o considerei um sacerdote santo". Conviveu também com o padre José María García Lahiguera e com o queridíssimo padre Miguel Roca. Guardou sempre um particular agradecimento ao padre José María, porque o acolheu fraternalmente quando era alvo da incompreensão dos bons; o padre Miguel tratou-o com carinho paterno e orientou-o para o sacerdócio.

Estas breves recordações situam-nos no âmbito no qual desejam mover-se as presentes considerações: mostrar que a piedade sacerdotal, que dimana de nos sabermos alter Christus, ipse Christus, é condição necessária para a eficácia do nosso ministério ao serviço das almas. Bem podemos fazer nossas as palavras que São Josemaria escreveu num dos seus livros: «Meu Deus, vejo que não te aceitarei como meu Salvador, se não te reconhecer ao mesmo tempo como Modelo»[1].

1. O sacerdócio de Cristo, único sacerdócio da Nova Aliança

Desde as suas primeiras linhas, o decreto Presbyterorum Ordinis do Concílio Vaticano II, salienta que «o Senhor Jesus, "a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo" (Jo 10, 36), faz participante todo o Seu Corpo místico da unção do Espírito com que Ele foi ungido (cfr. Mt 3, 16; Lc 4, 18; Act 4, 27; 10, 38)»[2]. Esta verdade fundamenta um ensinamento basilar sobre a natureza da Igreja: a participação de todos os cristãos na unção e na obra salvífica de Cristo, ou seja, no Seu Sumo Sacerdócio. Com efeito, glosando palavras da primeira Epístola de São Pedro, o Concílio prossegue: «Em Cristo todos os fiéis são tornados sacerdócio santo e real, oferecem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo para que anuncieis o poder d’Aquele que das trevas vos chamou à luz admirável (cfr. 1 Ped 2, 5.9). Não há, pois, membro algum que não tenha o seu encargo na missão de todo o Corpo, mas que cada um deve glorificar Jesus no seu coração (cfr. 1 Ped 3, 15) e dar testemunho d’Ele com espírito de profecia (cfr. AIP 19, 10)»[3].

Conservo muito viva a lembrança da alegria com que São Josemaria acolheu esse ensinamento conciliar, já que, com o seu ministério sacerdotal, estava a difundir esta esplêndida realidade há mais de sete lustros. Por isso, concordo plenamente com aqueles que consideram este santo sacerdote como precursor do Concílio nesta doutrina, tão central para a espiritualidade laical na Igreja e noutros aspectos da doutrina cristã, contidos nos documentos dessa Assembleia ecuménica, como a chamada universal à santidade [4].

O decreto Presbyterorum Ordinis acrescenta imediatamente que o próprio Senhor «constituiu entre eles [entre os baptizados] alguns ministros que, na sociedade dos fiéis, tiveram a sagrada potestade da Ordem, para oferecer o sacrifício e perdoar os pecados (cfr. Conc. Trident. sess. 23, cap. 1 e can. 1: Denz. 1764 y 1771) e desempenharam publicamente, o ofício sacerdotal em nome de Cristo, em favor dos homens»[5]. Sobre esta base, gostaria de destacar algumas consequências para a nossa vida e a para a nossa missão sacerdotal.

Comecemos por recordar que todo o sacerdócio na Igreja é participação do único sacerdócio de Jesus Cristo, como demonstra admiravelmente a carta aos Hebreus. Deus, chegada «a plenitude dos tempos», quis suscitar um novo sacerdócio que substituísse o sacerdócio levítico. Este último era bom e conveniente para o tempo em que tinha sido estabelecido, mas estava destinado a desaparecer quando tivesse cumprido o seu objectivo de preparação do sacerdócio eterno e imutável de Cristo, sacerdócio novo «segundo a ordem de Melquisedec» (cfr. Heb 5, 6.10; 6, 20; 7, 1-3.11-17).

O autor da carta expõe os motivos pelos quais, já na antiga Lei, o sacerdócio de Melquisedec demonstrou ser superior ao sacerdócio levítico; e também as razões intrínsecas da superioridade do sacerdócio de Cristo — perfeito, indefectível e eterno — selado por Deus mediante juramento. Conclui sublinhando que só Cristo podia encarnar tal sacerdócio: «Convinha que tivéssemos um tal Sumo Sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus, que não tem necessidade, como os outros sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiramente pelos seus pecados, depois pelos do povo; fez isto, uma só vez por todas ofrecendo-Se a Si mesmo» (Heb 7, 26-27).

A Cristo convinha o Sumo Sacerdócio porque era — e é-o in æternum — como Filho de Deus, santo, e imaculado. Se a carta acrescenta a expressão «separado dos pecadores», não é porque se tivesse afastado de nós, os homens, seus irmãos — pois veio buscar o que se tinha perdido (cfr. Lc 15, 1ss) — mas porque estava isento de toda a mancha de pecado (cfr. Heb 4, 15). O autor da epístola aos Hebreus assinala, por outro lado, que Cristo «com um só sacrifício, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados» (Heb 10, 14) aludindo com esta frase ao único sacrifício verdadeiramente redentor, o da Cruz[6].

A expressão «tornou perfeitos» define uma fórmula de profundo conteúdo teológico, pois encerra a ideia de «perfeição», «plenitude», «consagração», «santificação». A expressão hebraica correspondente utilizava-se para a unção dos sacerdotes da Antiga Aliança e para a consagração do Templo. Além disso — convém assinalá-lo — é a "última palavra" que Jesus pronunciou na Cruz: «Tudo está consumado» (Jo 19, 30).

Definitivamente, o autor da carta aos Hebreus quer-nos dizer que Cristo realizou um sacrifício de tal eficácia — infinita — que aqueles que participam com sinceridade de coração quando se faz presente no altar, podem alcançar a perfeição, a santidade de vida, o perdão dos pecados, a pureza de consciência, o acesso à vida íntima de Deus. Em virtude da oferenda feita por Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, cabe repetir — com palavras de São Josemaria pronunciadas numa homilia de Sexta-feira Santa — que «o abismo de malícia, que o que o pecado encerra, foi vencido por uma Caridade infinita. Deus não abandona os homens (…). Podemos imaginar – para nos aproximarmos de algum modo deste mistério insondável – que a Trindade Santíssima se reúne em conselho na sua contínua relação íntima de amor imenso e, como resultado de uma decisão eterna, o Filho Unigénito de Deus-Pai assume a nossa condição humana, carrega sobre Si as nossas misérias e as nossas dores, para acabar pregado com cravos num madeiro»[7]. Mas vence com a Sua ressurreição e, assim inspiram imensa esperança as palavras do final da homilia: «Só assim nos chamaremos vencedores! Porque Cristo ressuscitado vencerá em nós e a morte transformar-se-á em vida»[8].

2. Coordenadas do ministério sacerdotal

A condição dos presbíteros é caracterizada por uma dimensão profundamente cristológica, razão pela qual toda a vida sacerdotal há-de ser um reflexo da santidade, autoridade e doação sem limites de Cristo. Junta-se a isto, de modo inseparável, a dimensão eclesiológica, pela qual todos os afazeres sacerdotais se devem orientar para o serviço do povo de Deus, para a santificação dos homens. Por isso, sem deixar lugar a dúvidas, com uma fé profunda, São Josemaria comentava, fazendo esta pergunta: qual é a identidade do sacerdote? A de Cristo, que quer perpetuar o Seu sacerdócio — o único sacerdócio — através dos Seus ministros[9].

a) Perspectiva cristológica do ministério sacerdotal

Já que o sacerdócio dos presbíteros deriva directamente do sacerdócio de Cristo, o seu ministério na Igreja deve estar em íntima e imediata relação com esse sacerdócio: «Somos embaixadores de Cristo, exortando-vos Deus por meio de nós», escreve São Paulo aos Coríntios (2 Cor 5, 20). O decreto conciliar sublinha-o com estas palavras: «Os presbíteros, em virtude da sagrada ordenação e da missão que recebem das mãos dos Bispos, são promovidos ao serviço de Cristo mestre, sacerdote e rei, de cujo ministério participam»[10]. O Senhor serve-se dos sacerdotes para manter a Sua presença vital na Igreja, de acordo com a Sua promessa: «Sabei que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28, 20).

Neste sentido, é muito significativo que, no seu primeiro encontro com o clero de Roma, em 13 de Maio de 2005, Bento XVI assinalasse como ponto determinante: «É indispensável voltar sempre de novo à raiz do nosso sacerdócio. Como bem sabemos, essa raiz é uma só: Jesus Cristo nosso Senhor». E acrescentava o Romano Pontífice: «Mas este Jesus não tem nada que Lhe pertença; é totalmente do Pai e para o Pai». Daí retirava o Papa a consequência para cada um de nós: «Esta é também a verdadeira natureza do nosso sacerdócio. Na realidade, tudo o que constitui o nosso ministério não pode ser produto da nossa capacidade pessoal». O Santo Padre descia a resoluções concretas: «Não fomos enviados a anunciar-nos a nós mesmos ou as nossas opiniões pessoais, mas o mistério de Cristo (...). A nossa missão não consiste em dizer muitas palavras, mas em nos fazermos eco e sermos porta-vozes de uma só "Palavra", que é o Verbo de Deus feito carne pela nossa salvação»[11].

Por isso, realizar-se como sacerdote significa estar plenamente unido a Cristo, identificar-se com Ele no ministério sacerdotal e em toda a conduta. Trata-se de ser transparentes, para que os fiéis vejam o Mestre, Redentor, sem que se sintam atraídos a fixar o seu olhar na pessoa do sacerdote. A este propósito, parece-me altamente significativo um facto que aconteceu nesta terra valenciana. Narra-o uma das primeiras mulheres do Opus Dei, Encarnación Ortega, cujo processo de beatificação está em curso, que assistiu a um retiro para universitárias pregado por São Josemaria em Alacuás, onde as “Operarias Doctrineras” tinham uma casa de exercícios.

Encarnita, então uma jovem de vinte e um anos, tinha ido àqueles dias de retiro movida pelo desejo — ou, quiçá, pela curiosidade — de conhecer o autor de Caminho, um livro que lhe tinha causado um profundo impacto. Após o falecimento de São Josemaria redigiu um testemunho em que mostra como a figura deste sacerdote a impressionou, inclusive antes de o ouvir a pregar. Escreve: «O seu recolhimento, cheio de naturalidade, a sua genuflexão diante do Sacrário e o modo de nos introduzir na oração preparatória da meditação, animando-nos a ter consciência de que o Senhor estava ali, nos via e nos ouvia, fez-me esquecer imediatamente os meus desejos de ouvir um grande orador e orientaram-se para a necessidade de ouvir Deus e de ser generosa com Ele»[12].

Plenamente congruente com esse comportamento é o seguinte conselho de São Josemaria: «Parece-me que aos sacerdotes se nos pede a humildade de aprender a não estar na moda, de ser realmente servos dos servos de Deus — recordando-nos aquele grito do Baptista: illum oportet crescere, me autem minui (Jo 3, 30); convém que Cristo cresça e que eu diminua — para que os cristãos correntes, os leigos, tornem presente Cristo, em todos os ambientes da sociedade»[13].

b) Perspectiva eclesiológica

Voltemos à carta aos Hebreus, ao capítulo 5. Em primeiro lugar, detém-se no sacerdócio levítico, mas alguns dos traços que aí expõe são perenes: «Todo o sumo-sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens naquelas coisas que se referem a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; é capaz de compadecer-se daqueles que ignoram e erram, porque também está cercado de fraqueza; por isso deve oferecer sacrifícios pelos seus próprios pecados, como pelos do povo. E ninguém se arroga esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Aarão. Por isso mesmo, Cristo não se deu a Si mesmo a glória de ser Sumo Sacerdote, mas recebeu-a d’Aquele que lhe disse: "Tu és Meu Filho, Eu hoje Te gerei". Como também diz noutro lugar: "Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec"» (Heb 5, 1-6).

Estas palavras traçam e descrevem a missão que corresponde ao sacerdote na Igreja, em harmonia com o seu ser e o seu viver em Cristo. O ministério sacerdotal caracteriza-se por ser profundamente eclesial. O presbítero, «escolhido dentre os homens» por uma vocação divina, que se actualiza na recepção do sacramento da Ordem, fica «constituído a favor dos homens»: ordenado ao bem de toda a humanidade. Não a um bem terreno, embora não se desinteresse da felicidade temporal; mas não é isso o que define a sua missão, mas antes «o que se refere a Deus». Como qualificará São Paulo a Timóteo, o sacerdote é um «homem de Deus» (1 Tim 6, 11). E, como repetia São Josemaria ao longo da sua vida, parafraseando o Apóstolo: temos que pregar Cristo, Cristo crucificado, que é Amor do Céu por cada criatura.

No citado encontro com o clero romano, Bento XVI pôs em destaque que, «ao ter a sua raiz em Cristo, o sacerdócio é, pela sua própria natureza, na Igreja e para a Igreja (...). Tem uma relação constitutiva com o corpo de Cristo, na sua dupla e inseparável dimensão de Eucaristia e Igreja, de corpo eucarístico e corpo eclesial. Por isso, o nosso ministério é amoris officium (Santo Agostinho, In Ioann. ev. tract. 123, 5), é o ofício do bom pastor, que dá a sua vida pelas ovelhas (cfr. Jo 10, 14-15)»[14]; e cumpre-o gozosamente, consciente dessa maravilhosa realidade, pois cada um é sacerdos in æternum: hoje, agora e para sempre.

Sobre este dever de ser "bom pastor" à semelhança do Bom Pastor, Cristo, insiste o Papa na homilia de uma Missa de ordenações de sacerdotes, onde manifestava «as três afirmações fundamentais de Jesus sobre o bom pastor». A primeira é que o pastor dá a sua vida pelas ovelhas. «Devemos entregá-la dia a dia, explicava o Santo Padre. Devo aprender, dia após dia, que não possuo a vida para mim próprio. Dia após dia, devo aprender a desprender-me de mim mesmo, e estar à disposição do Senhor para o que necessite de mim em cada momento, ainda que outras coisas me pareçam mais atractivas e mais importantes».

A segunda afirmação é que o bom Pastor conhece as suas ovelhas e as suas ovelhas conhecem-no a Ele (cfr. Jo 10, 14-15). «Isto implica antes de mais agir numa profunda relação com Cristo e, por meio d’Ele, com o Pai, como condição imprescindível para compreender verdadeiramente os homens e poder acompanhá-los nas suas necessidades e interrogações (...). Há-de ser um conhecimento com o coração de Jesus, um conhecimento orientado para Ele, um conhecimento que não vincula a pessoa a mim, mas que a guia para Jesus, fazendo-o assim livre e aberto».

A terceira característica é: «Tenho outras ovelhas que não são deste redil; importa que Eu as traga; elas ouvirão a Minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor» (Jo 10, 16). E o Papa conclui: «Obviamente, um sacerdote, um pastor de almas, deve preocupar-se, antes de mais, com os que crêem e vivem com a Igreja (...). No entanto, como diz o Senhor, também devemos sair sempre de novo "aos caminhos e ao longo dos cercados" (Lc 14, 23) para levar o convite de Deus para o Seu banquete também aos homens que até agora nunca ouviram falar d’Ele, ou não foram tocados interiormente por Ele»[15].

Neste contexto parecem-me muito significativas outras palavras de São Josemaria, com que vinha ao encontro do equívoco dos «que pensam que os cristãos desejam ver no sacerdote um homem mais, não é verdade. No sacerdote querem admirar as virtudes próprias de qualquer cristão e de qualquer homem honrado: a compreensão, a justiça, a vida de trabalho – trabalho sacerdotal neste caso – a caridade, a educação, a delicadeza no trato. Mas, juntamente com isto, os fiéis pretendem que se destaque claramente o carácter sacerdotal»[16].

Exemplificava depois o que se acha implícito nessas afirmações: «Esperam que o sacerdote reze, que não se negue a administrar os Sacramentos, que esteja disposto a acolher a todos sem se constituir chefe ou militante de partidarismos humanos, sejam de que tipo forem; que ponha amor e devoção na celebração da Santa Missa, que se sente no confessionário, que conforte os doentes e os atormentados, que ensine catequese às crianças e aos adultos, que pregue a Palavra de Deus e não qualquer tipo de ciência humana, que – mesmo que a conhecesse perfeitamente – não seria a ciência que salva e leva à vida eterna; que saiba aconselhar e ter caridade com os necessitados»[17]

Estas considerações permitem introduzir-nos na terceira parte da nossa exposição.

3. Algumas constantes próprias da vida sacerdotal

Ao falar do ministério dos presbíteros, o decreto Presbyterorum Ordinis, recorda como funções primordiais, em relação com os tria munera Christi, o ministério da palavra, o dos sacramentos e o de reger o povo de Deus.

a) Ministério da palavra

A comunidade cristã, explica o decreto conciliar, «reúne-se antes de mais pela palavra de Deus vivo, que é justíssimo esperar receber da boca dos sacerdotes. Com efeito, como ninguém se pode salvar se antes não tiver acreditado, os presbíteros, como cooperadores dos Bispos, têm, como primeiro dever, anunciar a todos o Evangelho de Deus»[18]. Existe, pois, um dever iniludível de transmitir a "palavra de Deus", para que a fé alcance todos os homens de qualquer raça e condição. O seu fundamento está no mandato de Jesus aos Apóstolos e àqueles que haveriam de continuar a sua missão no tempo: anunciar o "evangelho", a "boa nova" do Reino que tinha ficado instaurado com a Sua vinda. Com claras luzes o entendeu o Apóstolo das gentes, quando afirmava: «Se eu evangelizar, não tenho que me gloriar, pois é antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).

Não é este o momento de nos determos no modo de levar a cabo o ministério da palavra, tarefa que — segundo as circunstâncias de pessoas, lugares e tempos — pode apresentar formas muito variadas, entre as quais ocupa um lugar principal a homilia. Mas julgo de enorme interesse aludir a que o sacerdote, enquanto enviado por Jesus Cristo a anunciar a mensagem evangélica, deve fomentar vivamente a «santa inquietação»[19] de levar a todas as almas a fé e o amor de Deus, incluindo tudo o que dá sentido e orientação à vida humana, com vista à felicidade eterna, sempre com abundância de verdade e com linguagem eficaz e atractiva.

Referia-me anteriormente à fama de bom pregador que tinha São Josemaria já pelos anos quarenta, como se comprova pelo facto de que muitos Bispos o chamavam para pregar retiros para os sacerdotes das suas dioceses[20]. A este propósito, D. Álvaro del Portillo recordava um comentário de D. Manuel Castro, que viria depois a ser Arcebispo de Burgos. Quando era Bispo de Segóvia, assistiu a um retiro para o clero e, no final, sentiu-se obrigado a pronunciar umas palavras de agradecimento ao pregador. Entre outras coisas disse: «O padre Josemaria sempre fere; umas vezes com espada toledana; outras, com bomba de mão».

Parece-me que este comentário ilustra muito bem a «santa inquietação» que todo o sacerdote deveria suscitar nas almas dos fiéis com a sua pregação. Não é fruto da eloquência nem da sabedoria humana — embora haja que procurar cultivá-las — mas que é obra do Espírito Santo. O Paráclito serve-se da vida interior e da preparação dos presbíteros para produzir essas reacções saudáveis nas almas.

Permiti-me que regresse a esse retiro em Alacuás, a que me referi anteriormente. A protagonista do relato narra que, ao ouvir as palavras do Fundador do Opus Dei, experimentou uma profunda inquietação sobrenatural. Deu-se conta de que o Senhor a convidava a dar-Lhe a sua vida inteira no meio do mundo; mas a sua primeira reacção foi de autodefesa, de querer afogar a voz que ressoava no seu interior por meio das palavras do sacerdote. Até que um dia, pregando sobre a Paixão do Senhor, São Josemaria convidou as assistentes a considerar essas cenas como actuais, de modo pessoal: «Tudo isso sofri por ti. Tu, ao menos, já que não queres fazer o que Ele te está a pedir, tem a valentia de olhar para o Sacrário e dizer-lhe: isso que me estás a pedir não estou para lá virada!»[21].

O desenlace dessa luta interior foi claro. Aquela mulher quis também fazer a Obra e, juntamente com outras jovens, constituiu o primeiro núcleo estável de mulheres do Opus Dei que nessa altura se estava a consolidar; precisamente no próximo dia 14 de Fevereiro faz oitenta anos em que o Senhor pôs na alma de São Josemaria esse afã e, por isso, atrevo-me a pedir orações para que esse fermento de santidade continue a ser muito eficaz na vida dos cristãos.

Podemos extrair um ensinamento destes episódios. Para que a voz de Cristo, que fala na Sua Igreja, ressoe fielmente em si mesmo e nos outros, o sacerdote há-de esforçar-se por crescer constantemente em intimidade com Deus. Por esta razão, há-de dedicar o tempo necessário à meditação da palavra de Deus e preparar com esmero a pregação nas suas diversas formas. A transmissão da palavra de Deus exige, como assinalava São Josemaria, «vida interior: temos que falar aos outros de coisas santas, ex abundantia enim cordis, os loquitur (Mt 12, 34); a boca fala da abundância do coração. E juntamente com a vida interior, estudo (...). Estudo, doutrina que incorporamos à própria vida e que só assim saberemos dar aos outros do modo mais conveniente, acomodando-nos às suas necessidades e circunstâncias com dom de línguas»[22].

b) Ministério dos sacramentos

Recordávamos que o Concílio Vaticano II apresenta a instituição do sacerdócio ministerial dizendo que o Senhor constituiu «alguns ministros que, na sociedade dos fiéis, tiveram a potestade sagrada da Ordem, para oferecer o sacrifico e perdoar os pecados»[23].

Com efeito, a missão santificadora dos presbíteros manifesta-se principalmente na celebração de dois sacramentos: a Eucaristia e a Penitência. No altar faz-se presente o Santo Sacrifício do Calvário, fonte da vida da Igreja e na Confissão sacramental, auricular e secreta, tem lugar esse encontro grandioso de Cristo com cada alma, para lhe perdoar os pecados. A celebração destes dois sacramentos, explicava São Josemaria, «é tão capital na missão do sacerdote, que todo o resto deve girar à sua volta. Outras tarefas sacerdotais — a pregação e a instrução na fé — careceriam de base, se não fossem dirigidas a ensinar e a conviver com Cristo, a encontrar-se com Ele no tribunal amoroso da Penitência e na renovação incruenta do Sacrifício do Calvário, na Santa Missa»[24].

Por isso, os muitos sacerdotes santos da Igreja — também agora os há — tornaram presente diariamente o Santo Sacrifício e procuraram dedicar todas as horas possíveis do seu dia à celebração do sacramento da Penitência, como é patente no caso do Cura d’Ars. Não se pode esquecer que este santo padroeiro dos confessores, apesar da borrasca revolucionária do seu tempo que tinha procurado eliminar qualquer vestígio de prática religiosa, «tentou por todos os meios, na pregação e com conselhos persuasivos, que os seus paroquianos redescobrissem o significado e a beleza da Penitência sacramental, mostrando-a como uma íntima exigência da presença eucarística»[25].

Pelo que se refere ao Sacrifício eucarístico, parece-me muito oportuno, neste contexto, reler estas outras palavras de Bento XVI: «No mistério eucarístico, Cristo entrega-Se sempre de novo e precisamente na Eucaristia aprendemos o amor de Cristo e, por conseguinte, o amor à Igreja. Assim, repito convosco, queridos irmãos no sacerdócio, as inolvidáveis palavras de João Paulo II: "A Santa Missa é, de modo absoluto, o centro da minha vida e de todo o meu dia". E cada um de nós pode repetir estas palavras como se fossem suas: "A Santa Missa é, de modo absoluto, o centro da minha vida e de todo o meu dia“»[26].

Sim, a Santa Missa há-de ser para todos nós «centro e raiz da vida interior», como repetia São Josemaria a todos os fiéis[27]. Mas é preciso realizar um intenso trabalho de catequese, de formação e orientação no que se refere à vida sacramental, com o exemplo e com a palavra. Juntamente com isto — acrescentaria — temos de cuidar com esmero a casa de Deus e a arte litúrgica que a enriquece, para que tudo decorra com a máxima dignidade e se realize um culto digno do Senhor: «A Sua casa», adverte-nos a Escritura, há-de ser «casa de oração para todas as gentes» (Mc 11, 17).

Os sacerdotes temos que nos esmerar também no culto eucarístico fora da Missa, no trato com Jesus Cristo no Sacrário. Vem-me à memória outro episódio da vida do Fundador do Opus Dei, que traz muita luz sobre este ponto. Sucedeu em 1974, já no final da sua existência nesta terra, durante uma longa viagem pastoral por vários países da América do Sul. Um dia mostraram a São Josemaria alguns diapositivos do Peru; entre outros, havia um em que se viam os efeitos de um desprendimento enorme de rochas da cordilheira dos Andes, um desmoronamento de terras típico dos países andinos, que tinha sepultado uma aldeia. Só se via a parte superior do campanário da igreja. Quando lhe disseram que naquela igrejinha estava reservada a Eucaristia, pois não tinha sido possível retirá-La antes que se verificasse o desmoronamento, São Josemaria ficou fortemente impressionado. A lembrança desse tabernáculo sepultado por baixo de vários metros de lama, em que o Senhor se encontrava só, fez com que não pudesse dormir naquela noite; passou-a em claro, acompanhando o Santíssimo Sacramento em desejo, fazendo muitos actos de amor e comunhões espirituais.

c) Reger o povo de Deus

Os presbíteros têm também encomendado o ministério de reger o povo de Deus, participando da autoridade de Cristo Cabeça e Pastor. Trata-se de uma potestade espiritual, conferida para a edificação das almas (cfr. 2 Cor 10, 8; 13, 10). Nesta tarefa — recorda o Concílio Vaticano II — «hão-de tratar todos com exímia humanidade, a exemplo do Senhor. Devem comportar-se, não de acordo com o gosto dos homens (cfr. Gal 1, 10), mas conforme às exigências da doutrina e da vida cristã, ensinando-os e admoestando-os como a filhos caríssimos (cfr. 1 Cor 4, 14), conforme as palavras do Apóstolo: "Insiste oportuna e inoportunamente, repreende, corrige, exorta com toda a paciência e doutrina" (2 Tim 4, 2)»[28].

São múltiplos os aspectos em que se manifesta esse comportamento cheio de caridade, que deve acompanhar a vida dos sacerdotes. Recordo só alguns: não olhar pelos interesses próprios, mas pelos de Jesus Cristo (cfr. Fil 2, 21); imitar Cristo, que «não veio para ser servido mas para servir e dar a Sua vida para resgate de todos» (Mt 20, 28); reconhecer e promover sinceramente o papel que cabe a cada cristão na missão da Igreja; respeitar ao máximo a justa liberdade que todos têm na sociedade humana; secundar as nobres aspirações que surgem na comunidade cristã; examinar, com a ajuda da graça, os diversos carismas, reconhecendo-os com alegria quando são de Deus e fomentando-os com diligência, especialmente aqueles que levam a uma vida espiritual mais elevada. Ou seja, digo-o com palavras da Presbyterorum Ordinis: «Pensem os presbíteros que estão postos no meio dos leigos para os conduzir a todos à unidade da caridade: "amai-vos reciprocamente com caridade fraternal, adiantando-vos em honrar uns aos outros" (Rm 12, 10) (...).São-lhes confiados com peculiar solicitude os que se afastaram da prática dos sacramentos e sobretudo da fé, dos quais, como bons pastores, não deixarão de se aproximar»[29].

4. O primado da graça na vida sacerdotal

Entrando na última parte desta exposição, gostaria de ler umas palavras do Papa noutro encontro com sacerdotes, desta vez na Diocese de Albano.

«O tempo que dedicamos à oração não é um tempo subtraído à nossa responsabilidade pastoral, mas é precisamente "trabalho" pastoral, é orar também pelos outros. No "Comum de pastores" lê-se que uma das características do bom pastor é que "multum oravit pro fratribus". É próprio do pastor ser homem de oração, estar diante do Senhor orando pelos outros, substituindo também os outros, que talvez não saibam orar, não querem orar ou não encontram tempo para orar. Assim se põe em evidência que este diálogo com Deus é uma actividade pastoral»[30].

E referindo-se à celebração do Sacrifício do Altar e à oração da Liturgia das Horas, acrescentava: «A Igreja dá-nos, quase nos impõe — embora sempre como Mãe boa — que dediquemos tempo a Deus, com as duas práticas que fazem parte dos nossos deveres: celebrar a Santa Missa e rezar o Breviário. Mas mais do que recitar, fazê-lo como escuta da Palavra que o Senhor nos oferece na Liturgia das Horas. É preciso interiorizar esta Palavra, estar atentos ao que o Senhor nos diz com esta Palavra, escutar depois os comentários dos Padres da Igreja ou também do Concílio, na segunda leitura do Ofício de leitura e orar com esta grande invocação que são os Salmos, através dos quais nos enxertamos na oração de todos os tempos (...). Este tempo dedicado à Liturgia das Horas é tempo precioso»[31].

A piedade sacerdotal consiste num sólido e profundo convívio com Deus Pai, por meio de Jesus Cristo em união ao Espírito Santo, alimentado nas fontes da Palavra de Deus e da Santíssima Eucaristia e animado de uma terna devoção à Virgem, Mãe do Sumo-Sacerdote e Rainha dos apóstolos. Bem o entendia São Paulo quando, em carta a Timóteo, escrevia: «Exercita-te na piedade. Porque o exercício corporal para pouco serve, mas a piedade é útil para tudo, porque contém a promessa da vida presente e da futura. Palavra segura é esta e digna de toda a aceitação: se padecemos trabalhos e combatemos é porque esperamos no Deus vivo, que é Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis» (1 Tim 4, 7-10).

Certamente, para que essa piedade floresça necessita-se de paz interior, «porque Deus não é um Deus de discórdia, mas de paz» (1 Cor 14, 33). Esta paz que oferece admiravelmente a graça do sacramento da Penitência e que procede, por um lado, da luta santa por evitar o que o Apóstolo chama «as obras da carne» (Gal 5, 19); e por outra, do esmero por cultivar os frutos que, segundo o próprio São Paulo, o Espírito Santo faz germinar em nós: «Caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança» (Gal 5, 22-23).

Para viver a piedade sacerdotal, definitivamente, há que fortalecer a fé, a esperança e o amor, pondo toda a confiança em Deus, com verdadeira devoção filial, pois realmente somos Seus filhos em Jesus Cristo, verdade gozosa que nos há-de guiar continuamente. Temos que pensar que qualquer acontecimento sucede pela bondade de Deus; e mesmo aquele que é humanamente penoso — ainda que o não entendamos — sabemos que Deus o permite por bondade, para tirar maiores bens.

O Concílio Vaticano II pediu-nos que vivêssemos o nosso ministério «santamente e com entusiasmo, com humildade e fortaleza, de acordo com a imagem do Sumo e Eterno Sacerdote, pastor e bispo das nossas almas»[32]. Para isso necessitamos de uma forte unidade de vida, expressão típica de São Josemaria. Gostava de repetir, de uma forma ou de outra, que «há uma única vida, feita de carne e espírito e essa é a que tem que ser — na alma e no corpo — santa e cheia de Deus»[33]. Aplicando estas palavras à nossa existência sacerdotal, diria que se trata de procurar o crescimento no amor de Deus e do próximo através do exercício quotidiano do nosso ministério, por vezes em tarefas humildes e escondidas, que sempre ficarão transformadas pela graça em caminho gozoso de santidade e de serviço aos outros.

Concluo com outras palavras do Fundador do Opus Dei, que tão lealmente encarnou a figura do Sumo e Eterno Sacerdote. Dizia: «O sacerdote, se tem verdadeiro espírito sacerdotal, se é homem de vida interior, nunca se poderá sentir só. Ninguém como ele poderá ter um coração tão apaixonado! É o homem do Amor, o representante entre os homens do Amor feito homem. Vive por Jesus Cristo, para Jesus Cristo, com Jesus Cristo e em Jesus Cristo. É uma realidade divina que me comove até às entranhas, quando todos os dias, elevando e tendo nas mãos o Cálice e a Sagrada Hóstia, repito devagar, saboreando-as, estas palavras do cânon: Per Ipsum, et cum Ipso et in Ipso... Por Ele, com Ele e n’Ele, para Ele e para as almas vivo eu. Do Seu Amor e para o Seu Amor vivo eu, apesar das minhas misérias pessoais. E apesar dessas misérias, quiçá, apesar delas, o meu Amor é um amor que cada dia se renova»[34].

Peçamos a Santa Maria, Mãe do Amor Formoso, Mãe dos sacerdotes, que nos obtenha da Trindade esses sentimentos.

[1] São Josemaria, Forja, n. 46.

[2] Concílio Vaticano II, decr. Presbyterorum Ordinis, n. 2.

[3] Ibid. Cfr. Const. dogm. Lumen gentium, n. 35.

[4] Dentre outros testemunhos, é-me particularmente grato recolher umas palavras que o Servo de Deus João Paulo II pronunciou durante uma homilia, nos primeiros meses depois da sua eleição para a Cátedra de Pedro. Dizia o Santo Padre a um grupo de fiéis do Opus Dei: «A vossa instituição tem como finalidade a santificação da vida permanecendo no mundo, no próprio lugar de trabalho e de profissão: viver o Evangelho no mundo, imersos no mundo, para o transformar e redimir com o amor a Cristo. É verdadeiramente grande o vosso ideal, que desde os começos antecipou aquela teologia do laicado que caracterizou depois a Igreja do Concílio e do post-Concílio» (João Paulo II, Homilia, 19-VIII-1979, em "Insegnamenti di Giovanni Paolo II", II/2 [1979] 142-147). Na mesma linha se expressaram muitos outros homens de Igreja como o Cardeal S. Baggio ("Avvenire", Milán, 26-VII-1975), o Cardeal J. Frings (Fur die Menschen bestellt, Erinnerungen des Alterzbischofs von Köln, Colonia, 1973, pp. 149-150); o Cardeal F. König ("Corriere della Sera", Milão 9-XI-1975); o Cardeal M. González Martín ("Los Domingos de ABC", Madrid, 14-VIII-1975); o Cardeal N. Jubany ("ABC", Madrid, 8-IV-1979); o Cardeal J. Höffner ("Mundo Cristiano", n. 201 (Outubro de 1979), etc. Veja-se A. de Fuenmayor, V. Gómez-Iglesias, J.L. Illanes, El itinerario jurídico del Opus Dei, Eunsa, Pamplona 1989, pp. 367-368.

[5] Concílio Vaticano II, decr. Presbyterorum Ordinis, n. 2b.

[6] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1545.

[7] São Josemaria, Cristo que passa, n. 95.

[8] Ibid., n. 101.

[9] Cfr. São Josemaria, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13-IV-1973.

[10] Decr. Presbyterorum Ordinis, n. 1.

[11] Bento XVI, Discurso ao clero de Roma, 13-V-2005.

[12] Cit. em A. Vázquez de Prada, El Fundador del Opus Dei, Rialp 2002, vol. II, p. 555. Este episódio foi citado pelo Cardeal Joseph Ratzinger num discurso no 30º aniversário do Decreto Presbyterorum Ordinis, para assinalar como a piedade pessoal do sacerdote é muito importante para aproximar as almas de Deus (cfr. J. Ratzinger, Il ministero e la vita dei presbiteri, 27-X-1995 ("Studi Cattolici" 423 (mayo, 1996), pp. 324-332)

[13] São Josemaria, Temas Actuais do Cristianismo, n. 59.

[14] Bento XVI, Discurso ao clero de Roma, 13-V-2005.

[15] Bento XVI, Homilia numa ordenação sacerdotal, 7-V-2006.

[16] São Josemaria, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13-IV-1973.

[17] Ibid.

[18] Decr. Presbyterorum Ordinis, n. 4a.

[19] Card. J. Ratzinger, Homilia durante a Missa pro eligendo Pontifice, 18-IV-2005.

[20] Os seus biógrafos assinalam que houve anos em que passaram pelas suas mãos mais de mil sacerdotes, em diversos retiro espirituais. Vid. a relação parcial da actividade de pregação de São Josemaria entre 1938 e 1946, data da sua ida para Roma, em A. Vázquez de Prada, cit., pp. 723-729.

[21] Cfr. A. Vázquez de Prada, cit., p. 556.

[22] São Josemaria, Carta 8-VIII-1956, n. 25.

[23] Decr. Presbyterorum Ordinis, n. 2b.

[24] São Josemaria, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13-IV-1973.

[25] Bento XVI, Carta para a convocação de um Ano sacerdotal, por ocasião do 150º aniversário do dies natalis do Santo Cura d’Ars, 16-VI-2009.

[26] Bento XVI, Discurso ao clero de Roma, 13-V-2005. Cfr. João Paulo II, Discurso no trigésimo aniversário do decreto Presbyterorum Ordinis, 27-X-1995.

[27] Cfr., dentre outros, Cristo que passa, nn. 87 e 102; Forja, n. 69; Homilia Sacerdote para a eternidade, 13-IV-1973.

[28] Decr. Presbyterorum Ordinis, n. 6.

[29] Decr. Presbyterorum Ordinis, n. 9.

[30] Bento XVI, Encontro com sacerdotes da Diocese de Albano, 31-VIII-2006.

[31] Ibid.

[32] Concílio Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 41.

[33] São Josemaria, Temas Actuais do Cristianismo, n. 114.

[34] São Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 10-IV-1969 (AGP, P01, 1969, p. 502). Cit. em J. Echevarría, "Para servir a la Iglesia. Homilías sobre el sacerdocio", Rialp 2001, p. 243.