Aposentados: tudo feito e tudo por fazer

Nas próximas semanas publicaremos uma nova série de histórias sobre pessoas que, na reforma, decidiram aproveitar este período da sua vida para contribuir com a sua experiência em diversas iniciativas.

Histórias de pessoas do Opus Dei que, na reforma, decidiram aproveitar este período da sua vida e contribuir com a sua experiência para diversas iniciativas.

‘Aposentados’ é uma série de histórias sobre cinco pessoas que, na sua reforma, dedicam tempo aos outros: cuidando, acompanhando quem sofre, dando formação ou realizando iniciativas sociais, educativas ou apostólicas.

Na audiência geral de 11 de maio de 2022, o Papa refletiu precisamente sobre esta etapa a propósito de uma figura da Bíblia: Judite. Francisco referiu-se a ela como “uma heroína do Antigo Testamento” que soube viver plenamente o momento da “aposentação”; e fez esta pergunta: “Levando em conta o seu exemplo, pensemos: como se vive hoje esta etapa da vida?”.

A RESPOSTA DO PAPA À APOSENTAÇÃO É CLARA E DIRETA: COLOCAR OS NOSSOS TALENTOS AO SERVIÇO DOS OUTROS

É comum ainda ter muitos anos pela frente nos quais se está física e intelectualmente muito ativo. Há quem considere esta etapa apenas como o momento de merecido e desejado descanso de atividades exigentes e cansativas. Mas há também aqueles para quem o fim do trabalho representa uma fonte de preocupação e é encarado com certo receio e até mal-estar.

Quando questionado sobre o que fazer quando a vida se esvazia daquilo que a preencheu durante tanto tempo, a resposta do Papa é clara e direta: colocar os nossos talentos ao serviço dos outros. «As competências anteriores da vida ativa perdem a sua parte de constrangimento e tornam-se recursos de doação: ensinar, aconselhar, construir, curar, ouvir… De preferência a favor dos mais desfavorecidos, que não podem pagar nenhuma aprendizagem e que estão abandonados à sua solidão».

SOMOS CHAMADOS A SER SANTOS EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA, TAMBÉM NA VELHICE

Esta tarefa constitui precisamente o cerne do espírito do Opus Dei: fazer da realidade quotidiana um lugar de encontro com Deus e de serviço ao próximo, de modo especial, através do trabalho.

Como dizia São Josemaria: «o trabalho é o veículo através do qual o homem se insere na sociedade, o meio pelo qual ele se integra no conjunto das relações humanas, o instrumento que lhe atribui um sítio, um lugar na convivência dos homens. O trabalho profissional e a existência no mundo são duas faces da mesma moeda, são duas realidades que se exigem, sem que seja possível compreender uma à margem da outra».

Mas se não se trabalha, então o que é santificado? A resposta é simples: as mesmas atividades quotidianas, porque embora não sejam como as dos anos anteriores, ainda são uma oportunidade de experimentar plenamente o serviço aos outros.

Serviço e contemplação: serviço ao próximo, contemplando o rosto de Deus por trás de cada pessoa. O cristão é convidado a tornar-se alguém “contemplativo no meio do mundo”. Como? Seguindo estes cinco passos para santificar a vida quotidiana propostos por São Josemaria:

  1. Amar a realidade das nossas circunstâncias presentes.
  2. Descobrir aquele “algo divino” escondido atrás dos pormenores.
  3. Procurar a unidade de vida.
  4. Ver Cristo nos outros.
  5. Fazer tudo por amor.

Semanalmente publicaremos a história de uma pessoa do Opus Dei que tenta fazer vida – a partir da sua condição de “aposentado” – estes ensinamentos do fundador do Opus Dei.