A "antevisão" de quatro chilenos que participarão na JMJ

Virão à JMJ mais de 200 chilenos que participam em atividades de centros do Opus Dei para jovens ou na pastoral da Universidade dos Andes. Allen, Maria Jesus, Mar e José Tomás contam como se estão a preparar para participar neste “festival da juventude”.

Mar junto a algumas raparigas do grupo do Chile que irão à JMJ.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um evento mundial em que os jovens se reúnem com o Papa. Tem como objetivo promover um encontro pessoal com Jesus Cristo através da experiência da Igreja universal, fomentando a paz, a fraternidade e a unidade entre pessoas de todo o mundo. O Papa João Paulo II foi o primeiro a convocar os jovens para este encontro, em 1985 e, desde então, tem-se realizado periodicamente.

Entre os milhares de jovens que se inscreveram, quatro chilenos contam como se estão a preparar e o que significa para eles poderem participar num encontro que mostra com esperança uma Igreja viva e jovem.

Allen Iturra: a fé move-me

«O que me leva a partir para a JMJ em Portugal é a minha fé. Com esta experiência pretendo encontrar-me com muitos jovens de todo o mundo que também são católicos, para nos conhecermos, rezarmos juntos, fazermos missões... Acho que é uma coisa impressionante, por isso lancei-me nesta aventura», diz Allen Iturra, antigo aluno do Colégio Nocedal e estudante de Direito na Universidade dos Andes.

Allen vai viajar para Lisboa com um grupo da Pastoral Universitária e trabalhou durante o verão para pagar a viagem. «O que eu tinha de pensar não era se queria ir e o porquê, mas como pagar os bilhetes. Assim, trabalhei em janeiro e fevereiro e, desde março, trabalho aos domingos na Clínica Universidade dos Andes, tocando órgão na Missa. Com isso, construí uma base para poder ir à JMJ com mais tranquilidade», diz ele.

«O que me leva a partir para a JMJ em Portugal é a minha fé» (Allen Iturra, aluno de Direito; na fotografia, Allen é o segundo da esquerda para a direita).

«Para mim, significa alargar a minha visão do mundo. Sempre vivi a minha fé no meu colégio, com os meus amigos, na universidade, mas isto significa outra coisa, ir um pouco mais longe, pensar nisto como algo global, universal, e também conhecer a Europa aos 19 anos. Penso que será uma experiência que me abrirá horizontes para aspirar a grandes coisas. E é isso que eu espero realmente desta viagem», afirma.

Maria Jesus Sotomayor: estou ansiosa por conhecer o Papa

Maria Jesus está ansiosa por este encontro mundial. «Emociona-me a ideia de poder estar com tantos jovens católicos que, como eu, amam Cristo e vivem a sua vida em torno da sua fé. Sobretudo nestes tempos em que parecemos ser uma minoria, poder ver tantas pessoas a abraçar o mesmo amor é encorajador e ajuda-nos muito a renovar as nossas forças e a seguir com mais convicção o caminho que o Senhor nos chama a viver», afirma.

E acrescenta com entusiasmo: «Claro que tudo isto é acompanhado pela enorme emoção de encontrar o Papa Francisco, de o ouvir e de que a sua mensagem, que é a palavra do Pai, nos impregne e nos ajude a ser melhores, a não cair em tentação e assim nos tornarmos santos».

Maria Jesus irá a Portugal com um grupo de nove pessoas da Residência Universitária Araucaria. Conta que com esta experiência quer «estar ainda mais perto de Deus, porque sei que Ele vai estar nos corações de todos nós que vamos estar na JMJ, e que todos eles vão estar a bater por Ele. Provavelmente será o mais próximo que estaremos do Senhor nesta terra».

Maria Jesus (2ª da esquerda para a direita) com o grupo com quem vai a Portugal.

Para se preparar espiritualmente para a viagem, Maria Jesus diz que frequenta os encontros de formação cristã do Opus Dei, mas sobretudo tem rezado para dispor o seu coração para este encontro. Entretanto, é assistente de curso na sua universidade e tem estado a poupar dinheiro para a viagem.

«Poder ir a este encontro é o presente e a oportunidade mais espetacular e amorosa que me foi dada, porque penso que é isso mesmo: um presente que Deus nos dá a nós, jovens, para reafirmarmos a nossa fé, ganharmos força e avançarmos na tremenda missão que Ele nos deu», afirma.

«O Papa João Paulo II disse-nos no Chile: “Não tenhais medo de olhar para Ele”. E é isso que vamos fazer, olhá-l'O, adorá-l'O e viver com a máxima alegria, amor e energia que a juventude nos permite, deixando para trás os nossos medos, para que todos regressemos limpos de alma e recarregados da Sua misericórdia e do Seu amor», conclui.

José Tomás Torrejón: viver uma fé autêntica e comprometida

José Tomás estuda no Colégio Montemar e viajará desde Viña del Mar juntamente com um grupo de alunos, ex-alunos e um professor.

José Tomás (2º da direita para a esquerda) num dia de passeio no monte Cajón Grande com amigos que o acompanharão à JMJ.

«Sinto-me inspirado pela oportunidade de contactar com jovens de todo o mundo que partilham a minha fé e os meus valores, aprender sobre diferentes culturas e receber orientação espiritual. E também viver a minha fé de uma forma autêntica e empenhada», afirma.

Para se preparar para esta viagem, participou em reuniões e conversas com o grupo do colégio que irá à JMJ. Participou também em retiros, reuniões e jornadas de formação «para reforçar a nossa espiritualidade e os nossos laços como comunidade», explica. «Estamos focados em crescer espiritual e socialmente para viver plenamente a experiência da JMJ», diz ele.

«Quanto à minha preparação espiritual, tenho participado em grupos de oração e reflexão, onde partilho e aprofundo a minha fé. Além disso, como ação social, tenho visitado pessoas idosas em Valparaíso para lhes dar companhia e apoio», diz ele.

Mar Honorato: uma mudança na minha vida

Mar é aluna do Colegio Huelén e assistirá com um grupo do Centro Cultural Estoril. Conta que assim que soube que a JMJ 2023 seria em Lisboa, soube que tinha de ir. «Falei com os meus pais e eles disseram-me que teriam todo o gosto em ajudar-me, mas que eu só tinha um ano para poupar, por isso tinha de avançar imediatamente», relata. «Comecei a trabalhar: tomar conta de crianças, arrumar armazéns e roupeiros, embrulhar presentes de Natal, marcar material escolar... qualquer trabalho que houvesse, eu fazia-o», comenta, rindo.

Mar junto a um grupo de crianças da catequese.

«Eu fazia tudo isso pensando que esta oportunidade de ir à JMJ irá fazer uma mudança em mim, e acho que é isso que mais me move: que essa viagem vai fazer uma mudança transcendental na minha vida», reflete. E agrega: «Nunca estive na Europa, de modo que é óbvio que conhecer outros lugares é outra coisa que me motiva, mas sempre tendo em conta que esta é uma viagem diferente, que eu espero que deixe uma marca em todos nós».

Tal como os outros participantes, Mar tem estado a preparar-se para assistir à JMJ mediante dias de reflexão com o seu grupo do Clube Estoril, atividades para se conhecerem melhor, ação social e oração. «Foi uma longa preparação, mas incrível; dei-me conta que sem preparação, esta viagem teria menos sentido», conclui.

A poucas semanas do encontro, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos jovens, e assinalou que estava pronto para participar na “festa da juventude”. Além disso, animou-nos a ir para a frente sem fazer caso «daqueles que reduzem a vida a ideias», já que eles «perderam a alegria da vida e a alegria do encontro». E, pelo contrário, convidou-os a rezar por eles e a pôr em prática as três linguagens da vida: «A linguagem da cabeça; a linguagem do coração; a linguagem das mãos. A linguagem da cabeça, para pensar claramente no que sentimos e no que fazemos. A linguagem do coração para sentir bem e profundamente o que pensamos e o que fazemos. E a linguagem das mãos, para fazer com eficácia o que sentimos e o que pensamos. Faltam 40 dias, vemo-nos em Lisboa».

História e mapa das Jornadas Mundiais da Juventude

A primeira das Jornadas Mundiais da Juventude foi iniciada por S. João Paulo II em 1985 em Roma e desde então têm-se realizado de 2 em 2 ou de 3 em e anos em diferentes países. Neste mapa apresentamos os anos, os locais e o Papa que as realizou. 

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A chamada do Papa Francisco para a JMJ Lisboa 2023