Basta começar

“Basta começar. Formas de ajudar os outros” é o título de uma série de 11 vídeos que procuram ajudar a aprofundar a importância das obras de misericórdia, mostrando os testemunhos de mais de 100 pessoas provenientes de 12 países.

Do que se trata?

A série, produzida no ano jubilar da misericórdia, pretende contribuir para que se cumpra um desejo do Papa Francisco: que os cristãos contemplem a misericórdia de Deus e a assumam como estilo de vida.

Mais informações sobre a origem da série: “Basta começar’, uma série internacional sobre formas práticas de ajudar os outros..

Os vídeos da série


1. Tra­ba­lhar grá­tis

2. Alimentan­do o corpo e a alma

3. Am­pliar ­a ­sua fa­mí­lia

4. Apren­der a per­doar

5. Abrir as portas

6. Com­par­tilhe­ os seus conhe­ci­mentos

7. Estar perto dos que sofrem

8. Acom­pa­nhar até o fim

9. Ofere­cer opor­tu­ni­da­des de trabalho

10. Co­me­çar pouco a pouco

11. Dar assis­tência aos pre­sos

1. Trabalhar grátis

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Em várias partes do mundo, existem profissionais que dedicam algumas horas de trabalho a prestar serviços gratuitos a pessoas que não têm como pagá-los. Este vídeo mostra o caso de um cirurgião plástico brasileiro e um funcionário público alemão.

Perguntas para o diálogo

— Algumas das pessoas que aparecem no vídeo falam de situações difíceis, você pode descrevê-las?

— Você acha que conseguiriam superar essas dificuldades sem a ajuda de outras pessoas?

— Que formas concretas de ajudar os outros são mostradas no vídeo? Você consegue relacioná-las com algumas das obras de misericórdia?

— Que razões têm as pessoas que ajudam os outros para atuar desta forma?

— O Dr. Luiz Mario diz que o seu trabalho: "É um encontro de Jesus Cristo com Jesus Cristo". O que significa isto?

— Porque Norbert acha que, ao ajudar os outros, oferece um testemunho de fé?

Propostas de ação

— Oferecer gratuitamente, se for possível, um serviço profissional para pessoas que não podem pagar.

— Compartilhar os seus talentos e conhecimentos com aqueles que necessitam deles.

— Rezar pelas pessoas com quem você entra em contato através do seu trabalho profissional.

— Apoiar os doentes e necessitados com a sua ajuda, companhia e oração.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão. Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas óleo e vinho. Depois colocou-o em seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele (Lucas 10, 33-34).

— Ao anoitecer, depois do pôr do sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que tinham demônios. A cidade inteira se ajuntou à porta da casa. Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também muitos demônios (Marcos 1, 32-34).

— Pedro então disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!” (Atos dos Apóstolos, 3, 6).

Meditar com o Papa Francisco

— Fazer o bem sem esperar algo em troca. Assim fez o Pai conosco e nós devemos fazer o mesmo. Pratica o bem e vai em frente! (Audiência, 10 de setembro de 2014).

— Para ser "imitadores de Cristo" (cf. 1 Cor 11, 1) diante de um pobre ou de um doente, não devemos ter medo de olhar diretamente para ele e de nos aproximarmos com ternura e compaixão, e de o tocar e abraçar (Ângelus, 15 de fevereiro de 2015).

— Servir. Que significa? Servir significa acolher a pessoa que chega, com atenção; significa inclinar-se sobre quem é necessitado e estender-lhe a mão, sem cálculos, sem receio, com ternura e compreensão, como Jesus se inclinou para lavar os pés dos Apóstolos. Servir significa trabalhar ao lado dos mais necessitados, estabelecer com eles antes de tudo relações humanas, de proximidade, vínculos de solidariedade (Discurso, 10 de setembro de 2013).

— Inclino-me sobre quem está em dificuldade ou tenho medo de sujar as mãos? Estou fechado em mim mesmo, nas minhas coisas, ou apercebo-me de quem precisa de ajuda? Sirvo só a mim mesmo ou sei servir os outros, como Cristo que veio para servir até doar a sua vida? Fito os olhos de quantos pedem justiça ou desvio o olhar para o outro lado para não encarar as pessoas? (Discurso, 10 de setembro de 2013).

Meditar com São Josemaria

— Serviço. Como gosto dessa palavra! Servir ao meu Rei e, por Ele, a todos os que foram redimidos pelo seu sangue. Se nós, cristãos, soubéssemos servir! Confiemos ao Senhor a nossa decisão de aprender a realizar essa tarefa de serviço, porque só servindo poderemos conhecer e amar Cristo, dá-lo a conhecer e conseguir que outros mais o amem. (É Cristo que passa, n. 182).

— Não passes indiferente diante da dor alheia. Essa pessoa - um parente, um amigo, um colega..., esse que não conheces - é teu irmão. - Lembra-te daquilo que relata o Evangelho e que tantas vezes leste com pena: nem sequer os parentes de Jesus confiavam nEle. - Procura que a cena se repita (Sulco, n. 251).

— Criança. - Doente. - Ao escrever estas palavras, não sentis a tentação de as pôr com maiúsculas? É que, para uma alma enamorada, as crianças e os doentes são Ele (Caminho, n. 419).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Dominique, 30 anos cuidando dos sem teto

— Isabel Albors, professora de ballet que ajuda a crianças com necessidades especiais

— Iniciativa para que pessoas com deficiência visual possam andar de bicicleta, em Ribeirão Preto

— Vídeo: palavras de São Josemaria Escrivá sobre o serviço


2. Alimentando corpo e alma

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Existem muitas maneiras de reagir ao drama que é a falta de alimentos. Este vídeo mostra como algumas pessoas na Rússia e nas Filipinas enfrentam o problema da fome.

Perguntas para o diálogo

— Como começaram os projetos apresentados no vídeo? Os promotores tiveram uma ideia genial, recursos econômicos, ou mito tempo? Então, o que tinham?

— Por que cada vez mais pessoas começam a colaborar em projetos como os deste vídeo?

— Como reagem as pessoas que receberam a ajuda? Apenas agradecem ou começam a fazer parte de um "círculo virtuoso"?

— Você acha que atualmente o problema da falta de alimentos está solucionado?

Propostas de ação

— Rezar pelas pessoas que passam fome.

— Agradecer a Deus pelos alimentos antes das refeições.

— Evitar o desperdício de comida em casa.

— Distribuir a pessoas necessitadas os alimentos que não vamos consumir (em casa, restaurantes, bares, depois de uma festa ou reunião).

— Colaborar de alguma forma (com trabalho, tempo, bens, dinheiro, oração, etc.) com projetos de luta contra a fome.

— Procurar informação sobre instituições do seu ambiente que trabalham para oferecer alimentos aos necessitados (cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, igrejas, promotores de campanhas de arrecadação de alimentos, etc.).

Meditar com a Sagrada Escritura

— E quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequenos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não ficará sem receber sua recompensa (Mateus 10, 42).

— O dia já estava chegando ao fim, quando os Doze se aproximaram de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possam ir aos povoados e sítios vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. Mas ele disse: “Vós mesmos, dai- lhes de comer”. (Lucas 9, 12-13).

— Apareceram na superfície do deserto pequenos flocos, como cristais de gelo sobre a terra. Ao verem isso, os israelitas perguntavam uns aos outros: “Man hu?” (que significa: o que é isto?), pois não sabiam o que era. Moisés lhes disse: “Isto é o pão que o Senhor vos dá para comer”. (Êxodo 16, 14-15).

— Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo”. (João 6, 48-51).

Meditar com o Papa Francisco

— A pobreza do mundo é um escândalo. Num mundo onde há tantas, tantas riquezas, tantos recursos para dar de comer a todos, não se pode entender que hajam tantas crianças famintas, tantas crianças sem instrução, tantos pobres! Hoje, a pobreza é um grito. Todos nós devemos pensar se podemos tornar-nos um pouco mais pobres: isto mesmo… todos o devemos fazer. Como posso tornar-me um pouco mais pobre para me assemelhar melhor a Jesus, que era o Mestre pobre? (Discurso, 7 de junho de 2013).

— Outrora, os nossos avós prestavam muita atenção para não jogar fora nada da comida que sobrava. O consumismo induziu-nos a habituar-nos ao supérfluo e ao esbanjamento quotidiano de alimentos, aos quais às vezes já não somos capazes de atribuir o justo valor, que vai além dos meros parâmetros econômicos. Mas recordemos bem que a comida que se joga fora é como se fosse roubada da mesa de quem é pobre, de quantos têm fome! Convido todos a refletir sobre o problema da perda e do desperdício de alimentos (Audiência, 5 de junho de 2013).

— Jesus sacia não só a fome material, mas aquela mais profunda, a fome do sentido da vida, a fome de Deus. Perante o sofrimento, a solidão, a pobreza e as dificuldades de tantas pessoas, o que podemos fazer? Lamentar-nos nada resolve, mas podemos oferecer aquele pouco que temos, como o jovem do Evangelho. Certamente temos algumas horas à disposição, algum talento, competência... Quem não tem os seus «cinco pães e dois peixes»? Todos os temos! Se estivermos dispostos a pô-los nas mãos do Senhor, serão suficientes para que no mundo haja um pouco mais de amor, paz, justiça e sobretudo alegria (Ângelus, 26 de julho de 2015).

— Não se pode tolerar que milhões de pessoas no mundo morram de fome, enquanto toneladas de produtos alimentares são descartadas diariamente das nossas mesas (Discurso, 25 de novembro de 2014).

Meditar com São Josemaria

— Põe, entre os ingredientes da refeição, "o saborosíssimo", da mortificação. (Forja, n. 783)

— Os bens da terra, repartidos entre poucos; os bens da cultura, encerrados em cenáculos. E, lá fora, fome de pão e de sabedoria; vidas humanas - que são santas, porque vêm de Deus - tratadas como simples coisas, como números de uma estatística. Compreendo e partilho dessa impaciência, levantando os olhos para Cristo, que continua a convidar-nos a pôr em prática o mandamento novo do amor (É Cristo que passa, 111).

— Se trabalharmos bem, santificando o nosso trabalho, e se ensinarmos outros homens a encontrar Deus no trabalho, sem trabalhos mal feitos, realizando-o com cuidado, sabendo trabalhar em equipe, lado a lado com outros homens, quantos milagres materiais vamos realizar! Conseguiremos que haja menos fome no mundo, menos ignorância, menos pobreza, menos doenças(7 de abril de 1970).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Testemunho do diretor da Federação Espanhola de Bancos de Alimentos

— Áudio de Dom Javier Echevarría: Dar de comer a que tem fome e dar de beber a quem tem sede.

— “Geladeira Solidária”, uma iniciativa que surgiu para ajudar pessoas carentes que não têm o que comer e ao mesmo tempo conscientizar aquelas que têm muito e desperdiçam.


3. Ampliar a sua família

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O Papa Francisco convida-nos a viver a cultura da inclusão, do encontro, e acabar com a cultura do descarte. Neste terceiro vídeo da série “Basta começar. Formas de ajudar os outros” vemos algumas consequências de procurar aumentar o coração e a própria família.

Perguntas para o diálogo

— O que Thomas, de Cingapura e o casal Annemarie e Mathias, da Alemanha têm em comum?

— Porque podemos dizer que estas pessoas ampliaram a sua família?

— Estas pessoas mantêm as suas famílias sozinhas? Quem os ajuda?

— Porque Sara, voluntária num orfanato de Filipinas, afirma que qualquer um pode ajudar e que não é necessário ser profissional para ajudar os outros?

— Você acha que há pessoas que precisam receber calor da família? Como podemos contribuir para dar isso?

Propostas de ação

— Rezar todos os dias pela sua família e por todas as famílias do mundo.

— Prestar mais atenção às pessoas que precisam ser ouvidas ou acompanhadas.

— Tentar difundir ao seu redor alegria e otimismo.

— Procurar informação sobre estruturas de acolhimento que existem na sua cidade, por exemplo: casas para idosos ou crianças, e se for possível, dar tempo e companhia para as pessoas que moram nelas.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Qual mãe que acaricia os filhos assim vou dar-vos meu carinho, em Jerusalém é que sereis acariciados (Isaías 66, 13).

— Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição (2 Cor 1, 3-4).

— Se um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; se então algum de vós disser a eles: “Ide em paz, aquecei-vos” e “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adianta isso? (Tiago 2, 15-16).

— Não descuideis da hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber (Hebreus 13, 2).

Meditar com o Papa Francisco

— Uma família que se fecha em si mesma é uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver. Nunca esqueçais: a identidade da família é sempre uma promessa que se alarga, e estende-se a toda a família e também a toda a humanidade (Audiência, 21 de outubro de 2015).

— A "casa" representa a riqueza humana mais preciosa, a do encontro, a dos relacionamentos entre as pessoas, diferentes por idade, por cultura e por história, mas que vivem unidas e que, juntas, se ajudam a crescer (Discurso, 21 de maio de 2013).

— Jesus fez-nos uma grande promessa: "Não vos deixarei órfãos!" (Jo 14, 18), porque Ele é o caminho a percorrer, o Mestre que devemos ouvir, a esperança que não desilude. Como podemos deixar de sentir o arder o nosso coração e dizer a todos, de modo especial aos jovens: "Tu não és órfão! Jesus Cristo revelou-nos que Deus é Pai e quer ajudar-te, porque te ama". Eis o profundo sentido da iniciação cristã: gerar para a fé quer dizer anunciar que nós não somos órfãos (Discurso, 16 de junho de 2014).

— Contemplemos Maria, descubramos o rosto mais belo e mais terno da Igreja; e olhemos para a Igreja, reconheçamos os lineamentos sublimes de Maria. Nós, cristãos, não somos órfãos, temos uma mãe, temos uma mãe, e isto é sublime! Não somos órfãos! A Igreja é mãe, Maria é mãe (Audiência, 3 de setembro de 2014).

Meditar com São Josemaria

— O Mestre passa, uma vez e outra vez, muito perto de nós. Olha-nos... E se O olhas, se O escutas, se não O repeles, Ele te ensinará o modo de dares sentido sobrenatural a todas as tuas ações... E então também tu semearás, onde quer que te encontres, consolo, paz e alegria (Via Sacra, VIII estación, n. 4).

— Não te esqueças de que o Senhor tem predileção pelas crianças e pelos que se fazem como elas (Camino, n. 872).

Que alegria contemplar Jesus em Betânia! Amigo de Lázaro, Marta e Maria! Vai ali para recuperar as forças quando está cansado. Ali Jesus tinha o seu lar. Ali há almas que o apreciam. Há almas que se aproximam do Sacrário e, para elas, aquilo é Betânia. Oxalá seja assim para ti! Betânia é confidência, calor de lar, intimidade. Amigos prediletos de Jesus. E também é teu amigo (Meditação, 6 de novembro de 1940).

— Se o amor, mesmo o amor humano, dá tantas consolações aqui, o que será o Amor no Céu? (Camino, n. 428).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Uma mochila, uma vida: refugiados ucranianos em minha casa

— Acolhimento de crianças sarauís


4. Aprender a perdoar

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Ao proclamar o ano jubilar da misericórdia, o Papa Francisco recordou que os cristãos devem responsabilizar-se pelo anúncio alegre do perdão, mesmo sabendo que muitas vezes a reconciliação é difícil. Várias pessoas que tiveram a valentia de perdoar aparecem no quarto vídeo da série “Basta começar. Formas de ajudar os outros”.

Perguntas para o diálogo

— Que dificuldades as pessoas que aparecem no vídeo poderiam ter para perdoar?

— Como superaram essas dificuldades?

— Como o trato com Deus, a oração e a recepção dos sacramentos influenciam em quem deve pedir perdão e em quem deve perdoar?

— Porque é que o perdão traz consigo paz e alegria?

Propostas de ação

— Pedir perdão a Deus com frequência através de atos de contrição.

— Recorrer periodicamente à confissão sacramental, que é fonte de graça e de perdão.

— Solicitar ao Senhor a graça de saber perdoar sempre — o grande e o pequeno, ainda que custe — e pedir-Lhe que não tenham lugar em você o rancor, o ressentimento ou o desejo de vingança.

— Rezar frequentemente pelos que o ofenderam e pelas pessoas a quem você ofendeu.

— Colocar em prática estas palavras do Papa Francisco: “Agora, peço-vos uma coisa. Em silêncio, todos, pensemos... que cada um pense numa pessoa com quem não estamos bem, com quem estamos zangados, de quem não gostamos. Pensemos nessa pessoa e em silêncio, neste momento, rezemos por essa pessoa e sejamos misericordiosos com essa pessoa” (Ângelus, 15 de setembro de 2013).

— Se precisa se reconciliar com uma pessoa, porque a você o ofendeu ou porque ela o ofendeu, reze por ela e tome a iniciativa.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Tu és um Deus disposto a perdoar, clemente e misericordioso, lento para a ira e cheio de bondade (Neemias 9,17).

— "Senhor, se o meu irmão me ofende, quantas vezes tenho que lhe perdoar? Até sete vezes?". Jesus responde-lhe: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mateus 18, 21-22).

— Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lucas 23, 34).

— Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido (Mateus 6, 12).

— Se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celestial vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas (Mateus 6, 14-15).

— Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos se alguém tem razão de queixa contra o outro. Assim como o Senhor vos perdoou, fazei vós assim também (Colossenses 3, 13).

— Toda a amargura, animosidade, cólera, gritaria e maledicência, bem como toda a espécie de malícia, seja banida dentre vós. Sede benignos uns para com os outros, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros como também Deus vos perdoou por Cristo (Efésios 4, 31-32).

Meditar com o Papa Francisco

— Deus perdoa sempre! Não se cansa de perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão. Mas Ele não se cansa de perdoar (Homilia, 23 de janeiro de 2015).

— O perdão das ofensas é a expressão mais evidente do amor misericordioso e para nós cristãos é um imperativo de que não podemos prescindir. Como é difícil muitas vezes perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento posto nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar cair o rancor, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para viver felizes (Misericordiae Vultus, 9).

— É difícil perdoar aos outros. Senhor, concede-nos a tua misericórdia para sermos capazes de perdoar sempre (Tweet, 29 de novembro de 2013).

— O perdão é uma força que ressuscita para uma vida nova e infunde a valentia para olhar o futuro com esperança (Misericordiae Vultus, 10).

— É no seio da família onde se nos educa para o perdão, porque se tem a certeza de ser compreendidos e apoiados não obstante os erros que se possam cometer (Homilia, 27 de dezembro de 2015).

— O amor de Cristo enche os nossos corações e torna-nos capazes de perdoar sempre (Tweet, 2 de maio de 2015).

Meditar com São Josemaria

— Perdoar. Perdoar com toda a alma e sem resquício de rancor! Atitude sempre grande e fecunda. Esse foi o gesto de Cristo ao ser pregado na Cruz: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem”. E daí veio a tua salvação e a minha. (Sulco, n. 805).

— Esforça-te, se é preciso, por perdoar sempre aos que te ofendem, desde o primeiro instante, já que, por maior que seja o prejuízo ou a ofensa que te façam, mais te tem perdoado Deus a ti. (Caminho, n. 452).

— O Senhor converteu Pedro - que O tinha negado três vezes - sem lhe dirigir sequer uma censura: com um olhar de Amor. - É com esses mesmos olhos que Jesus nos olha, depois das nossas quedas. Oxalá possamos dizer-Lhe, como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que eu te amo!”, e mudemos de vida(Sulco, n. 964).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Novena do perdão de São Josemaria

— Álvaro del Portillo e o perdão

— Carta de D. Javier Echevarría sobre o perdão (abril de 2016)

— Estudo: “São Josemaria, lição de perdão”

— Vídeo: “Perdoei meu pai”

— Aprender a perdoar com a ajuda de Deus


5. Abrir as portas

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Neste vídeo apresentam-se iniciativas na Alemanha e na Áustria que procuram facilitar a integração num novo ambiente a pessoas que se viram forçadas a deixar o seu lugar de origem.

Perguntas para o diálogo

— Quais são as dificuldades que os imigrantes que aparecem no vídeo encontram?

— Pode descrever outros dos problemas que atualmente encontram os imigrantes e os refugiados?

— Quais são as maneiras de ajudar os imigrantes que o vídeo apresenta?

— O que motiva a prestar essa ajuda aos imigrantes?

Propostas de ação

— Rezar pelos que tiveram que deixar o seu lar.

— Conhecer a situação dos imigrantes no seu país.

— Pensar se pode ajudar pessoalmente a algum imigrante ou colaborar em iniciativas da paróquia ou organizações civis destinadas a ajudar imigrantes.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria (Lucas 2, 7).

— Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou (Mateus 10, 40).

— Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo (Apocalipse 3, 20).

— Não descuideis da hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber (Hebreus 13, 2).

— Portanto, já não sois estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e moradores da casa de Deus (Efésios 2,19).

— Pois o Senhor vosso Deus [...] ama o estrangeiro e lhe dá alimento e roupa. Portanto, amai o estrangeiro, porque vós também fostes estrangeiros no Egito (Deuteronômio 10, 17-19).

Meditar com o Papa Francisco

— Na raiz do Evangelho da misericórdia, o encontro e o acolhimento do outro se entrecruzam com o encontro e o acolhimento de Deus: acolher o outro é acolher Deus em pessoa (Mensagem, 12 de setembro de 2015).

— A cultura do diálogo implica uma autêntica aprendizagem, uma ascese que nos permita reconhecer o outro como um interlocutor válido; que nos permita olhar o estrangeiro, o emigrante, o que pertence a outra cultura como sujeito digno de ser escutado, considerado e apreciado (Discurso, 6 de maio de 2016).

— Existe o risco de aceitar passivamente certos comportamentos e não nos assombrarmos diante das tristes realidades que nos rodeiam. Acostumamo-nos à violência, como se fosse uma notícia quotidiana descontada; acostumamo-nos aos irmãos e irmãs que dormem na rua, que não têm um teto para se abrigarem. Acostumamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como se devia. Acostumamo-nos a viver numa sociedade que pretende deixar Deus de lado (Audiência, 5 de março de 2014).

— Cada um de vós, refugiados que bateis às nossas portas, tem o rosto de Deus, é a carne de Cristo. A vossa experiência de dor e de esperança recorda-nos que todos somos estrangeiros e peregrinos nesta Terra, acolhidos por alguém com generosidade e sem nenhum mérito (Vídeo-mensagem, 19 de abril de 2016).

— Cada ser humano é filho de Deus. Nele está impressa a imagem de Cristo. Trata-se, então, de que sejamos nós os primeiros a vê-lo e assim possamos ajudar os outros a ver no emigrante e no refugiado não só um problema que deve ser enfrentado, mas um irmão e uma irmã que devem ser acolhidos, respeitados e amados, uma ocasião que a Providência nos oferece para contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, uma democracia mais plena, um país mais solidário, um mundo mais fraterno e uma comunidade cristã mais aberta, de acordo com o Evangelho (Mensagem, 5 de agosto de 2013).

Meditar com São Josemaria

— Jesus na Cruz, com o coração trespassado de Amor pelos homens, é uma resposta eloquente - as palavras são desnecessárias - à pergunta sobre o valor das coisas e das pessoas. Valem tanto os homens, a sua vida e a sua felicidade, que o próprio Filho de Deus se entrega para os redimir, para os purificar, para os elevar (É Cristo que passa, n. 165).

— Assim como Cristo passou fazendo o bem por todos os caminhos da Palestina, assim temos nós que desenvolver uma grande sementeira de paz pelos caminhos humanos da família, da sociedade civil, das relações profissionais, da cultura e do descanso. Será a melhor prova de que nos chegou ao coração o reino de Deus (É Cristo que passa, n. 166).

— Enquanto a Sagrada Família descansa, aparece o Anjo a José, para que fujam para o Egito. Maria e José pegam o Menino e empreendem o caminho sem demora. Não se revoltam, não se desculpam, não esperam que a noite termine... (Sulco, n. 999)

— Um homem e uma sociedade que não reajam perante as tribulações ou as injustiças, e não se esforcem por aliviá-las, não são nem homem nem sociedade à medida do amor do Coração de Cristo (É Cristo que passa, n. 167).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Bassam e Raghad: bem-vindos à sua casa

— O desafio de duplicar a família

— Jovens de Quebec conseguem bolsas para refugiados sírios

— Mochilas de esperança para os refugiados


6. Compartilhe os seus conhecimentos

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Neste vídeo vemos um grupo de jovens alemãs ajudando várias crianças a fazer os deveres de casa e mulheres do Chile e Estados Unidos que oferecem ajuda educativa a pessoas que precisam. O vídeo mostra que "ensinar é uma bela profissão", como o Papa Francisco disse.

Perguntas para o diálogo

— Você acha que, como Marina explica, é natural compartilharmos os conhecimentos que temos? Por quê?

— Quais são as razões pelas quais Anna-Lena e Clara ajudam algumas crianças a fazer os deveres de casa?

— Por que o esforço e sacrifício para receber ou dar educação vale a pena?

— A educação pode ajudar uma pessoa a mudar?

Propostas de ação

— Compartilhar com os outros o que você sabe (por exemplo, como funciona uma coisa, por que acontece algo, etc.).

— Agradecer e valorizar o papel das pessoas que se dedicam à educação: pais, professores, missionários, formadores, etc.

— Procurar formas de transmitir a fé e a doutrina da Igreja aos seus amigos e conhecidos, também através de seu exemplo.

— Pensar como cumprir os seus deveres de estado: como pai, filho, professor, estudante, instrutor, etc.

— Se você for mais velho, dedicando o tempo a pessoas mais jovens para transmitir, de forma atraente e equilibrada, a sabedoria que vem com a experiência.

— Se você for mais jovem, oferecer aos idosos a oportunidade de ensiná-los a usar as tecnologias mais recentes (eletrônica, software, internet, etc.).

Meditar com a Sagrada Escritura

— Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me tuas veredas. Faz-me caminhar na tua verdade e instrui-me, porque és o Deus que me salva, e em ti sempre esperei (Salmo 25, 4-5).

— Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor (Daniel 12, 3).

— As multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade (São Mateus 7, 28-29).

— Quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar os outros, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus (São Mateus 5, 19).

— Filipe acorreu, ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: “Tu compreendes o que estás lendo?” O eunuco respondeu: “Como poderia, se Ninguém me orienta?” Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele (Atos dos Apóstolos 8,30-31).

— Com toda a sabedoria, instruí-vos e aconselhai-vos uns aos outros (Colossenses 3, 16).

Meditar com o Papa Francisco

— A conclusão do Evangelho de Mateus diz-nos que o Senhor envia os apóstolos com estas palavras: «Ensinai-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado». Este «ensinar a quem ignora» é, em si mesmo, uma das obras de misericórdia. E decompõe-se como a luz nas demais obras: nas referidas em Mateus 25, que têm mais a ver com as obras chamadas corporais, e em todos os mandamentos e conselhos evangélicos de «perdoar», «corrigir fraternalmente», consolar os tristes, suportar as perseguições, etc. (Meditação, 2 de junho de 2016).

— Educar significa "tirar". É a capacidade de extrair o melhor do próprio coração. Não se limita apenas a ensinar uma técnica ou a conferir algumas noções, mas a tornar mais humanos a nós homens e à realidade que nos circunda (Discurso, 16 de janeiro de 2016).

— Educar é uma vocação grandiosa: do mesmo modo como são José ensinou a Jesus a arte do marceneiro, assim também vós sois chamados a ajudar as jovens gerações (Discurso, 16 de janeiro de 2016).

— Ser educador é o que fez Jesus. Educou-nos (15 de janeiro de 2016, vídeo-mensagem aos participantes do 24º Congresso Interamericano de Educação Católica, realizado em São Paulo).

Meditar com São Josemaria

— Tiveste a grande sorte de encontrar mestres de verdade, amigos autênticos, que te ensinaram sem reservas tudo quanto quiseste saber; não precisaste de artimanhas para lhes “roubar” a sua ciência, porque te indicaram o caminho mais fácil, embora a eles lhe tenha custado duro trabalho e sofrimentos descobri-lo... Agora, toca-te a ti fazer outro tanto, com este, com aquele, com todos! (Sulco, n. 733)

— Educador: o inegável empenho que pões em conhecer e praticar o melhor método para que os teus alunos adquiram a ciência terrena, põe-no também em conhecer e praticar a ascética cristã, que é o único método para que eles e tu sejais melhores (Caminho, n. 344).

— Os pais educam fundamentalmente com a sua conduta. O que os filhos e as filhas procuram no pai e na mãe não são apenas uns conhecimentos mais amplos que os seus, ou uns conselhos mais ou menos acertados, mas algo de maior categoria: um testemunho do valor e do sentido da vida encarnado numa existência concreta, confirmado nas diversas circunstâncias e situações que se sucedem ao longo dos anos (É Cristo que passa, n. 28).

— “Coepit facere et docere” — Jesus começou a fazer e depois a ensinar: tu e eu temos que dar o testemunho do exemplo, porque não podemos levar uma dupla vida; não podemos ensinar o que não praticamos. Por outras palavras, temos de ensinar aquilo que, pelo menos, lutamos por praticar (Forja, n. 694)

— Os pais são os principais educadores de seus filhos, tanto no aspecto humano como no sobrenatural, e devem sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e sobretudo saber amar; e que se empenhem em dar bom exemplo (É Cristo que passa, n. 27).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Rio: a "Cruzada de São Sebastião"

— Sinais da misericórdia de Deus para os pobres de Mumbai”

— Desenvolvimento social no Metro Achievement Center: Uma herança de São Josemaria

— Apoio escolar no Benim

— Formação de professores na Nigéria

— Textos sobre educação e família


7. Estar perto dos que sofrem

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Podemos ajudar os doentes e idosos, oferecendo tempo e amor. Esta é a experiência de Hijung, que ensina informática a idosos nos Estados Unidos, e Willi, que toca violão na Alemanha. Junto com eles, testemunham Valdir, conselheiro familiar brasileiro, e duas enfermeiras chilenas, Antonia e Fernanda.

Perguntas para o diálogo

— Como você explicaria a importância das atividades que Hijung e Willi realizam? É preciso muita preparação para começar este tipo de iniciativas?

— Valdir, Antonia e Fernanda oferecem serviços profissionais, mas consideram que o mais importante não é o seu conhecimento. De acordo com eles, o que é mais importante quando atendem os seus pacientes?

— Qual é a importância da companhia e do carinho para os que estão sozinhos ou doentes?

— O que é preciso fazer para dar bons conselhos? Existem pessoas que podem estar precisando do seu conselho?

— Fernanda diz que qualquer pessoa pode ajudar os outros no lugar onde mora, fazendo o que mais gosta. Considerando a sua situação pessoal, você acha que ela tem razão? Por quê?

Propostas de ação

— Procurar informações sobre instituições que atendem idosos, doentes, crianças ou imigrantes e, na medida das suas possibilidades, oferecer ajuda e oração.

— Localizar ao seu redor as pessoas que precisam de companhia, carinho, amizade ou conselho, e pensar em maneiras de colocar-se a seu serviço.

— Cuidar dos doentes da família com espírito de serviço: preparar as refeições para eles, estar perto quando precisam de companhia, ter detalhes de carinho, etc.

— Pensar em formas delicadas de explicar aos doentes o valor santificante e redentor das suas circunstâncias: a sua oração tem um valor imenso para Jesus.

— Conversar com Deus, na oração pessoal, sobre como é o seu relacionamento com aqueles com quem convive mais, procurando descobrir como ter mais carinho e também se pode oferecer algum conselho.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição (2 Cor 1, 3-4).

— Meus irmãos, de minha parte estou convencido, a vosso respeito, que sois cheios de bons sentimentos e cumulados de conhecimento, de tal maneira que podeis admoestar-vos uns aos outros (Rm 15, 14).

— Bendigo o Senhor que me aconselhou; mesmo de noite meu coração me instrui (Salmos 16, 7).

— Quando chegou à porta da cidade, coincidiu que levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe era viúva. Uma grande multidão da cidade a acompanhava. Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: “Não chores!” Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Ele ordenou: “Jovem, eu te digo, levanta-te!” O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe (Lc 7, 12-16).

— Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará (Mt 16, 24-25).

Meditar com o Papa Francisco

— O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença face ao sofrimento dos meus irmãos. Aquele pranto ensina-me a assumir a dor dos outros, a tornar-me participante do incômodo e do sofrimento de quantos vivem nas situações mais dolorosas [...]. O pranto de Jesus não pode ficar sem resposta por parte de quem acredita n’Ele. Como Ele consola, assim somos chamados nós a consolar (Meditação, 5/05/2016).

— Não podemos ser mensageiros do consolo de Deus se não experimentarmos primeiro a alegria de ser consolados e amados por Ele. Isto acontece sobretudo quando ouvimos a sua Palavra, o Evangelho, que devemos levar no bolso: não esqueçais isto! O Evangelho no bolso ou na bolsa, para o ler continuamente. E isto dá-nos consolo: quando estamos em oração silenciosa na sua presença, quando nos encontramos com Ele na Eucaristia ou no sacramento do Perdão. Tudo isto nos conforta (Ângelus, 7/12/2014)

— O Senhor não nos fala só na intimidade do coração, fala-nos sim mas não só ali, fala-nos também através da voz e do testemunho dos irmãos. É deveras um dom importante poder encontrar homens e mulheres de fé que, sobretudo nos momentos mais complicados e importantes da nossa vida, nos ajudam a iluminar o nosso coração e a reconhecer a vontade do Senhor! (Audiência, 7/05/2014).

— Procurai ser sempre um olhar acolhedor, mão que ampara e acompanha, palavra de conforto, abraço de ternura. Não desanimeis devido às dificuldades e ao cansaço, mas continuai a doar tempo, sorriso e amor aos irmãos e às irmãs que deles têm necessidade. Cada pessoa doente e frágil possa ver no vosso rosto o rosto de Jesus; e que também vós possais reconhecer na pessoa sofredora a carne de Cristo (Discurso, 9/11/2013).

— Procurai ser sempre um olhar acolhedor, mão que ampara e acompanha, palavra de conforto, abraço de ternura. Não desanimeis devido às dificuldades e ao cansaço, mas continuai a doar tempo, sorriso e amor aos irmãos e às irmãs que deles têm necessidade. Cada pessoa doente e frágil possa ver no vosso rosto o rosto de Jesus; e que também vós possais reconhecer na pessoa sofredora a carne de Cristo (Discurso, 9/11/2013).

— Oferecer testemunho da misericórdia no mundo de hoje é uma tarefa à qual nenhum de nós pode se subtrair (Tweet, 8/09/2016).

Meditar com São Josemaria

— Espera-me um doente, e não tenho o direito de fazer esperar um doente, que é Cristo (Novembro de 1972).

— Essas palavras que tão a tempo deixas cair ao ouvido do amigo que vacila; a conversa orientadora que soubeste provocar oportunamente; e o conselho profissional que melhora o seu trabalho universitário; e a discreta indiscrição que te faz sugerir-lhe imprevistos horizontes de zelo... Tudo isso é “apostolado da confidência” (Caminho, n. 973).

— Não podes ser apenas um elemento passivo. Tens de converter-te em verdadeiro amigo dos teus amigos: “ajudá-los”. Primeiro, com o exemplo da tua conduta. E depois, com o teu conselho e com o ascendente que a intimidade dá (Sulco, n. 731).

— A generalização dos remédios sociais contra as pragas do sofrimento ou da indigência [...] não poderá suplantar nunca, porque estes remédios sociais estão em outro nível, a ternura eficaz – humana e sobrenatural – deste contato imediato, pessoal, com o próximo: com aquele pobre de um bairro vizinho, com aquele outro doente que vive a sua dor num hospital imenso, ou com aquela outra pessoa – rica talvez – que necessita de algum tempo de afetuosa conversa, de uma amizade cristã para a sua solidão (Carta, 24 de outubro de 1942).

— Quando estiveres doente, oferece com amor os teus sofrimentos, e eles se converterão em incenso que se eleva em honra de Deus e que te santifica (Forja, n. 791).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Tereza conta uma iniciativa que teve com algumas amigas: visitar a doentes de longa duração com o cachorro da família.

— Jennifer, Francine e Princess falam sobre suas experiências ao visitar a Escola Nacional das Filipinas para Cegos

— Centro Diurno para idosos necessitados em Roma


8. Acompanhar até o fim

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Lida e Maria Elena falam sobre a importância da nossa oração e companhia para os doentes, especialmente quando eles estão perto da morte. Padre César, Roseli e Roger explicam que sepultar um falecido e rezar por ele são manifestações de fé em que a morte é o momento do encontro com Cristo e que, no fim dos tempos, os corpos se reunirão com as almas. Eles mostram que um funeral é uma demonstração de apreço pelo que foi morada do Espírito Santo e fonte de esperança e consolo.

Perguntas para o diálogo

— Na sua opinião, quais são os motivos que levam Lida e María Elena a acompanhar as pessoas que estão perto da morte? Você considera que este trabalho é importante?

— Roseli fala da morte do seu marido, e Roger do seu avô; o que os ajudou a lidar com a dor da separação física desses parentes?

— Por que o padre Cesar considera importante sepultar os falecidos?

— Por que é importante enterrar os mortos e rezar por eles?

— Como você explicaria a um amigo o que é a comunhão dos santos?

Propostas de ação

— Recordar nas suas orações os doentes, os agonizantes, os falecidos e seus familiares e amigos.

— Proporcionar, quando for apropriado, conforto e companhia aos que sofrem pela morte de um ente querido.

— Facilitar, com a sua orientação e ajuda (se for preciso) que os doentes em perigo de morte possam receber a unção dos enfermos.

— Ajudar, se possível, a quem está com dificuldades para conseguir um lugar para enterrar um defunto.

— Visitar regularmente as sepulturas, especialmente de parentes e amigos, e oferecer sufrágios pelos falecidos.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Com toda sorte de preces e súplicas, orai constantemente no Espírito. Prestai vigilante atenção neste ponto, intercedendo por todos os santos. (Efésios 6,18).

— Jesus disse então: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (João 11, 25-26).

— Irmãos, não queremos deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não fiqueis tristes como os outros, que não têm esperança. Com efeito, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos igualmente que Deus, por meio de Jesus, com ele conduzirá os que adormeceram (1 Tessalonicenses 4, 13-14).

— Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos, e se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos (Romanos 14, 8-9).

— Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão, uns para uma vida eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna. Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor (Daniel 12, 2-3).

— Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados (1 Coríntios 15, 20-22).

Meditar com o Papa Francisco

— A Igreja convida à oração incessante pelos nossos entes queridos, atingidos pelo mal. A prece pelos doentes nunca deve faltar. Aliás, temos que rezar ainda mais, tanto pessoalmente como em comunidade. (Audiência, 10 de junho de 2015).

— A tradição da Igreja sempre exortou a rezar pelos finados, de maneira especial oferecendo por eles a Celebração eucarística: esta é a melhor ajuda espiritual que nós podemos oferecer pelas suas almas, particularmente por aquelas mais abandonadas (Ângelus, 2 de novembro de 2014).

— A comemoração dos finados, o cuidado pelos sepulcros e os sufrágios são testemunho de esperança confiante, radicada na certeza de que a morte não é a última palavra sobre o destino humano, porque o homem está destinado a uma vida sem limites, que encontra a sua raiz e o seu cumprimento em Deus (Ângelus, 2 de novembro de 2014).

Meditar com São Josemaria

— Fala Jesus: “Digo-vos, pois: Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á”. Faz oração. Em que negócio humano te podem dar mais garantias de êxito? (Caminho, n. 96).

— Lembramo-nos do que diz o Senhor? Já não vos chamo servos, mas amigos. Ensina-nos a ter confiança com os amigos de Deus, que já moram no Céu, e com as criaturas que convivem conosco, incluídas as que parecem afastadas do Senhor, para as atrairmos ao bom caminho (Amigos de Deus, n. 315).

— Morrer é uma coisa boa. Como pode ser que haja quem tenha fé e, ao mesmo tempo, medo da morte?... Mas, enquanto o Senhor te quiser manter na terra, morrer, para ti, é uma covardia. Viver, viver e padecer e trabalhar por Amor: isto é o que te toca (Forja, n. 1037).

— Ficaste muito sério ao escutar-me: - Aceito a morte quando Ele quiser, como Ele quiser e onde Ele quiser; e ao mesmo tempo penso que é “um comodismo” morrer cedo, porque temos que desejar trabalhar muitos anos para Ele e, por Ele, a serviço dos outros (Forja, n. 1039).

— Não nos pertencemos. Jesus Cristo comprou-nos com a sua Paixão e com a sua Morte. Somos vida sua. Já só há uma única maneira de vivermos na terra: morrer com Cristo para ressuscitar com Ele, até podermos dizer com o apóstolo: Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Via Sacra, 14ª estação).

Textos e links para continuar a reflexão:

— “Para aqueles que confiam em Deus, a esperança não se perde”, entrevista com Steve, que trabalha na Libéria para combater o ébola.

— “Agnieszka conta como Deus a ajudou nos últimos dias de sua mãe

— Áudio de Dom Javier: sepultar os defuntos

— Alguns artigos sobre cuidados paliativos


9. Oferecer oportunidades de trabalho

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O Papa Francisco lembrou muitas vezes que o trabalho dá dignidade. Neste vídeo aparecem três iniciativas do Uruguai, Itália e Filipinas, que procuram preparar os jovens para entrar no mercado de trabalho.

Perguntas para o diálogo

— Por que algumas pessoas que aparecem no vídeo relacionam a realização pessoal com o fato de ter um emprego? Por que ter um emprego muda a visão que as pessoas têm do próprio futuro?

— Como você explica que trabalhar não consiste só em realizar certas funções mas também se desenvolver interiormente?

— Você acha que é possível ajudar os colegas de trabalho enquanto se cumpre o próprio dever? Como?

— Graciela, do Uruguai, conta que estava em uma situação desesperadora, que fatos a ajudaram a continuar em frente?

Propostas de ação

— Rezar pelas pessoas desempregadas.

— Procurar que as pessoas desempregadas e suas famílias passem um momento agradável, proporcionando-lhes com discrição, pequenos serviços.

— Quando souber de vagas de trabalho, pensar se pode ser útil para informar a familiares, amigos ou conhecidos que estão desempregados.

— Colocar seus talentos a serviço dos outros, ao fazer o seu trabalho

— Oferecer a Deus o seu trabalho também pedindo intenções específicas.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Que vos empenheis em viver tranquilos, ocupando-vos dos vossos próprios negócios e trabalhando com as próprias mãos, como vos ordenamos (1 Tessalonicenses 4, 11).

— Vós bem sabeis que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo. Em tudo vos mostrei que, trabalhando desse modo, se deve ajudar aos fracos, recordando as palavras do Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais felicidade em dar do que em receber’” (Atos dos Apóstolos 20, 34-35).

— Paulo entrou em contato com eles. Como tinham a mesma profissão – eram fabricantes de tendas – passou a morar com eles e trabalhar ali (Atos dos Apóstolos 18, 2-3)

— Em plena manhã, saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! Eu pagarei o que for justo’ (Mateus 20, 3-4).

— Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará (João 6, 27).

— Pedimos-vos, irmãos, que tenhais toda a consideração para com aqueles que se afadigam entre vós e, no Senhor, vos presidem e admoestam. Cercai-os de estima e de extremado amor, em razão do seu trabalho (1 Tessalonicenses 5, 12-13).

Meditar com o Papa Francisco

— O trabalho é algo que vai além de simplesmente ganhar o pão. O trabalho nos dá dignidade. Quem trabalha é digno, tem uma dignidade especial, uma dignidade de pessoa (Homilia, 1 de maio de 2013).

— O valor primário do trabalho é o bem da pessoa humana, porque a realiza como tal, com as suas aptidões e capacidades intelectuais, criativas e manuais. Por isso, o trabalho não tem apenas uma finalidade econômica e de lucro, mas sobretudo uma finalidade que diz respeito ao homem e à sua dignidade. A dignidade do homem relaciona-se com o trabalho (Discurso, 20 de março de 2014).

— Trabalhar — repito, nas suas mil formas — é próprio da pessoa humana. Exprime a sua dignidade de ter sido criada à imagem de Deus. Por isso, diz-se que o trabalho é sagrado (Audiência, 19 de agosto de 2015).

— No centro de todas as questões, especialmente do desemprego, deve ser posta sempre a pessoa e a sua dignidade: por isso ter trabalho é uma questão de justiça, é uma injustiça não ter trabalho! Quando não se ganha o pão, perde-se a dignidade! Este é o drama do nosso tempo, sobretudo para os jovens, os quais, sem trabalho, não têm perspectivas para o futuro (Audiência, 25 de março de 2015).

— Entristeço-me quando vejo que há pessoas sem trabalho, que não encontram emprego e não têm a dignidade de levar o pão para casa. Alegro-me muito quando vejo que os governantes fazem grandes esforços para criar postos de trabalho a fim de que todos o tenham. Ele é sagrado, confere dignidade à família. Devemos rezar para que não falte trabalho na família (Audiência, 19 de agosto de 2015).

Meditar com São Josemaria

— Para a grande maioria dos homens, ser santo significa santificar o seu trabalho, santificar-se no trabalho e santificar os outros com o trabalho, e assim encontrar Deus no caminho da vida (Entrevistas, n. 55).(Entrevistas, n. 155).

— O trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e meio com que os homens devem contribuir para o progresso da sociedade; é também caminho de santificação (Entrevistas, n. 24).

— Põe um motivo sobrenatural na tua atividade profissional de cada dia, e terás santificado o trabalho (Caminho, n. 359).

— Ao realizar o seu trabalho, ao exercer a profissão na sociedade, cada um pode e deve converter as suas ocupações numa tarefa de serviço. O trabalho bem acabado - que progride e faz progredir, que tem em conta os avanços da cultura e da técnica - desempenha uma grande função, que será sempre útil à humanidade inteira, desde que tenha por motivo a generosidade, não o egoísmo; o bem de todos, não o proveito próprio: desde que esteja impregnado de sentido cristão da vida (É Cristo que passa, n. 166).

— Diante de Deus, nenhuma ocupação é em si mesma grande ou pequena. Tudo adquire o valor do Amor com que se realiza (Sulco, n. 487).

— A santidade que Nosso Senhor te exige alcança-se cumprindo com amor de Deus o trabalho, as obrigações de cada dia, que quase sempre se compõem de realidades corriqueiras (Amigos de Deus, n. 7).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Trabalhar bem, trabalhar por amor. E-book com textos sobre a santificação do trabalho

— O trabalho, chave de questões sociais e muito mais.

— “O Papa Francisco ressaltou o valor do trabalho recordando que o próprio Jesus trabalhou e que era lembrado como o "filho do carpinteiro".


10. Começar pouco a pouco

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Neste vídeo aparecem três iniciativas de serviço, em Filipinas, Áustria e Quênia. Como em outros casos, cujo objetivo é responder às necessidades concretas das pessoas, elas começaram pequenas e não se baseavam precisamente em certezas. Para ajudar os outros , basta começar…

Perguntas para o diálogo

— Você acha que a ajuda que o "St. Josemaria Daycare Center" fornece a crianças e mães jovens é importante para a zona em que ele está localizado? Por quê?

— Com o "1000 Taschen" (1000 bolsas), Kathrin ajuda algumas mulheres a terem uma renda. Aparentemente esta iniciativa e outras semelhantes ajudam a poucas pessoas, que razões você daria para mantê-las e promovê-las?

— Clifford fornece comida para meninos de rua e procura orientá-los a melhorar a sua situação, mas reconhece que às vezes acha que não consegue muitos resultados. Come ele reagiu a esse dilema? Por que continua com o seu projeto?

— Você poderia explicar como nasceram as iniciativas de Mian, Kathrin e Clifford? Com quais obras de misericórdia você se relaciona com cada um desses projetos?

Propostas de ação

— Identificar quais são as principais necessidades materiais e espirituais das pessoas do seu ambiente e pensar em possíveis soluções.

— Procurar informações sobre as várias iniciativas, pequenas ou grandes, que já existem perto da sua casa ou do seu trabalho e, de acordo com as suas possibilidades, colaborar, com o seu tempo, dando companhia ou consolo, ensinando o que sabe, com uma contribuição econômica, etc.

— Enviar roupas em bom estado, remédios que não serão usados, ou alimentos que não serão consumidos em casa, etc., à pessoas que os necessitem.

Meditar com a Sagrada Escritura

— De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. (Romanos 12, 6-8).

— Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. (Mateus 7, 24-25).

— E a multidão o interrogava (a João Batista), dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira. E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado. (Lucas 3, 10-11).

— Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. (Mateus 25, 40).

Meditar com o Papa Francisco

— As obras de misericórdia são essenciais para a nossa vida cristã. Olhai ao vosso redor, há sempre alguém que precisa de uma mão estendida, de um sorriso, de um gesto de amor. Quando somos generosos, nunca nos faltam as bênçãos de Deus. (Audiência, 10 de setembro de 2014).

— Como podemos ser testemunhas de misericórdia? Não pensemos que se trata de realizar grandes esforços nem gestos sobre-humanos. Não, não é assim. O Senhor indica-nos um caminho muito simples, feito de pequenos gestos que contudo aos seus olhos têm um grande valor. (Audiência, 12 de outubro de 2016).

— Nunca me cansarei de dizer que a misericórdia de Deus não é uma ideia bonita, mas uma ação concreta. Não existe misericórdia sem concretização. A misericórdia não é fazer um bem “de passagem”; significa comprometer-se onde está o mal, onde há doença, onde há fome, onde há tantas explorações humanas. E até mesmo a misericórdia humana não é autêntica – ou seja humana e misericórdia - enquanto não alcança a concretização no seu agir diário. (Audiência, 3 de setembro de 2016).

—Certa vez uma mãe contou-me […] ela tinha três filhos. E um dia ao almoço — o pai estava fora por trabalho, estava ela com os três filhos, pequeninos, 7, 5, 4 anos mais ou menos — e batem à porta: era um senhor que pedia de comer. E a mãe disse-lhes: "Espera um momento". Entrou e disse aos filhos: "Está ali um senhor que pede de comer, que fazemos?", "Damos-lhe, mãe, damos-lhe!". Cada um tinha no prato um bife com batatas fritas. "Muito bem — disse a mãe — damos-lhe metade de cada um de vós". "Ah, não, mãe, assim não está bem!". "É assim, tu deves dar do teu". E deste modo, esta mãe ensinou aos seus filhos a dar de comer do próprio. Este é um bonito exemplo que me ajudou muito. "Mas não me sobeja nada...". "Dá do teu!". É assim que nos ensina a mãe Igreja. (Audiência, 10 de setembro de 2014).

Meditar com São Josemaria

— Queres um segredo para ser feliz? Dá-te e serve os outros, sem esperar que te agradeçam.(Forja, n. 368).

— O Senhor ofereceu-nos a vida, os sentidos, as potências, graças sem conta. E não temos o direito de esquecer que somos um operário, entre tantos, nesta fazenda em que Ele nos colocou, para colaborar na tarefa de levar alimento aos outros (Amigos de Deus, n. 49).

— Temos de pedir ao Senhor que nos conceda um coração bom, capaz de se compadecer das penas das criaturas, capaz de compreender que, para remediar os tormentos que acompanham e não poucas vezes angustiam as almas neste mundo, o verdadeiro bálsamo é o amor, a caridade (É Cristo que passa, n. 167).

—  Já paraste a considerar a enorme soma que podem vir a dar “muitos poucos”?(Camino, n. 287).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Quais são as obras de misericórdia?

— Seção "iniciativas sociais""

— A solidariedade também pode transbordar

— Belo Horizonte e o Projeto Livro ao Vivo


11. Dar assistência aos presos

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Neste último vídeo da série “Basta começar. Maneiras de ajudar os outros” alguns reclusos colombianos falam das necessidades daqueles que se encontram nas prisões e sobre o que representa para eles receber uma visita ou alguma ajuda. Dão o seu testemunho também pessoas que realizam atividades de voluntariado em centros penitenciários. Por último, Nicola e Alik, da Rússia, descrevem uma iniciativa que procura diminuir a sensação de solidão entre os encarcerados.

Perguntas para o diálogo

— Quais são as necessidades dos presos que se mencionam no vídeo? Que outras necessidades têm os que estão privados da sua liberdade?

— Proporcionar formação, oferecer ajuda médica e dar aulas sobre a família e a educação são algumas das atividades que se podem desenvolver numa cadeia, ocorrem-te outras maneiras de ajudar os presos?

— Você considera que visitar os presos pode ser motor de mudança? O que é dito a esse respeito no vídeo?

— Como influíram em Nicola as cartas que recebeu enquanto esteve na prisão?

Propostas de ação

— Investigar quais são as cadeias mais próximas de sua casa, os seus horários, as condições para a entrada de visitantes e as principais necessidades dos presos

— Organizar-se para visitar pessoas presas. Se não for possível ir fisicamente, visitá-los com a oração.

— Rezar com frequência pelos presos e pelas suas famílias.

— Pensar se você pode enviar para alguma cadeia objetos que possam ser úteis, por exemplo, livros ou remédios.

— Em datas especiais, como o Natal, ter algum pormenor com pessoas presas: levar ou enviar um cartão de Boas Festas ou um bolo.

— Rezar pela abolição da pena de morte e, se for possível, apoiar ações orientadas para esse fim.

Meditar com a Sagrada Escritura

— Vinde vós, benditos de meu Pai; recebei o reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui forasteiro e me hospedastes, estava nu e me vestistes, doente e me visitastes, na cadeia e viestes ver-me (Mateus 25, 34-36).

— Lembrai-vos dos presos como se estivésseis presos com eles; dos que são maltratados como se estivésseis na sua carne (Hebreus 13, 3).

— O Senhor escuta os pobres, não despreza os cativos (Salmos 69, 34).

— Ditoso de quem auxilia o Deus de Jacob, o que espera no Senhor, seu Deus, que fez o céu e a terra, o mar e quanto há nele; que mantém a sua fidelidade perpetuamente, que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor liberta os cativos, o Senhor abre os olhos ao cego, o Senhor endireita os que já se dobram, o Senhor ama os justos (Salmos 146, 5-8).

Meditar com o Papa Francisco

— Nenhuma cela está tão isolada que exclua o Senhor, nenhuma; Ele está ali, chora com eles [com os presos], trabalha com eles, espera com eles; o seu amor paterno e materno chega por todos os lados. Rogo para que cada um abra o coração a este amor (Discurso, 23 de outubro de 2013).

— Se tu não estás na cadeia, é porque o Senhor te ajudou a não cair. Os presos têm um lugar no teu coração? Tu rezas por eles, para que o Senhor os ajude a mudar de vida? (Homilia, 20 de fevereiro de 2015).

— Gosto muito de ir às prisões […]. Cada vez que entro numa prisão — tu talvez compreendas o que te direi — pergunto-me a mim mesmo: «Porquê eles e não eu?». E ali apercebo-me da salvação de Jesus Cristo, do amor de Jesus Cristo por mim. Porque é Ele quem me salvou. Eu não sou menos pecador do que eles, mas o Senhor pegou-me pela mão. Também me apercebo disto. E quando vou às cadeias sou feliz (Discurso, 15 de novembro de 2015).

— Não existe lugar no nosso coração que não possa ser atingido pelo amor de Deus. Onde há uma pessoa que errou, ali se faz presente, com mais força, a misericórdia do Pai, para suscitar arrependimento, perdão, reconciliação, paz (Homilia, 6 de novembro de 2016).

— Hoje em dia a pena de morte é inadmissível, por muito grave que tenha sido o delito do condenado. É uma ofensa à inviolabilidade da vida e à dignidade da pessoa humana que contradiz o desígnio de Deus sobre o homem e a sociedade e a sua justiça misericordiosa, e impede que seja conforme com qualquer finalidade justa das penas. Não faz justiça às vítimas, antes fomenta a vingança (Carta, 20 de março de 2015).

Meditar com São Josemaria

— Pode-se estar prisioneiro na cela mais horrenda e desumana, e ser livre, aceitando a vontade de Deus e amando o sacrifício, com o pensamento em todas as almas da terra. Quantos mártires da fé nos nossos dias voaram assim como as águias, com o corpo entre ferros e a alma livre para amar a Deus sem limites! (25 de junho de 1972).

— O Amor de Deus marca o caminho da verdade, da justiça, do bem. Quando nos decidimos a responder ao Senhor: “A minha liberdade para Ti”, ficamos libertos de todas as cadeias que nos tinham atado a coisas sem importância, a preocupações ridículas, a ambições mesquinhas. E a liberdade — tesouro incalculável, pérola maravilhosa que seria triste atirar aos animais — emprega-se inteira em aprender a fazer o bem. Esta é a liberdade gloriosa dos filhos de Deus (Amigos de Deus, n. 38).

— Vou dizer-te quais são os tesouros do homem na terra para que não os desperdices: fome, sede, calor, frio, dor, desonra, pobreza, solidão, traição, calúnia, prisão... (Camino, n. 194).

Textos e links para continuar a reflexão:

— Universitários quenianos dão aulas a 1500 presos

— O Padre Francesco, pároco que acolhe os ex-presos

— Reintegração na sociedade através do rugby

— Rosario fala sobre um projeto voluntário na prisão feminina de Guayaquil.

— Áudio de Dom Javier Echevarría: visitar os presos

— Caminhos terrenos divinos

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