Todos os que aqui estamos fazemos parte da família de Cristo, porque Ele mesmo nos escolheu antes da criação do mundo, por amor, para sermos santos e imaculados diante dele, o qual nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo para sua glória, por sua livre vontade. (...)
A meta que proponho – ou melhor, a que Deus indica a todos – não é uma miragem ou um ideal inatingível: podia contar-vos tantos exemplos concretos de mulheres e de homens correntes, como vocês e como eu, que encontraram Jesus que passa quasi in occulto pelas encruzilhadas aparentemente mais vulgares e decidiram segui-lo, abraçando com amor a cruz de cada dia. Nesta época de desmoronamento geral, de concessões e de desânimos, ou de libertinagem e de anarquia, parece-me ainda mais atual aquela convicção simples e profunda que, no princípio da minha atividade sacerdotal e sempre, me consumiu em desejos de comunicar à humanidade inteira: estas crises mundiais são crises de santos. (...)
Vida interior: é uma exigência do chamamento que o Mestre fez à alma de todos. Temos de ser santos – di-lo-ei com uma expressão castiça – da cabeça aos pés: cristãos de verdade, autênticos, canonizáveis; se não, fracassámos como discípulos do único Mestre. Pensem também que Deus, ao reparar em nós, ao conceder-nos a sua graça para lutarmos por alcançar a santidade no meio do mundo, nos impõe também a obrigação do apostolado.
(Amigos de Deus, n. 2-5)