Resumo da viagem do Prelado à América Central (2019)

O prelado do Opus Dei concluiu a sua viagem à América Central e ao Caribe. Apresentamos o resumo das suas catequeses no Panamá, Costa Rica, Nicarágua e Porto Rico.

Domingo, 3 de fevereiro

No seu último dia em Porto Rico, o prelado celebrou missa em Monteclaro. Na homilia, falou sobre a serenidade que dá saber-nos filhos de Deus. Posteriormente, teve um encontro com os promotores e membros da direção da Escola de Hotelaria Monteclaro e dos centros escolares Sonsoles e Summit Academy. Alguns contaram-lhe episódios das diversas diligências de caráter humanitário feitas a seguir à passagem do furacão Maria pela ilha.

Antes de se despedir, o prelado abençoou um guayacán pequeno. Trata-se de uma árvore nativa das Antilhas, muito apreciada pela sua madeira dura e resistente.

Ao dar a bênção, disse que “nunca nos separamos nunca porque é o próprio Cristo que nos une”. À saída de Paloblanco, encontrou um bom grupo de professoras, alunas e famílias que se despediam, tendo na cabeça chapéus de palha( pavas) , e maracas e güiros nas mãos.

Sábado, 2 de fevereiro

Na festa da Apresentação do Senhor, o prelado celebrou Missa no oratório da Residência Paloblanco. Glosando os textos da festa litúrgica, deteve-se nas palavras do velho Simeão: “'Agora podes deixar partir o teu servo em paz, porque os meus olhos viram o Salvador’. Nós temos de desejar ver a Deus: vê-Lo na Eucaristia, vê-lo nas circunstâncias habituais, vê-Lo nas pessoas com quem nos encontramos…. Assim poremos Cristo no cume das atividades humanas”.

Nessa manhã, a primeira catequese foi dedicada a senhoras que frequentam os meios de formação facultados pelo Opus Dei. Uma das presentes recordou que estão a decorrer os 50 anos do início do trabalho apostólico em Porto Rico: “Que espera de nós?”. “O importante –respondeu- é o que Deus espera de nós; e o que espera é que sejamos fiéis à própria vocação”.

Ao fim da tarde, noutro encontro de catequese, Mons. Ocáriz falou da oportunidade de ver a vontade de Deus também nas contradições: “A fé aplica-se ao que não se entende nem se vê. No entanto, aí também se manifesta o amor de Deus".

Uma das perguntas foi de Héctor, que, juntamente com outros, se comprometeu a iniciar um colégio, em que também se proporcionará formação cristã: o Sonsoles Summit Academy. Perguntou como superar os desafios que se forem apresentando. Mons. Ocáriz afirmou que “o primeiro meio a empregar é a fé. Depois, não desanimar com os nãos que se recebem quando se pede colaboração para estas iniciativas”. Comentou, em tom de brincadeira, que “se nãoquiserem ajudar, quem perde são eles”.

Máximo perguntou como apoiar a família e os filhos face a um ambiente hostil. O prelado contou uma história: uma mãe ia com a filha ainda pequena e encontraram uma amiga; ao vê-la com um carrinho de bebé, atreveu-se a comentar que parecia uma loucura ter tantos filhos. A mãe tentou explicar-lhe que os filhos são um presente de Deus e, nessa altura, a miúda meteu-se na conversa e disse: “Fique a saber que estamos a pensar ter mais”.

Entre encontro e encontro, Mons. Ocáriz teve oportunidade de cumprimentar várias famílias que manifestaram o seu agradecimento pela ajuda que recebem, acalentados pelas atividades de formação e de acompanhamento espiritual que o Opus Dei proporciona.

Sexta-feira, 1 de fevereiro

De manhã, depois de celebrar a Santa Missa na Escola de Hotelaria Monteclaro, Mons. Ocáriz deslocou-se a San Juan, onde cumprimentou vinte famílias. Posteriormente, no átrio do centro educativo Puertorreal, encontrou-se com sacerdotes e seminaristas de várias dioceses.

O prelado recordou a necessidade de “imitar Cristo para poder levá-lo aos outros”. Um dos sacerdotes amenizou a reunião, cantando uma ‘bomba’ -toada típica popular- acompanhado por guitarra, güiro e maracas, instrumentos típicos do Caribe.

Um dos assistentes perguntou como superar os momentos de cansaço e desânimo. “Não podemos confundir a alegria com o entusiasmo”, respondeu Mons. Ocáriz. “Podemos sofrer, podemos chorar, mas estar tristes, não! ... Para conseguir isto, temos que aprofundar na intimidade com Jesus Cristo”. Terminou, recordando a necessidade de conseguir muitas vocações para o sacerdócio.

No final da tarde, uma centena de jovens escutou a catequese do prelado. Javi fez um truque de ilusionismo com cartas e, a seguir, perguntou como fazer para saber o que Deus quer de nós. “O que Deus quer, primeiro, é que façamos o que temos que fazer”, ou seja, cumprir os nossos deveres. Encorajou-o a ter um horário para melhorar na ordem: “Se tiveres um plano de vida, terás força, serenidade e alegria”.

Outra pergunta deu ocasião ao prelado para explicar que “a união com o Senhor dá alegria. Quando o egoísmo nos domina, não estamos contentes”.

Antes de terminar o encontro, David levou ao prelado um taco de basebol para lhe pedir que escrevesse umas palavras que sirvam de alento para os próximos 50 anos. O prelado escreveu umas palavras de S. Josemaria: “Sonhai e ficareis aquém”.

Quinta-feira, 31 de janeiro (Porto Rico)

O prelado do Opus Dei chegou ao aeroporto internacional Luis Muñoz Marín, em San Juan de Puerto Rico às 16h15m, para uma visita pastoral que se prolonga até domingo, 3 de fevereiro.

O primeiro encontro de catequese teve lugar na Escola de Hotelaria Monteclaro, com as formandas e as que lá trabalham. Recordando a JMJ, Mons. Ocáriz disse que “um bom propósito para qualquerjovem que tenha estado presente seria rezar muito pelo Papa”.

Ao fim do dia, fez um tempo de adoração ao Santíssimo Sacramento.

Quarta-feira, 30 de janeiro (Panamá)

No dia 30 de janeiro, ao fim da tarde, o prelado regressou ao Panamá após um dia passado na Nicarágua. No diaseguinte, na homilia da Missa, comentou o Evangelho do dia, encorajando as assistentes a serem luz, sal e fermento onde quer que estejam.

Ao terminar a Eucaristia, Lesbia, proveniente deSoloy (Chiriquí), ofereceu-lhe um terço feito por ela com sementes da zona de Ngobe Bugle. Contou que tinha feito vários para vender às participantes da JMJ, eassim angariar fundos para bolsas da Escola de Hotelaria em que trabalha.

Antes de regressar ao aeroporto , a partir do qual viajaria para Porto Rico, o prelado disse aos que o acompanharam que não se despedia, pois no Opus Deie na Igreja estamos sempre unidos pela comunhão dos santos.

30 de janeiro (Nicarágua)

O prelado aterrou na Nicarágua ao princípio da manhã, para ter dois encontros de catequese em Manágua, nos centros culturais La Rivera e Villa Fontana.

Na reunião com fiéis e cooperadoras do Opus Dei ressaltou que “ a fé e o amor de Deus nos devem encher de segurança, de esperança, de alegria e quando vem o sofrimento -a contrariedade pequena ou grande-, sempre podemos unir-nos à Cruz do Senhor. Qualquer situação, oferecida ao Senhor, faz com que Jesus a tome como Sua e lhe dê um valor imenso”.

Yelba contou que há 19 anos começou com outras amigas um centro educativo em Diriamba. O prelado animou-as a continuar proporcionando formação humana e cristã a muitas mulheres, “porque tudo o que se faz por Deus é eficaz. Ele já conta com as nossas dificuldades e os frutos surgem muitas vezes sem notarmos”.

Jenny, uma das alunas dessa iniciativa educativa, confirmou que “vale a pena; espera-nos muita gente”. A ela, referiu, ajudou-a a descobrir Deus porque não praticava nenhuma religião. No dia 26 de maio de 2018, quando a Nicarágua estava no meio de uma forte crise, foi batizada, enchendo asssima sua vida de uma nova esperança.

Marcela, casada e com dois filhos, perguntou se uma mãe de família, entre os seus numerosos afazeres, pode descobrir a sua vocação. “Sim, é possível. A vocação é dada por Deus e para Ele não há impossíveis. Como dizia S. Josemaria, a Deus ‘interessam as pessoas que têm muito que fazer e não têm tempo’,pois são pessoas entregues e que se dão aos outros”.

Sandra pediu-lhe para rezar pela unidade e pela paz na Nicarágua. O prelado assegurou que o paísjáestá nasua oração diária, para que as pessoas se aproximem de Deus e desejem a paz.

Cindy, engenheira industrial, contou a história da sua vocação ao celibato no Opus Dei. Quando descobriu essa chamada divina, receou que os padres não a entendessem, pois não compartilham a sua fé católica. “Mas confiei em que Deus me iria ajudar”. O prelado confirmou que o Senhor conta com a nossa liberdade na própria chamada, “mas também nos ajuda com a sua graça; por vezes, precisamos de confiar mais em Deus”.

No segundo encontro, Mons. Fernando Ocáriz convidou os assistentes a “não perder nunca a alegria e a esperança. S. Josemaria assegurava-nos que ‘O que é preciso para conseguir a felicidade não é uma vida cómoda, mas um coração enamorado’. Um coração enamorado éfonte de esperança”.

Ao considerar o horizonte amplíssimo da evangelização na Nicarágua, disse que “pode parecer que somos poucos para o muito que há para fazer. Mas a força de Deus é maior. Que o trabalho por fazer e a paz que se há de semearlevem a rezar mais, a perdoar mais”.

Neste sentido, Humberto perguntou ao prelado como aprender a viver melhor e a perdoar quando o ambiente é difícil. “Tendo os mesmos sentimentos de Cristo perante as outras pessoas. Em tempos também complexos, S. Josemaria rezava assim: ‘Que eu veja com os teus olhos, Cristo meu’. Na Eucaristia, encontrarás a força para perdoar”.

Heliocasou e teve recentemente o primeiro filho. Como conseguir conciliar a vida familiar com o trabalho e a formação espiritual? O prelado recomendou a todos cultivar a virtude da ordem. “Cria um esquema mais ou menos estabelecido para colocar cada coisa no seu lugar. Por vezes, temos tendência a dedicar mais tempo àquilo de que mais gostamos. A ordem amplifica o dia, faz com que caibam mais coisas”.

Terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O prelado teve um encontro com universitários e jovens profissionais no Centro Universitário Miravalles. Mons. Ocáriz sugeriu aos presentes dar “graças a Deus pela formação cristã que recebeis, sabendo que a formação não acaba nunca. A finalidade dessa formação é identificar-nos com Jesus Cristo e devemos recebê-la com uma atitude ativa, para chegarmos a ter os mesmos sentimentos de Cristo”.

E, quando não vivemos segundo Cristo, “ podemos sempre recorrer à confissão, que nos pode levantar. A força vem do Sangue de Cristo, e por isso vale a pena desejarmos ser almas de Eucaristia”.

O prelado recordou que continuassem a rezar pelo Papa Francisco, e “por todo o mundo, pois há lugares onde estão a passar realmente mal. Na vida do dia a dia, que isto vos mova a tratar melhor os outros e a cuidar a fraternidade, em casa e com os amigos”.

Isaac fez a primeira pergunta. Está a estudar Veterinária e já colabora numa quinta, com vacas e porcos. Como descobrir o que há de bonito na virtude da pureza? “O sexo não é algo de obscuro –respondeu o prelado-. Maspor ser una realidade tão boa, tão grande e tão nobre, a sua corrupção é fatal. Pelo contrário, se lutamos por viver ordenadamente essa realidade, enchemo-nos dealegria, de capacidade de pensar nos outros. Todos temos que lutar, sem desânimo. Será assim até ao fim dos nossos dias”.

José Luís contou que é da Venezuela, embora esteja a estudar na Costa Rica. “Mas desejo com todas as minhas forças voltar ao meu país para ajudar a minha gente”. O prelado disse-lhe que reza muito pela Venezuela para que não haja mais penúria, nem violência.

Nacho perguntou como proteger e reforçar a posição da mulher numa sociedade em que não é suficientemente respeitada e se falta muito à sua dignidade. Noutro momento, Tomás e Mariano ofereceram a Monsenhor Ocáriz uma camisola da seleçãoda Costa Rica – a “sele”- por ocasião do aniversário da sua eleição e nomeaçãocomo prelado do Opus Dei. A parte de trás da “encarnada” dizia “O Padre”.

Juan Félix contou que é o “Juan Félix 3”, e quetanto o avô como o pai se chamavam assim e os três são supranumerários do Opus Dei. Comentou que tinha pedido a admissão recentementeeperguntou como manter viva a força da sua vocação e não perder o entusiasmo. “Todos temos vocação. Para o Senhor, nenhuma pessoa é indiferente. Deus tem um projeto para todos. Não depende do entusiasmo; não se pode confundir a certeza da vocação com o entusiasmo. É aresposta a uma chamada de Deus”.

Fernando Quesada, de 21 anos, estudante de Engenharia Industrial perguntou como incluir o respeito pela criação no nosso caminho para asantidade. “A santidade está em tudo, porque podemos encontrar Deus em qualquer coisa e atividade. O respeito e cuidado pela criação está tanto em não cortar florestas quando não se deve fazê-lo, como em cortá-las quando se deve fazê-lo, se isso significar um bem do ser humano. Tudo depende da ordem com que se fazem as coisas”.

Anteriormente, Monsenhor Fernando Ocárizrealizara outra catequese com mulheres que frequentam os meios de formação proporcionados pelo Opus Dei. O prelado falou-lhes sobre a importância de “enfrentar todas as situações da nossa vida, alegrias e tristezas, do mesmo modo que Jesus o faria”.

Maripaz Villalobos, que se preparar para vir a serEducadora de Infância, perguntou como navegarnas redes sociais. “Podes estar presente –foi a resposta- e fazê-lo de um modo muito positivo. Ao mesmo tempo, exigir-te-á muito domínio de ti própria, para não lhes dedicares mais tempo do que o necessário”.

Rosa, da Guatemala, interrogou-se sobre como confiar na vontade de Deus, quando não é fácil de aceitar. “Efetivamente –disse o prelado- Deus tem um propósito para cada um que muitas vezes nos é difícil de compreender, porque o Senhor permite contrariedades e fracassos. S. Josemaria, que teve muito que sofrer, ensinou-nos que podemos chorar ou não entender muitas coisas, mas que não devemos admitir a tristeza. Se tivermos fé, acreditamos no grande amor de Deus por nós. Deus quer-nos santos, que não significa ser perfeitos; Ele ama-nos com os nossos defeitos, mas sempre a lutar”.

Paula Odio, estudante universitária, contou que tinha participado na Jornada Mundial da Juventude no Panamá, e o impacto que teve nela a quantidade de jovens de diferentes latitudes que fazem parte da Igreja. “Isso deve ajudar-nos –disse Mons. Ocáriz - a ver nos outros o amor que Deus tem por cada um. Procuremos vê-los com os Seus olhos. Por vezes, pode tornar-se um pouco complicado, mas consegue-se pedindo a Deus essa caridade para nos darmos com cada pessoa.”

O prelado recordou também que para nos relacionarmos com as pessoas que não compartilham a mesma fé, primeiro é preciso querer-lhes bem e pensar que Deus quer dirigir-se-lhesatravésde nós, “não por sermos melhores, mas por termos recebido mais de Deus. Devemos rezar pelas pessoas afastadasd´Ele”.

Segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Mons. Ocáriz começou por sublinhar a importância da alegria: “O desejo de Deus é que estejamos contentes, que a nossa alegria seja completa;isto consegue-se com a Sua graça e ajuda; para sermos felizes, é preciso ter um coração apaixonado por Deus e Ele nos dará a força para amar a todos: família, amigos e colegas”.

A primeira pergunta foi de Marjorie, que dentro em breve fará 55 anos de casada; queria saber como compreender e dar-se conta de que temos um grande contributo a dar às nossas famílias. . “Tu mesma te deste conta: o que podemos fazer de maior é dar a conhecer Cristo, intimar com Ele e levá-Lo a toda a parte, em resposta a tudo o que nos deu; principalmente à própria família”.

A seguir, o prelado respondeu a Jessica, que é do Peru e chegou à Costa Rica por motivos de trabalho.Perguntou como levar a luz da fé a muita gente: “Aproveita as situações de cada diapara conhecer mais gente, pede luz ao Espírito Santo”.

O prelado ressaltou o valor da fraternidade nas famílias, entre amigos e com os colegas. Gabriela, mãe de sete filhos, quis saber como viver a caridade com os seres queridos que têm ideias muito diferentes das dela: “Ser amigo, marido o mãe exige um esforço espiritual. Para entender os que estão à nossa volta, primeiro devemos ver neles o bom, o positivo, o melhor de cada um. Todos valemos muitíssimo e, perante essa realidade, não há espaço para distinções: as diferenças devem levar-nos a querer-nos e valorizar-nos mais”.

"O QUE PODEMOS FAZER DE MAIOR É DAR A CONHECER CRISTO, INTIMAR COM ELE E LEVÁ-LO A TODA A PARTE"

Cláudia quis saber como não desanimar quando procura aproximar os outros de Deus, quando as pessoas pensam que não têm tempo para o Senhor. “Não desanimes. Pensa quanto custou a S.Josemaria começar a Obra. Ao mesmo tempo, tem consciência de que o nosso trabalho nunca é em vão. Quando se fazem as coisas por Deus, tudo é para a Suaglória”.

O prelado salientou o papel das cooperadoras e dos cooperadores, que apoiam o trabalho da Obra para que vá para a frente nas suas diferentes iniciativas.

A última a intervir foi Laura, casada, que, apesar de restar pouco tempo, aproveitou para fazer duas perguntas ao Padre: a primeira sobre como dar um contributo a favor da cultura da vida, e a segunda, como falar aosrecém-casados para que perseverem no seumatrimónio.

“O aborto é um assassinato a um inocente –disse o prelado respondendo à primeira questão -; é uma pessoa diferente. Não nos deixemos levar pela corrente, que infelizmente, édominante”. Quanto à segunda pergunta. respondeu, “quando um casamento se desfaz muito rapidamente, é porque falta amor. O amor não é o entusiasmo inicial, que passa; amar é desejar o bem da pessoa. Devemos ensinar aos mais novos o que é o amor”.

Domingo, 27 de janeiro de 2019 (Costa Rica)

O Padre chegou a San José (Costa Rica) às 16h15m, proveniente do Panamá. Ao chegar ao Centro Universitário Miravalles, residência da Obra onde fica alojado durante os seus dias em San José, esperavam-nos várias famílias para lhe dar as boas-vindas.

Uma das famílias vive em Ciudad Neily, perto da fronteira com o Panamá; outra, em San Luis de Santo Domingo de Heredia e outra, em Curridabat, subúrbio da capital. Conseguiram conversar uns bons minutos e, no final, o prelado deu-lhes a sua bênção.

Mais tarde, cumprimentaram Monsenhor Ocáriz vários universitáriose um grupo de fiéis da Obra que oesperava em Guaitil, Academia de Alta Cozinha, contígua a Miravalles.

Num desses encontros, José Daniel comentou ao prelado que a namorada e vários dos seus amigos tinham lido com eleo Caminho e que os tinha ajudado muito. O prelado falou sobre a necessidade de não ter medo de Deus e de falar-lhe como a um amigo. “A Sagrada Escritura dá frequentemente o conselho de não temer a Deus, e de nos sabermos sempre acompanhados por Ele. S. Josemaria dizia que quem tem medo não sabe amar. Não temamos se Ele nos pedir mais do que queremos dar”.

25 de janeiro de 2019

O prelado esteve no Centro Universitário Entremares, centro do Opus Dei muito próximo do Campo Santa María La Antigua, epicentro de algumas das principais reuniões da Jornada Mundial da Juventude.

Em Entremares, celebrou a Santa Missa. Numa breve homilia, aludiu à festividade da Conversão de S. Paulo. Animou os presentes a pedir ao apóstolo das gentes pela conversão de cada um dos que assistiam aos diferentes momentos com o Santo Padre: “Não só por conversões de gente sem fé, mas também para que cada um de nós avance na direção do Senhor”.

Temos que desejar “a conversão permanente”, afirmou. “Como S. Paulo, encontrar-nos continuamente com o Senhor, que nos diz: ‘Que esperas? Porque te atrasas? ’ Peçamos ao Senhor que nos faça reagir”. Pediu também orações pelos cristãos perseguidos ou que se deparam com especiais dificuldades.

‘ QUE ESPERAS? PORQUE TE ATRASAS? ’

Mons. Ocáriz dirigiu-se depois para o Centro de Convenções Vasco Núñez de Balboa, onde teve a sua primeira catequese no âmbito da JMJ. Ao início, parou uns minutos com um grupo de jovens que tinham vindo da Venezuela. À primeira catequese, assistiram mais de 1500 raparigas procedentes de diversos países: desde o Panamá até às Filipinas, que o receberam fazendo uma “onda especial”, como alusão aos dois mares (Atlântico e Pacífico) junto aos quais está situado o Panamá.

Logo no início, o prelado pediu orações pelo Papa Francisco. Falou também sobre a alegria, dizendo que “a nossa finalidade é amar cada dia mais o Senhor” e que, estando cada uma no seu sítio, aí a espera a felicidade. Zugeilys, do Panamá, fez a primeira pergunta. Continuaram depois María José (Colômbia), Natália (Brasil), Guadalupe (Uruguai), Sofia ( Salvador), Karin (Chile), Regina (México), Tita (Guatemala) e Maria Gabriela (Brasil).

“É possível sofrer, é possível chorar, mas estar tristes? Não!", disse o prelado. Falou também sobre a vocação que Deus tem para cada uma e cada um. “É preciso ter valentia para querer, não só para ver. Quando dizemos que sim ao Senhor, é por uma graça interior. Não se há de temer porque a vocação, qualquer vocação, é um dom que Ele nos oferece”.

Por isso, “devemos pôr da nossa parte esse ‘sim, quero’. Depois, deixar-nos aconselhar, fazer oração e ir com toda a frequência que se puder à Eucaristia”. Falou também muitíssimo da liberdade: “Porque para comprometer-se, tem que ser livremente. O compromisso é um modo de exercer a liberdade”, recordou.

Por fim, mencionou a importância da amizade. Quando há verdadeira amizade, há interesse pela outra pessoa. Se for verdadeiramente amiga –disse a uma das participantes-, interessa-se pelas tuas coisas e tu, pelas dela. Esse é um ponto de partida e, pouco a pouco, a amizade transforma-se em apostolado; e juntas, ireis aproximar-vos do Senhor”.

Depois de receber algumas famílias, o prelado teve, de tarde, outro encontro de catequese com universitários. Cerca de 900 jovens, na sua maioria da América Central, enchiam a sala. Ao entrar, parou para cumprimentar Gerardo, que estava numa cadeira de rodas. Recebe formação cristã num centro do Opus Dei. Gerardo ofereceu ao prelado uma pagela de S. Óscar Romero.

Nessa catequese, Mons. Ocáriz afirmou que “S. Josemaria nos recordou que podemos encontrar o Senhor nos momentos da vida de todos os dias. A santidade está ao alcance de todos: no trabalho, no desporto, na família… em tudo”. E acrescentou: “Por vezes, não entendemos coisas que nos acontecem a nós ou que se passam no mundo. Para isso, ajuda ter fé”.

Clemente, do Chile, tem 22 anos e pediu ao prelado uma reflexão para os jovens que estão a pensar na vocação para o celibato apostólico. “Se uma pessoa vê que é o caminho que Deus lhe traça –pelas circunstâncias, pelos sinais e pelos conselhos de quem a conhece-, que se lance a isso", respondeu. "Não faz um favor a Deus com o celibato apostólico. É Ele que nos está a oferecer um dom. Recorda o que Jesus disse à Samaritana: ‘Se conhecesses o dom de Deus, e quem é Aquele que to dá...’”.

Francisco, do México, contou que há dois anos estava muito afastado de Deus e agora vive num Centro da Obra. “Como fazer para não abandonar a oração diária?”, perguntou. O prelado confirmou que ser fiéis a um tempo de conversa diária com Deus custa. “O catecismo fala de ‘combate’ ao referir-se à oração. Exige esforço. Mas sempre, ainda que tenha saído mal, valeu a pena fazê-la. Há muitos métodos para fazer oração. Um deles é ler o Evangelho, meter-se nas cenas, e conversar com o Senhor”.

Um jovem nicaraguense mencionou as dificuldades que o seu país atravessa. “Não se há de perder a esperança –respondeu o prelado-. Rezai, porque rezando já fazemos muito. A Cruz é um mistério, não a entendemos. É uma questão de fé”.

Outro perguntou que fazer quando se toma una decisão errada: “Ninguém escolhe o mal pelo mal. Algo de bom vemos no mal para o escolher”. O que é importante é “sermos muito sinceros connosco mesmos para saber que o que nos torna felizes é o bem, o amor, o Amor maior que é Deus”.

O prelado concluiu com uma chamada ao otimismo: “Não temos que desanimar; S. Josemaria ensinou-nos a começar e recomeçar. Recomeçar sempre recorrendo em primeiro lugar a onde está a força: na confissão e na Eucaristia; nas boas amizades; no conselho…”.

Ao concluir, os participantes ofereceram-lhe um chapéu típico da Guatemala (bandas de mano) da JMJ e uma imagem de Nossa Senhora.

24 de janeiro de 2019

Mons. Fernando Ocáriz aterrou na quinta-feira às 6h45m da tarde no aeroporto de Tocumen (Panamá). Alguns fiéis do Opus Dei e voluntários da JMJ acompanharam-no à capela, onde poucos dias antes se tinha inaugurado uma placa que recorda a passagem por aquele lugar de diversos santos, entre os quais está S. Josemaria. O prelado rezou diante de uma imagem da padroeira do Panamá, Santa María la Antigua.

A seguir, foi ao centro de convívios Cerro Azul, situado numas montanhas próximas de Tocumen.

Ao chegar, saudou as fiéis da Obra que o esperavam no Centro de Capacitación Tagua, que promove projetos educativos a favor da mulher panamiana.

Em Cerro Azul, contaram-lhe episódios da JMJ, do Papa, e transmitiram-lhe o ambiente que havia entre as pessoas novas que se reuniram no Panamá.

21 de janeiro de 2019

O arcebispo metropolita do Panamá, D. José Domingo Ulloa, inaugurou no passado dia 21 de janeiro no Aeroporto Internacional de Tocumen (Panamá) uma placa que recorda os santos e beatos que chegaram ao país, passando por este aeroporto.

Resumo da viagem pastoral do prelado a seguir à JMJ

O texto diz: “Em memória da passagem por este Aeroporto Internacional de Tocumen - Panamá, de: S. João Paulo II, Papa; S. Óscar Arnulfo Romero, arcebispo; S. Josemaria Escrivá de Balaguer, Fundador; Santa Madre Teresa de Calcutá, Fundadora; Beata María Romero Meneses, religiosa; Beato Álvaro del Portillo, Bispo e de outras pessoas insignes que fizeram da sua vida um serviço à Humanidade”.

“Assim fica para a história que passaram por este aeroporto grandes personalidades”, afirmou o arcebispo.

A placa continua: "Sendo Arcebispo do Panamá S.E.R. D. José Domingo Ulloa Mendieta, descerra-se esta placa em comemoração da visita de Sua Santidade o Papa Francisco, de 23 a 27 de janeiro de 2019, e da primeira imagem peregrina de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude".

S. Josemaria passou pelo Panamá a caminho da Guatemala em 1975. Partia da Venezuela numa viagem de Catequese.

D. José Domingo Ulloa a ler a placa

A visita de S. Josemaria

Em fevereiro de 1975, a poucos meses da sua ida para o céu, S. Josemaria dirigia-se da Venezuela para a Guatemala e o avião em que voava aterrou no Panamá, no Aeroporto Internacional de Tocumen. Ainda não se tinha iniciado trabalho apostólico da Obra no Panamá (começou em 1996). Com S. Josemaria, viajava também o beato Álvaro del Portillo.

D. Javier Echevarría - sendo já Prelado do Opus Dei - viajou ao Panamá no ano 2000 e numa reunião com fiéis da Obra recordou aquela breve estada em terras do Canal: «Uno a minha oração - disse D. Javier Echevarría-à que aqui fez, há 25 anos, S. Josemaria. Era um sacerdot a quem o coração não cabia no corpo. Não pudemos estar mais do que uma hora no aeroporto porque era um local de passagem, mas asseguro que a sua oração se concentrava sobre esta terra esplêndida, sobre os que estavam na altura, os que nos tinham precedido e os que hão de vir».