Vale a pena dedicar a vida a semear paz e alegria

Luciano Iavazzo, um dos primeiros Agregados do Opus Dei em Itália, foi para a Casa do Pai no dia 22 de maio de 2018. Recordamo-lo neste artigo, graças às palavras dos seus amigos e de Monsenhor Fernando Ocáriz.

Sor Luciano, como lhe chamavam, afetuosamente, os seus amigos (“Sor”, no dialeto romanesco, significa “senhor”) viveu grande parte da sua vida em Roma, no bairro San Giovanni, juntamente com a irmã mais velha Marcella, com quem tinha uma relação muito forte. Marcella esperava-o no céu desde há alguns anos. Sor Luciano conheceu S. Josemaria e o Opus Dei no início dos anos 50.

Sor Luciano e S. Josemaria

Como recordou Monsenhor Fernando Ocáriz na homilia do funeral de Sor Luciano: “Entusiasmou-se por descobrir que qualquer trabalho se podia realizar por amor a Deus”.

Luciano santificou-se precisamente no meio da rua, como arrumador de carros

Morreu com 91 anos e, durante a sua vida, teve imensos trabalhos, como por exemplo, mecânico, telefonista e arrumador de carros. O Prelado do Opus Dei quis mesmo recordar um episódio da vida de Luciano, relativo ao seu trabalho de arrumador de carros: “Num parque, onde trabalhava como arrumador, encontrou o Beato Álvaro que o abraçou com afeto e explicou, a quem o acompanhava, que aquele seu irmão se santificava “precisamente no meio da rua” (nel bel mezzo della strada, usando uma expressão muito cara a S. Josemaria).

Luciano e outras pessoas do Opus Dei com as suas famílias, durante a beatificação de S. Josemaria

A fidelidade ao plano de vida espiritual e a relação com o fundador do Opus Dei e os seus sucessores caraterizaram a vida de Luciano, que era um homem forte e enorme, mas que, quando falava de S. Josemaria, inevitavelmente acabava por se comover, como conta Giampaolo. Giampaolo era um seu amigo, mais novo, a quem Sor Luciano tinha encarregado de continuar a contar anedotas quando ele fosse para o céu: “Quando eu partir, tens que ser tu, Giampa, a contar anedotas, vê lá!”

Quando falava de S. Josemaria, acabava sempre por comover-se (Giampaolo, um amigo de Luciano)

Luciano gostava de conviver, de tocar guitarra e trompete, de cerveja fresca e de ténis e, quando a saúde começou a faltar, gostava muito de nadar de barbatanas na piscina.

Quem o conheceu recorda-o pela sua capacidade de infundir bom humor e pelo seu espírito de serviço

Quem o conheceu recorda-o pela sua capacidade de infundir bom humor e pelo seu espírito de serviço. Procurava viver estes dois aspetos também no seu trabalho.

Monsenhor Fernando Ocáriz e Sor Luciano numa fotografia de dezembro de 2017

Quando era telefonista num Centro do Opus Dei em que vivia um sacerdote, atendeu um telefonema proveniente do Vaticano. Uma pessoa, do outro lado da linha, queria que Luciano lhe passasse o sacerdote, mas não queria identificar-se. Luciano, com muito profissionalismo, disse-lhe que precisava de saber quem telefonava. Então, a pessoa do outro lado da linha, disse: “daqui fala o Vaticano”. Então Luciano respondeu-lhe: “Só isso? É tudo?" Por fim, a pessoa que telefonava do Vaticano não resistiu ao profissionalismo e ao bom humor de Luciano, revelando-lhe o seu nome.

Luciano foi telefonista durante muitos anos

Concluindo a homilia, Monsenhor Fernando Ocáriz recordou que “vale a pena dedicar a vida a semear paz e alegria através do trabalho bem feito, da amizade e da fidelidade aos pequenos deveres de cada dia, como fez Luciano ao longo de toda a sua vida de trabalho e serviço.”