A dor, a dor é uma bênção de Deus. O que seria o mundo sem dor? Seria uma pena. Um quadro sem sombras é um quadro sem quadro. Só com luz! Não, não. Tem que haver sombras. E a dor, levada por amor, é algo muito saboroso, muito bom. Todas as mamãs o sabem, todas as esposas o sabem, todos os esposos o sabem – não são só elas. Todos os papás o sabem, que a dor é muito boa.
De modo que querer livrar-se da dor, da pobreza, da miséria, é ótimo. Mas isso não é libertação. Libertação é outra coisa, eh? Libertação é levar com alegria a pobreza, levar com alegria a dor, levar com alegria a doença, levar com um sorriso a aflição da tosse.
E nunca esquecerei aquela pobre pessoa a quem eu, sacerdote jovem, estava a ajudar a morrer depois de lhe dar a Extrema-unção e lhe sussurrava ao ouvido: bendita seja a dor – isso é libertação – amada seja a dor – e ia repetindo com a voz quebrada, morreu pouco depois – santificada seja a dor, glorificada seja a dor. E não mudei de parecer. Esta é a minha libertação, anda!
Vídeo: S. Josemaria Escrivá e o sentido da dor
S. Josemaria conversa com uma mãe que perdeu um filho com um ano e meio (Áudio)