Teresa, que fazemos? A resposta no Instagram

Teresa e António são estudantes universitários: ela, na Escola de Educadores de Infância, e ele, em Direito. Mas, apesar de tão novos, já têm um curso e um mestrado… Namoram! Começaram a sair juntos aos 14 anos e, aos 21 começaram uma iniciativa no Instagram que dá resposta às inquietações dos namorados das idades próximas da deles.

Antonio e Tere.

Não é normal que um amor tão precoce perdure no tempo. “Para mim foi a primeira tentativa e o primeiro namorado; ele era mais namoradeiro”, conta Tere. Mas o António levou a relação muito a sério desde o princípio. “ Eu dizia que andava a sair com uma menina – como na Andaluzia se chama às raparigas – e em casa gozavam comigo. Mas a minha mãe, que conhecia os meus amigos e amigas, já lhe tinha deitado o olho: sim, uma menina sardenta e que se ri muito”. Os pais dele apoiaram-nos muito desde o princípio. “A mãe dele, para mim, é como uma segunda mãe”, diz Tere.

Tere e António divertem-se juntos, basta vê-los. “Somos a alma da festa - explica Tere. Temos muita sorte porque os amigos dele são meus amigos e os meus dele, então juntos divertimo-nos muito. Às vezes fazemos planos mais elaborados, mas outras vezes basta-nos passear e conversar”.

Desde o início assumiram a sua relação formalmente, pelo menos tanto quanto se pode esperar dessa idade. Tere costuma dizer que “o namoro é para acabar”, no sentido de que é uma época intermédia para se conhecerem; pode resultar bem e acabar em casamento, ou mal e terminar. Tudo depende de encontrar ou não o amor da nossa vida na outra pessoa. Sem dúvida, eles acreditam tê-lo encontrado.



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Para" class="redactor-autoparser-object">www.instagram.com/embed.js"> ambos, Deus tem um papel muito importante em tudo isto. “A nossa relação não é uma coisa a dois, mas sim a três: o António, Deus e eu – explica Tere. É verdade que nos ajuda rezar juntos, ir à missa juntos. Mas, sobretudo, com o tempo fomo-nos dando conta de que o queremos é fazer o que Deus quiser para nós. Antes, quando discutíamos, ficávamos pela discussão. Agora, não: que aconteceu? Que podemos ganhar com isto? A fé ecom Deus é um reforço, porque, humanamente, o orgulho muitas vezes não nos deixa ver”.

“Acontece-nos muitas vezes – por coincidência – irmos de carro à Missa e aborrecermo-nos. Entramos na igreja irritados um com o outro, e passado um bocadinho o António volta-se e sussurra-me: desculpa! E logo a seguir digo-lhe eu: não, desculpa tu!Também nos ajuda rezar pelos problemas de cada um, mas como se o problema fosse nosso. E muitas vezes aperceber-nos que Deus te ajuda através da palavra do outro, que disse o que precisavas de ouvir naquele momento”.

Embora sejam muito novos, ambos têm bem claro que o amor não são só borboletas na barriga, “supõe muito crescer como pessoa, levar por diante os estudos, tempo para as amizades e também para a relação. É como outro trabalho mais”, conta António.

“Nós voltaríamos a repetir a nossa história, não temos a sensação de termos perdido nada, mas sim de termos descoberto um tesouro. Somos uns sortudos por tão novos termos encontrado o amor, e, creio que quando chegar a altura de nos casarmos – oxalá seja quando acabarmos o curso – teremos ganho muito.

Estes anos juntos supuseram uma aprendizagem, com os seus altos e baixos. “A quem isso não aconteça, que o analisem”, diz Tere. “Eu sou mais intensa e nervosa, e às vezes “preocupo-me” mais que ele. Mas conversamos sobre o assunto, penso sobre o mesmo e também me ajuda rezar e falar destas coisas com Deus”.

“Os jovens de agora vivemos muito do sentimento – continua António –, mas há dias em que o sentimento mais profundo não está tão presente, e isso não significa necessariamente que temos que acabar com a relação. Pondo em cada dia um pouco de amor, também se consegue avivar o fogo”.

Domingos de namoro

Tere tinha dentro dela um zunzum desde havia algum tempo. Compagina os estudos com o trabalho numa loja de roupa e passa muito tempo no Instagram, promovendo-a. “Estava cada vez mais convencida de que nas redes sociais se podia fazer mais do que só aparecer e somar likes. E a gota que fez transbordar o copo foi a estreia de um conhecido reality show na televisão. Na universidade não se falava de outra coisa. Eu dizia às minhas amigas: ‘mas estão a tornar normais as traições e vocês engolem isso?’ e elas respondiam-me que aquilo não as afetava. Comecei a pensar que não podia conformar-me. E falei disso com o António”.

Em janeiro de 2020, Tere tentou abrir o seu perfil de Instagram ao público e colocou uma fotografia dos dois, acompanhada de uma conhecida frase da carta de S. Paulo aos Coríntios. A coisa não correu mal em questão de visualizações. Depois, uma e outra … sempre com alguma mensagem sugestiva. As fotografias em que apareciam juntos tinham mais aceitação do que as em que só aparecia ela; partilhavam e comentavam-se. “Então, conversando – conta Tere –, começou a ganhar forma “Domingos de namoro”, uma série de mensagens semanais nas suas stories do Instagram, onde se podia falar de questões sobre o amor, que interessam aos jovens. “Na realidade, a ideia foi dela – esclarece António. Além disso coloca-os no seu perfil. Eu ajudo-a, mas estou mais em segundo plano”.



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Día 3 de cuarentena completado. Ha sido un día distinto. Ha salido el primer capítulo de #domingosdenoviazgo. Qué ilusión más grande y que agradecida estoy de haber podido responder tantas preguntas y hablar con muchos otros por MD. He descubierto MUCHA gente con ganas de comerse el mundo y MUCHA gente agradecida que me ha mandado mensajes de cariño que no me merezco ❤️❤️!!! Resumen de hoy: conoce, trata y respeta a tu novio/a de la mano de Dios, para luchar por un noviazgo FELIZ✨ Y vosotros, con qué frase os quedáis del primer capítulo??? 👇🏻 os leo!! 👀👀👀
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A" class="redactor-autoparser-object">www.instagram.com/embed.js"> primeira viu a luz a 8 de março e tratava do amor, relacionamento e abordagem de um namoro cristão, como o que eles têm. Tere e António davam aos seus seguidores a possibilidade de se exprimirem.

Os instagramers amigos começaram a responder e a recomendar a conta aos seus conhecidos.

Os comentários e perguntas não se fizeram esperar: quanto tempo achas que é preciso para nos conhecermos bem? Que queres dizer com um namoro cristão? Que fazias se algum dia pensasses e sentisses que o António já não é a pessoa para ti? Acreditas que Deus tem alguém destinado para cada um de nós? A mim, inquieta-me não encontrar ninguém.


📹 En los stories de la cuenta de Tere están guardados los “Domingos de noviazgo”


Eles iam respondendo às perguntas. Quando foi decretado o estado de emergência, as visitas a “Domingos de namoro” dispararam. Começaram a receber muitas mensagens que mostravam a inquietação de muitos namorados novos como eles, que já não se podiam encontrar. Como continuar a relação com a distância obrigatória que supunha o confinamento, parecia ser a preocupação geral. Então, a segunda história foi um extra, que saiu numa quarta-feira, e intitulou-se: Como sobreviver ao meu namoro à distância. Tere e António não tinham muita experiência de separação, pelo que convidaram casais amigos de diferentes idades para contarem a sua própria história. Blanca e Rafa, Ana e Pepe, Valeria e José Manuel… e os avós de Tere. De novo, dúvidas e perguntas: o que acontece se o teu namorado não sabe pedir desculpa? Que é que vocês fazem nestas circunstâncias? Que fazer quando o teu namorado não é muito carinhoso nem é de escrever coisas ternas? Já lhe disse que preciso disso.

A partir daí abriram-se a novos temas: o sentido da espera – sobre a sexualidade – que foi muito requisitado, a virgindade, os amigos, o passar do tempo, as linguagens do amor, amor em crise, uma rutura, o medo, a confiança, Deus na relação, aprender a discutir; falar, falar e falar; o papel da família numa relação, etc.

Em plena quarentena

Em dois meses de confinamento, a conta do Instagram da Tere passou de mil seguidores para mais de seis mil. Mas isso não foi o mais surpreendente. “Um dia Tere chegou ao pé de mim e disse-me: António, querem fazer-nos uma entrevista. E noutro dia: António, os do blogue Jovens Católicos pedem-nos para transformar as stories em artigos para os colocarem no site; uns rapazes de Valência querem um encontro connosco por Zoom, e outros da Venezuela também. Eu dizia-lhe: Tere, não estou preparado para isto. Mas que fazemos tu e eu nesta confusão?



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El Sábado tuve la suerte de ser entrevistada por @jmartinaguado . Hablamos del que se está convirtiendo en mi tema favorito 🤓. Mi primera experiencia y aún con el Wifi en mi contra 😂, me lo pasé bomba y fue muy muy interesante!!! 🤩 . Nombra a tus amigos que les gustaría ver esta entrevista, vamos a llevar al máximo de persona lo que es #amordelbueno ❤️💥
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“A" class="redactor-autoparser-object">www.instagram.com/embed.js"> mim, parece-me providencial que tudo isto tenha sido espoletado em plena quarentena – continua ele. Deus planeou-o porque durante esse período as pessoas tinham mais necessidade que nunca de comunicarem e também mais tempo para pensar”.

E acrescenta ela: “Para nós, significou reviver o que vivemos e continuar a formar-nos. Porque o que as pessoas nos perguntam obriga-nos a conversar, a pedir conselho a algum sacerdote ou a algum amigo com bom critério, a ler mais sobre o amor, sobre o namoro e o casamento. Uma vez ouvi dizer que S. Josemaria valorizava muito os meios de comunicação e falava em difundir o bem através da imprensa, da rádio, da televisão. Estou certa de que se estivesse aqui agora ,diria: e das redes sociais”.

Falar do que se vive

Tere e António pensam que o que mais atrai as pessoas é ver pessoas como eles, com as mesmas inquietações e dificuldades. Os livros teóricos já estão escritos. Isto é a própria vida, poder falar de jovem para jovem, e ver que viver um namoro cristão não significa de forma alguma ser tolos ou anormais.

A Tere chegam muitas perguntas. De raparigas, de rapazes, inclusivamente de casais que lhes confirmam ou lhes agradecem que digam coisas que os fizeram muito felizes na sua relação. Também de mães que lhe contam: ‘disse à minha filha: olha esta conta do Instagram? Algumas reencaminha-as para o António, sobretudo as dos rapazes. “A mim o que mais me ajuda são as pessoas, porque têm os problemas que todos temos e aquilo que lhes digo, tento aplicá-lo a mim. Costumo começar: bem-vindo ao mundo. E acabo: fica a saber que me ajudaste muito”.



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As" class="redactor-autoparser-object">www.instagram.com/embed.js"> pessoas preocupam-se muito com as relações, com o modo de um casal cristão viver a sexualidade, bem como a desconfiança, o medo à infidelidade. “Costumamos dizer que o namoro é para ser bem vivido, para se conhecerem, para aprenderem a valorizar-se e respeitar-se, mas não para sofrer. É verdade que todo o amor implica sofrimento, mas que não seja por falta de confiança”. “Alguns sofrem muito porque o outro foi-se embora e não aconteceu nada. Mas disseste-lhe? A Tere tem a solução: falar, falar, falar. “Diz isso em cada capítulo”, reafirma Antonio.

Durante este tempo viram muitas mudanças em casais amigos e conhecidos através do Instagram. “Muitas pessoas cristãs descobriram uma luta muito mais positiva na virtude da pureza, outras repensaram em meter Deus no seu namoro. Às vezes dizem-nos: Que disseste à minha namorada? Ou: ‘sinto que estás a ser o meu grilinho que me recorda coisas que ouvi há anos, e que sei que aquilo que vivemos não nos ajuda: gostaria de mudar. Outros, mais afastados da fé, agradecem conhecer um estilo diferente de viver”.

Nessa procura da vontade de Deus na sua vida, com “Domingos de namoro”, Tere e António têm a sensação de que Deus quer que ajudem outros namorados a descobrir uma visão mais completa e feliz do amor. “Para mim é indiferente chegar a 7 ou a 700 ou a 7 000. Desde que ajude uma pessoa, chega”, conclui António.