«Sou judeu e admiro Guadalupe Ortiz de Landázuri»

Foi num dia 25 de janeiro que Guadalupe conheceu a Obra e o seu Fundador. Atualmente beatificada pela Igreja, riu-se de si mesma por ter adormecido na oração. A sua vida aparentemente normal inspira pessoas como Benjamin, que é judeu. Eis a sua história.

«Soy judío, y admiro a Guadalupe Ortiz de Landázuri»

Alguns recursos sobre Guadalupe.


Uma beata bem "normal". Daquelas que adormecem na oração e não têm medo de dar boas gargalhadas. A vida de Guadalupe Ortiz de Landázuri desenrolou-se entre períodos de estudo, ânsia de servir, entusiasmo pela profissão e dedicação total ao que Deus lhe pedia: normalidade heroica. Escondida, feliz e luminosa.

No final de abril de 2021, Benjamin descobriu a vida de Guadalupe. Aluno do curso de Gestãoda Universidade Panamericana, Benjamin quis candidatar-se ao concurso de Bolsas Guadalupe Ortiz de Landázuri, que, como o próprio nome indica, se inspira na Beata Guadalupe para estimular os jovens estudantes a abrirem-se a novos horizontes de mudança através do estudo.

Benjamin é judeu. «De início, hesitei em participar; não sabia se a questão da minha religião poderia influenciar em alguma coisa –lembra–. No entanto, ao pesquisar a vida de Guadalupe, percebi que o impacto da sua pessoa vai para além de uma simples questão religiosa: ela é uma pessoa normal e boa que vive de maneira heroica. Foi por isso que me senti encorajado em participar».

Benny (izquierda) con Isidoro, su hermano gemelo.
Benjamin (à esquerda) com Isidoro, seu irmão gémeo.

De constava o concurso de bolsas? Tratava-se do envio de um vídeo com duração máxima de 60 segundos, no qual os participantes explicavam como a vida de Guadalupe os inspirara a viver o período de confinamento (fruto da pandemia) a partir da “normalidade heroica”. «Decidido a participar, escrevi o guião com as coisas que queria dizer, e o meu irmão gémeo ajudou-me na gravação: ele foi o realizador, produtor e fotógrafo».

Alguns dias depois de enviar o vídeo, Benjamin recebeu um email informando que tinha sido um dos finalistas e que o convidavam para a cerimónia da nomeação no 18 de maio de 2021, aniversário da beatificação de Guadalupe. «A verdade é que eu não conseguia acreditar». E tive mais uma surpresa: «Na cerimónia de nomeação do concurso, fiquei em primeiro lugar».

Como identificar-se com uma mulher que viveu e morreu no século passado? «O que mais me impressionou na Guadalupe foi a forma como sempre colocou os outros em primeiro lugar. É algo que sempre me ensinaram, e ver como ela viveu isso durante toda a sua vida ajudou-me muito». Ajudar sem lho pedirem. Escolher o menos agradável para que os outros tenham algo melhor. Sorrir para a pessoa imprudente ou inoportuna. Saber escutar. «É por isso que acho que temos dois ouvidos e uma boca: para ouvir o dobro do que falamos». A grandeza está nas pequenas coisas que são feitas por amor a Deus e aos outros.

«Guadalupe, pelo menos na minha opinião, é um exemplo para qualquer pessoa, independente da sua religião. Vejo isso na maneira como trata os outros». Agora, Benjamin está no quarto ano, com muitos sonhos profissionais pela frente. Ainda lhe restam anos de estudo e trabalho, que percorrerá “com os pés na terra, mas olhando sempre para o Céu”. Normalidade heroica, luta diária. «Com Guadalupe aprendi que ser normal pode fazer de uma pessoa um herói».

Vídeo apresentado por Benjamin com o qual ganhou a Bolsa Guadalupe Ortiz de Landázuri: