Patrícia: “Unir esforços para acolher 90 ucranianos no Porto”

É cooperadora do Opus Dei e juntou-se ao projeto Missão Ucrânia Paz na Europa através do Facebook. Na cidade invicta procura ajudar e oferecer a Deus cada pequeno gesto por estes refugiados.

Chamo-me Patrícia, sou casada e tenho 2 filhos. Sou professora, embora não exerça porque por opção pessoal e familiar, dedico-me apenas à família e ao voluntariado.

Comecei a fazer voluntariado aproximadamente há 27 anos, quando tive o primeiro contacto com a Obra. Foi o ponto de viragem mais marcante da minha vida! A minha família não é crente e foi através do Opus Dei que me aproximei de Deus! Fui batizada no CEV (Associação Criança e Vida) na inauguração do oratório da Associação, onde comecei a fazer voluntariado pela primeira vez.

Passei por várias áreas e neste momento fui recrutada por amigos e guiada por Deus para a Missão Ucrânia - Paz na Europa. Movidos e unidos por um enorme sentimento de solidariedade e compaixão pelo próximo, sentimento desde sempre condutor da minha vida, semeado por Deus e amorosamente cultivado por toda a formação que recebo no Opus Dei onde sou Cooperadora. Eu e alguns amigos fomos levados a unir esforços e contactos no sentido de fazer o que nos compete como seres humanos, ajudar o nosso semelhante. Cada um na sua valência e todos com o mesmo foco, proteger e cuidar inocentes que de um dia para o outro viram as suas vidas “engolidas” por uma guerra.

Ajudar no que for possível é missão de todos. A mim juntamente com outros, coube a responsabilidade de recrutar apoios, nomeadamente, criar uma bolsa de alojamento e emprego para se conseguir dar sustentabilidade ao resgate dos refugiados. No mês passado esta missão já colocou em Portugal e em segurança cerca de 40 cidadãos ucranianos e no dia 16 de abril acolhemos mais 50 vindos de Lviv. Neste vídeo pode-se ver a chegada do autocarro a Portugal

Sei e sinto que ninguém está indiferente a toda esta situação, reconheço e acredito que só unindo pequenos gestos é possível dar grandes passos. É essa convicção que recebo de Deus todos os dias e frequentemente pela formação que recebo no Opus Dei, onde aprendo que é nas mais pequenas e (in)significantes rotinas do meu dia que me aproximo de Deus. Assim como sei que um guardanapo colocado com mais cuidado ou um lanche preparado com cuidado vão fazer toda a diferença.

Vejo mais esta missão como todas as outras: se Nosso Senhor me confiou, tenho que a fazer da melhor forma possível, nem como presente, muito menos como castigo. Aceito, confio, peço ajuda e sigo.

Patrícia


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