Na 6ª feira, dia 19 de Agosto, o Papa Bento XVI rezou, na Igreja de S. Pantaleão, as Vésperas com seminaristas de todo o mundo, que participam na Jornada Mundial da Juventude em Colónia. Este encontro realizou-se por desejo expresso do Papa. Segundo parece, a decisão amadureceu quando a relíquia com o coração do Santo Cura de Ars esteve durante alguns dias na capela privada do Papa.
O Santo Cura de Ars, Jean-Marie Vianney (+ 1859) conquista grande fama como confessor. Foi canonizado em 1905, faz agora 100 anos, é patrono dos párocos. Em 2004, o arcebispo de Colónia, o cardeal Joachim Meisner, fez uma peregrinação – com um grupo de seminaristas – a Ars, localidade próxima de Lyon (França). Nessa ocasião, o bispo de Belley-Ars. D. Guy Marie Bagnard, prometeu trazer para Colónia, para a Jornada Mundial da Juventude 2005, a relíquia do coração do Santo Cura de Ars.
Tendo a Igreja de S. Pantaleão sido escolhida pelos responsáveis da JMJ como Centro Espiritual para os seminaristas, a relíquia do Santo Cura de Ars permaneceu nessa igreja dos dias 16 a 20 de Agosto, a fim de oferecer aos seminaristas de todo o mundo a oportunidade de meditar no modelo o patrono dos párocos.
A Igreja de S. Pantaleão
Pantaleão, santo médico, foi martirizado no ano 305, exactamente 1.700 anos antes da JMJ de Colónia de 2005. Em 305, aos 27 anos, foi vítima da grande perseguição aos cristãos lançada por Diocleciano, na Nicomedia (actual Turquia).
Tanto a Igreja ocidental como a oriental celebram a sua festa no dia 27 de Julho. A devoção a S. Pantaleão está mais estendida na Igreja ortodoxa do que na católica. A sua devoção chegou a Colónia antes do séc. VIII, procedente de Lyon. Na arquidiocese de Colónia existem outras seis paróquias dedicadas a S. Pantaleão.
Paroquianos e fiéis
A paróquia tem aproximadamente 2.400 fiéis. Além dos paroquianos, frequentam a igreja de S. Pantaleão numerosos fiéis. Pelos horários de confissões e pelas actividades que aí se realizam, a paróquia – situada numa zona central da cidade – está integrada no programa de atendimento pastoral do centro de Colónia.
Importância ecuménica
Na ala ocidental da igreja repousam os restos da imperatriz Theophanu, princesa bizantina e mulher do imperador Otão II. Como viveu antes da ruptura entre a Igreja oriental e ocidental, «pertence» tanto a uma como a outra. Neste contexto, a paróquia mantém intensas relações ecuménicas com comunidades greco-ortodoxas, russo-ortodoxas e arménias. Em. S. Pantaleão está também sepultado o «arquimártir dos ingleses», S. Albano. Por este motivo existe uma estreita relação de amizade com comunidades anglicanas de Colónia e com St. Albans. perto de Londres.
Importância arquitectónica e artística
A primeira igreja foi provavelmente construída no séc. IV, possivelmente sobre uma «domus ecclesia». No séc. XI tomou a sua forma actual por ordem do arcebispo Bruno de Colónia – irmão do imperador Otão I – e pela imperatriz Theophanu.
Têm especial importância artística a primitiva construção protorromânica, os relicários romanos e o coro alto, do final do gótico. A igreja foi muito danificado durante a Segunda Guerra Mundial e só em 1985 terminou o restauro, na sua maior parte sem a anterior decoração barroca. Entre as obras modernas, todas elas de artistas de Colónia, destaca a abóbada de caixotões de Dieter Hartmann e o altar com a cruz de Elmar Hillebrand.
Párocos e outros sacerdotes de S. Pantaleão
Desde 1987 o pároco é o pe. Peter von Steinitz. Coadjutores a tempo parcial (sacerdotes cuja actividade se encontra em grande parte fora da paróquia) são o catedrático emérito de Teologia pe. Johannes Stöhr, de Bamberg, e o pe. Rudolf Schunck. S. Pantaleão é uma paróquia dedicada principalmente à juventude.
A igreja de S. Pantaleão e o Opus Dei
Tanto o pároco pe. von Steinitz como o pe. Schunck fazem parte do clero da prelatura pessoal do Opus Dei. Para o seu trabalho pastoral na paróquia encontram-se ao serviço da arquidiocese de Colónia.
O Opus Dei organiza em diversos lugares de Colónia – também na igreja de S. Pantaleão – recolecções e outros meios de formação cristã dirigidos a fiéis e a amigos da prelatura.
Em S. Pantaleão está especialmente difundida a devoção a S. Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei. A comissão paroquial competente em 2003 decidiu dedicar-lhe a capela norte, cuja realização foi novamente encomendada a Elmar Hillebrand e ao seu filho Clemens. A capela está praticamente terminada. Tem uma janela da época gótica, decorada com uma representação da Sagrada Família de Nazaré. Por baixo, encontra-se um baixo-relevo de bronze com o rosto de S. Josemaria, que dirige o seu olhar para o novo altar; esse altar de mármore rosado segue o estilo do grande altar principal; no entanto, a sua ornamentação consiste numa simples grinalda de flores com uma rosa no centro. Está em acabamento a pintura ornamental do espaço onde se encontram a janela e o altar.