O Reitor da Universidade Campus Bio-Médico, Vincenzo Lorenzelli, citando umas palavras de João Paulo II, assinalou na abertura do Simpósio que é justo procurar modos eficazes de aliviar a dor, mas que o sofrimento continua a ser uma realidade fundamental da vida humana com um particular significado cristão.
O Simpósio, que teve lugar no salão nobre do Conselho Nacional de Investigação, contou com a assistência de mais de 500 pessoas. Começou com uma mesa redonda, moderada pelo jornalista Fabrizio del Noce, na qual participaram professores de diversas universidades romanas e representantes do governo italiano.
A professora Paola Binetti, do Campus Bio-Médico, disse, recordando alguns dos ensinamentos do fundador do Opus Dei, que a dor é uma escola de solidariedade e uma oportunidade concreta para viver a generosidade. O Beato Josemaría recordou que, sem uma autêntica capacidade de sofrer com os outros e pelos outros, não é possível querer o seu bem; convidou todos a preocuparem-se com os outros, a perdoarem-se reciprocamente. Desta maneira, a dor torna-se mais suportável.
Também participaram o Vice-Ministro italiano da Saúde, Antonio Guidi e o Presidente da Comissão de Higiene e Saúde do Senado, Antonio Tommasini.
Antonio Guidi, baseando-se na sua experiência profissional de neuropsiquiatra Infantil, afirmou que "com frequência, com a desculpa de dar uma vida melhor, existe o risco de realizar formas de selecção, de racismo, de discriminação, que representam uma repulsa pela vida, verdadeiramente inquietante". O Vice-Ministro acrescentou que "os jovens, os adultos e os anciãos, quando encontram lugares onde praticar a solidariedade, o interesse pelos outros, respondem com disponibilidade e com iniciativa".
Além de uma exposição académica, Antonio Guidi quis dar um testemunho pessoal, como deficiente. Ele disse que teve de superar as dificuldades impostas pela sua condição física, habituando-se a conviver com o sofrimento e com a problemática quotidiana da doença. "Pelas imensas possibilidades que a vida oferece a todo o mundo, todos têm o direito de vir ao mundo e de ser ajudados pela família e pela sociedade", disse o Vice-Ministro.
Jovens perante a dor
À tarde, o Simpósio abriu espaço para estudantes de medicina e profissionais do Campus Bio-Médico, que puderam participar nas várias mesas redondas.
Fabio Cacciapaglia, estudante do 4º ano de medicina, contou que aprendeu a visitar os doentes seguindo o exemplo do beato Josemaría. “Já tinha feito alguma coisa anteriormente, mas à luz dos ensinamentos do fundador do Opus Dei, transformou-se a perspectiva da minha relação com as pessoas que sofrem. Antes, fazia estas visitas com a convicção de ajudar, como se fosse resolver dessa forma um problema social. Agora, descobri que o que se recebe, ao entrar em contacto com a dor, é muito mais do que se pode dar".
Um dos testemunhos mais comoventes do dia foi o do professor Antonio Riccardi, director do Curso de "Management" sanitário que o Campus Bio-Médico organiza em colaboração com a Policlínica de Milão. Riccardi falou da sua sexta filha, Maria, e do seu triste diagnóstico pré-natal, que ele e a sua esposa dolorosamente tinham aceitado. Graças à oração e ao apoio de colegas e amigos, conseguiram não desanimar: seguindo o conselho que costumava dar o beato Josemaría, reagiram com Fé, sem olhar a meios humanos, como se tudo dependesse apenas da medicina, e rezando como se tudo dependesse só da oração. Quando Antonio Riccardi terminou a sua intervenção, a sua esposa levou a pequena Maria até lá à frente: era um testemunho vivo de confiança em Deus e na ciência médica.