O Prelado do Opus Dei esteve em Múrcia nos dias 11, 12 e 13 de Novembro para participar num Congresso Eucarístico, organizado pela Universidade Católica Santo António de Múrcia (UCAM).
No Congresso, diversos conferencistas, entre eles vários cardeais, bispos e outras personalidades da Igreja, falaram sobre a Eucaristia como “Coração da vida cristã e fonte da missão evangelizadora da Igreja”.
Conferência na UCAM
Na sua conferência, o Prelado do Opus Dei desafiou os assistentes a apresentarem os seus dons ao “presépio perene que é o Sacrário” e analisou os elementos comuns e as diferenças existentes entre os sacramentos da Eucaristia e da Penitência, bem como a sua mútua dependência: “A Igreja cresce e fortalece-se graças à Eucaristia e é chamada constantemente à conversão. Querer a Eucaristia é querer a união com Cristo, e portanto, torna-se necessário remover os obstáculos que a impedem”. Com uma citação do então cardeal Ratzinger, disse que “a Eucaristia é o sacramento dos reconciliados”.
Recomendou o aprofundamento no sentido da comunhão e da confissão mediante a leitura do que sobre eles diz o Catecismo da Igreja Católica, “e se vos parecer muito, lede o novo Compêndio do Catecismo”, assinalou. Também animou a meditar a homília que Bento XVI pronunciou em Bari sobre a Eucaristia.
Ao recordar o recente Sínodo que encerrou o ano da Eucaristia em Roma, mencionou a preocupação dos pastores pela escassa prática da Penitência nalguns ambientes. “Muitos desconhecem esse tesouro divino e as condições para o receber”, disse.
Por isso, animou a que se difunda a prática da “confissão auricular individual” (quer dizer, de uma só pessoa, que conta os seus pecados ao confessor). “A confissão não é um diálogo entre duas pessoas. É, antes, um colóquio divino, de misericórdia”.
Também, pediu aos sacerdotes “que dediquem tempo nas suas homilias a falar da confissão e que tenham uma especial disponibilidade para confessar, principalmente antes dos actos de culto”.
Os leigos, apontou, não podem deixar sós os sacerdotes nesta “tarefa urgente”. “Também vós, leigos, tendes de participar nesta grande catequese sobre a confissão. Dizei aos vossos conhecidos: “Tenho que te dizer que estou muito contente, porque voltei a encontrar-me com Deus”.
Chamou a atenção, além disso, para o perigo de confundir os efeitos que os dois sacramentos causam. “Não basta participar na Eucaristia para obter o perdão de Deus. A Eucaristia não perdoa as ofensas, embora nos conceda outras graças. Não se deve deixar de dizer que, para quem está afastado de Deus pelo pecado, a reconciliação com Ele só se acontece recebendo o sacramento da Penitência que Cristo entregou à sua Igreja”.
“Se desejamos transformar este mundo que vemos tão ferido pelo ódio e pela violência, que têm origem nos pecados pessoais, devemos rogar ao Pai a conversão dos pecadores, de nós mesmos!”.
Eucaristia solene na Sé de Múrcia
Como os restantes bispos e cardeais que estiveram no Congresso, D. Javier Echevarría encerrou a sua participação no encontro universitário com uma Eucaristia solene.
Na homília, centrou a exposição na gratidão que devemos a Deus Eucarístico e na plenitude a que o cristão pode chegar na sua proximidade com o Santíssimo Sacramento.
“Deus, pensemo-lo bem, prometeu-nos a felicidade sem fim que Jesus Cristo obteve mediante a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Alegra-me clamar e pedir: não O deixeis só, Ele ama-vos!”
Mais adiante, pediu aos presentes que difundissem a mensagem cristã com o exemplo das suas vidas alegres: “O cristianismo não é compatível com a tristeza. O cristianismo é alegria e optimismo. Essa alegria enche-nos de paz e de serenidade”.
Também convidou os murcianos que enchiam o templo a redescobrir “a alegria de assistir à Missa dominical”, tal como recomendou recentemente Bento XVI.
Encontro público com famílias de Múrcia
No domingo de manhã, milhares de famílias reuniram-se no Colégio Monteagudo para escutar o Prelado. Depois duma manhã chuvosa, o sol saudou as suas primeiras palavras: “Fazei catequese nas vossas casas, e também entre os vossos amigos. Não vejais nas leis de Deus um peso que esmaga. Cristo veio trazer a ordem à Terra. Deus sempre traz a felicidade. Cristão, agradece a Deus a dignidade que te deu!”
“A sociedade – continuou – para que seja uma boa sociedade, tem de ser cristã. A Igreja necessita que cada um de nós seja coerente”.
Em relação à educação dos filhos, disse: “Os casais receberam uma bênção de Deus em cada filho. Tende pormenores entre vós, ensinai-lhes a amar os seus irmãos e amigos, ajudando-os a amarem os outros… Não imponham nada aos filhos, ensinai-os, antes, com o vosso exemplo. Vivei a pensar na vossa mulher, no vosso marido, nos vossos filhos. Eles vos hão de levar a Deus”.
Pediu aos assistentes que rezassem pelo Santo Padre, porque necessita do apoio de todos os cristãos. “Bento XVI é um homem extraordinariamente simples, de grande estatura intelectual e duma vida interior intensíssima. Temos o dever de não o deixar só, de protegê-lo com a nossa oração. Asseguro-vos que o peso que tem de suportar é muito grande, mas carrega-o com a alegria de quem está próximo de Deus”.
Noutro momento da tertúlia, o Prelado incidiu na responsabilidade de ser cristãos em todos os momentos da vida: “Um cristão não pode ser só ‘cristão’ quando vai à Missa aos domingos. Temos de ser homens e mulheres de fé em todas as circunstâncias da vida. Por isso devemos cumprir as nossas obrigações e exigir os nossos direitos.
Com este encontro, o Prelado encerrou a sua visita a Múrcia.