A luz da fé (8): O caminho da libertação: do pecado à graça

O pecado entrou na humanidade através de um exercício errado da liberdade, mas o “faça-se em mim segundo a tua palavra” que Maria pronunciou abriu uma nova etapa na História: o Filho de Deus desceu à terra para dar a vida num ato supremo de liberdade, porque se originou no Amor.

Depois de Adão e Eva comerem do fruto da árvore proibida, o Senhor “depois de ter expulsado o homem, colocou, a oriente do jardim do Éden, os querubins com a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da Vida.”(Gen 3,24) O drama da história humana começou: o homem e a mulher caminhariam como exilados da sua verdadeira pátria, que se caraterizava pela comunhão com Deus. Dante expressa isso de um modo belo no início da sua Divina Comédia: “No meio do caminho em nossa vida, / eu me encontrei por uma selva escura / porque a direita via era perdida”[1]. No entanto, esta caminhada não é uma noite sem luz: o Senhor também anunciou uma esperança: “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar.” (Gen 3,15). A vinda de Cristo marcaria a passagem do pecado para a vida da graça.

A “culpa” original

É o conhecimento de Deus que dá origem ao sentido do pecado, e não o contrário. Nãoentenderemos o pecado original e as suas consequências, enquanto não percebermos, primeiro, a bondade de Deus ao criar o homem, assim como a grandeza do seu destino. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “O primeiro homem não só foi criado bom, como também foi constituído num estado de amizade com o seu Criador, e de harmonia consigo mesmo e com a criação que o rodeava; amizade e harmonia tais, que só serão ultrapassadas pela glória da nova criação em Cristo.”[2].

É o conhecimento de Deus que dá origem ao sentido do pecado

O pecado de Adão e Eva introduziu uma rutura fundamental na unidade interna do ser humano. A submissão da vontade humana à Vontade divina, que era a pedra chave do arco das faculdades corporais e espirituais da natureza humana, foi quebrada pela desobediência a Deus. Então, ao remover a pedra, o arco inteiro desmoronou. Como consequência, “A harmonia em que viviam, graças à justiça original, ficou destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo foi quebrado (cf. Gen 3, 7)[3]“.

Este primeiro pecado é chamado pecado original, e é transmitido, juntamente com a natureza humana, de pais para filhos, com a única exceção, por privilégio de Deus, de uma pessoa: Nossa Senhora. “Pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores” (Rom 5,19), diz São Paulo. Certamente, essa realidade é difícil de entender, até um pouco escandalosa para a consciência atual: “Eu não fiz nada, porque tenho que carregar esse pecado?”

O Catecismo da Igreja Católica aborda esta questão: “É um pecado que vai ser transmitido a toda a humanidade por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da santidade e justiça originais. E é por isso que o pecado original se chama «pecado» por analogia: é um pecado «contraído» e não «cometido»; um estado, não um ato.”[5]. Refletindo sobre isso, Ronald Knox escreveu que “evitaríamos muito trabalho se combinássemos chamar ao pecado original culpa original. Porque o pecado, de acordo com a mentalidade do homem comum, é algo que ele mesmo comete, e a culpa é algo que lhe pode corresponder sem qualquer falta da sua parte”[6].

E é isso o que acontece com o pecado original: os nossos primeiros pais pecaram e, ao fazê-lo, perderam a santidade e a justiça originais que Deus lhes tinha dado e a sua natureza foi “ferida nas suas próprias forças naturais, sujeita à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado”[7]. E como ninguém pode deixar como herança o que já não possui, Adão e Eva não puderam deixar-nos o que eles perderam: aquele estado de santidade e justiça original, e uma natureza sem corrupção. Transmitiram-nos a sua natureza como ela era naquele momento: ferida pelo pecado. É por isso que Santo Agostinho escreveu: “é que deles nada podia nascer diferente deles. Realmente, a magnitude da sua falta acarretou uma sanção que alterou para pior a sua natureza: o que não passava de uma pena para os primeiros homens pecadores, tornou-se natureza para todos os seus descendentes”[8].

Assim, o pecado original é a causa do estado em que nos encontramos pela má herança recebida e, como afirma o Catecismo, “o pecado original não tem, em qualquer descendente de Adão, caráter de falta pessoal”[9]. Mas todos nós viemos ao mundo afetados pelas suas consequências: uma certa ignorância na inteligência, uma vida marcada pelo sofrimento, subordinados ao império da morte, a vontade inclinada ao pecado e as paixões desordenadas. Qualquer pessoa tem experiência dessa desagregação, dessa incoerência, dessa fraqueza interna.

Quantas vezes já nos propusemos algo que depois não fizemos: fazer uma dieta necessária para a saúde, dedicar diariamente um tempo para aprender uma língua, tratar os filhos com mais doçura, não se aborrecer com os pais ou o cônjuge, não reclamar do trabalho, ajudar uma pessoa pobre ou doente, acompanhar com generosidade os mais vulneráveis, falar bem dos outros e alegrar-nos com os seus sucessos, olhar para o mundo e para as pessoas com um coração limpo… Sem mencionar as situações em que fazemos exatamente o que não queremos: deixamo-nos levar por uma explosão de ira injustificada, sucumbimos à preguiça em vez de servir com amor, desculpamo-nos com uma mentira para não ficar mal, cedemos à curiosidade na internet…

o pecado original é a causa do estado em que nos encontramos pela má herança recebida

Experimentamos também a tirania do desejo que, buscando com veemência um bem aparente, particular e limitado (um prazer, um privilégio, o poder, a fama, o dinheiro, etc.), arrasta na sua direção uma vontade enfraquecida, e a desvia do bem íntegro e verdadeiro da pessoa (a felicidade, a vida com Deus) que deveria perseguir. Da mesma forma, a inteligência, luz para indicar o verdadeiro fim, fica obscurecida e corre o risco de se tornar um simples instrumento para obter o que uma vontade escravizada pelo desejo já tinha decidido procurar.

Mas nem tudo é amaldiçoado no ser humano, longe disso. A natureza humana não está totalmente corrompida, conserva a sua bondade essencial. Nós viemos ao mundo com as “sementes” de todas as virtudes, chamados a desenvolver-nos com a ajuda dos outros, com o exercício da nossa liberdade e com a graça de Deus. Na verdade, a virtude corresponde mais ao que verdadeiramente somos do que o pecado, porque este último é sempre um ato contra a natureza, um “ato suicida” [10]. Bento XVI expressava-o assim: “Diz-se: "mentiu", "é humano"; "roubou", "é humano"; mas não é este o verdadeiro ser humano. Humano é ser generoso, é ser bom, é ser homem da justiça”[11].

Da escravidão à libertação

Na raiz de todo o pecado está uma dúvida sobre Deus, a suspeita de que talvez não nos ame ou não nos possa fazer felizes: ‘É tão bom como diz ser? Não estará a enganar-nos?’ «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» (Gen 3,1), diz a serpente a Eva. E quando ela responde que não é assim, que somente estão proibidos de comer da árvore que está no meio do jardim para não morrer, a serpente semeia o veneno da desconfiança no seu coração: ‘Não, não morrereis; porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal‘.» (Gen 3,4-5). Na verdade, por trás dessa falsa promessa de liberdade infinita, de autonomia absoluta da vontade (impossíveis para uma criatura), esconde-se uma grande mentira. Porque ao tentar arranjar-nos por nossa conta, sem nos apoiarmos em Deus, aparece o cortejo do mal, que nos escraviza e nos prende porque nos impede de ser felizes com Deus.

O pecado pode aparecer porque somos livres, ele vive dessa liberdade, mas acaba por matá-la. Promete muito, mas dá apenas dor. É um engano que nos converte em “escravos do pecado” (Rom 6,17). Por isso: “o mal não é uma criatura, mas assemelha-se a uma planta parasita. Vive do que tira dos outros e no fim mata-se, como faz a planta parasita quando toma posse de seu hospedeiro e o aniquila”[12].

O pecado entrou na humanidade por um exercício errado da liberdade, porém o remédio para ele e o começo de uma nova vida também entraram por uma decisão livre. O “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38), que Nossa Senhora pronunciou de uma forma totalmente livre, abre uma nova etapa na história, a plenitude dos tempos.

Assim, o Filho de Deus desceu à terra para entregar a sua vida num ato supremo de liberdade, por estar originado no amor: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.» (Mt 26,39). E agora isso eleva-nos, para que possamos responder – porque queremos de verdade – a esse convite para viver a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Rom 8:21).

É justamente com a nossa liberdade de filhos de Deus que podemos voltar a deixar-nos olhar e curar pelo Senhor, dirigindo-nos com humildade a Ele, que nos renova interiormente com a Sua graça. Aprendemos assim que “a vontade de Deus não é para o homem uma lei imposta a partir de fora, que o obriga, mas a medida intrínseca da sua natureza, uma medida que está inscrita nele e que o torna imagem de Deus e, assim, criatura livre”[13]. Na verdade, Deus é o fiador da nossa liberdade. É livre quem se deixa amar por Deus, quem não desconfia, quem acredita no Seu Amor. Com a fé desaparecem os limites impostos pela dúvida, falsidade, cegueira e a falta de sentido. Com a esperança, derrubam-se o medo, o desânimo, a inquietação e a culpa que nos infernizam. Com a caridade, deixamos para trás o egoísmo, a ganância, a auto-referência, as frustrações e a amargura que reduzem a medida da nossa vida.

A resposta de Deus aos nossos pecados é a Encarnação e Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A graça de Deus

S. João Paulo II escreveu no seu último livro que “a redenção é o limite divino imposto ao mal pela simples razão de que nele o mal é radicalmente derrotado para sempre pelo bem, o ódio pelo amor, a morte pela ressurreição”[14]. A resposta de Deus aos nossos pecados é a Encarnação e Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Jesus Cristo foi entregue pelos nossos pecados” (Rom 4:25), afirma São Paulo. Ele nos reconcilia com Deus, liberta-nos da escravidão do pecado e concede-nos o dom da graça: “é o dom gratuito que Deus nos dá para nos tornar participantes da sua vida trinitária e capaz de agir por amor d’Ele.”[15]. Não devemos acostumar-nos a esta realidade: a graça é um dom imerecido, uma participação na vida divina, introduz-nos na intimidade amorosa de Deus e torna-nos capazes de agir de uma nova maneira: como filhos de Deus.

A graça é muito mais abundante do que o pecado: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rom 5,20). E muito mais forte. Num famoso romance literário, a protagonista vai ao confessionário e, uma vez lá, manifesta o seu pecado qualificando-o como muito grave. A resposta que ouve do confessor é esta: “Não, minha filha” – dizia com calma e quase friamente –, “não ofendeu a Deus mais gravemente do que uma infinidade de pessoas: seja humilde mesmo na confissão do seu pecado! Grande, na sua vida, foi apenas a Graça. Somente a Graça é sempre grande. O pecado em si, o seu próprio pecado, é pequeno e comum”[16]. Por isso S. Josemaria podia afirmar: “O nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo até Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é tão verdadeiramente Pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e se adianta com a Sua graça, abrindo-nos amorosamente os braços.”[17]. Uma graça que nos é concedida abundantemente na oração e nos sacramentos. E que é recuperada no sacramento da Penitência[18] se a perdemos pelo pecado grave.

Um dos hinos da Liturgia das Horas diz: “Cura, Senhor, com o orvalho da tua graça, as feridas da nossa alma doente, para que, sufocando os maus desejos, deplore os seus pecados com lágrimas”[19]. A Graça cura as feridas do pecado na nossa alma: identifica a vontade humana com a Vontade Divina por meio do amor de Deus, ilumina a inteligência através da fé, ordena as paixões ao verdadeiro fim do homem e submete-as à razão, etc. Numa palavra: é o remédio de todo o nosso ser. Resumindo: “Não há nada melhor no mundo do que estar em graça de Deus”[20].

Talvez algumas pessoas se perguntem: “Se a graça de Deus é tão poderosa, por que não tem efeitos mais decisivos sobre as pessoas?”. Tropeçamos de novo com o mistério da liberdade humana. A graça “precede, prepara e suscita a resposta livre do homem.”[21], mas não força essa liberdade. “Quem te criou sem ti não te salvará sem ti”[22], sentenciou Santo Agostinho. Temos à nossa disposição uma central nuclear com milhares de megawatts, mas temos que ligar a rede da nossa casa, se quisermos que essa energia nos ilumine, aqueça e sirva de proveito. Temos que receber a graça com humildade, gratidão e arrependimento dos nossos pecados e lutar com amor para seguir humildemente os seus impulsos. Sem nunca perder de vista, como o Papa Francisco nos lembra, que “esta luta é magnífica, porque nos permite cantar vitória todas as vezes que o Senhor triunfa na nossa vida.”[23]. Vamos evitar assim, todos os sinais de voluntarismo, conscientes da absoluta prioridade da graça na nossa vida.

A graça “precede, prepara e suscita a resposta livre do homem.”

Mas acontece que, além disso, “nesta vida, as fragilidades humanas não são curadas, completamente e duma vez por todas, pela graça”[24]. “A graça, precisamente porque supõe a nossa natureza, não nos faz improvisamente super-homens. Pretendê-lo seria confiar demasiado em nós próprios (...). Porque se não reconhecemos a nossa realidade concreta e limitada, não poderemos ver os passos reais e possíveis que o Senhor nos pede em cada momento, depois de nos ter atraído e tornado idóneos com o Seu dom. A graça atua historicamente e, em geral, toma-nos e transforma-nos de forma progressiva. Por isso, se recusarmos esta modalidade histórica e progressiva, de facto podemos chegar a negá-la e bloqueá-la, embora a exaltemos com as nossas palavras.”[25]. Deus é delicado e respeitoso connosco. Assim refletia o cardeal Ratzinger certa vez: “Creio que Deus irrompeu na história de uma forma muito mais suave do que gostaríamos. Mas essa é a resposta para a liberdade. E se queremos e aprovamos que Deus respeite a liberdade, devemos respeitar e amar a suavidade das Suas mãos”[26], que é o mesmo que amar a suavidade da Sua graça.

José Brage

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Bibliografia sobre o pecado e a graça

Leituras recomendadas:

- Catecismo da Igreja Católica nºs 374-421 1846-1876 e 1987-2029.

- Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nºs. 72-78 e 422-428.

- S. João Paulo II, Exort. Ap. Reconciliação e Penitência (2-XII-1984).

- Concilio Vaticano II, Constituição pastoral “Gaudium et spes” (7-XII-1965), nºs. 13 e 37.

- Bento XVI, Homilia (8-XII-2005); Discurso aos alunos do Colégio Universitário Santa Maria de Twickenham, Londres, 17-IX-2010; Encontro com os párocos da diocese de Roma, 18 de fevereiro de 2010.

- Francisco, Exort. Ap. Gaudete et exsultate (19-III-2018), nºs. 47-62 e 158- 165. Palavras na visita a Auschwitz, 29 de agosto de 2016. Palavras da janela da sede da Arquidiocese de Cracóvia, 29 de agosto de 2016.

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- Joseph Ratzinger, Criação e pecado; Deus e o mundo, “Sobre a criação”.

- Santo Agostinho, A Cidade de Deus, Livros XIII e XIV: “A morte como pena do pecado” e “O pecado e as paixões”.

- Santiago Sanz, A elevação sobrenatural e o pecado original em "Resumos da fé cristã", tema 7

- Juan Luis Lorda, Antropologia teológica, EUNSA, Barañáin 2009, pag. 287-438.

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- Ronald Knox, A torrente oculta.

-Thomas Merton, A montanha dos sete patamares.

- Dante Alighieri, A Divina Comédia (tradução de Vasco Graça Moura) , Quetzal Editores,Lisboa 2013

- Evelyn Waugh, Reviver o passado em Brideshead, Ed. Relógio d´Água, Lisboa 2002


[1] DANTE ALIGHIERI, Divina comédia, Inferno, Canto I, 1-3.

[2] Catecismo da Igreja Católica, nº 374.

[3] Catecismo da Igreja Católica, nº 400.

[4] Convém aqui entender bem o conceito de analogia: é a relação de semelhança entre coisas diferentes. Aplicado ao nosso caso: A queda original tem semelhança com o pecado, mas é diferente do pecado original.

[5] Catecismo da Igreja Católica, nº 404.

[6] KNOX, R., A torrente oculta.

[7] Catecismo da Igreja Católica, nº 405.

[8] SANTO AGOSTINHO, A Cidade de Deus, Livro XIII, III, 1.

[9] Catecismo da Igreja Católica, nº 405.

[10] S. JOÃO PAULO II, Exort. Ap. Reconciliação e Penitência (2-XII-1984), nº 15.

[11] BENTO XVI, Encontro com os párocos da diocese de Roma, 18-II-2010.

[12] RATZINGER, J., Deus e o mundo

[13] BENTO XVI, Homilia, 8-XII-2005.

[14] S. JOÃO PAULO II, Memória e Identidade, 2004 , nº 15.

[15] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 423.

[16] LE FORT, G. Von, El velo de Verónica, Encuentro, Madrid 1998, p. 314.

[17] S. JOSEMARIA, Cristo que passa, nº 64.

[18] Cf. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 310.

[19] Hino latino de Vésperas da terça-feira da XXV semana do Tempo Comum.

[20] S. JOSEMARIA, Caminho, nº 286.

[21] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 425.

[22] Sermão 169, 13.

[23] FRANCISCO, Ex. Ap. Gaudete et exsultate (19-III-2018), nº. 158.

[24] Ibidem, nº 49.

[25] Ibidem, nº 50.

[26] RATZINGER, J., O sal da terra.