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Novena a S. Josemaria sobre a família
1º dia: O casamento, vocação cristã
2º dia: O casamento, caminho de santidade
5º dia: Lares luminosos e alegres
6º dia: Superar, com Deus, as crises e dificuldades
Instruções para fazer a Novena
Esta Novena – preparada para casais (esposos e pais) – tem como finalidade pedir a Deus, por intercessão de S. Josemaria Escrivá, a graça de formar uma autêntica família cristã e de mantê-la e melhorá-la continuamente, sobre o alicerce do amor de Cristo e do exemplo da Sagrada Família, fundamento sobre o qual – com a graça do Espírito Santo – toda a família cristã deve ser construída.
Cada dia da novena consta de duas partes:
- A primeira é uma seleção de ensinamentos de S. Josemaria Escrivá, que facultam luzes de doutrina cristã e de orientação prática sobre algum aspeto concreto da família. Incluem-se como temas para a reflexão (pessoal ou em conjunto) e para um exame íntimo de consciência de cada um dos participantes na novena.
- A segunda parte, em sintonia com os ensinamentos lidos e meditados no dia, consta de uma série de intenções, de pedidos dirigidos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria, para que tudo o que foi meditado se traduza em propósitos concretos, em esforços de luta para melhorar nas virtudes, em atitudes e em ações eficazes para o bem da família.
Como se indica nas páginas de cada dia, as pessoas que fazem a novena podem usar todos os textos que nelas se incluem, quer para meditar, quer para formular as intenções, ou escolher apenas alguns deles, como acharem mais conveniente.
Sobre o modo de fazer a novena, damos as seguintes sugestões:
- Esta novena – como acima foi dito – dirige-se principalmente a esposos e pais, com o intuito de ajudá-los a santificar-se no cumprimento dos seus deveres conjugais e familiares. Por isso, será conveniente que a pratiquem os esposos – a sós ou juntamente com outros casais –, e também os filhos que, pelas suas circunstâncias pessoais (por serem casados ou noivos) possam aproveitar a doutrina e as sugestões práticas deste texto.
- A novena pode ser feita ao longo de nove dias seguidos, ou num só dia semanal ao longo de nove semanas, ou ainda, com plena liberdade, em prazos maiores ou ritmos menos regulares – mesmo com interrupções –, conforme as possibilidades dos que a praticam.
- Caso façam a novena um ou vários casais, podem distribuir entre os presentes quer a leitura – pausada, em voz alta – dos textos para reflexão, quer a das intenções e da oração final a S. Josemaria. Esta última poderá ser feita por quem dirige ou coordena a novena. Cada casal ou grupo de casais, além de determinar livremente os textos que vai escolher, decidirá sobre a conve-niência de fazer ou não uma pausa de silêncio após cada texto de reflexãolido e de cada intenção enunciada. Podem fazer-se também comentários espontâneos, desde que se evitem absolutamente críticas aos outros ou discussões.
- Caso não seja possível fazer a novena em conjunto, pode ser praticada individualmente, do modo que cada qual julgue mais oportuno. E, de vez em quando, o que se diz na novena poderá servir para meditação e exame pessoal, em silêncio, diante de Deus nosso Senhor.
Oração a S. Josemaria
Ó Deus, que por mediação da Santíssima Virgem concedestes inúmeras graças a S. Josemaría, sacerdote, escolhendo-o como instrumento fidelíssimo para fundar o Opus Dei, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos do cristão, fazei que eu também saiba converter todos os momentos e circunstâncias da minha vida em ocasião de Vos amar, e de servir com alegria e simplicidade a Igreja, o Romano Pontífice e as almas, iluminando os caminhos da terra com a luz da fé e do amor. Concedei-me por intercessão de S. Josemaría o favor que Vos peço... (peça-se). Ámen.
Pai Nosso, Ave-Maria, Glória.
1º dia: O casamento, vocação divina
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
- Para que estamos no mundo? Para amar a Deus com todo o nosso coração e com toda a nossa alma e para estender esse amor a todas as criaturas.Parece pouco? Deus não abandona nenhuma alma a um destino cego: para todas tem um desígnio, a todas chama com uma vocação pessoalíssima, intransferível. O matrimónio é um caminho divino, é uma vocação (Entrevistas a S. Josemaria, n. 106).
- Para o cristão, o matrimónio não é uma simples instituição social, e menos ainda um remédio para as fraquezas humanas: é uma autêntica vocação sobrenatural. Sacramento grande em Cristo e na Igreja, diz S. Paulo (Ef 5, 32), e, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem e uma mulher fazem para sempre, pois, quer queiramos quer não, o matrimónio instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo é indissolúvel: sinal sagrado que santifica, ação de Jesus que invade as almas dos que se casam e os convida a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial num caminhar divino pela Terra (Cristo que passa, n. 23).
- Há quase 40 anos que prego o sentido vocacional do matrimónio. Que olhos cheios de luz vi mais de uma vez quando – convencidos, eles e elas, de que a entrega a Deus e um amor humano nobre e limpo eram incompatíveis na sua vida –, me ouviam dizer que o matrimónio é um caminho divino na Terra! (Entrevistas a S. Josemaria, n. 91).
- É importante que os esposos tenham um sentido claro da dignidade de sua vo-cação, que saibam que foram chamados por Deus a alcançar o amor divino através do amor humano: que foram escolhidos, desde a eternidade, para coo-perar com o poder criador de Deus na procriação e depois na educação dos filhos; que o Senhor lhes pede que façam, do seu lar e de toda a sua vida familiar um testemunho de todas as virtudes cristãs (Entrevistas a S. Josemaria, n. 93).
- Os esposos cristãos[...] devem compreender a obra sobrenatural que significa a fundação de uma família, a educação dos filhos, a irradiação cristã na sociedade. Desta consciência da própria missão dependem, em grande parte, a eficácia e o êxito da sua vida: a sua felicidade (Entrevistas a S. Josemaria, n. 91).
- O amor, que conduz ao matrimónio e à família ,pode ser também um caminho divino, vocacional, maravilhoso, via para uma completa dedicação ao nosso Deus. Realizai as coisas com perfeição, [...] ponde amor nas pequenas atividades da jornada; descobri - insisto - esse algo divino que se oculta nos pormenores... (Entrevistas a S. Josemaria, n. 121).
* * *
Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que nos faça compreender a grandeza do casamento cristão; que entendamos que é uma vocação divina – uma chamada pessoal, amorosa, de Deus – e uma missão que Ele nos confia no mundo: formar uma família cristã, sadia e santa, “célula fundamental, célula vital – como diz o Papa João Paulo II – da grande e universal família humana” e da Igreja.
B – Que nos conceda a alegria de perceber que o nosso matrimónio e a nossa família são um caminho divino, no qual – tendo uma intensa vida espiritual e ajudando-nos uns aos outros – podemos e devemos seguir a Cristo, caminho, verdade e vida, e imitar o Seu amor e a Sua entrega.
C – Que nunca esqueçamos que Deus nos acompanha, fortalece e ampara com a graça do Sacramento do Matrimónio; e, por isso, que confiemos em que Ele – com a graça do Espírito Santo – nos cumula de bênçãos e nos torna capazes de enfrentar fielmente todas as responsabilidades e problemas da vida familiar.
D – Que Ele ponha sempre diante dos nossos olhos o exemplo da Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, que – cheios de fé e amor, e esquecendo-Se de Si mesmos – viveram inteiramente voltados para Deus Pai, e uns para os outros, com uma doação alegre e simples, cheia de generosidade e de espírito de serviço.
2º dia: O casamento, caminho de santidade
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
1. Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação (1 Ts 4, 3). Hoje, mais uma vez, o repito a mim mesmo, e também o recordo a cada um e à Humanidade inteira: esta é a Vontade de Deus, que sejamos santos [...] Que diz aos casados? E às viúvas? E aos jovens? [...] E costumo fazer notar que Jesus Cristo Nosso Senhor pregou a boa nova para todos, sem qualquer distinção [...]. Chama cada um à santidade, pede amor a cada um; jovens e velhos, solteiros e casados, sãos e doentes, cultos e ignorantes; trabalhem onde quer que trabalhem, estejam onde quer que estejam... (Amigos de Deus, n. 294).
2. O matrimónio existe para que aqueles que o contraem se santifiquem nele e através dele; para isso, os cônjuges têm uma graça especial, que é conferida pelo sacramento instituído por Jesus Cristo. Quem é chamado ao estado matrimonial encontra nesse estado – com a graça de Deus – tudo o que é necessário para ser santo, para se identificar cada dia mais com Jesus Cristo, e para conduzir ao Senhor as pessoas com quem convive. É por isso que penso sempre com esperança e com afeto nos lares cristãos, em todas as famílias que brotaram do sacramento do Matrimónio, que são testemunhos luminosos desse grande mistério divino (Entrevistas a S. Josemaria, n. 91).
3. Os casados estão chamados a santificar o seu matrimónio e a santificar-se nessa união; cometeriam, por isso, um grave erro se edificassem a sua conduta espiritual à margem do lar. A vida familiar, as relações conjugais, o cuidado e a educação dos filhos, o esforço por sustentar, manter e melhorar economicamente a família, as relações com as outras pessoas que constituem a comunidade social, tudo isso são situações humanas e correntes, que os esposos cristãos devem sobrenaturalizar (Cristo que passa, n. 23).
4. [O nascimento de Jesus, nosso Salvador] realiza-se no meio das circunstâncias mais normais e correntes: uma mulher que dá à luz, uma família, uma casa. A Omnipotência divina, o esplendor de Deus, passam através das coisas humanas, unem-se às coisas humanas. Desde esse momento, nós, os cristãos, sabemos que, com a graça do Senhor, podemos e devemos santificar todas as realidades sãs da nossa vida. Não há situação terrena [...] que não possa ser a ocasião de um encontro com Cristo e uma etapa da nossa caminhada para o Reino dos Céus (Cristo que passa, n.
5. Onde estiverem as vossas aspirações, o vosso trabalho, os vossos amores, é aí que está o sítio do vosso encontro quotidiano com Cristo. É no meio das coisas mais materiais da Terra que devemos santificar-nos, servindo Deus e todos os homens (Entrevistas a S. Josemaria, n. 113).
6. Admira a bondade do nosso Pai-Deus. Não te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, ... que amas com loucura, são matéria de santida-de? (Forja, n. 689).
7. Santificar o lar, dia a dia; criar, com o carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes cristãs; em primeiro lugar, as teologais [fé, esperança, caridade], e depois todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria... (Cristo que passa, n. 23).
* * *
Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que compreendamos que, vivendo com amor e de olhos postos em Deus os deveres conjugais e familiares (deveres dos esposos, dos pais, dos filhos), podemos santificar-nos; ou seja, podemos ir atingindo, passo a passo, os cumes do ideal cristão de santidade, e crescer dia após dia na identificação com Jesus Cristo, imitando especialmente o seu amor, e as demais virtudes cristãs.
B – Que Ele ponha no nosso coração o entusiasmo por esse ideal de santidade, que não é só para almas totalmente dedicadas a Deus no celibato, mas também para nós, os casados, pois a vocação à santidade, como ensinava S. Josemaria e a Igreja proclama insistentemente, é para todos os filhos de Deus, para todos os batizados: solteiros, casados, viúvos..., seja qual for a sua situação no mundo.
C – Que nos ajude a criar um autêntico ambiente de família, que saibamos lutar para viver as virtudes que mais nos podem ajudar a “ser e fazer família”: o carinho abnegado, a humildade e o esquecimento próprio, a compreensão, a grandeza de coração para dar e perdoar, e, em geral, tudo o que contribua para vencer a mesquinhez do egoísmo e fazer triunfar o amor.
D – Que vejamos Cristo presente e à nossa espera em todos os momentos e cir-cunstâncias da vida familiar, e que consideremos o cumprimento de cada um dos nossos deveres como uma resposta de amor dada a Jesus, àquilo que Ele espera de nós naquele instante.
3º dia: O amor cristão
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
1. O amor tem necessariamente as suas manifestações características. Às vezes, fala-se do amor como se fosse uma procura de satisfação pessoal, ou um mero recurso para completarmos egoisticamente a nossa personalidade. E não é assim: amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria que tem as suas raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício, da dor. Uma dor de que se gosta, amável, fonte de íntimo gozo, mas dor real, porque significa vencer o nosso egoísmo e tomar o amor como regra de todas e cada uma das nossas ações (Cristo que passa, n. 43).
2. O amor puro e limpo dos esposos é uma realidade santa, que eu, como sacerdote, abençoo com ambas as mãos [...]. O Senhor santifica e abençoa o amor do marido à mulher e o da mulher ao marido [...]. Nenhum cristão, esteja ou não chamado à vida matrimonial, pode deixar de a estimar (Cristo que passa, n. 24).
3. O amor humano, o amor cá deste mundo, quando é verdadeiro, ajuda-nos a saborear o amor divino. E assim entrevemos o amor com que havemos de gozar de Deus e aquele que lá no Céu nos há de unir uns aos outros, quando o Senhor for tudo em todas as coisas (I Coríntios 15, 28). E, começando a entender o que é o amor divino, havemos de nos mostrar habitualmente mais compassivos, mais generosos, mais entregados (Cristo que passa, n. 166).
4. Cada um de nós tem o seu feitio, os seus gostos pessoais, o seu génio – o seu mau génio, por vezes – e os seus defeitos. Cada um tem também coisas agradáveis na sua personalidade, e, por isso, e por muitas mais razões, pode ser amado. A convivência é possível quando todos se empenham em corrigir as próprias deficiências e procuram não dar importância às faltas dos outros, isto é, quando há amor que anula e ultrapassa tudo o quepoderia ser um falso motivo de separação ou de divergência. Quando, pelo contrário,se dramatizam os pequenos contrastes e mutuamente se começa a lançar mutuamente à cara os defeitos e os erros, então acaba-se a paz e corre-se o risco de matar o amor (Entrevistas a S. Josemaria, n. 108).
5. Só serás bom se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. – Por isso, quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio naquilo que corriges (Forja, n. 455).
* * *
Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que nos livre do egoísmo e faça com que nunca consideremos o casamento como uma solução para a nossa realização egoísta, para o “direito de ser feliz”. Que vejamos que isso seria aviltar o casamento, e torná-lo simples meio para alcançar satisfações, prazeres e sonhos puramente pessoais, e não como o que é: uma vocação de amor, daquele amor verdadeiro que – como Jesus ensina – encontra mais alegria em dar do que em receber.
B – Que alcancemos o amor autêntico, que consiste em "querer bem", ou seja, em querer o bem dos outros (mulher, marido, filhos): aquilo que os possa ajudar a ser melhores, a trabalhar com mais alegria; o que os possa aliviar das dores e sobrecargas; o que contribua para aumentar o carinho entre todos; o que nos possa unir mais, até que todos juntos formemos – como diz o Papa João Paulo II – uma "comunidade de vida e de amor".
C – Que nós, mulher e marido, compreendamos que não nos pertencemos a nós mesmos, pois, diante de Deus, oferecemos um ao outro a disponibilidade generosa do corpo – para viver a união conjugal santa e pura, de acordo com a lei de Deus e da Santa Igreja – e oferecemos também mutuamente os nossos corações. Que, por isso, estejamos decididos a viver as atenções, as delicadezas, a dedicação e o sacrifício próprios do amor santificado; e que vivamos com responsabilidade o dever de proteger a nossa fidelidade, com toda a sensibilidade e prudência necessárias (procurando viajar juntos, sendo discretos e reservados no convívio com colegas, parentes e amigos do outro sexo, etc.).
D – Que todos nos empenhemos – pedindo a Deus muita ajuda - em corrigir o nosso mau génio, o nosso mau humor, as flutuações de carácter, as nossas manias, a nossa comodidade e todos os defeitos que prejudicam a convivência; e, ao mesmo tempo, que saibamos ter compreensão e paciência com as faltas alheias, sem as exagerar nem dramatizar os problemas.
4º dia: O amor de cada dia
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
1. Mas não podem esquecer [os esposos] que o segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, e não em sonhos. Está em encontrar a alegria íntima de chegar a casa;no convívio carinhoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que toda a família colabora; no bom humor perante as dificuldades, que é preciso encarar com desportivismo (Entrevistas a S. Josemaria, n. 91).
2. Para se conservar no casamento o encanto dos começos, a mulher tem de procurar conquistar o marido todos os dias; e o mesmo teria de dizer ao marido em relação à mulher. O amor deve ser renovado em cada novo dia, e o amor conquista-se com o sacrifício, com sorrisos, e com arte. Se o marido chega a casa cansadoe a mulher começa a falar sem parar, referindo-lhe um sem-número de problemas, será de admirar que o marido acaba por perder a paciência? (Entrevistas a S. Josemaria, n.107).
3. [Para as mulheres] É sempre atual o dever de aparecerdes amáveis como quando éreis noivas, dever de justiça, porque pertenceis ao vosso marido; e ele também não se deve esquecer de que é vosso e de que tem a obrigação de ser, durante toda a vida, afetuoso como um noivo. Mau sinal se sorrirdes com ironia ao lerdes este parágrafo: seria uma demonstração evidente de que o afeto familiar se tinha convertido em gélida indiferença (Cristo que passa, n. 26).
4. Quando a fé vibra na alma, descobre-se, pelo contrário, que os passos do cristão não se separam da sua vida humana corrente e habitual. E que esta santidade grande, que Deus nos exige, se encerra aqui e agora, nas pequenas coisas de cada dia (Amigos de Deus, n. 312).
5. Quando um cristão realiza com amor a mais intranscendente das ações diárias, ela transborda da transcendência de Deus. Por isso vos tenho repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em transformar a prosa de cada dia em poesia heroica. O céu e a terra parecem unir-se na linha do horizonte, meus filhos. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos corações, quando viveis santamente a vida de cada dia (Entrevistas a S. Josemaria, n. 116).
6. Realizai [o casal] as coisas com perfeição, ponde amor nas pequenas atividades da jornada; descobri – insisto – esse quê divino que se oculta nos pormenores: toda esta doutrina encontra um lugar especial no espaço vital em que o amor humano se enquadra (Entrevistas a S. Josemaria, n. 121).
* * *
Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – A graça de não cair nunca na rotina e no cansaço na forma de atuar, de olhar, de falar uns com os outros; no carinho com que nos cumprimentamos; na alegria que manifestamos ao chegar a casa; na educação com que pedimos as coisas ("por favor") e com que as agradecemos; na delicadeza com que avisamos as nossas saídas ("vou sair, e estar em tal lugar até às…h.), e no esmero com que cuidamos das coisas materiais.
B – Que nós, marido e mulher, nos tratemos sempre "como se fossemos noivos" (como aconselhava S. Josemaria); que pensemos nas alegrias quotidianas que podemos dar um ao outro e aos filhos, através de tantos pequenos detalhes; que não caiamos nunca no desleixo pessoal (descuido na apresentação e no arranjo pessoal da mulher; falta de cuidado do marido na forma de se apresentar, de se sentar, de se isolar por comodismo, de não agir com a desculpa de que está cansado); que fujamos, como o diabo da cruz , de grosserias, inconveniências e palavras ofensivas.
C – Que não permitamos que a televisão e o computador – a Internet - se convertam em"donos" da nossa casa, em tiranos que abafam e eliminam os momentos de intimidade, de troca de impressões, a cordialidade das conversas à mesa, os momentos de confidências a sós entre marido e mulher e entre pais e filhos.
D – Que, como dizia S. Josemaria, saibamos fazer, da prosa diária, poesia heroica, vendo em todos os momentos e circunstâncias do trabalho da casa, do cumprimento dos deveres quotidianos, até dos mais materiais (como lavar a louça, fazer a própria cama, pôr ou levantar a mesa, limpar a cozinha, etc.) ocasiões de amar e de servir, com alegria e simplicidade, serviços que procuramos distribuir por todos e realizar, com generosidade e alegria
5º dia: Lares luminosos e alegres
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
1. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho, e uma tranquilidade profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida (Cristo que passa, n. 22).
2. A fé e a esperança hão de manifestar-se na serenidade com que se focam os grandes ou pequenos problemas que surgem em todos os lares, no empenho com que se persevera no cumprimento do dever. A caridade há de encher tudo e levará: a partilhar as alegrias e os possíveis dissabores; a saber sorrir, esquecendo-se das preocupações pessoais para atender os outros; a escutar o outro cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são amados e compreendidos deveras; a passar por alto pequenos atritos sem importância que o egoísmo poderia transformar em montanhas; a fazer com grande amor os pequenos serviços de que se compõe a convivência diária (Cristo que passa, n. 23).
3. O que verdadeiramente torna infeliz uma pessoa – e até uma sociedade inteira – é essa busca ansiosa de bem-estar. A vida apresenta mil facetas, situações diversíssimas, umas árduas, outras talvez só na aparência, fáceis. A cada uma delas corresponde a sua própria graça, cada uma é um chamamento original de Deus, uma ocasião inédita de trabalhar, de dar o testemunho divino da caridade. A quem sentir a angústia de uma situação difícil,aconselho a que procurasse também esquecer-se um pouco dos seus próprios problemas, para se preocupar com os problemas dos outros. Fazendo isto, terá mais paz e, sobretudo, santificar- se- á (Entrevistas a S. Josemaria, n. 97).
4. É verdadeiramente infinita a ternura de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a Sua Igreja (Cf. Ef 5, 32), um grande Sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há de ser, com a graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade [...]. Se se vive o matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e alegre (Cristo que passa, n. 78).
5. O que é preciso para conseguir a felicidade não é uma vida cómoda, mas um coração enamorado (Sulco, n. 795).
6. Não te esqueças de que, às vezes, precisamos de ter ao nosso lado caras sorridentes (Sulco, n. 57). Propósito sincero: tornar amável e fácil o caminho aos outros, que já bastantes amarguras traz a vida consigo (Sulco, n. 63)
7. A atenção prestada à família constituirá sempre para a mulher, a sua maior dignidade: no cuidado com o marido e os filhos ou, para falar em termos mais gerais, no trabalho para criar à sua volta um ambiente acolhedor e formativo, a mulher realiza o mais insubstituível da sua missão e, consequentemente, pode atingir aí sua perfeição pessoal [...]. Isso não se opõe à participação em outros aspetos da vida social [...]. Também nesses setores a mulher pode dar uma valiosa contribuição, como pessoa, e sempre com as peculiaridades de sua condição feminina [...]. Não há dúvida que tanto a família como a sociedade necessitam dessa contribuição especial, que não é de modo algum secundária (Entrevistas a S. Josemaria, n. 87).
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Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que nos conceda a graça de não exagerar as contrariedades, os conflitos e os sacrifícios diários, as coisas que nos fazem sofrer; que saibamos ter grandeza de alma para aceitar e oferecer essas cruzes a Deus – muito unidos à Cruz de Cristo – evitando descarregá-las sobre os outros na forma de queixas, de lamentos, de palavras rancorosas, de comentários que azedam a vida na família. E que fujamos, como do próprio demónio, dos ciúmes doentios, essas obsessões sem fundamento sério, que são uma verdadeira tortura e que podem destruir a harmonia do casal.
B – Que sejamos capazes de encobrir com um sorriso – por amor a Deus e aos outros – o sacrifício da nossa dedicação, da nossa paciência com os defeitos dos outros e com as suas manias e também o nosso cansaço; e que nunca andemos com ar de vítima ou com a cara triste daquele que se sente incompreendido e desprezado, porque julga que os outros não reconhecem tudo o que faz, nem correspondem como deveriam.
C – Que saibamos dar sempre um tom otimista às nossas conversas; que evitemos juízos e comentários pessimistas sobre os factos e as pessoas; que não dramatizemos os momentos de dificuldades económicas, mas que saibamos lutar e rezar juntos para os superar; de forma que a certeza de que Deus nos ama e a virtude da esperança envolvam em serenidade toda a vida familiar.
D – Que compreendamos que a paz e a serenidade do lar se apoiam, sobretudo, nestas bases firmes: a confiança em Deus; a humildade (que nos leva a esquecer-nos de nós próprios e a dar-nos aos outros); e também a virtude da ordem (ordem material, ordem nos horários, ordem nos planos familiares, ordem nas contas…), pois a paz, como repetem os santos, "é a tranquilidade na ordem", e é, portanto, incompatível com a desordem e o desleixo.
6º dia: Superar, com Deus, as crises e dificuldades do casal
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
- Tem um pobre conceito do matrimónio – que é um sacramento, um ideal e uma vocação – quem pensa que o amor acaba quando começam as dores e os contratempos que a vida traz sempre consigo. É nessa altura que o amor se fortalece. As torrentes dos desgostos e das contrariedades não são capazes de submergir o verdadeiro amor: o sacrifício partilhado generosamente une mais. Como diz a Escritura, aquae multae – as muitas dificuldades, físicas e morais – non potuerunt extinguere caritatem (Ct. 8, 7) – não poderão apagar o amor (Entrevistas a S. Josemaria, n. 91).
- Formaria um pobre conceito do matrimónio e do amor humano quem pen-sasse que, ao tropeçar com essas dificuldades, o carinho e o contentamento se acabam. É precisamente então, que os sentimentos que animavam aquelas criaturas revelam a sua verdadeira natureza, que a doação e a ternura se enraízam e se manifestam com um afeto autêntico e profundo, mais poderoso do que a morte (Ct. 8, 6) (Cristo que passa, n. 24).
- Marido e mulher devem crescer em vida interior e aprender com a Sagrada Família a viver com delicadeza [...] as virtudes próprias de uma família cristã [...]. É necessário aprender a calar, a esperar e a dizer as coisas de modo positivo, otimista. Quando ele se zanga, ela tem de ser especialmente paciente, até ele recuperar a serenidade; e vice-versa. Se há afeto sincero e preocupação por aumentá-lo, é muito difícil os dois deixarem-se dominar pelo mau humor na mesma altura... (Entrevistas a S. Josemaria, n. 108).
- Se algum disser que não aguenta isto ou aquilo, que não consegue calar-se, está a exagerar para se justificar. É preciso pedir a Deus força para saber dominar os próprios caprichos, graça para ter o autodomínio. Porque o perigo das discussões é perder o controlo, permitir que as palavras se encham de amargura, e acabem por ofender e, ainda que talvez não se desejasse, possam ferir e fazer mal (Entrevistas a S. Josemaria, n. 108).
- Outra coisa muito importante: devemo-nos acostumar a pensar que nunca temos toda a razão. Pode-se dizer até que, em assuntos que são geralmente tão opináveis, quanto mais seguros estamos de ter toda a razão, tanto mais certo é que não a temos. Discorrendo deste modo, torna-se depois mais fácil retificar e, se for preciso, pedir perdão, que é a melhor maneira de pôr fim a um amuo; e assim se recupera a paz e a ternura (Entrevistas a S. Josemaria, n. 108).
- Um último conselho:nunca discutirem diante dos filhos; para tal, , basta combinarem uma palavra determinada, um olhar,um gesto. Discutirão depois, com mais serenidade, se não forem capazes de o evitar. A paz conjugal deve ser o ambiente habitual na família, porque é condição necessária para uma educação profunda e eficaz. Que os filhos vejam nospais um exemplo de entrega, de amor sincero, de ajuda mútua, de compreensão, e que as ninharias da vida diária não lhes ocultem a realidade de um afeto que é capaz de ultrapassar seja o que for (Entrevistas a S. Josemaria, n. 108).
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Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que compreendamos que todas as "crises" matrimoniais podem ter duas saídas, dependendo da fé e da grandeza de coração dos dois: ou "acabam" com o casamento, quebrando a unidade e provocando a separação (o que costuma ser o triunfo do egoísmo e a alegria do demónio); ou, pelo contrário, marido e mulher vêm na "crise" uma chamada de Deus para aprofundarem os dois juntos nas causas dos seus desacordos e lutas. Essa é a saída que Deus espera. Depois de ter rezado muito e de pedir conselho, os dois terão que se decidir a corrigir os antigos defeitos; com humildade, verão a melhor maneira de se ajudarem, tendo a segurança de que assim sairão fortalecidos da crise, com mais maturidade de carácter e virtudes mais firmes; de maneira que o que poderia ter sido uma pedra de tropeço no caminho, se transforme num degrau que os faça subir e crescer na sua santa união.
B – Que saibamos ter a sinceridade de reconhecer que, quando dizemos "não aguento mais", no fundo todos sabemos que, rezando com fé e aproximando-nos mais de Deus – sobretudo por meio da confissão e da comunhão – poderemos levantar mais alta a Cruz e carregá-la com mais garbo; e que, deste modo, seremos capazes de transformar o nosso amor – mediante a paciência, o perdão e a generosidade – num carinho mais puro, reflexo do amor misericordioso de Cristo e alcançar a graça da conversão dos nossos corações. E que não nos esqueçamos de que, sobretudo nas crises mais sérias, poderá ser necessário procurar, com humildade e confiança, a orientação de um sacerdote, o tratamento de um psiquiatra cristão, o conselho de um casal amigo.
C – Que evitemos com toda a alma comentários depreciativos, críticas e expressões ofensivas sobre os parentes (o sogro, a sogra, os cunhados e cunhadas, primos e primas); e que, em geral, evitemos todas as atitudes, palavras, omissões e esquecimentos que possam ferir o amor-próprio dos outros e deixar abertas chagas difíceis de curar.
D – [Se, infelizmente, já ocorreu uma separação] Que o que tenha sofrido uma injustiça (porque o outro lhe foi infiel, porque não lhe concedeu o perdão quando regressou arrependido, porque não quis compreender), veja com clareza que agora, mais do que nunca, necessita de estar próximo de Deus, fortalecido pela graça divina e pela orientação espiritual de um bom confessor; e que compreenda que, nesses momentos, Deus lhe pede principalmente duas coisas: primeiro, que reze para vencer o ressentimento contra o que teve a culpa principal na separação, ao mesmo tempo que mantém a esperança no milagre da reconciliação; e, em segundo lugar, que não se encerre na sua amargura, mas se dedique com mais empenho aos filhos, ao apostolado, às obras de caridade. - E que o que provocou com o seu comportamento a separação pense que Deus lhe pede a humildade de se arrepender, de pedir perdão com toda a sinceridade e de reparar, procurando compensar o mais possível o mal causado.
7º dia: Colaboradores de Deus
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
- O Senhor santifica e abençoa o amor do marido à mulher e o da mulher ao marido: e ordenou não só a fusão das suas almas, mas também a dos seus corpos [...]. O Criador deu-nos a inteligência, centelha do entendimento divino, que nos permite – com vontade livre, outro dom de Deus – conhecer e amar; e deu ao nosso corpo a possibilidade de gerar, que é como uma participação do Seu poder criador. Deus quis servir-Se do amor conjugal para trazer novas criaturas ao mundo e aumentar o corpo da Igreja (Cristo que passa, n. 24).
- O sexo não é uma realidade vergonhosa, é uma dádiva divina que se orienta limpamente para a vida, para o amor, para a fecundidade. Esse é o contexto, o pano de fundo em que se situa a doutrina cristã sobre a sexualidade. A nossa fé não desconhece nada do que de belo, de generoso, de genuinamente humano há neste mundo (Cristo que passa, n. 24).
- A castidade (a de cada um no seu estado: solteiro, casado, viúvo, sacerdote) é uma triunfante afirmação do amor (Sulco, n. 831).
- Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual o Senhor, na Sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.
- Abençoo os pais que, recebendo com alegria a missão que Deus lhes confia, têm muitos filhos. Convido os casais a não estancarem as fontes da vida, a terem sentido sobrenatural e coragem para manter uma família numerosa, se Deus lha mandar. Quando louvo a família numerosa, não me refiro à que é consequência de relações meramente fisiológicas, mas à que é fruto do exercício das virtudes cristãs, à que tem um alto sentido da dignidade da pessoa , à que sabe que dar filhos a Deus não consiste só em gerá-los para a vida natural, masexige também uma ampla tarefa educativa: dar-lhes a vida é a primeira coisa, mas não é tudo. Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja, n. 691). Pode haver casos concretos em que seja vontade de Deus – manifestada pelos meios normais– que uma família seja pequena. Mas as teorias, que fazem da limitação da natalidade um ideal ou um dever universal ou simplesmente geral são criminosas, anticristãs e infra-humanas, (Entrevistas a S. Josemaria, n. 94).
- O número , por si só, não é decisivo: não basta ter muitos ou poucos filhos para que uma família seja mais ou menos cristã. O importante é a retidão com que se vive a vida matrimonial. O verdadeiro amor mútuo transcende a comunidade de marido e mulher e estende-se aos seus frutos naturais, os filhos. O egoísmo, pelo contrário, acaba por rebaixar esse amor à simples satisfação do instinto, e destrói a relação que une pais e filhos [...]. Dizia eu que, por si só, o número de filhos não é determinante. Contudo, vejo com clareza que os ataques às famílias numerosas provêm da falta de fé, são produto de um ambiente social que é incapaz de compreender a generosidade, um ambiente que tende a encobrir o egoísmo e certas práticas inconfessáveis com motivos aparentemente altruístas (Entrevistas a S. Josemaria, n. 94).
* * *
Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que saibamos agradecer-Lhe todos os dias o grande dom dos filhos – se Ele no-los deu – e vejamos neles, na sua educação humana, na sua formação cristã, no seu verdadeiro bem espiritual e material, uma parte importantíssima da missão que Deus nos confiou ao chamar-nos com a vocação matrimonial e familiar.
B – Que não esqueçamos nunca que um filho nosso, mesmo quando saibamos que vai nascer – ou já nasceu – com alguma deficiência física ou mental, é um filho de Deus dotado de uma alma imortal, alma criada diretamente por Deus à Sua imagem e destinada a gozar eternamente do amor da Santíssima Trindade. Que, com essa segurança, não nos deixemos nunca influenciar pelos conselhos criminosos (como o de abortar) recebidos de pessoas que não sabem quão grande é o menor dos filhos de Deus, amado e redimido por Cristo, que morreu por ele na Cruz, como se fosse único no mundo.
C – Que tenhamos a generosidade, a fé e a valentia de receber de Deus todos os filhos que honrada e generosamente possamos criar e educar; e, que, se alguma vez há motivos objetivamente graves, sérios e justos (nunca por puro comodismo ou por egoísmo) – como ensina a doutrina católica – para espaçar por algum tempo ou indefinidamente a chegada de filhos, saibamos seguir fielmente (pedindo conselho e a orientação oportunos) as indicações da Igreja sobre os métodos naturais corretos para diferir a gravidez.
D – [Para os que não tiveram filhos] Que estejamos convencidos de que, se Deus não nos deu filhos, isso não significa que tenha querido diminuir em nós o ideal santo da paternidade e da maternidade, porque sempre o poderemos exercitar – procurando diligentemente fazer a vontade de Deus – dedicando-nos a outros membros da família, ou a entidades e atividades caritativas cristãs que cuidam de crianças abandonadas; ou trabalhando ativamente na formação cristã da juventude; e, se for o caso, estudando a possibilidade de adotar, com o devido conselho e prudência, uma ou mais crianças sem família.
8º dia: Educar os filhos
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
1. A paternidade e a maternidade não terminam com o nascimento: essa participação no poder de Deus, que é a faculdade de gerar, há de prolongar-se na cooperação com o Espírito Santo, para que culmine com a formação de autênticos homens cristãos e autênticas mulheres cristãs. Os pais são os principais educadores dos seus filhos, tanto no aspeto humano como no sobrenatural, e hão de sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e sobretudo, saber amar; e devem preocupar-se por dar bom exemplo. A imposição autoritária e violenta não é caminho acertado para a educação. O ideal para os pais échegarem a ser amigos dos filhos; amigos a quem se confiam as inquietações, a quem se consulta sobre os problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável (Cristo que passa, n. 27).
2. Os pais educam fundamentalmente com a conduta. O que os filhos e as filhas procuram no seu pai e na sua mãe não são apenas conhecimentos mais amplos que os seus, ou conselhos mais ou menos acertados, mas algo de maior importância: um testemunho do valor e do sentido da vida encarnados numa existência concreta, confirmado nas diversas circunstâncias e situações que se sucedem ao longo dos anos (Cristo que passa, n. 28).
3. Se eu tivesse que dar um conselho aos pais, dar-lhes-ia sobretudo este: que os vossos filhos vejam (não tenhais ilusões, desde crianças veem tudo e julgam-no) que procurais viver de acordo com a vossa fé, que Deus não está só nos vossos lábios, que está nas vossas obras, que vos esforçais por serdes sinceros e leais, que vos amais e os amais a eles realmente. Assim é quecontribuireis melhor para fazer deles homens e mulheres íntegros, capazes de enfrentar com espírito aberto as situações que a vida lhes depare, de servir os seus concidadãos e de contribuir para a solução dos grandes problemas da humanidade, levando o testemunho de Cristo aonde mais tarde venham a encontrar-se, na sociedade (Cristo que passa, n. 28).
4. É necessário que os pais arranjem tempo para estar com os filhos e falar com eles. Os filhos são o que há de mais importante: mais importantes do que os negócios, do que o trabalho, do que o descanso. Nessas conversas, convém escutá-los com atenção, esforçar-se por compreendê-los, saber reconhecer a parte de verdade – ou a verdade inteira – que possa haver em algumas das suas rebeldias. E, ao mesmo tempo, apoiar as suas aspirações, ensiná-los a ponderar as coisas e a raciocinar, não lhes impor uma conduta, mas mostrar-lhes os motivos sobrenaturais e humanos que a aconselham. Numa palavra, respeitar a sua liberdade, já que não há verdadeira educação sem responsabilidade pessoal, nem responsabilidade sem liberdade (Cristo que passa, n. 27).
5. Os pais que amam deveras e procuram sinceramente o bem dos seus filhos, depois de darem os conselhos e de fazerem as considerações oportunas, devem-se retirar com delicadeza para que nada prejudique o grande bem da liberdade, que torna o homem capaz de amar e servir a Deus [...]. Umas palavras mais, a propósito [...] da decisão [dos filhos] de dedicar-se ao serviço da Igreja e das almas. Quando os pais católicos não compreendem essa vocação, penso que fracassaram na sua missão de formar uma família cristã, que nem sequer têm consciência da dignidade que o cristianismo dá à sua própria vocação matrimonial (Entrevistas a S. Josemaria, n. 104).
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Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que saibamos entregar-nos verdadeiramente à missão de educar integralmente os filhos que Deus nos confiou, sabendo que – em matéria de educação – nada no mundo pode substituir o exemplo diário dos pais, nem a dedicação com que se consagram, com esforço e perseverança, a formar os filhos para que se façam homens e mulheres de carácter e bons cristãos. E que – ao mesmo tempo – não esqueçamos que, para formar homens e mulheres de carácter é preciso juntar, ao carinho, a fortaleza de saber dizer que não, quando é necessário para lhes evitar um mal ou um perigo moral, ainda que isso os faça sofrer, pois a moleza e a condescendência cobarde dos pais (ou dos avós) só servem para estragar os filhos.
B – Que Deus nos ajude a evitar o autoritarismo irritado – que não é mais do que uma explosão de mau génio – as imposições ásperas, as repreensões violentas, o descontrolo dos nervos, pois muitas vezes são um sinal claro de que faltou aos pais o sacrifício suficiente para dedicar tempo e paciência a ouvir os filhos, a compreendê-los, a dialogar com eles… Que Deus nos ajude especialmente a ver o modo prático de lhes ensinar as virtudes básicas, como a lealdade, a sinceridade, o respeito por todo o tipo de pessoas, a generosidade e o desprendimento, a ordem, a disciplina, a responsabilidade no estudo e no trabalho, a solidariedade com os necessitados..., virtudes humanas que são a base das sobrenaturais. - E que entendamos que só se pode exigir muito e com carinho, quando se deu muito.
C – Que nunca esqueçamos que – como ensinava S. Josemaria – cada ser humano é como uma pedra preciosa, que tem um modo próprio, único, de ser talhada e de chegar à perfeição. Que evitemos, por isso, educar os filhos em série, tentando metê-los no mesmo molde. As virtudes cristãs podem adquirir-se por diversos caminhos – sem fazer concessões ao erro, ao abandono ou à tibieza – e o coração dos pais deve ter a "sabedoria do amor", que sabe respeitar a natural diversidade dos filhos e tratar cada um deles com justiça, do modo mais adequado às suas condições pessoais.
D – Que nós, pais cristãos, saibamos compreender que cada um dos nossos filhos é, acima de tudo, filho de Deus, e que o mais importante para cada um é o que Deus lhe pede, a sua autêntica vocação, quer no terreno humano (vocação profissional, desenvolvimento dos seus dons e aptidões), quer no terreno espiritual: a vocação à santidade no matrimónio, ou na chamada a uma dedicação total ao serviço de Deus e dos outros, vivendo o celibato; e também a dedicação a diversas manifestações de responsabilidade e serviço social, de apostolado, de catequese, de assistência, etc.
9º dia: Deu no lar
Reflexão: Palavras de S. Josemaria Escrivá (podem-se ler e meditar todas ou só algumas, conforme se prefira)
- Os casais têm graça de estado – a graça do Sacramento – para viverem todas as virtudes humanas e cristãs da convivência: a compreensão, o bom humor, a paciência; o perdão, a delicadeza no convívio. O que é importante é não se desleixarem, não se deixarem dominar pelo nervosismo, pelo orgulho ou pelas manias pessoais. Para isso,marido emulher devem crescer em vida interior e aprender com a Sagrada Família a viver com delicadeza – por um motivo humano e sobrenatural ao mesmo tempo – as virtudes próprias de uma família cristã. Repito que a graça de Deus não lhes falta (Entrevistas a S. Josemaria, n. 108).
- Em todos os ambientes cristãos se conhecem por experiência os bons resultados que dá essa natural e sobrenatural iniciação à vida de piedade, feita no calor do lar. A criança aprende a colocar o Senhor na linha dos primeiros e fundamentais afetos, aprende a tratar a Deus como Pai e a Virgem como Mãe, aprende a rezar seguindo o exemplo dos pais. Quando se compreende isto, vê-se a enorme tarefa apostólica que os pais podem realizar e como têm obrigação de ser sinceramente piedosos, para poderem transmitir – mais do que ensinar – essa piedade aos filhos (Entrevistas a S. Josemaria, n. 103).
- Os meios? Há práticas de piedade – poucas, breves e habituais – que sempre se viveram nas famílias cristãs, e que entendo que são maravilhosas: a oração antes e depois das refeições, a recitação do terço em família[...]., as orações pessoais ao levantar e ao deitar [...]. Dessa maneira conseguiremos que Deus não seja considerado um estranho, que se vai visitar uma vez por semana, ao domingo, à igreja; que Deus seja visto e tratado como é na reali-dade, também na família, porque, como disse o Senhor,« onde estão dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles» (Mt 18, 20) (Entrevistas a S. Josemaria, n. 103).
- Nunca se perde a piedade que as mães põem no coração dos filhos (Boletim Romana, 2001, vol. 1, pág. 121).
- Penso sempre com esperança e com afeto nos lares cristãos, em todas as famílias que brotaram do sacramento do Matrimónio, que são testemunhos luminosos desse grande mistério divino – sacramentum magnum! (Ef 5, 32), grande sacramento – da união e do amor entre Cristo e a Sua Igreja. Devemos trabalhar para que essas células cristãs da sociedade nasçam e se desenvolvam com afã de santidade (Entrevistas a S. Josemaria, n. 91).
- Talvez não possa apresentar-se aos esposos cristãos melhor modelo que o das famílias dos tempos apostólicos [...]. Famílias que viveram de Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs, que atuaram como centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos, mas animados de um espírito novo, que contagiava aqueles que os conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que Cristo nos trouxe (Cristo que passa, n. 30).
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Intenções (podem enunciar-se todas as intenções, ou só algumas, à escolha):
Peçamos a Deus nosso Senhor, por intercessão de S. Josemaria:
A – Que nos ajude a compreender que não há nada que atraia mais os filhos para Deus do que ver que a fé e a prática religiosa dos pais se traduzem, dia após dia, em frutos práticos, em virtudes cristãs. Que vejam que o pai e a mãe estão mais alegres, mais unidos, que são mais pacientes, que têm forças para enfrentar com otimismo – confiando plenamente em Deus – as tribulações, por grandes que sejam; que saibam compreender, desculpar e perdoar as ofensas ou ingratidões que recebem. Em resumo, que os filhos notem que nós, os pais, mais do que com palavras ou sermões, ensinamos com o exemplo uma conduta impregnada pelo amor de Cristo.
B – Que os filhos vejam que a participação dos pais na Santa Missa, a comunhão frequente, o Terço, as orações da manhã e da noite, a bênção da mesa, etc., se vivem com fidelidade alegre e não mecanicamente ou como uma obrigação. Que, em todas as nossas práticas religiosas, notem um autêntico amor a Deus Pai, a Jesus Cristo (sobretudo na Eucaristia), ao Espírito Santo, um carinho filial a Nossa Senhora e também a confiança com os santos Anjos e a "amizade" familiar com os santos de particular devoção de cada um.
C – Que, com a ajuda da graça divina, não nos cansemos de rezar uns pelos outros e especialmente os pais pelos filhos sobretudo se se encontram em dificuldades sérias (morais, espirituais, de hábitos ou companhias perigosas); que não nos falte uma fé grande em que o carinho, o exemplo e a paciência, unidos a uma oração perseverante – contando sempre com a mediação da Santíssima Virgem – deixarão uma boa semente plantada no coração dos filhos, semente essa que não se perderá, mas que acabará por dar o seu fruto, ainda que demore anos.
D – Que, muito conscientes de que – como repetia o Papa João Paulo II – “o futuro da humanidade passa pela família", se inflame nos nossos corações o ideal de formar um lar cristão, que possa ser um ponto luminoso no meio da escuridão deste mundo materialista e hedonista; que seja como um foco que atraia muitos casais e noivos jovens e desperte neles o desejo de fazerem todo o possível para formar uma família cristã, unida, alegre e fecundo.