Queridíssimos: que Jesus me guarde as minhas filhas e os meus filhos!

Durante os últimos meses, sobretudo desde que se desencadeou a crise sanitária mundial, ouvimos às vezes dizer a frase «vai correr tudo bem». Com frequência, trata-se simplesmente de uma forma de acompanhar outra pessoa durante um momento difícil. Mas também pode ter um significado mais profundo: o daquelas palavras de S. Paulo que S. Josemaria abreviava na jaculatória omnia in bonum: «Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus» (Rm 8,28).

Nem sempre podemos ver esse bem de uma forma imediata. Às vezes nem sequer chegamos a compreendê-lo. O facto de procurarmos estar perto de Deus não nos evita os cansaços, as perplexidades e os sofrimentos normais da vida. Mas essa proximidade pode levar-nos a viver tudo de uma forma bem diferente. Nestes dias estamos a fazer também nosso o sofrimento do Líbano, transformando-o em oração pelos falecidos, famílias e pela estabilidade do país.

Dizer de verdade omnia in bonum é questão de fé e da nossa correspondência a essa fé, através da conversão do coração – o amor a Deus e aos outros – perante a dor própria e alheia. Com essa fé, podemos inclusivamente chegar a colaborar para realizar esse bem, de uma maneira ou de outra. Por isso, se em certas ocasiões notamos que a fé enfraquece, rezemos com uma confiança segura: Senhor, aumenta-me a fé (cf. Mc 9, 24), e com a fé, o amor, e com o amor, a esperança e a alegria.

Com todo o carinho, vos abençoa

o vosso Padre

Pamplona, 12 de agosto de 2020