Marcha pelas Mulheres Vítimas do Boko Haram

Raparigas da Lagoon School, um trabalho corporativo do Opus Dei na Nigéria, ajudaram a organizar uma marcha com a finalidade de sensibilizar e angariar fundos para assistência sanitária a mulheres e crianças vítimas da insurreição do Boko Haram.

(Publicado no worldstagegroup.com)

A Dra. Nkechi Asogwa, directora da Doctors’Health Initiative (DHI)[1], entrevistada em Lagos, disse que a assistência sanitária foi direcionada para mulheres e crianças que vivem em campos de deslocados dentro do próprio país (Internally Displaced People – IDP).

"Os terroristas do Boko Haram dizimaram famílias e comunidades inteiras no nordeste da Nigéria. Como em todos os conflitos, são as mulheres e as crianças as mais afetadas, sofrendo uma degradação física e psicológica inimaginável.

"Além do trauma de terem sido violentamente arrancadas das suas casas e dos seus entes queridos, essas mulheres e crianças sofrem ainda pela perda das suas terras e meios de subsistência agrícolas.

"Nos últimos três anos, a DHI prestou assistência sanitária especialmente às mulheres deslocadas nos campos de Yola, Benin City e Lagos. Agora, trabalhamos com o Comité para o Ambiente da Lagoon School; é o primeiro trabalho deste género e a ideia foi dessas adolescentes."

Segundo Asogwa, o Comité para o Ambiente da Lagoon School foi formado por estudantes dos 13 aos 17 anos que se sentiram chamadas para ajudar a melhorar a vida das vítimas de ataques terroristas.

"A força motriz desta iniciativa é o espírito de solidariedade cristã que nos faz irmãos e irmãs, seja qual for a nossa origem, religião e credos. Este é um dos principais ensinamentos de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, que inspira os valores e a educação transmitida às estudantes da Lagoon School", disse.

O professor Pat Utomi, economista, na cerimónia de abertura, elogiou as alunas e os pais pelo projeto: "São vocês os líderes do futuro e é preciso ser sensível às necessidades e circunstâncias ambientais. Elogio o vosso compromisso, dedicação, coragem, cooperação e trabalho árduo".

A Sra. Tolulope Olasewere, que participou na marcha, disse: "Não vi discriminação de idade, de género, de classe social, de tribo, de ideologia política ou discriminação de nível educacional. Pela primeira vez na minha vida, vi uma Nigéria e uma comunidade progredirem gradualmente para o bem maior; há paz, alegria, felicidade e tranquilidade.

"Não caminhámos apenas por estes deslocados; juntámos, intuitivamente, diferentes grupos de pessoas, criando assim a imagem perfeita que UMA NIGÉRIA é de facto possível. Devemos continuar a fazer coisas que nos aproximem mais e não outras que nos dividam, porque só juntos somos poderosos", disse Olasewere.

A Dra. Grace Agbo, também participante e membro da DHI, aconselhou as jovens a terem sempre um impacto positivo nas suas comunidades: "Quero que os jovens saibam que nunca são demasiado jovens para fazer a diferença. E os adultos não se queixem só dos jovens, mas criem oportunidades para apoiar causas como as da DHI. Somos todos membros da mesma família humana. Deus criou-nos e colocou-nos neste mundo para amarmos e estarmos atentos às necessidades dos nossos semelhantes e não para os destruir. Infelizmente, hoje o nosso mundo clama as muitas vítimas das inúmeras tragédias causadas pelo homem."

Disse ainda que é importante prestar assistência aos necessitados e aos que sofrem, pois "Essa é a única maneira de reganharmos a nossa humanidade.

"Não está ao vosso alcance nem ao nosso acabar com a violência causada a estas mulheres e crianças pelos terroristas do Boko Haram, mas podemos curar a nossa terra amando aqueles que são tão injustamente tratados", disse Agbo.


[1] Organização de direitos humanos formada por médicos e outros profissionais de saúde e dedicada ao serviço da vida humana, ajudando a desenvolver e manter famílias saudáveis e a construir sociedades mais livres, saudáveis e justas.