Livro: "Trabalhar bem, trabalhar por amor"

A santificação do trabalho está no núcleo da mensagem de S. Josemaría. Mas o que é um trabalho santificador? Como se faz? O novo livro publicado pela editora Quadrante contém dezassete textos sobre esse assunto.

«Milhões de pessoas dirigem-se todos os dias para o trabalho. Algumas vão a contragosto, como que obrigadas, para uma tarefa que não lhes interessa, nem lhes agrada. Outras importam-se apenas com o salário que receberão e só isso lhes dá alento para trabalhar. Outras, ainda, encarnam aquilo que Hannah Arendt chama de «animal laborans»: o trabalhador sem outro fim nem outro horizonte que não seja o próprio trabalho, para o qual a vida o destinou e que executa por inclinação natural ou por costume.

Acima de todas elas em humanidade encontra-se a figura do «homo faber», o que trabalha com perspetivas mais amplas, com o afã de levar para a frente uma empresa ou projeto, algumas vezes procurando a afirmação pessoal, mas muitas outras com a aspiração nobre de servir os outros e de contribuir para o progresso da sociedade.

Entre estas últimas deveriam encontrar-se os cristãos, e não apenas a ocupar o primeiro lugar, mas sim até um nível superior. Porque se são cristãos de verdade, não se sentirão escravos nem assalariados, mas sim filhos de Deus, para quem o trabalho é uma vocação e uma missão divina que se deve cumprir por amor e com amor.

No seu famoso discurso no Collège des Bernardins em Paris em 2008, Bento XVI mostrou que o cristianismo possui a chave para entender o significado do trabalho, afirmando que o homem é chamado a prolongar o trabalho criador de Deus com o seu trabalho, e que deve aperfeiçoar a criação trabalhando livremente, guiado pela sabedoria e pelo amor. Jesus, o Filho de Deus feito homem, trabalhou muitos anos em Nazaré, e "assim santificou o trabalho, atribuindo-lhe um valor peculiar para o nosso amadurecimento" (Papa Francisco, Laudato si’, 98).

Tudo isso mostra que o trabalho é a "vocação" do homem, "lugar" para o seu crescimento como filho de Deus, mais ainda: "matéria" para a sua santificação e realização da missão apostólica. É por isso que o cristão não deve ter medo do esforço ou do cansaço, mas abraçá-los com alegria: uma alegria que tem as suas raízes em forma de cruz.

A última frase é de S. Josemaría Escrivá, o santo que ensinou a "santificar o trabalho", transformando-o, nada mais, nada menos do que em "trabalho de Deus". As páginas deste livro estão inspiradas na sua mensagem. Mais ainda: inspiram-se no Evangelho, já que o que São Josemaría fez foi mostrar as palavras e a vida de Jesus, especialmente os anos que passou em Nazaré com José, de quem aprendeu a trabalhar como artesão e com Maria, que o serviu com o seu trabalho em casa.

Jesus, Maria e José aparecem na reprodução de uma das cenas do retábulo do Santuário de Torreciudad (Aragão, Espanha), obra-prima do escultor Joan Mayné. O leitor pode contemplar, nessa imagem, tudo o que este livro diz. Pode até imaginar-se aí como mais um membro da família de Nazaré, porque também é filho de Deus e essa casa é a escola onde aprenderá a converter o trabalho em oração: numa "Missa" que dá glória a Deus e redime e melhora o mundo.

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