Junto do Papa Francisco, com a oração e o afeto

"Evangelização, nova evangelização, desenvolvimento da vida cristã. São as palavras-chave nas quais, desde o primeiro momento, o Romano Pontífice indicou de algum modo as suas prioridades ao iniciar o pontificado", escreve o prelado do Opus Dei num artigo publicado na Revista PALABRA.

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Acolhemos com grande alegria, em todo o mundo católico, a eleição do Papa Francisco como sucessor de Pedro na Sé de Roma e Sumo Pontífice da Igreja universal. O som festivo dos sinos, que ecoavam pelo mundo inteiro, fazia-se portador de uma nova por que tanto tínhamos rezado: habemus Papam! E uma vez mais experimentamos a ação do Paráclito que, acima das vicissitudes do mundo e da história, guia e governa o Corpo místico de Cristo.

Desde o primeiro momento, o Santo Padre pede a todos orações para o ajudar a levar a carga que o Senhor pôs nos seus ombros. Nesta hora densa de emoção e de conteúdo, em que se manifestou de novo que a Igreja está viva e é capaz de transmitir essa vida à sua volta, renovamos os nossos desejos de acompanhar o Papa Francisco no caminho, que acaba de começar, de serviço à Igreja e ao mundo.

Evangelização, nova evangelização, desenvolvimento da vida cristã. São as palavras-chave nas quais, desde o primeiro momento, o Romano Pontífice indicou de algum modo as suas prioridades ao iniciar o pontificado. O Papa Francisco provém da América Latina, onde a fé em Cristo ganhou raízes já há mais de quinhentos anos. Uma Igreja rica de tradições religiosas que alimentam a fé do povo de Deus. Uma Igreja próxima das pessoas que, no meio das necessidades e das dificuldades espirituais e materiais de pobres e ricos, de cultos e de ignorantes, de doentes e de saudáveis, se manteve fiel a Cristo durante séculos, amparada sob o manto de Maria e muito unida aos seus pastores. Uma Igreja que, apesar da atração mundial do materialismo, sabe regressar, uma e outra vez, às fontes da verdadeira espiritualidade: os sacramentos; a devoção a Nosso Senhor, sobretudo à Sua Paixão; a confiança filial na Santíssima Virgem; o recurso à intercessão dos santos.

O Papa Francisco transmitirá toda esta riqueza espiritual à Igreja nos outros continentes; sobretudo aos lugares da Europa, da América do norte e da Oceânia, onde os sintomas de um certo desencanto e desgaste espiritual se manifestam mais abertamente. Implicará, ao mesmo tempo, um impulso novo para a evangelização dos povos da Ásia, África e da própria América latina, tão famintos de Deus.

O Romano Pontífice deseja encaminhar-nos para o essencial. “Cristo é o centro”, disse na audiência do passado dia 26 de março. E na Missa do início solene do ministério petrino afirmou que “a Cruz de Cristo, abraçada com amor, nunca conduz à tristeza, mas à alegria, à alegria de ser salvos e de fazer um pouquinho do que Ele fez no dia da sua morte”.

Isto remete-nos para o próprio núcleo da existência cristã. O Papa Francisco insiste em que a misericórdia de Deus é infinita, que o Senhor não se cansa de nos perdoar. Como costumava recordar São Josemaría Escrivá de Balaguer, “o nosso Deus é um Deus que perdoa”, um Pai a quem temos de recorrer com frequência no sacramento da Confissão.

Para levar por diante a sua tarefa o Papa apoia-se na oração de cada uma e de cada um de nós e, sobretudo, na intercessão da Santíssima Virgem Maria e de São José. Não é em vão que a sua primeira saída do Vaticano, na manhã seguinte à eleição, foi à Basílica de Santa Maria Maior, para pôr o seu pontificado aos pés da nossa Mãe Santíssma, refúgio e salvação do povo romano e da Igreja inteira.

Mons. Javier Echevarría, Prelado del Opus Dei // Revista PALABRA (número 598)