Instituto Histórico S. Josemaria Escrivá de Balaguer

Um impulso ao estudo científico e rigoroso da história do fundador do Opus Dei

Durante a apresentação na Associação da Imprensa de Madrid do Instituto Histórico S. Josemaria Escrivá de Balaguer, o teólogo e investigador José Luis Illanes, director do Instituto (https://www.isje.it/) comentou que a figura de Escrivá atraiu a atenção quer dos meios de comunicação social quer dos ambientes científicos, “especialmente os relacionados com a história do cristianismo e com a análise da incidência cultural da mensagem cristã”.  

No decurso desse acto foi apresentada a revista científica do Instituto, Studia et Documenta. 

Intervieram, juntamente com D. José Luis Illanes, a titular de História da América da Universidade de Burgos, Adelaida Sagarra e José Andrés-Gallego, Professor catedrático de História Contemporânea e professor de Investigação do C.S.I.C. 

José Andrés-Gallego referiu que a constituição de institutos históricos para o estudo de personalidades ou de instituições de relevo cultural, intelectual, artístico ou espiritual, é um facto cada vez mais frequente, também entre instituições da Igreja. “Estudamos – explicou – a figura de um fundador com uma espiritualidade, com uma doutrina articulada e feita vida nas pessoas em todo o mundo e no quadro de um marco institucional”.

Para Adelaida Sagarra, o Instituto deseja ser um “instrumento que facilite, no diálogo com o conjunto da comunidade científica, o estudo sério, científico e bem documentado da história de Josemaria Escrivá e do Opus Dei”.

Para as obras completas de S. Josemaria Escrivá 

Alguns dos objectivos do Instituto para as próximas décadas são a edição crítica das Obras Completas de Josemaria Escrivá, quer as já publicadas, quer as inéditas; a edição de monografias sobre diversas etapas históricas da vida do fundador; a edição regular da revista internacional Studia et Documenta e a potenciação da base de dados bibliográfica.

Adelaida Sagarra apresentou o primeiro número de Studia et Documenta, de cujo comité científico faz parte. Neste primeiro número, de 500 páginas, colaboraram mais de quarenta autores.

Este volume trata, dentre outros temas, da primeira difusão internacional do Opus Dei. Inclui diversas secções dedicadas a estudos científicos e documentação e conta com uma ampla secção bibliográfica.

Monsenhor Hugo de Azevedo reconstrói as quatro viagens que o fundador fez a Portugal em 1945. O Dr. Cano disponibiliza um relato histórico sobre o início do trabalho apostólico no México dos anos 1948-49, com uma primeira viagem de Pedro Casciaro e a chegada de outros jovens profissionais para dar vida ao primeiro centro do Opus Dei na América Latina.

John Arthur Gueguen Jr., apresenta um trabalho baseado na história oral. É fruto de quinze entrevistas com pessoas da “primeira geração”, no início do trabalho do Opus Dei em Bóston, na Universidade de Harvard e o MIT (1946-56).

Juan Larrea Holguín, recentemente falecido sendo arcebispo emérito de Guayaquil, contribui com um relato de carácter autobiográfico e metodologicamente documental, baseado nas cartas que o fundador lhe escreveu durante os dois anos (1952-1954) em que permaneceu sozinho a viver em Quito.

O publicista Antonio Mélich Maixé realiza um esboço biográfico de Koichi Yamamoto, um dos primeiros membros do Opus Dei no Japão e traça, partindo da sua figura, uma panorâmica histórica do trabalho apostólico do Opus Dei nesse país da Ásia.  

Na secção de notas e de estudos variados, Francisca Quiroga analisa alguns dados do 14 de Fevereiro de 1930 baseados nas declarações do fundador acerca dessa data. 

O Dr. Guillaume Derville apresenta um estudo teológico sobre Caminho, baseado nos dados aduzidos pela recente edição histórico-crítica.  

O Dr. Loarte sistematiza alguns rasgos do fundo documental constituído pelos textos provenientes da pregação oral de S. Josemaria.

Para a secção de documentos deste primeiro número escolheram-se dois textos do fundador, uma selecção de passagens do Novo Testamento, que qualificou em 1933 como “repetidamente meditados” e uma parte do epistolário, correspondente aos anos 1938 e 1939, entre o fundador e o Bispo de Ávila, D. Santos Moro.

A secção bibliográfica compreende um amplo número de recensões e o primeiro elenco completo e sistemático das edições e traduções das obras de S. Josemaria publicadas até 2002.