9 perguntas para entender o que é a Igreja

O que é a Igreja? Quem a fundou? É preciso pertencer à Igreja para se salvar? Seguem-se várias respostas às perguntas mais habituais sobre a Igreja Católica.

Vitral do Espírito Santo, na Basílica de São Pedro. Roma.

1. O que é a Igreja?
2. Porque nasceu a Igreja?
3. Mas quem fundou a Igreja?
4. Como continua a missão de Cristo ao longo da história?
5. Quem faz parte da Igreja?
6. É preciso pertencer à Igreja para se salvar?
7. Qual é a identidade dos cristãos, do Povo de Deus?
8. Qual é a missão da Igreja?
9. Que caraterísticas tem a Igreja?


1. O que é a Igreja?

A palavra "Igreja" significa "convocação”. É o termo frequentemente utilizado no Antigo Testamento grego para a assembleia do Povo, eleito diante de Deus, sobretudo para a assembleia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como seu povo santo (cf. Êxodo, 19). Ao chamar-se "Igreja", a primeira comunidade dos que acreditaram em Cristo reconhece-se herdeira dessa assembleia. Nela, Deus "convoca" o seu Povo de todos os confins da terra.

Na linguagem cristã, a palavra "Igreja" designa a assembleia litúrgica, mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. “A Igreja” é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Ela existe nas comunidades locais e realiza-se como assembleia litúrgica, sobretudo eucarística. Vive da Palavra e do Corpo de Cristo, e é assim que ela própria se torna Corpo de Cristo. Catecismo da Igreja Católica 751-752

Textos de S. Josemaria para meditar

O mais importante na Igreja não é ver como correspondemos nós, os homens, mas sim o que Deus realiza. A Igreja é isto mesmo: Cristo presente entre nós; Deus que vem até à humanidade para a salvar, chamando-nos com a sua revelação, santificando-nos com a sua graça, sustentando-nos com a sua ajuda constante, nos pequenos e grandes combates da vida de todos os dias. Cristo que Passa, 131

Pessoas de diversas nações, de diferentes raças, de ambientes e profissões muito diversas... Ao falar-lhes de Deus, sentes o valor humano e sobrenatural da tua vocação de apóstolo. É como se revivesses, na sua realidade total, o milagre da primeira pregação dos discípulos do Senhor: frases ditas em língua estranha, mostrando um caminho novo, foram ouvidas por cada um no fundo do seu coração, na sua própria língua. E pela tua cabeça passa, ganhando nova vida, a cena dos "partos, medos e elamitas..." que se aproximaram, felizes, de Deus! Sulco, 186

2. Porque nasceu a Igreja?

«O eterno Pai, que, pelo libérrimo e insondável desígnio da sua sabedoria e bondade, criou o universo, decidiu elevar os homens à participação da vida divina» para a qual a todos convida em seu Filho: "Decidiu convocar os crentes na santa Igreja".

Esta "família de Deus" constituiu-se e realizou-se gradualmente ao longo das etapas da história humana, segundo as disposições do Pai: de facto, a Igreja foi "prefigurada já desde o principio do mundo e admiravelmente preparada na história do Povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos, e manifestada pela efusão do Espírito Santo, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos" (Lumen Gentium, 2). Catecismo da Igreja Católica, 759

Textos de S. Josemaria para meditar

Amemos o Senhor, Nosso Deus; amemos a Sua Igreja, escreve Santo Agostinho. A Ele como um pai; a Ela como uma mãe. (…) De que serve não ofender o Pai se Ele vingará a Mãe a quem ofendeis? (Sto. Agostinho, Enarrationes in Psalmos 88, 2, 14; PL 37, 1140). E S. Cipriano escrevia brevemente: não pode ter Deus como Pai, quem não tiver a Igreja como Mãe. (S. Cipriano, o.c.; PL 4, 502). Amar a Igreja, 13

O mesmo sucede na vida das instituições, muito especialmente na vida da Igreja, que obedece, não a um precário projeto do homem, mas a um desígnio de Deus. A Redenção, a salvação do mundo, é obra da fidelidade amorosa e filial de Jesus Cristo - e da nossa com Ele - à vontade do Pai celestial que O enviou. Temas atuais do Cristianismo

A Igreja é de Deus, e pretende um único fim: a salvação das almas. Aproximemo-nos de Nosso Senhor, falemos com Ele na oração face a face, peçamos-Lhe perdão pelas nossas misérias pessoais e reparemos pelos nossos pecados e pelos dos outros homens que - neste clima de confusão - talvez não consigam descobrir a gravidade com que estão a ofender a Deus. Amar a Igreja, 17

3. Mas quem fundou a Igreja?

Compete ao Filho, Jesus Cristo, realizar o plano de Salvação do Pai, na plenitude dos tempos; é esse o motivo da sua "missão". "O Senhor Jesus começou a sua Igreja com o anúncio da Boa Nova, quer dizer, a vinda do Reino de Deus prometido nas Escrituras desde há séculos". Para cumprir a vontade do Pai, Cristo deu começo na terra ao Reino dos céus. A Igreja é o Reino de Cristo "já presente em mistério".

"Este Reino manifesta-se aos homens nas palavras, nas obras e na presença de Cristo". Acolher a palavra de Jesus é acolher "o Reino". Mas a Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo para nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. "O sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado são sinal deste começo e crescimento" (Lumen Gentium, 3)

Textos de S. Josemaria para meditar

Cristo deu à sua Igreja a segurança da doutrina, a corrente da graça dos Sacramentos; e providenciou para que haja pessoas que nos orientem, que nos conduzam, que nos recordem constantemente o caminho. Dispomos de um tesouro infinito de ciência: a Palavra de Deus, guardada pela Igreja; a graça de Cristo que se administra nos Sacramentos; o testemunho e o exemplo dos que vivem com rectidão a nosso lado e sabem fazer das suas vidas um caminho de fidelidade a Deus. Cristo que Passa, 34

Faz-te cada dia mais "romano", ama essa abençoada condição, que adorna os filhos da única e verdadeira Igreja, visto que Jesus Cristo assim o quis. Forja, 586

Cristo vive na sua Igreja. "Digo-vos a verdade: convém-vos que Eu vá; porque se Eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se Eu for, enviar-vo-Lo-ei". Esses eram os desígnios de Deus: Jesus morrendo na Cruz, dava-nos o Espírito de Verdade e de Vida. Cristo permanece na sua Igreja: nos seus sacramentos, na sua liturgia, na sua pregação, em toda a sua actividade. Cristo que Passa, 102

4. Como continua a missão de Cristo ao longo da história?

O Senhor Jesus dotou a sua comunidade duma estrutura que perma­necerá até ao pleno acabamento do Reino. Temos, antes de mais, a escolha dos Doze, com Pedro como chefe. Representando as doze tribos de Israel, são as pedras do alicerce da nova Jerusalém. Os Doze e os outros discípulos participam da missão de Cristo, do seu poder, mas também da sua sorte. Com todos estes atos, Cristo prepara e constrói a sua Igreja. Catecismo da Igreja Católica, 763-765

Como narram os Atos dos Apóstolos, os doze Apóstolos são o sinal mais evidente da vontade de Jesus quanto à existência e à missão da sua Igreja, a garantia de que entre Cristo e a Igreja não há contraposição: são inseparáveis, apesar dos pecados dos homens que compõem a Igreja.

Os Apóstolos tinham consciência, porque assim o tinham recebido de Jesus, de que a sua missão iria perpetuar-se. Por isso se preocuparam de encontrar sucessores para que a missão que lhes tinha sido confiada continuasse depois da sua morte, como testemunha o livro dos Atos dos Apóstolos. Deixaram uma comunidade estruturada através do ministério apostólico, sob a orientação dos legítimos pastores, que a edificam e a sustêm na comunhão com Cristo e o Espírito Santo, e na qual todos os homens são chamados a experimentar a salvação oferecida pelo Pai.

Textos de S. Josemaria para meditar

Mas, o que é a Igreja? Onde está a Igreja? Muitos cristãos, aturdidos e desorientados, não recebem uma resposta segura a estas perguntas, e talvez até cheguem a pensar que as que o Magistério tem formulado durante séculos - e que os bons Catecismos propunham com essencial precisão e simplicidade - ficaram superadas e têm de ser substituídas por outras novas. (…)

A Igreja, hoje, é a mesma que Cristo fundou, e não pode ser outra. Os Apóstolos e os seus sucessores são os vigários de Deus quanto ao regime da Igreja, constituída pela fé e pelos Sacramentos da fé. E assim como não lhes era lícito constituir outra Igreja, assim também não lhes era permitido comunicar outra Fé nem instituir outros Sacramentos; mas está dito que, pelos Sacramentos que manaram do lado de Cristo pendente da Cruz, foi constituída a Igreja (S. Tomás, S. T. III, q.64, a.2 a 3).

A Igreja há-de ser reconhecida por aquelas quatro notas indicadas na confissão de fé de um dos primeiros Concílios e que nós rezamos no Credo da Missa: Uma única Igreja, Santa, Católica e Apostólica. Essas são as propriedades essenciais da Igreja, que derivam da sua natureza, tal como Cristo a quis. E, por serem essenciais, são também notas, sinais que a distinguem de qualquer outro tipo de união humana, embora nelas se ouça também pronunciar o nome de Cristo. Amar a Igreja, 19

5. Quem faz parte da Igreja?

Nas suas Cartas, S. Paulo refere-se aos membros da Igreja como «concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo» (Ef 2,19-20).

«Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo pelo Baptismo, foram constituídos em povo de Deus e, segundo a própria condição, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta realizar no mundo» (Código do Direito Canónico, can. 204, 1; cf. Lumen Gentium, 31).

«Devido à sua regeneração em Cristo, existe entre todos os fiéis verdadeira igualdade no concernente à dignidade e à atuação, pela qual todos eles cooperam para a edificação do Corpo de Cristo, segundo a condição e a função próprias de cada um» (Código do Direito Canónico can. 208; cf. Lumen Gentium, 32). Catecismo da Igreja Católica 871-872

Textos de S. Josemaria para meditar

A chamada de Deus, o caráter batismal e a graça, fazem com que cada cristão possa e deva encarnar plenamente a fé. Cada cristão deve ser alter Christus, ipse Christus, presente entre os homens. (…) É necessário voltar a dar toda a importância ao facto de ter recebido o sagrado batismo, quer dizer, de ter sido enxertado, mediante esse sacramento, no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja... Ser cristão, ter recebido o baptismo, não deve ser considerado como coisa indiferente e sem valor, antes deve marcar profunda e ditosamente a consciência de todos os baptizados. Temas atuais do Cristianismo, 58.

Nestes dias, vendo como tantos cristãos exprimem dos mais diversos modos o seu carinho à Virgem Santa Maria, também vós certamente vos sentis mais dentro da Igreja, mais irmãos de todos esses vossos irmãos. É uma espécie de reunião de família, como quando os irmãos que a vida separou voltam a encontrar-se junto da Mãe, por ocasião de alguma festa. Ainda que alguma vez tenham discutido uns com os outros e se tenham tratado mal, naquele dia não; naquele dia sentem-se unidos, reencontram-se unidos, reencontram-se todos no afecto comum. Cristo que Passa, 139

6. É preciso pertencer à Igreja para se salvar?

O próprio Cristo é o mistério da salvação. A obra salvífica da sua humanidade santa e santificadora é o sacramento da salvação, que se manifesta e atua nos sacramentos da Igreja (que as Igrejas do Oriente chamam também «os santos mistérios»). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o Espírito Santo derrama a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja que é o seu Corpo. A Igreja possui, pois, e comunica a graça invisível que significa: e é neste sentido analógico que é chamada «sacramento».

“A Igreja em Cristo é como que o sacramento ou sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano" (Lumen Gentium 1): Ser sacramento da união íntima do homem com Deus, eis a primeira finalidade da Igreja. E porque a comunhão dos homens entre si radica na união com Deus, a Igreja é, também, o sacramento da unidade do género humano. Nela, esta unidade já começou, pois reúne homens “de toda a nação, raça, povo e língua” (Ap 7, 9). A Igreja é, ao mesmo tempo, “sinal e instrumento” da plena realização desta unidade, que ainda há-de vir.

Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo para a “redenção universal" (Lumen Gentium, 9). Assim, Cristo "manifesta e simultaneamente atualiza o mistério do amor de Deus pelos homens" (Gaudium et spes, 45, 1). Dizendo de outro modo, a Igreja "é o projecto visível do amor de Deus para com a humanidade". Catecismo da Igreja Católica, 749; 774-776

Textos de S. Josemaria para meditar

Na Igreja há diversidade de ministérios, mas um só é o fim: a santificação dos homens. Nesta tarefa participam de algum modo todos os cristãos, pelo caráter recebido com os Sacramentos do Baptismo e da Confirmação. Todos temos de nos sentir responsáveis por essa missão da Igreja, que é a missão de Cristo. Quem não tem zelo pela salvação das almas, quem não procura com todas as suas forças que o nome e a doutrina de Cristo sejam conhecidos e amados, não compreende a apostolicidade da Igreja. Amar a Igreja, 32.

Não há motivo algum que leve a Igreja a empenhar-se em agradar aos homens, porque nunca os homens - nem sós, nem em comunidade - darão a salvação eterna: quem salva é Deus. Amar a Igreja, 12

Nosso Senhor Jesus Cristo, que funda a Santa Igreja, espera que os membros deste povo se empenhem continuamente em adquirir a santidade. Nem todos respondem com lealdade à sua chamada. Por isso, na Esposa de Cristo pode encontrar-se, ao mesmo tempo, a maravilha do caminho de salvação e as misérias daqueles que o percorrem. Amar a Igreja, 23

7. Qual é a identidade dos cristãos, do Povo de Deus?

O povo de Deus possui caraterísticas que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história:

– É o povo de Deus: Deus não é propriedade de nenhum povo; mas adquiriu para Si um povo constituído por aqueles que outrora não eram um povo: «raça eleita, sacerdócio real, nação santa» (1 Pe 2, 9);

– Vem-se a ser membro deste povo, não pelo nascimento físico, mas pelo “nascimento do Alto”, “da água e do Espírito” (Jo 3, 3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo;

– Este povo tem por Cabeça Jesus Cristo (o Ungido, o Messias): porque a mesma unção, o Espírito Santo, flui da Cabeça por todo o Corpo, este é o “povo messiânico”;

– “A condição deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos seus corações, como num templo, reside o Espírito Santo”;

– “A sua lei é o mandamento novo, de amar como o próprio Cristo nos amou”; é a lei “nova” do Espírito Santo;

– A sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo. “Constitui para todo o género humano o mais forte gérmen de unidade, esperança e salvação”;

– “O seu destino, finalmente, é «o Reino de Deus, o qual, começado na terra pelo próprio Deus, se deve dilatar cada vez mais, até ser também por Ele consumado no fim dos séculos”. Catecismo da Igreja Católica, 782

Textos de S. Josemaria para meditar

Ao trazer-te à Igreja, Nosso Senhor pôs-te na alma um selo indelével, por meio do baptismo: és filho de Deus. Não o esqueças! Forja, 264

Deus está metido no centro da tua alma, da minha e na de todos os homens em graça. E está para alguma coisa: para que tenhamos mais sal, e para que adquiramos muita luz, e para que saibamos repartir esses dons de Deus, cada um do seu lugar.
E como poderemos repartir esses dons de Deus? Com humildade, com piedade, muito unidos à Igreja nossa Mãe. - Lembras-te da vide e dos sarmentos? Que fecundidade a do sarmento unido à vide! Que cachos generosos! E que esterilidade a do sarmento separado, que seca e perde a vida! Forja, 932

Pede a Deus que na Santa Igreja, nossa Mãe, os corações de todos, como na primitiva cristandade, sejam um só coração, para que até ao fim dos séculos se cumpram de verdade as palavras da Escritura: "multitudinis autem credentium erat cor unum et anima una", a multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma. - Falo-te muito seriamente: que por tua causa não se lese esta unidade santa. Leva isto à tua oração! Forja, 632

8. Qual é a missão da Igreja?

A Igreja é, por sua própria natureza, missionária, enviada por Cristo a todas as nações, para de todas fazer discípulos (cf. Mt 28, 19-20; Ad gentes 2,5-6).

Para que a Igreja possa realizar a sua missão, o Espírito Santo “enriquece-a e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos” (Lumen Gentium, 4). Pelo que a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos.

A Igreja “só na glória celeste alcançará a sua realização acabada” (Lumen Gentium 48), aquando do regresso glorioso de Cristo. Até esse dia, “a Igreja avança na sua peregrinação por entre as perseguições do mundo e das consolações de Deus" (Sto. Agostinho, De civitate Dei 18, 51; cf. Lumen Gentium 8). Catecismo da Igreja Católica, 767-769

Textos de S. Josemaria para meditar

Que bondade a de Cristo ao deixar à sua Igreja os Sacramentos! - São remédio para cada necessidade. - Venera-os e fica muito agradecido ao Senhor e à sua Igreja... Caminho, 521

A nossa Santa Mãe a Igreja, em magnífica extensão de amor, vai espalhando a semente do Evangelho por todo o mundo. De Roma à periferia. - Ao colaborares nessa expansão, pelo orbe inteiro, leva a periferia ao Papa, para que a terra toda seja um só rebanho e um só Pastor: um só apostolado! Forja, 638

Um cristão não pode reduzir-se aos seus problemas pessoais, pois tem de viver face à Igreja universal, pensando na salvação de todas as almas. Cristo que Passa, 145

A universalidade da caridade significa, por isso, universalidade do apostolado: tradução pela nossa parte, em obras e em verdade, do grande empenho de Deus, que quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Amigos de Deus, 230

9. Que caraterísticas tem a Igreja?

A Igreja é una: tem um só Senhor; confessa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, orientado para uma única esperança (cf Ef 4, 3-5), em cujo termo serão superadas todas as divisões.

A Igreja é santa: Deus santíssimo é o seu autor; Cristo, seu Esposo, entregou-se por ela para a santificar; o Espírito de santidade vivifica-a. Embora contenha pecadores, ela é "imaculada, embora composta de pecadores. A sua santidade brilha nos santos; em Maria, a Igreja já é inteiramente santa.

A Igreja é católica: Anuncia a totalidade da fé; possui em si e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada a todos os Povos; dirige-se a todos os homens; abarca todos os tempos; "ela é, por sua própria natureza, missionária" (Ad Gentes 2).

A Igreja é apostólica: Está edificada sobre sólidos fundamentos: os doze Apóstolos do Cordeiro (Ap 21, 14); é indestrutível (cf. Mt 16, 18); mantem-se infalivelmente na verdade: Cristo governa-a por meio de Pedro e dos outros Apóstolos, presentes nos seus sucessores, o Papa e o colégio episcopal.

"A única Igreja de Cristo, da qual professamos no Credo que é una, santa, católica e apostólica, [...] é na Igreja Católica que subsiste, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos que estão em comunhão com ele, embora numerosos elementos de santificação e de verdade se encontrem fora das suas estruturas " (Lumen Gentium 8). Catecismo da Igreja Católica, 866-870

Textos de S. Josemaria para meditar

Estamos a contemplar o mistério da Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica. É hora de nos perguntarmos: compartilho com Cristo do seu afã de almas? Peço por esta Igreja de que faço parte, onde hei de realizar uma missão específica, que ninguém pode fazer por mim? Estar na Igreja é já muito, mas não basta. Devemos ser Igreja, porque a nossa Mãe nunca há-de ser para nós estranha, exterior, alheia aos nossos mais profundos pensamentos. Amar a Igreja, 16.

Defender a unidade da Igreja traduz-se em viver muito unidos a Jesus Cristo, que é a nossa vide. Como? Aumentando a nossa fidelidade ao Magistério perene da Igreja: na verdade, não foi prometido o Espírito Santo aos sucessores de Pedro para que por sua revelação manifestassem uma nova doutrina, mas para que, com a sua assistência, santamente custodiassem e fielmente exprimissem a revelação transmitida pelos Apóstolos ou depósito da fé. Assim conservaremos a unidade, venerando esta Nossa Mãe sem mancha e amando o Romano Pontífice. Amar a Igreja, 3.

Ao reconhecer-nos como parte da Igreja e convidados a sentir-nos irmãos na Fé, descobrimos mais profundamente a fraternidade que nos une à Humanidade inteira, porque a Igreja foi enviada por Cristo a todos os homens e a todos os povos. Cristo que Passa, 139