Faleceu D. Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito de Leiria-Fátima

A cerimónia de exéquias decorreu na Basílica do Santuário de Fátima na manhã do dia 10. D. Alberto foi o primeiro sacerdote português a integrar a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

D. Alberto cumprimenta o Papa João Paulo II 2000-05-12

D. Alberto fala sobre o gosto de S. Josemaria pelo fado de Amália Rodrigues.

O Papa enviou ao actual bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, uma mensagem na qual “eleva sufrágios pelo eterno descanso deste zeloso e fiel pastor que procurou com bondosa humanidade levar Cristo aos homens sob o olhar de Maria, fazendo-se arauto incansável e ardente da mensagem que ecoa dessa terra bendita para o mundo inteiro”.

Participaram na despedida solene de D. Alberto Cosme do Amaral, realizada na Basílica do Santuário, 1500 pessoas. A celebração fúnebre, presidida por D. Serafim Ferreira e Silva, foi concelebrada por 25 bispos e noventa sacerdotes. Estavam presentes o representante da Nunciatura Apostólica em Portugal e o Vigário regional da Prelatura do Opus Dei.

No decorrer da homilia, D. Serafim Ferreira e Silva afirmou: “D. Alberto, na sua delicadeza, não fez exclusão, não marginalizou ninguém. (…) Dedicou-se de maneira especial aos sacerdotes, a quem escrevia sempre que faziam anos. (…) Tinha um amor muito grande à Igreja e muita dedicação ao Papa”.

“Obrigado D. Alberto. Já viste Deus face a face. Provavelmente também já viste os Pastorinhos de Fátima e também já viste a Irmã Lúcia. Eu te peço: reza por nós”, pediu D. Serafim, em certo momento da celebração desta manhã.

Para memória futura, foi distribuída uma pagela de D. Alberto, na qual foram impressas umas palavras de D. Serafim Ferreira e Silva sobre o seu antecessor: “Da vida espiritual e pastoral de D. Alberto Cosme do Amaral salientamos o profundo amor ao Clero e à Igreja. Era notória a sua terna devoção à Virgem Maria, que, em Fátima, falou de conversão e paz”.

D. Alberto cumprimenta o Papa João Paulo II, na Capelinha das Aparições 1991-05-12

D. Alberto, S. Josemaria e Amália Rodrigues

D. Alberto conheceu o fundador do Opus Dei, com quem se encontrou várias vezes. Numa dessas ocasiões, em Roma, S. Josemaria sugeriu que se ouvisse uma música portuguesa, em concreto um fado de Amália Rodrigues. Uma história que ficou contada na peça de Aura Miguel para a Rádio Renascença de 6 de Outubro de 2002, data da canonização do fundador do Opus Dei. Para a ouvir, clique aqui.

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz

“Muito me ajudou o Opus Dei a recordar que o amor ao bispo, concretizado numa obediência pronta e alegre, incondicional, uma obediência activa, de colaboração, sine murmuratione, era ponto fundamental da minha santidade de sacerdote diocesano” – assim testemunhou D. Alberto (in “Opus Dei em Portugal – 50 testemunhos”, direcção de José Freire Antunes, Lisboa 2002) a experiência que teve ao conhecer, nos anos 50, quando sacerdote jovem, a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz é uma associação de clérigos intrinsecamente unida ao Opus Dei. É constituída pelos clérigos da Prelatura – que a ela pertencem ipso facto – e por outros diáconos e presbíteros diocesanos. O Prelado do Opus Dei é o Presidente da Sociedade.

Os clérigos diocesanos que se adscrevem à Sociedade procuram receber ajuda espiritual para alcançar a santidade no exercício do seu ministério, segundo a ascética própria do Opus Dei. A adscrição à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz não implica a incorporação no presbitério da Prelatura: cada um continua incardinado na sua própria diocese e depende apenas do seu Bispo, também no que se refere ao seu trabalho pastoral; e só ao Bispo presta contas por esse trabalho.