Trabalho como professor há várias décadas. A minha especialidade abarca as áreas de Matemática e Religião. Comecei a carreira no Colégio Algarrobos, ensinando estas duas matérias no Ensino Básico.

Contudo, o trabalho de ensinar não se limita unicamente a dar aulas; representa um veículo para conseguir o desenvolvimento integral das pessoas. Para tanto, é fundamental observar, conversar e tratar os estudantes com autêntico afeto.

Durante a minha interação com as crianças, notei que muitas das condutas negativas que apresentavam não eram inatas, mas aprendidas e consequência dos estilos de educação que tinham recebido. Foi então que compreendi que, para melhorar o comportamento das crianças, era necessário envolver os pais.

O colégio animou-me, junto com outros tutores, a fazer um Mestrado em Aconselhamento Educativo Familiar no Centro Universitário Villanueva, ligado à Universidade Complutense de Madrid (Espanha). Durante esse Mestrado, confirmei as minhas suspeitas: trabalhando com os pais, consegue-se uma melhoria significativa no comportamento dos filhos.

Não obstante, lidar com os pais e também com os próprios estudantes exige competências e conhecimentos adicionais. Seguindo o conselho da minha mulher, decidi fazer o curso de Psicologia. Quando completei a formação nesta área, consegui abordar cientificamente os problemas que enfrentam tanto os estudantes como os pais. Posteriormente, fiz uma pós-graduação em Logoterapia e aprofundei os fundamentos teóricos e práticos do aconselhamento de casais, com base em diversas fontes, especialmente nas ideias de Adler.

Seguindo novamente os conselhos da minha mulher, abri um consultório particular, onde faço aconselhamento conjugal. A minha mulher, embora não seja psicóloga, ajuda-me muito com orientações de senso comum, especialmente para as mulheres.

A história por detrás do livro “Entre el amor y la tempestad”

Sempre que conversamos em casa com a minha mulher e filhos acerca das nossas ações, realçamos a importância de refletir sobre o propósito por detrás do que fazemos, não só no que fazemos, mas para que fazemos o que fazemos.

Nas consultas particulares e no meu trabalho com os pais da escola – onde exerço o cargo de diretor de formação e família – atendo casos específicos que compartilham problemas ou crises semelhantes. Por esta razão, achámos que uma forma de chegar a mais pessoas era através de um livro.

Oxalá que este livro também seja lido por casais novos ou por aqueles que estão a pensar em formar uma família. Foi o que nos levou a escrever “Entre el amor y la tempestad. Navegando las crisis del enamoramiento, noviazgo y matrimonio”.

RECONHECEMOS QUE O CASAMENTO E AS RELAÇÕES DE APAIXONAMENTO E NAMORO NÃO SÃO ESTÁICAS, MAS ALTAMENTE DINÂMICAS

Reconhecemos que o casamento e as relações de enamoramento e namoro não são estáticas, mas altamente dinâmicas. O seu sucesso depende em grande medida do compromisso e da maturidade das pessoas envolvidas.

O ser humano está chamado a viver em comunidade. «Não é bom que o homem esteja só», já dizia o livro do Génesis. À medida que o tempo avança, a família converte-se em refúgio nos diversos momentos da vida. Prova disso foi a ainda recente pandemia.

A verdadeira felicidade encontra-se no desejo de fazer felizes o nosso cônjuge, os nossos filhos, familiares e os outros. O egoísmo não tem lugar nesta busca. Este é o nosso ponto de partida

Neste sentido, os laços íntimos que se desenvolvem na família são de suma importância. O casamento vai para além de ser só uma simples união; é um chamamento que nos leva até à santidade e à felicidade, dois aspetos que todos procuramos alcançar. A verdadeira felicidade encontra-se no desejo de fazer felizes o nosso cônjuge, os nossos filhos, familiares e os outros. O egoísmo não tem lugar nesta busca. Este é o nosso ponto de partida.

Casar hoje, um exercício de valentia

Tomar a decisão de casar-se exige valentia. Não se trata só de sentimentos passageiros, uma vez que as emoções são estados variáveis. A valentia radica em enfrentar os riscos inerentes a qualquer compromisso ou eleição. Encorajo os casais, desde o princípio, a procurar a graça sacramental que o matrimónio concede.

A VERDADEIRA FONTE DE FELICIDADE NÃO É UM HOMEM NEM Uma MULHER, MAS O Próprio DEUS. PORTANTO, É FUNDAMENTAL QUE, DESDE O INÍCIO, DEUS FAÇA PARTE ATIVA DA RELAÇÃO

Apostar pela convivência implica permitir que as emoções guiem a relação, mas a graça divina proporciona as forças necessárias para conduzir a relação por bom caminho. A verdadeira fonte de felicidade não é um homem nem uma mulher, mas o próprio Deus. Portanto, é fundamental que Deus, desde o início, faça parte ativa da relação.

A mudança da sociedade virá pela família

Para contribuir para a mudança da sociedade, é preciso entender que essa mudança começa na família e, mais concretamente, no matrimónio. Queixamo-nos frequentemente da sociedade em que os nossos filhos, no futuro, vão crescer, mas devemos recordar que temos a oportunidade de moldar o tipo de pessoas que vamos deixar na sociedade. A transformação social está arreigada na família e na educação, e é uma tarefa que exige valentia por parte daqueles que se atrevem a formar uma família e a educá-la.

Por último, o casamento e a família exigem formação constante, é essencial que os esposos se preparem antes e durante a sua vida matrimonial para desempenharem com sabedoria o papel que lhes corresponde. Um trabalho diário do pai e da mãe para viverem unidos, construindo a felicidade conjugal e a dos filhos.

O livro pode adquirir-se, de momento, na cidade de Chiclayo (Peru), na livraria DIDEL Abastecimiento educativo. Calle Tacna 534. Pedidos por WhatsApp em: +51 923 092 261.