Trabalhar bem, trabalhar por amor (9): Cruz e ressurreição no trabalho

«Queres de verdade ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento: faz o que deves e está no que fazes». Assim resumia S. Josemaria o caminho que se deve seguir para santificar o trabalho diário. Reproduzimos um novo artigo da série sobre o trabalho.

Com a luz recebida de Deus, S. Josemaria com­preen­deu profundamente o sentido do trabalho na vida do cristão, chamado a identificar-se com Cristo no meio do mundo. Os anos de Jesus em Nazaré apresentavam-se-lhe cheios de significado ao considerar que, em Suas mãos, «o trabalho, e um trabalho profissional semelhante àquele que desenvolvem milhões de homens no mundo, se converte em tarefa divina, em trabalho redentor, em caminho de salvação»[1].

A consciência de que o cristão, pelo batismo, é filho de Deus e partícipe do sacerdócio de Jesus Cristo, levava-o a contemplar no trabalho de Jesus o modelo da nossa tarefa profissional. Um modelo vivo que se há-de plasmar em nós, e não simplesmente um exemplo a imitar. Mais do que trabalhar como Cristo, o cristão está chamado a trabalhar em Cristo, unido vitalmente a Ele.

Portanto, interessa-nos contemplar com muita aten­ção a ocupação do Senhor em Nazaré. Não basta um olhar superficial. É preciso considerar a união da Sua tarefa diária com a entrega da Sua Vida na Cruz e com a Sua Ressurreição e Ascensão aos Céus, porque só assim poderemos descobrir que o Seu trabalho – e o nosso, na medida em que estamos unidos a Ele – é redentor e santificador.

Em Nazaré e no Calvário

O homem foi criado para amar a Deus, e o amor manifesta-se no cumprimento da Sua Vontade, com obe­diência de filhos. Mas o homem desobedeceu desde o início, e pela desobediência, entraram a dor e a morte no mundo. O Filho de Deus assumiu a nossa natureza para reparar todo o pecado, obedecendo perfeitamente à Vontade divina com a Sua vontade humana. Pois como pela desobediência de um só homem todos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um só todos serão constituídos justos (Rom 5, 19).

O Sacrifício do Calvário é o culminar da obediência de Cristo ao Pai: fez-se obediente até a morte, e morte de cruz (Fil 2, 8). Ao aceitar livremente a dor e a morte, o que há de mais contrário ao desejo natural da vontade humana, Cristo manifestou de modo supremo que não veio para fazer a Sua vontade, mas sim a Vontade d’Aquele que O enviou (Jo 6, 38; Lc 22, 42). Mas a entrega do Senhor na Sua Paixão e morte na Cruz não é um acto isolado de obediência por Amor. É a expressão suprema de uma obediência plena e absoluta, que esteve presente ao longo de toda a Sua vida, com manifestações diversas em cada momento: Eis que venho, ó Deus, para fazer a Tua Vontade! (Heb 10, 7; Sal 40 8-9).

Aos doze anos, quando Maria e José O encontram entre os doutores no Templo depois de três dias de busca, Jesus responde-lhes: Não sabíeis que devia estar na casa de Meu Pai (Lc 2, 49)? O Evangelho não menciona mais nada da Sua vida oculta, diz apenas que obedecia a José e a Maria – era-lhes submisso (Lc 2, 51) – e que trabalhava: era o carpinteiro (Mc 6, 3; Mt 13, 55).

No entanto, as palavras de Jesus no Templo iluminam os anos de Nazaré. Indicam que, quando obedecia a Seus pais, e quando trabalhava estava nas coisas de Seu Pai, cumpria a Vontade divina. E assim como ao ficar no Templo não se recusou a sofrer durante três dias – três, como no Tríduo Pascal –, porque conhecia o sofrimento dos Seus pais, que O procuravam aflitos, também não recusou as dificuldades que trazia consigo o cumprimento do dever no trabalho e em toda a vida quotidiana.

Baytree Centre (UK)

A obediência de Nazaré não era uma obediência menor, mas a mesma disposição interior que O levou a dar a vida no Calvário. Uma obediência com todas as energias humanas, uma identificação plena com a Vontade divina em cada momento. No Calvário, Ele manifestou-a derramando todo o Seu Sangue; em Nazaré, entregando-o dia a dia, gota a gota, no trabalho de artesão que constrói instrumentos para o cultivo do campo e úteis para as casas.

«Era o faber, filius Mariae, o carpinteiro, filho de Maria (Mc 6, 3). E era Deus; e estava a realizar a redenção do género humano e a atrair a Si todas as coisas (Jo 12, 32)»[2]. Não é possível entender o valor redentor da vida de Jesus se a separamos da Cruz, se não compreendemos que no trabalho ordinário, cumpria perfeitamente a Vontade de Deus Pai, por Amor, com a disposição de consumar a Sua obediência no Calvário.

Por isso mesmo, quando chega o momento supremo do Gólgota, o Senhor oferece toda a Sua vida, também o trabalho de Nazaré; a Cruz é a última pedra da Sua obe­diência. Como a chave de um arco numa catedral; aquela pedra que não só se apoia nas outras mas também man­tém com o seu peso a coesão de todas. Assim também o cumprimento da Vontade divina na vida ordinária de Jesus possui toda a força da obediência da Cruz; e ao mes­mo tempo culmina nesta, sustenta-a, e por meio dela se eleva ao Pai em sacrifício redentor por todos os homens.

Cumprimento do dever

Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia e siga-Me (Lc 9, 23). Seguir a Cristo no trabalho diário é cumprir aí a Vontade divina com a mesma obediência de Cristo: usque ad mortem, até a morte (Fil 2, 8). Isso não significa apenas que o cristão deva estar disposto a antes morrer que pecar. É muito mais. Em cada momento, tem de procurar morrer para a sua própria vontade, entregando o que há de próprio no seu querer para fazer a Vontade de Deus.

Na Sua vontade humana, Jesus tem como algo próprio as inclinações boas e retas da nossa natureza, e oferece-as ao Pai no Horto das Oliveiras quando reza: não se faça a Minha vontade mas a Tua (Lc 22, 42). Em nós, no entanto, a vontade própria é também egoísmo, o amor desordenado a nós mesmos. Isso, o Senhor não trazia dentro de Si, mas tomou sobre os ombros na Cruz para nos redimir. Da nossa parte, com a graça, podemos oferecer a Deus a luta por amor contra o egoísmo que, esse sim, se alberga nos nossos corações. Para nos identificarmos com a Vontade divina, cada um tem que chegar a dizer como S. Paulo: estou crucificado com Cristo (Gal 2, 19). «É preciso dar-se totalmente, é necessário negar-se a si próprio; o sacrifício tem que ser holocausto»[3]. Não se trata de prescindir de ideias e de projetos nobres, mas de ordená-los sempre ao cumprimento da Vontade de Deus. Ele quer que façamos render os talentos que nos con­cedeu. A obediência e o sacrifício da própria vontade no trabalho consistem em realizá-lo para a Glória de Deus e para o serviço dos outros, não por vanglória e in­teresse próprio.

E como quer Deus que usemos os nossos talentos? Que temos de fazer para cumprir a Sua Vontade no nosso trabalho? Podemos responder à pergunta de maneira breve, desde que entendamos bem tudo o que a resposta implica: Deus quer que cumpramos o nosso dever. «Queres de verdade ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento: faz o que deves e está no que fazes»[4].

A Vontade de Deus manifesta-se nos deveres da vida ordinária. Pela sua natureza, o cumprimento do dever exige submeter a própria vontade ao que se deve fazer, e isso é constitutivo da obediência de um filho de Deus. É não ter como norma suprema de conduta o próprio gosto, ou as inclinações, ou o que agrada, mas sim o que Deus quer: que cumpramos nossos deveres.

Monkole (R.D.Congo)

Quais? O próprio trabalho é um dever assinalado por Deus desde o princípio, e por isso devemos começar lutando contra a preguiça. Depois, esse dever geral concretiza-se para cada um na profissão que realiza – de acordo com a sua vocação profissional, que faz parte da vocação divina[5]–, com obrigações específicas. Entre elas, as exigências gerais de ética profissional, fundamentais na vida cristã, e outras que derivam das circunstâncias de cada um.

O cumprimento desses deveres é a Vontade de Deus, porque Ele cria o homem para que este, trabalhando, aperfeiçoe a criação[6]; e isso supõe, no caso dos fiéis correntes, realizar as actividades temporais com perfeição, de acordo com as suas leis próprias, e para o bem das pessoas, da família e da sociedade; bem que se descobre com a razão e, de modo mais seguro e pleno, com a razão iluminada pela fé viva, a fé que opera pela caridade (Mc 6, 3). Comportar-se assim, realizando a Vontade de Deus, é ter boa vontade. Nalgumas ocasiões, isso pode exigir heroísmo, e certamente requer sempre heroísmo no cuidado das coisas pequenas de cada dia. Um heroísmo que Deus abençoa com a paz e a alegria do coração: paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2, 14); os mandamentos do Senhor alegram o coração [Sal 19(18), 9].

O ideal cristão de cumprimento do dever não é o da pessoa cumpridora que desempenha estritamente as suas obrigações de justiça. Um filho de Deus tem um conceito muito mais amplo e profundo do dever. Considera que o próprio amor é o primeiro dever, o primeiro mandamento da Vontade divina. Por isso, procura cumprir por amor e com amor os deveres profissionais de justiça; mais ainda, excede-se nesses deveres, sem considerar que está a exceder-se no dever, porque Jesus Cristo entregou a Sua vida por nós. Por ser este amor – a caridade dos filhos de Deus – a essência da santidade, compreende-se que S. Josemaria ensine que ser santo se resume a cumprir o dever de cada momento.

O valor do esforço e da fadiga

«O trabalho em si não é uma pena nem uma maldição ou um castigo; aqueles que falam assim não leram bem a Sagrada Escritura»[7]. Deus criou o homem para que lavrasse e cuidasse da terra[8], e somente depois do pecado original lhe disse: com o suor do teu rosto comerás o pão (Gen 3, 19). A pena do pecado é a fadiga que acompanha o trabalho, não o trabalho em si mesmo, e a Sabedoria divina converteu essa pena em instrumento de redenção. Assumi-la é, para nós, parte integrante da obediência à Vontade de Deus. Obediência redentora, no cumprimento diário do dever.

Com mentalidade plenamente laical, exercitais esse espírito sacerdotal ao oferecer a Deus o trabalho, o descanso, a alegria e as contrariedades da jornada, os vossos corpos rendidos pelo esforço do serviço constante. Tudo isto é hóstia viva, santa, agradável a Deus; este é o culto racional que Lhe deveis prestar (Rom 12, 1)[9].

Um cristão não evita o sacrifício no trabalho, não se irrita perante o esforço, não deixa de cumprir o seu dever por desânimo ou para não se cansar. Vê a Cruz de Cristo nas dificuldades e ela dá sentido redentor à sua tarefa, a cruz que «pede uns ombros que a carreguem»[10]. Por isso o fundador do Opus Dei dá um conselho de comprovada eficácia:

Antes de começares a trabalhar, põe sobre a tua mesa, ou junto dos utensílios do teu trabalho, um crucifixo. De quando em quando, lança-lhe um olhar... Quando chegar a fadiga, hão de fugir-te os olhos para Jesus, e acharás nova força para prosseguires no teu empenho[11].

Um filho de Deus também não se deixa abater pelos fracassos, nem deposita toda a sua esperança e complacência nos triunfos humanos. O valor redentor do seu trabalho não depende das vitórias terrenas, mas sim do cumprimento amoroso da Vontade de Deus. Não se esquece de que Jesus cumpre em Nazaré a Vontade divina trabalhando ativamente, mas que é na Cruz que consuma a Sua obediência, padecendo. O ápice do Não se faça a minha vontade mas a Tua (Lc 22, 42) não consiste em realizar tal ou qual projeto humano, mas sim em padecer até à morte, com um abandono absoluto no seu Pai Deus (Lc 23, 46; Mt 27, 46). Por isso temos de compreender que, mais do que com aquilo que fazemos – ou seja, com os nossos trabalhos e iniciativas –, podemos corredimir com Cristo por aquilo que padecemos quando Deus permite que o jugo suave e a carga leve da Cruz (Mt 11, 30) em nossa vida se faça mais patente.

S. Josemaria ensina-nos esta lição de santidade em que transparece a sua própria experiência. Mas não esqueçamos que estar com Jesus é, certamente, deparar com a Sua Cruz. Quando nos abandonamos nas mãos de Deus, é frequente que Ele permita que saboreemos a dor, a solidão, as contradições, as calúnias, as difamações, os escárnios, por dentro e por fora; porque quer moldar-nos à Sua imagem e semelhança, e tolera também que nos chamem loucos e que nos tomem por néscios. É a hora de amar a mortificação passiva [...][12].

E nesses tempos de purificação passiva, penosos, fortes, de lágrimas doces e amargas que procuramos esconder, precisamos de meter-nos dentro de cada uma das Chagas Santíssimas; para nos purificarmos, para nos deliciarmos com o Sangue redentor, para nos fortalecermos. Faremos como as pombas que, no dizer da Escritura, se abrigam nas fendas dos rochedos durante a tempestade (Cant 2, 14). Ocultamo-nos nesse refúgio para encontrar a intimidade de Cristo, e sabemos que a Sua voz é suave e gracioso o Seu Rosto (Cant 2, 14)[13].

A luz da Ressurreição

Depois de escrever que Jesus Cristo se fez obediente até a morte, e morte de cruz (Fil 2, 8), São Paulo prossegue: E por isso Deus O exaltou (Fil 2, 9). A exaltação do Senhor, a Sua Ressurreição e Ascensão aos Céus, onde está sentado à direita de Deus Pai (1 Pe 3, 22; Mt 26, 64; Heb 1, 13; 10, 12), são inseparáveis da Sua obediência na Cruz e com ela lançam uma intensa luz sobre o trabalho de Jesus em Nazaré e sobre o nosso trabalho quotidiano.

A vida de Jesus em Nazaré é humana e divina e não apenas humana, vida do Filho de Deus feito homem. Ainda que só depois da Ressurreição seja vida imortal e gloriosa, já na Transfiguração manifestará por um momento uma glória oculta durante os anos na oficina de José. Aquele a quem vemos trabalhar como carpinteiro, cumprindo o Seu dever com suor e fadiga, é o Filho de Deus feito homem, cheio de Graça e de Verdade, que vive na Sua Humanidade Santíssima uma vida nova, sobrenatural: a vida segundo o Espírito Santo. Aquele que vemos submeter-Se às exigências do trabalho e obedecer a quem tem autoridade, na família e na sociedade, para obedecer assim à Vontade divina, é O que vemos ascender aos Céus com poder e majestade, como Rei e Senhor do Universo. A Sua Ressurreição e Ascensão aos Céus permitem-nos contemplar o trabalho, a obe­diên­cia e as fadigas de Nazaré como um sacrifício custoso, mas nunca obscuro ou triste, e sim luminoso e triunfante como uma nova criação.

Assim como Cristo ressuscitou dos mortos mediante a Glória do Pai, assim caminhemos nós também numa vida nova (Rom 6, 4). Também nós podemos viver no meio da rua endeusados, na intimidade de Jesus o dia todo[14], porque Deus, ainda que estivéssemos de facto mortos pelos nossos pecados, deu-nos a Vida em Cristo. É pela Graça que fostes salvos. Com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar lá nos céus, em Cristo Jesus (Ef 2, 5-6). Deus exaltou a Humanidade Santíssima de Jesus Cristo pela Sua obediência, para que nós vivamos essa vida nova, guiada pelo Amor de Deus, morrendo para o amor próprio desordenado. Se, pois, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus (Col 3, 1-3).

Se no trabalho cumprimos os nossos deveres por amor e com amor à Vontade divina, custe o que custar, Deus exalta-nos com Cristo. Não só no final dos tempos, já agora nos concede por penhor o Seu Espírito (2 Cor 1, 22; 5, 5; Ef 1, 14). Graças ao Paráclito, o nosso trabalho converte-se em algo santo, nós mesmos somos santificados, e o mundo começa a ser renovado.

«E graças à luz que, emanando da Ressurreição do mesmo Cristo, penetra dentro de nós, descobrimos sempre no trabalho um vislumbre da vida nova, do novo bem, um como que anúncio dos novos céus e da nova terra (2 Pe 3, 13), os quais são participados pelo homem e pelo mundo. [...] Patenteia-se nesta cruz, no que nela há de penoso, um bem novo, o qual tem o seu princípio no mesmo trabalho»[15].

Com a obediência da cruz e a alegria da Ressurreição – a nova vida sobrenatural –, no cumprimento amoroso da Vontade de Deus no trabalho, há-de estar presente o senhorio da Ascensão. Recebemos o mundo por he­rança, para plasmar em todas as realidades temporais o querer de Deus. Todas as coisas são vossas, vós sois de Cristo e Cristo de Deus (1 Cor 3, 22-23).

Yarani (Costa de Marfil)

Essa é a fibra do amor redentor de um filho de Deus, o tom inconfundível do seu trabalho.

Ocupa-te dos teus deveres profissionais por Amor; leva a cabo todas as coisas por Amor, insisto, e verificarás – precisamente porque amas, ainda que saboreies a amargura da incompreensão, da injustiça, do desagradecimento e até do próprio fracasso humano – as maravilhas que o teu trabalho produz. Frutos saborosos, sementes de eternidade![16]

«Em união com o sacrifício da Missa»

O sacrifício da Cruz, a Ressurreição e a Ascensão do Senhor aos Céus constituem a unidade do Mistério Pascal, passagem da vida temporal à eterna. O trabalho de Cristo em Nazaré é redentor e santificador pela unidade com esse mistério.

Essa realidade reflete-se na vida dos filhos de Deus graças à Santa Missa, que «não só torna presente o mistério da paixão e morte do Salvador mas também o mistério da ressurreição»[17]. «Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do género humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para nele participarmos, como se tivéssemos estado presentes»[18].

Graças à Eucaristia, podemos fazer com que o nosso trabalho esteja impregnado de obediência até à morte, pela nova vida da Ressurreição e pelo domínio que temos sobre todas as coisas através da Ascensão de Jesus como Senhor dos Céus e da terra. Não somente oferecemos o nosso trabalho na Missa como também podemos converter o nosso trabalho em eucaristia.

Todas as obras dos homens se fazem como num altar, e cada um de vós, nessa união de almas contemplativas que é a vossa jornada, diz de algum modo a sua missa, que dura vinte e quatro horas, na espera da missa seguinte, que durará outras vinte e quatro horas, e assim até ao fim da nossa vida[19].

Assim somos no nosso trabalho «outros Cristos, o próprio Cristo»[20].


[1] Josemaria Escrivá, Temas Atuais do Cristianismo, n.º 55.

[2] Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n.º 14.

[3] Josemaria Escrivá, Caminho, n.º 186.

[4] Ibidem, n.º 815.

[5] Josemaria Escrivá, Temas Atuais do Cristianismo, n.º 60.

[6] Catecismo da Igreja Católica, n.º 302.

[7] Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n.º 47.

[8] Gen 2, 15.

[9] S. Josemaria Escrivá, Carta, 6.5.1945, n.º 27.

[10] Josemaria Escrivá, Caminho, n.º 277.

[11] Josemaria Escrivá, Via Sacra, , XI estação, ponto 5.

[12] Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n.º 301

[13] Idem, n.º 302.

[14] Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n.º 8.

[15] S. João Paulo II, Laborem exercens, n.º 27.

[16] Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n.º 68.

[17] S. João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, 17.4.2003, n.º 14.

[18] Ibidem, n.º 11.

[19] Notas de uma meditação, 19.3.1968, citado por D. Javier Echevarría, Carta Pastoral, 1.11.2009.

[20] Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n.º 106.

Foto: José María Moreno