Durante os meses de catequese de S. Josemaria por Espanha e pela América, nos anos 70, gravaram-se várias dezenas de encontros em diferentes países. Nessas reuniões, a que costumava chamar “tertúlias”, pessoas de diferentes procedências e ambientes culturais apresentavam-lhe com naturalidade questões relativas à sua vida cristã, família, relações com os outros, tentando assim encontrar inspiração para a sua vida pessoal.
Estas imagens puderam ser filmadas graças ao impulso do beato Álvaro del Portillo, que soube aperceber-se do interesse que estas gravações poderiam ter para que as futuras gerações conseguissem ver e ouvir o fundador e escutar diretamente dos seus lábios as suas explicações sobre o espírito do Opus Dei.
D. Álvaro convenceu S. Josemaria, que inicialmente opunha resistência a deixar-se gravar. Também animou as pessoas que desencadearam este projeto.
Tratava-se de um desafio técnico de certa envergadura: escolha das máquinas de filmar, tipo de emulsão e formato de filme escolhido, contratação da iluminação, capacidade de filmar durante mais de uma hora seguida, viajar de cidade em cidade com toda a equipa durante meses, etc.
História do desaire da primeira gravação
Juan José García-Noblejas relata-nos a primeira gravação de uma tertúlia de S. Josemaria em 1972. Depois das filmagens montaram-se as “tertúlias” e fizeram-se cópias em filme de 16 mm que se distribuíram pelos diferentes países para que as pessoas da Obra e muitas outras pudessem ver o fundador. Passados anos distribuíram-se noutros formatos domésticos de menor qualidade, mas que facilitavam a difusão e distribuição das imagens, tais como VHS ou o formato DVD que continua a ser usado.
Há 35 anos que a produtora Beta Films, administradora das imagens que se gravaram nos anos 70, guarda o material filmado segundo o estabelecido nas filmotecas em câmaras frigoríficas a uma temperatura e humidade constantes, para conservar os originais e as montagens dos filmes nas melhores condições.
Apesar deste esforço de conservação, é inevitável que com a passagem do tempo, o celulóide se vá degradando e perdendo as primitivas propriedades. Por este motivo estas imagens digitalizaram-se noutros formatos mais modernos para se conservarem em ficheiros informáticos.
Qual é o processo técnico para a conservação e remasterização do material de S. Josemaria?
Além do trabalho de conservação, remasterizam-se as imagens para lhes devolver a aparência primitiva. É um processo técnico que requer programas informáticos específicos embora, simultaneamente, seja necessário um trabalho artesanal, plano a plano, para que o resultado final tenha o máximo possível de qualidade.
É assim o processo e o resultado da remasterização
S. Josemaria em Brafa (Barcelona)
Neste link pode-se ver uma reportagem remasterizada de 24 minutos, sobre o encontro que S. Josemaria teve na Escola desportiva Brafa, durante a sua estadia na Cidade Condal em 1972. O auditório é constituído principalmente por pessoas que então participavam nas atividades de formação dos trabalhos apostólicos da Obra nessa cidade.