Conheci o Opus Dei quando era criança em Entrevalles, um colégio que confiou a formação espiritual à Obra. Aí fiz muitas amigas, de quem sou muito próxima e com quem gosto de fazer todo o tipo de planos. Além da formação que recebi em Entrevalles, desde muito nova frequentei Caranday, um centro da Obra onde aprendi a frequentar os sacramentos, a ter direção espiritual e onde comecei a envolver-me em atividades que me permitiram em grande parte estar mais aberta aos outros.
Há três anos comecei a dar uma catequese sobre a doutrina católica a adolescentes que queriam receber o sacramento da Confirmação. Depois apercebi-me que tinha aprendido muito nas minhas aulas no colégio e também em Caranday, mas que ainda tinha de continuar a frequentar os meios de formação, para poder ajudar muitas mais pessoas.
ACEITEI UM NOVO DESAFIO E COMECEI A DAR CATEQUESE PARA A PRIMEIRA COMUNHÃO A CRIANÇAS CARENCIADAS
Em 2023, aceitei um novo desafio e comecei a dar catequese para a Primeira Comunhão a crianças carenciadas do município de Fraijanes. Ver estas crianças, conhecer as suas dificuldades e a alegria com que participavam na catequese todos os sábados tocou-me desde o início. Apesar da sua falta de recursos ou das doenças de que algumas delas sofrem, todas mostraram um grande esforço e entusiasmo para se aproximarem e compreenderem melhor a sua fé. Juntamente com outros catequistas, tive de rever vários temas para transmitir numa linguagem muito simples e de forma atrativa algumas realidades como, por exemplo, a existência dos anjos, a relação que podemos ter com a Virgem, nossa Mãe, o milagre da presença real de Jesus na Eucaristia, entre tantos outros temas. Motivava-me muito ver que as crianças queriam aproximar-se de Deus, crescer na sua fé, e que eu podia ser um meio para o alcançar.
CONHECI MAIS DE PERTO A REALIDADE DE ALGUMAS DELAS, QUE VIVEM SITUAÇÕES MUITO COMPLICADAS
Para além de lhes dar aulas de doutrina, tentámos desde o início organizar todos os sábados alguma atividade mais lúdica com as crianças, que lhes permitisse divertir-se um pouco e falar sobre o que gostavam. Foi nessa altura que conheci mais de perto a realidade de algumas delas, que vivem situações muito complicadas nas suas escolas ou nas suas próprias famílias. Lembro-me de uma ocasião em que uma das crianças estava muito triste com algo que lhe tinha acontecido, e o simples facto de me poder contar e rezar em conjunto por essa intenção mudou-lhe o rosto, e saiu muito mais alegre.

Poder transmitir os conhecimentos da minha fé a outros que precisam deles encheu-me de grande alegria. Algumas das minhas amigas apercebem-se disso e sentem-se motivadas a dar catequese; ao mesmo tempo, sabem que isso requer tempo e preparação, para rever diferentes temas que não dominamos ou que poderíamos aprofundar. Acontece-me, sempre que dou uma aula, que as crianças fazem muitas perguntas e o esforço que tenho de fazer para lhes responder, lendo ou perguntando a outras pessoas, permite-me aprender mais.
Por isso, digo às minhas amigas que vale a pena, que temos muito para dar aos outros e que isso nos enche de felicidade. Ao mesmo tempo, torna-nos mais conscientes da importância que tem a nossa própria formação, para podermos alcançar uma melhor relação com Deus e com os outros, para podermos viver a caridade de uma forma especial com aqueles que mais precisam.